domingo, 7 de junho de 2020

Venerável Ana de Xainctonge, fundadora – 8 de junho



"... as Irmãs não carregarão grandes tochas que lançam um dia brilhante na Igreja, mas elas carregarão pequenas lâmpadas ... " (Ana de Xainctonge, a fundadora das Ursulinas)

     Fundadora da Sociedade das Irmãs de Santa Úrsula da Virgem Maria, nascida em Dijon, em 21 de novembro de 1567; faleceu em Dôle, em 8 de junho de 1621.
     Era filha de João de Xainctonge, advogado e conselheiro do Parlamento de Dijon, e de Margarida Collard, de nascimento nobre e vida virtuosa. Seu pai cuidou para que ela tivesse uma boa educação. Sua educação também foi muito prática. Ela e sua meia-irmã Nicole foram encarregadas dos cuidados do pátio de aves, da adega e do pomar.
     Aos dezessete anos, Ana apareceu na alta sociedade com toda a pompa de sua posição. Ela é descrita como vivaz e espirituosa. Quando um pretendente aceitável se apresentou, ela recusou a proposta e seus pais, relutantemente, deixaram que ela fizesse o que queria. A lição de catecismo de um jesuíta deu-lhe a ideia de ajudar na instrução. Ela reuniu os alunos com mais dificuldade e ajudou a prepará-los para a aula regular. Ela também visitava hospitais para cuidar e instruir os doentes.
     Perto de sua casa, havia uma escola jesuíta para meninos. Na missa em sua igreja ficava edificada ao ver os noviços recebendo a Comunhão. Vendo o bom trabalho realizado pelos Padres, teve a ideia de seu futuro trabalho: educar meninas. Ela considerou tal ocupação adequada para mulheres religiosas, que poderiam assim unir a vida ativa à vida contemplativa. Fundar uma ordem de mulheres não enclausuradas, abrir escolas gratuita para meninas, “onde a educação deveria ser dada, não vendida”, eram então novas ideias para as quais os preconceitos da época, bem como o amor cego de seus pais, eram profundamente opostos e Ana encontrou muita resistência.
     A educação das mulheres estava praticamente nas mãos das religiosas enclausuradas, enquanto ela pensava em um grupo de professoras que, enquanto professando os conselhos evangélicos, não estavam ligadas a nenhum voto religioso, muito menos à clausura, algo semelhante ao que Santa Ângela de Merici tinha feito na Itália.
     Em 1596, ela deixou Dijon para Dôle, uma cidade universitária sob influência espanhola. Lá, ela encontrou outras jovens interessadas em ensinar mulheres e meninas. Com a ajuda do céu, muitas vezes milagrosa, sob a orientação dos padres jesuítas de Villars e Gentil, ela superou todos os obstáculos e conseguiu realizar seu projeto.                                              
     Roma havia reafirmado recentemente que o claustro era a única forma aprovada de vida religiosa para as mulheres. No entanto, em 16 de junho de 1606, Ana com Claudine de Boisset e outra companheira, abriu o primeiro convento em Dôle, no Franche-Comté (então território espanhol), que mais tarde se tornaria a Sociedade das Irmãs de Santa Úrsula da Virgem Maria, em uma casa que anteriormente era um restaurante.
     A congregação foi fundada com “Nossa Senhora como general, Santa Úrsula como tenente” e a Regra de Santo Inácio como base da perfeição. Em lugar de um hábito religioso, ela e suas companheiras adotaram o vestido preto simples das viúvas espanholas em todos os lugares visíveis na região de Dôle, de modo a torná-las discretas nas ruas nas raras ocasiões em que precisavam sair de casa.
     Por quinze anos, Ana foi um modelo vivo de todas as virtudes religiosas, em relações frequentes e visíveis com seu anjo da guarda, fundando novas casas à medida que sua instituição se espalhava rapidamente no leste da França e na Suíça.
     Além da escola original, outras sete foram estabelecidas por Madre Ana de Xainctonge durante sua vida. Em 1619, uma comunidade foi estabelecida em Porrentruy, Suíça. São Francisco de Sales escreveu para ela expressando o desejo de que ela se estabelecesse em sua diocese, mas ela morreu em Dôle aos 53 anos, antes que isso acontecesse.
Veneração
     Após sua morte, sua reputação de santidade heroica e as graças obtidas por sua intercessão levaram a um processo de beatificação, mas as muitas guerras do período, seguidas de perto pela Revolução Francesa, destruíram todos os documentos. Algumas fontes acrescentam que a própria Madre de Xainctonge pediu que seus escritos pessoais fossem queimados após sua morte. Após a causa ser restabelecida, em 14 de maio de 1991 João Paulo II declarou as virtudes heroicas da Venerável Ana de Xainctonge.

Pintura mostrando Ana de Xainctonge c. 1687

BINET, La Vie . . . d’Anne de Xainctonge (1635); ORSET, La vie de la Vénérable et dévote A. de X.; (1691); ARNOULX, Vie de la Vén. A. De X. (1755); MOREY, La Vén. A. de X. (1892).
MOTHER HÉLÈNE MARIE (Catholic Encyclopedia)


Nenhum comentário:

Postar um comentário