segunda-feira, 16 de maio de 2016

Santa Restituta, Mãe de Sto. Eusébio de Vercelli - 17 de maio

    
     Um hagiógrafo desconhecido escreveu no século VIII uma biografia de Santo Eusébio, o primeiro bispo de Vercelli, porém natural da Sardenha. Tal escrito sustenta que a mãe do santo chamava-se Restituta.
     Ela também nasceu na Sardenha, na segunda metade do século III. Após a morte de seu marido, morto por ódio à fé cristã, ela decidiu deixar a ilha e foi para Roma levando consigo seus dois filhos, que foram batizados pelo papa Santo Eusébio. Em homenagem a ele, as crianças receberam o nome de Eusébio e Eusébia.
     Eusébio foi o primeiro a receber o cargo episcopal no Piemonte, enquanto sua irmã fundou o ramo feminino do famoso mosteiro de Vercelli.
     Restituta mais tarde voltou para a Sardenha e próximo de Cagliari enfrentou o mesmo destino de seu marido, o martírio, na primeira metade do século IV.
     Em 1607 escavações foram realizadas naquela cidade, e foi confirmada a existência de duas capelas em que eram mantidas uma imagem e as relíquias de Santa Restituta.
     Alguns historiadores, no entanto, referem estes restos à outra santa do mesmo nome, mártir próximo de Cartago sob o procônsul Antonino, cujas relíquias foram trazidas para a Sardenha por alguns refugiados que escaparam dos estragos feitos pelos vândalos.
     A festa das duas santas homônimas é colocada no mesmo dia: 17 de maio.

Fonte: www.santiebeati/it
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     Apesar das poucas informações sobre Santa Restituta, pode-se ter uma ideia de suas virtudes tomando-se conhecimento da vida de Santo Eusébio de Vercelli, cheia de lutas pela integridade da Igreja Católica num momento de real perigo para sua unidade. Segue um pequeno resumo de tudo quanto ele sofreu pela Santa Igreja. Além disso, como mãe de Santa Eusébia, fundadora do monaquismo feminino de Vercelli, presume-se que também sobre ela exerceu uma ação virtuosa.
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     Eusébio nasceu na Ilha da Sardenha no ano 283. Depois da morte do seu pai, em testemunho da fé em Cristo, durante a perseguição do imperador Diocleciano, sua mãe levou-o para completar os estudos eclesiásticos em Roma. Assim, muito jovem, Eusébio entrou para o clero, sendo ordenado sacerdote. Aos poucos, foi ganhando a admiração do povo cristão e do papa Júlio I, que o consagrou bispo da diocese de Vercelli em 345.
     Nessa condição, participou do Concílio de Milão em 355, no qual os bispos adeptos da doutrina ariana tentaram forçá-lo a votar pela condenação do bispo de Alexandria, Santo Atanásio. Eusébio, além de discordar do arianismo, considerou a votação uma covardia, pois Atanásio, sempre um fiel guardião da verdadeira doutrina católica, estava ausente e não podia defender-se. Como ficou contra a condenação, ele e outros bispos foram condenados ao exílio na Palestina.
     Isso não o livrou da perseguição dos hereges arianos que infestavam a cidade. Ao contrário, sofreu muito nas mãos deles. Como não mudava de posição e enfrentava os desafetos com resignação e humildade, acabou preso, e qualquer forma de comunicação sua com os demais católicos foi cortada. Na prisão, sofreu ainda vários castigos físicos. Contam os escritos que passou também por um terrível suplício psicológico.
     Quando o povo cristão tomou conhecimento do fato ergueu-se a seu favor. Foram tantos e tão veementes os protestos que os hereges permitiram sua libertação. Contudo o exílio continuou e ele foi mandado para a Capadócia, na Turquia e, de lá, para o deserto de Tebaida, no Egito, onde foi obrigado a permanecer até a morte do então imperador Constantino, a quem sucedeu Juliano, o Apóstata, que deu a liberdade a todos os bispos presos e permitiu que retomassem as suas dioceses.
     Depois do exílio de seis anos, Eusébio foi o primeiro a participar do Concílio de Alexandria, organizado pelo amigo, Santo Atanásio. Só então passou a evangelizar, dirigindo-se primeiro a Antioquia e depois à Ilíria, onde os arianos, com sua doutrina, continuavam confundindo o povo católico. Batalhou muito combatendo todos eles.
     Mais tarde, foi para a Itália, sendo recepcionado com verdadeira aclamação popular. Em seguida, na companhia de Santo Hilário, bispo de Poitiers, iniciou um exaustivo trabalho pela unificação da Igreja Católica na Gália, atual França. Somente quando os objetivos estavam em vias de serem alcançados é que ele voltou à sua diocese em Vercelli, onde faleceu no dia 1º de agosto de 371.
     Apesar de ser considerado mártir pela Igreja, na verdade Santo Eusébio de Vercelli não morreu em testemunho da fé, como havia ocorrido com seu pai. Mas foram tantos os seus sofrimentos no trabalho de difusão e defesa do Cristianismo, passando por exílios e torturas, que recebeu esse título da Igreja, cujo mérito jamais foi contestado. Com a reforma do calendário litúrgico de Roma, de 1969, sua festa foi marcada para o dia 2 de agosto. Nesta data, as suas relíquias são veneradas na catedral de Vercelli, onde foram sepultadas e permanecem até os nossos dias.
*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br
 

Virgem da colina: Crea e Oropa
     A Tradição aponta Santo Eusébio, primeiro Bispo de Vercelli, como fundador dos Santuários marianos de Crea e Oropa. Ele teria trazido do exílio as imagens da Virgem Maria, para os montes de Crea, de Oropa e para a cidade de Cágliari, sua terra natal.
     Fugindo das perseguições dos arianos, Santo Eusébio chegou ao castelo de Crea e ali ficou três meses, construindo um oratório em honra à Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe de Deus.
     Permanecendo um pouco mais, traduziu os quatros Evangelhos do grego para o latim, trabalho que muito serviu ao cenóbio e à evangelização das comunidades nas vilas e nos campos.
     O Santuário de Crea é, ainda hoje, centro de devoção mariana da diocese de Casale. Na antiga estrada que conduz a Crea se encontra uma Capela chamada de “Repouso de Santo Eusébio”; a tradição quer lembrar o descanso e o sono do santo quando levou a imagem da Virgem a Crea.

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