terça-feira, 2 de junho de 2020

Santas e seus colóquios com o Sagrado Coração de Jesus


     Santo Agostinho (+430), Padre e Doutor da Igreja, um dia escreveu que São João, que deitou a cabeça sobre o peito de Cristo durante a última ceia, bebeu os “segredos sublimes das profundidades mais íntimas do Coração de Nosso Senhor”.
     Este mês é fundamental para essa devoção, porque muitos eventos importantes aconteceram em um mês de junho.
    Estima-se que entre junho e julho de 1674, Nosso Senhor Jesus Cristo apareceu para Santa Margarida de Alacoque pedindo que ela promovesse a devoção, pedindo para instruir os fiéis sobre um amor de expiação por meio da comunhão frequente, especialmente a comunhão de toda primeira sexta-feira do mês, e a prática da Hora Santa.
     Na oitava de Corpus Christi de 1675, provavelmente em 16 de junho, Jesus disse a santa: "Olhe o Coração que tanto amou os homens. De muitos deles eu não recebo nada, mas ingratidão”.
     Ele também pediu a ela para realizar uma festa na sexta-feira após a oitava de Corpus Christi, com a permissão do superior. Desde então os jesuítas tomaram conta desta devoção e a espalharam pela França e Inglaterra.
     Foi o Papa Pio IX que depois de constatar a veracidade das aparições e a pedido de seus bispos, fez a festa ao Sagrado Coração de Jesus passar de uma celebração em Roma e na Polônia, para uma celebrada por toda a Igreja. Ele também consagrou toda a Igreja ao Sagrado Coração em 16 de junho de 1875.
     Em 11 de junho de 1899, por ordem do Papa Leão XIII, toda a humanidade foi solenemente consagrada ao Sagrado Coração. Este foi considerado como "o grande evento" de seu pontificado.
     No dia 22 deste mês de 1902 a Colômbia foi consagrada a Ele. Em junho de 1878 uma procissão em Sua honra foi realizada no Peru, que ainda é feita até hoje. Além disso, em junho de 1932 foi colocado no escudo nacional da Espanha.
     Santa Margarida Maria Alacoque recebeu as 12 famosas promessas do Sagrado Coração de Jesus, mas Ele também se manifestou a outras santas ao longo da História.

Santa Lutgarda da Bélgica (1182-1246)
     Pouco mais de 400 anos antes de Santa Margarida ter as visões, Santa Lutgarda teve um encontro sem precedentes com o Sagrado Coração de Jesus. Ele se apresentou e perguntou o que ela desejava: "Eu quero o vosso coração", ela respondeu. E ele disse: "Eu quero o seu coração". Naquele momento houve uma troca de corações entre a santa e o próprio Cristo.

Santa Gertrudes, o Grande (1256-1302) 
     Santa Gertrudes, a Grande foi uma das grandes difusoras da devoção ao Coração de Jesus. Ela teve uma visão do Sagrado Coração de Jesus 371 anos antes de Santa Margarida, enquanto a festa de São João Evangelista era celebrada.
     Nesta aparição, o mesmo amado discípulo a levou a Jesus e ela pode repousou sua cabeça sobre a chaga do lado do Senhor e escutou o Divino Coração palpitar. Depois, perguntou a São João por que ele não relatou em seu Evangelho como o Coração de Cristo é ouvido, e o Apóstolo lhe respondeu que esta revelação estava reservada para outros tempos, quando o mundo precise ser reavivado no amor.

Santa Ângela de Foligno (1249-1309)
     Jesus distinguiu-a com aparições e fê-la participar da cruz. Contam seus escritos que ela chegava a sentir todo o flagelo da Paixão de Cristo nos ossos e juntas do próprio corpo. Grandes eram os seus sofrimentos corporais e espirituais; de todos o maior era uma contínua perseguição diabólica.
     Esta Santa teve um evento místico quando ela estava contemplando a cruz. Ela sentiu uma queimadura muito forte em seu peito que a levou a amar o Sagrado Coração de Jesus. Ela sentiu como se o Salvador a abraçasse em sua alma e a colocasse em seu coração.
     "Não dormia. Ele chamou-me e disse-me que aplicasse os meus lábios sobre a ferida do seu lado. Pareceu-me que aplicava os meus lábios, e que bebia sangue, e neste sangue ainda quente eu compreendi que ficava lavada. Eu senti pela primeira vez uma grande consolação, misturada uma grande tristeza, porque tinha a Paixão diante dos meus olhos. E solicitei do Senhor a graça de derramar o meu sangue por Ele como Ele tinha derramado o seu para mim".
     Apesar de nunca ter feito estudos teológicos, Ângela foi homenageada como “mestra de teólogos”. A sua sabedoria não era fruto de estudos, mas apenas de inspiração divina.

Santa Catarina de Siena (1347-1380)                                                
     Santa Catarina confiou a seu confessor que, durante uma visão, Jesus lhe havia mostrado longamente a chaga do seu lado, “assim como a mãe apresenta o seio ao filho recém-nascido”. E como ardesse em desejo de beijá-la, ele tomou-a nos braços e aplicou seus lábios contra a santa chaga. “Penetrou minh’alma então naquele abrigo sagrado. Conheci tantas coisas concernentes à natureza divina, que não compreendo como posso continuar a viver, sem que meu coração se dissolva de amor”. E a jovem suspirava, como a Sulamita do Cântico dos Cânticos: “Senhor, feriste meu coração; Senhor, feriste meu coração!” 
     Pouco depois, no dia 20 de julho, “estando, depois da missa, na Cappella delle Volte”, conta-nos Frei Tomas, “viu, repentinamente, o Senhor diante dela, segurando entre as mãos um coração rubro e resplandecente que depôs no seu lado esquerdo, dizendo-lhe: “Filha muito amada, da mesma forma que noutro dia retirei teu coração, dou-te hoje o meu em troca”.
     Desde então, Catarina murmurava em suas preces: “Senhor, eu te recomendo teu coração”, em vez de eu te recomendo meu coração. Numerosas amigas puderam verificar a presença de uma cicatriz, no local exato donde fora ele retirado.

Santa Veronica Giuliani (1660-1727)
     Contemporânea de Santa Margarida, ele teve encontros místicos com Cristo.
     Esta santa nos ensina que a resignação nos padecimentos é um dos maiores meios de agradar e unir-se ao Coração de Jesus. Depois de haver padecido grandes angústias, ela recebeu a visita do Salvador, estava Ele todo coberto de chagas, mas ao mesmo tempo, todo resplandecente, porque de cada uma de suas chagas, especialmente das dos pés e das mãos, saiam raios de luz. Na de seu Lado Sagrado havia um diamante magnífico que Ele contemplava com grande complacência, e como ela desejava vivamente saber o que significava este ornamento, Jesus, compreendendo seu desejo, dizia-lhe: “Reconhecestes este precioso diamante?”
     Respondeu ela: “Não, Senhor, mas penso que alguma alma fiel Vos fez presente dele, sofrendo por vosso amor, porque não posso duvidar que esta joia tenha sido tirada do tesouro dos padecimentos”.
     Tornou então Jesus: “Sabe que é o fruto do contentamento que me fez experimentar tua resignação durante os dias de provação que te visitei; cada ato de aceitação, cada ato de abandono à minha vontade na hora do padecimento, vinha ornar e polir, sobre meu Coração, esta joia que considero agora com tanto prazer”.
     E dizendo isto, inflamou a santa com tão grande desejo de sofrer, que ela exclamou: “Ó meu Deus, sacrificai-me sobre o altar de vossa cruz, eu me ofereço a vos como vítima”.
     Uma união intima operou-se desde então entre seu coração e o Coração de Jesus, e ela não quis mais outro tesouro que os desprezos e humilhações. Ela dizia: “Ó pecadores, ó pecadores!... Todos e todos venham para o Coração de Jesus, venham lavar o seu coração em seu precioso sangue. Ele espera por vocês de braços abertos para abraçá-los!”

Venerável Maria Consolata Betrone (1903-1946)                                       
     A Venerável Consolata Betrone, religiosa capuchinha italiana, foi escolhida por Deus para confirmar ao mundo a doutrina do caminho de infância espiritual já ensinado por Santa Teresinha do Menino Jesus, dando-lhe agora uma forma concreta e fácil de ser praticada por todos.
     Ela passou a responder pelo nome de Consolata, em homenagem à Padroeira de sua cidade (Turin), Nossa Senhora da Consolação, cujo significado é consolar, ou seja, ela seria a Consoladora do Coração de Jesus.
     No decorrer de sua vida, em uma das aparições a ela, Nosso Senhor enaltece sua confiança: “Sabes o que Me atrai para a tua alma? É a confiança cega que tens em Mim”.
     “Não façais de Mim um Deus rigoroso, pois Eu não sou senão um Deus de amor!”, ensinou Ele para Consolata Betrone. Com essa frase repassada a ela, Nosso Senhor quer dizer que o coração do homem deve estar unido a Ele. Não ter uma vida de subordinação, mas de intimidade com Ele.

Soror Josefa Menendez (1890-1923)
     Cerca de 200 anos após as visões de Santa Margarida, esta Serva de Deus teve conversas com Cristo onde Ele lhe pediu para levar suas palavras e seu amor pelo mundo.
     "É por isso que Meu coração está ferido, pois eu acho a frieza em vez do amor. Eu sou todo amor e não desejo nada além de amor. Ah! Se as almas soubessem como as espero cheio de misericórdia! Sou o Amor dos amores! E não posso descansar senão perdoando!”
     “Enquanto tiver o homem um sopro de vida, poderá ainda recorrer à misericórdia e implorar perdão. Vosso Deus não consentirá que vossa alma seja presa do inferno”.
     “Estou sempre esperando com amor que as almas venham a Mim! Não desanimem! Venham! Atirem-se nos meus braços! Não tenham medo! Sou seu Pai!”. 
     Além das mensagens do Sagrado Coração, Josefa Menendez teve também revelações sobre o Inferno, que Deus permitiu para nosso conhecimento e reflexão. É tão terrível a experiência desta alma privilegiada, mas ela sofreu para a salvação das almas, segundo vontade do Divino Redentor. 

Sagrado Coração de Jesus, eu confio em você!


Nenhum comentário:

Postar um comentário