terça-feira, 5 de novembro de 2019

Santa Isabel e São Zacarias – 5 de novembro


Elizabeth (ou Isabel), o nome dela significa "Deus é um juramento" (Ex., vi, 23)

     Santa Isabel, a esposa de São Zacarias e mãe de São João Batista era “das filhas de Arão” (Lucas 1: 5) e, ao mesmo tempo, parente de Maria (Lucas 1: 36), embora seja desconhecida a relação real delas. São Hipólito (em Niceph. Call., Hist. Eccles., II, iii) explica que Sobe e Anna, suas mães, eram irmãs e que Sobe havia se casado com um "filho de Levi". Se esta indicação, provavelmente obtida a partir de alguns escritos apócrifos e mais tarde adotada pelos compiladores do Menológio grego, está correta, não pode ser verificada. Isabel, como Zacarias, estava “diante de Deus, andando sem culpa em todos os mandamentos e justificações do Senhor” (Lucas, i, 6).
     Ela havia sido privada, no entanto, das bênçãos da maternidade até que, em idade avançada, um filho lhe foi prometido pelo anjo Gabriel (Lucas, i, 8-20). Quando, cinco meses depois, Isabel foi visitada em sua casa pela Virgem Maria, seu filho não só foi santificado em seu ventre, mas ela mesma foi iluminada do alto para saudar sua prima como "a mãe do meu Senhor" (Lucas, 43). Segundo alguns críticos modernos, devemos atribuir a ela o cântico "Magnificat". Após o nascimento e a circuncisão de João Batista, os Evangelhos não mencionam mais Isabel.   
     São Lucas é quem introduz São Zacarias e Santa Isabel em seu Evangelho, narrando a aparição que o primeiro teve do Arcanjo São Gabriel, que fora anunciar-lhe o nascimento de seu filho, o futuro Precursor do Messias. Diz o evangelista que “ambos eram justos na presença de Deus, e irrepreensíveis caminhavam em todos os preceitos e observâncias do Senhor”. O que corresponde a uma verdadeira canonização de ambos. São Lucas afirma também que eles eram avançados em anos, e não tinham filhos.
Nascimento de S. João Batista
     O evangelho de São Lucas é muito conhecido. Limitamo-nos, pois a ressaltar que o Precursor foi abençoado no seio materno por Jesus, presente no seio de Maria Santíssima, através da voz desta, como que mostrando que é por intermédio dela que Ele nos dá suas graças. Na ocasião Nossa Senhora foi saudada por sua prima Isabel com as palavras que todos os católicos rezam diariamente na Ave Maria.
     Restringimo-nos a citar aqui algumas hipóteses, baseadas sobretudo nos evangelhos apócrifos, do que sucedeu ao santo casal depois que desaparecem do cenário bíblico.
     O Pe. Pedro de Ribadaneira, discípulo de Santo Inácio, em seu Flos Sactorum, dá algumas versões a esse respeito. Diz ele que na perseguição de Herodes Santa Isabel fugiu para o deserto com seu filho, mas acrescenta que outra versão, tida como a mais provável, é a de que ela tenha se refugiado com o menino num mosteiro dos essênios, descendentes dos discípulos do Profeta Elias, e que lá ficaram até que São João Batista cumpriu sete anos de idade. Então o Precursor se retirou para o deserto, e sua mãe voltou para casa, onde teve uma santa morte.
     Seu marido, São Zacarias, como tinha funções no templo, permaneceu em Jerusalém. Lá teria sido morto secretamente no santuário, por ordem de Herodes. Os que defendem esta tese, o identificam com o Zacarias que Nosso Senhor diz que foi morto entre o templo e o altar (Mt 23, 25). Pelo que o Pe. Ribadaneira lhe dá o título de “profeta e mártir”. Mas acrescenta o ínclito jesuíta que o grande São Jerônimo não concorda com esta tese, afirmando que o Zacarias dito por Nosso Senhor, era uma outra pessoa.
     Seja como for, consta que seu corpo teria sido depois levado de Jerusalém para Veneza, e que lá estaria até hoje.
     A Santa Igreja venera os dois santos esposos em uma só solenidade.

Nossa Senhora com o Menino Jesus e Santa Isabel com São João Batista

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