quinta-feira, 18 de junho de 2020

Santa Isabel de Schönau, Religiosa e mística - 18 de junho

   
       Isabel nasceu, com grande probabilidade, em Bonn, na Renânia, em 1129. Tinha apenas 12 anos quando os pais (dos quais se conhece apenas o nome do pai, Hartwig), a entregaram às monjas da abadia beneditina de Schönau, no Reno, próximo de Sankt Goarshausen, onde ela fez a profissão religiosa em 1147.
     Dez anos mais tarde foi eleita Superiora das monjas, que não tinham abadessa, pois dependiam do abade, que era então Egberto (+ 1184), irmão de Isabel. Este sempre exerceu grande influência sobre Isabel e foi seu conselheiro espiritual e seu primeiro biógrafo. Isabel tinha ainda outro irmão, Rogério, premostratense, que foi preboste em Pòhlde (Saxônia), e um sobrinho, Simão, que também se tornou abade de Schönau.
     Recuperada de uma grave doença em 1152, Isabel começou a ter visões e êxtases, durante os quais falava com Nosso Senhor, Nossa Senhora e com os santos do dia. Às vezes seus êxtases duravam semanas, e aos poucos debilitaram de tal forma o seu físico, que ela faleceu com apenas 35 anos em Schönau no dia 18 de junho de 1164 ou 1165.
     Em 1155, seu irmão Egberto, conhecido pelo seu engajamento contra os cátaros, transcreveu as suas visões em latim. Egberto incitou Isabel a pedir ao Anjo que lhe aparecia algumas explicações sobre certas questões litigiosas. Eis a razão de Isabel ter várias visões que atestam a realidade da transubstanciação, ponto sensível na luta contra os cátaros.
     Entre os livros que escreveu estão Visões (três volumes), Liber viarum Dei e Revelações do martírio de Santa Úrsula e suas companheiras.
     Os três livros das visões tiveram larga difusão durante a Idade Média. O Liber viarum Dei compilado à imitação de Scivias de Santa Hildegarda, se concentra quase inteiramente na necessidade da penitência e de uma reforma moral da Igreja. As visões De resurrectione beatae Mariae Virginis tratam da Assunção de Maria Santíssima, ou seja, a gloriosa trasladação da Mãe de Deus em corpo e alma da terra ao céu. O Liber revelationum de sacro exercitu virginum Coloniensium, escrito entre outubro de 1156 e outubro de 1157, trata em termos legendários de Santa Úrsula e suas companheiras. O primeiro livro é de uma linguagem simples que Isabel pode ter usado, mas os outros empregam uma linguagem mais sofisticada que provavelmente é de Egberto.
     As opiniões divergem quanto às visões e revelações de Isabel. A Igreja nunca se pronunciou a este respeito e nunca mesmo as examinou. A própria Isabel estava convencida do carácter sobrenatural destas, como ela o diz numa carta endereçada a Santa Hildegarda, da qual era muito amiga e que a vinha visitar. Quinze cartas suas autênticas, das quais uma a Santa Hildegarda, chegou até aos nossos dias. Ela aí fala dos êxtases com que Deus a agracia.
     As suas obras eram, no seu tempo, mais conhecidas do que as de Santa Hildegarda de Bingen, da qual apenas alguns manuscritos chegaram até nós. Entretanto, numa leitura atenta das obras é possível distinguir nelas a influência do irmão, Egberto.
     As cartas de Isabel de Schönau, de conteúdos variados, são dirigidas a bispos, abades, monjas, escritas de 1154 até o ano de sua morte, nas quais ela usa uma linguagem dura para estigmatizar os vícios da época, linguagem que contrasta com a simplicidade de seu caráter infantil, mostrando-se menos original que sua grande amiga Santa Hildegarda de Bingen, a "profetisa da Alemanha".
     Objeto de veneração particular já em vida e mais ainda depois da morte, em 1584, no tempo de Gregório XIII, o nome de Isabel de Schönau foi inscrito no Martirológio Romano sob a data de 18 de junho “Schonaugiae, in Germania, sanctae Elisabeth virginis, ob monasticae vitae observantiam Celebris” (Comm. Martyr. Rom., p. 244, n. 8). Depois o seu ofício litúrgico foi inscrito na Diocese de Limburgo, que celebra a festa da santa no dia indicado. 
     Como a população logo venerou Isabel como santa, seus ossos foram enterrados novamente entre 1420 e 1430 em uma capela especial. Esta capela foi destruída no grande incêndio da Abadia de Schönau em 1723 e não reconstruída.
     Durante os trinta anos de guerra, soldados suecos atacaram o Mosteiro de Schönau. Os suecos expulsaram os monges, saquearam o mosteiro, invadiram o túmulo de Isabel e espalharam seus ossos. Só o crânio foi salvo. Agora está preservado em um relicário do lado direito do altar da igreja.
     A paróquia do Mosteiro de São Floriano Schönau celebra anualmente o tradicional Elisabethen-Fest no domingo após 18 de junho.
Reputação
    A popularidade de Isabel é evidente considerando aqueles que pediram por seus conselhos. O número de homens muito cultos e religiosos que pediram cartas à Isabel é surpreendente. Para um homem religioso pedir a uma mulher para escrever-lhe uma carta que inclui conselhos sobre como se deve viver, durante uma época em que os homens eram vistos como o sexo superior, mostra a autoridade que Isabel adquiriu devido a suas visões extraordinárias.
     Um monge, de uma abadia em Busendorf, veio se encontrar com Isabel para ter uma compreensão mais profunda das suas visões e em um esforço para compreender o que Deus estava fazendo com esta mulher. Ao sair, ele perguntou a Isabel se ele seria digno o suficiente para receber uma carta dela. Isabel atendeu seu pedido e escreveu ao abade de Busendorf uma carta que forneceu a ele e a seus monges conselhos espirituais através da graça de Deus. A carta enfatizava a importância da responsabilidade do abade sobre seus monges e a orientação que o abade deve estender aos seus monges. Isabel afirma a importância de viver em Deus e de não ser desviado por assuntos mundanos.

Altar de Santa Isabel na igreja do Mosteiro de Schönau

Postado neste blog em 18 de junho de 2013

Fontes:
es.catholic.net/op/articulos/36138/isabel-de-schnau-santa.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário