Virgem,
Fundadora da Família Canossiana Filhos e Filhas da Caridade
Madalena adolescente |
Com 17 anos desejou consagrar sua vida a Deus e por duas vezes fez experiência
no Carmelo de Trento e no de Conegliano (Treviso), mas intuiu que não era
aquela a sua via. Voltou para a família, guardando secretamente no coração a
sua vocação. No Palácio de Canossa aceitou a administração do vasto patrimônio
familiar, surpreendendo a todos com seu talento para os negócios. Entretanto,
nunca se interessou pelo matrimônio.
Os tristes acontecimentos do final do século XVIII - políticos, sociais e
eclesiais - marcados pelas repercussões da nefanda Revolução Francesa, bem como
as alternâncias dos vários imperadores estrangeiros na região italiana,
deixavam os rastros na devastação e no sofrimento humano, enchendo a sua cidade
de pobres e menores abandonados.
Em 1801, duas adolescentes pobres e abandonadas pediram abrigo em seu palácio.
Então ela compreendeu qual era a sua vocação: não “reinaria” no palácio da
família, que havia hospedado Napoleão e Alexandre I da Rússia. Ela não só as
abrigou como recolheu muitas outras. Pressentiu que este era o caminho que Deus
desejava que ela seguisse e descobriu em Cristo Crucificado o ponto central de
sua espiritualidade e de sua missão. Abriu o Palácio dos Canossa e fez dele não
uma hospedaria, mas uma comunidade de religiosas, mesmo contrariando seus
familiares.
Sete anos depois, superou as últimas resistências de sua família, deixando
definitivamente o palácio. Madalena foi para o bairro mais pobre de Verona para
concretizar aquela que interiormente reconheceu ser a vontade do Senhor: servir
aos mais necessitados fundando a Congregação das Filhas da Caridade, para a
formação de religiosas educadoras.
O amor à Cristo Crucificado ardia no coração de Madalena; suas companheiras se
tornaram testemunhas do mesmo amor em cinco âmbitos específicos: a escola; a
catequese a todas as categorias, privilegiando os distantes; a assistência
voltada principalmente aos enfermos dos hospitais; os seminários residenciais
para formar jovens professoras de áreas rurais; cursos de exercícios
espirituais anuais para as damas da alta nobreza, com o objetivo de
incentivá-las espiritualmente e envolvê-las nas várias áreas caritativas.
Em torno à figura e à obra de Madalena
gravitava uma constelação de outras testemunhas da caridade, todos fundadores
de outras famílias religiosas.
Madalena escreveu as Regras da Congregação das Filhas da Caridade em 1812,
obteve de Pio VII a aprovação inicial pontifícia para sua obra, após a queda de
Napoleão, e entre 1819 e 1820 obteve a aprovação eclesiástica nas várias
Dioceses onde as Comunidades existiam. Leão XII aprovou a Regra do Instituto
com o Breve Si Nobis em 23 de
dezembro de 1828.
Em 1816, o Imperador Habsburgo Francisco I, que reinava sobre o sul
Lombardo-Vêneto, visitou Verona com sua terceira filha, Maria Luiza d’Este, que
adoeceu e faleceu naquela cidade; seu velório foi feito em uma das salas do
Palácio de Canossa. Mas Madalena não aparecia mais com frequência no palácio:
ia de Veneza a Milão, e depois a Roma e a Trento, para fundar novas sedes e
escolas.
Depois de várias tentativas malsucedidas, perto do fim de sua vida Madalena
conseguiu dar andamento à Congregação masculina, como havia projetado
inicialmente, com o auxílio dos sacerdotes Antônio Rosmini e Antônio Provolo No
dia 23 de maio de 1831 abriu em Veneza o primeiro oratório dos Filhos da
Caridade para a formação cristã dos jovens e adultos, confiando-o ao sacerdote
veneziano Pe. Francisco Luzzo, auxiliado por dois leigos de Bergamo: José
Carsana e Benedito Belloni.
Madalena encerrou sua intensa e fecunda existência terrena numa Sexta-feira da
Paixão, dia 10 de abril de 1835, com apenas 61 anos, em Verona, assistida pelas
suas Filhas.
Em 2 de outubro de 1988, João Paulo II proclamou-a Santa, determinando o dia de
sua morte para seu culto litúrgico.
Santa Madalena legou aos seus Filhos da Caridade a grande herança de viver
"dispostos pelo divino serviço a ir a qualquer país, até mesmo o mais
remoto" (Madalena, Ep. II / I, p. 266). As Filhas da Caridade atravessaram
o oceano para o Oriente em 1860, atualmente são cerca de 4.000, presentes nos
cinco continentes; os Filhos da Caridade são cerca de 200 e atuam em diversas
cidades da Itália e além-mar. Os filhos de Madalena são chamados de Irmãs e
Irmãos Canossianos.
http://www.vatican.va/news_services/liturgy/saints/ns_lit_doc_19881002_maddalena_di_canossa_po.html
https://cruzterrasanta.com.br/historia-de-santa-madalena-de-canossa/218/102/
Publicado
pela 1ª vez neste blog em 10 de abril de 2014.
nosa mãe e fundadora
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