Martirológio
Romano: Próximo de Castelfiorentino na Toscana, Santa Verdiana, virgem, que
viveu numa clausura desde a juventude até a velhice.
Nascida na Toscana, consagrou desde muito jovem sua virgindade a Deus.
Peregrinou a Santiago de Compostela e a Roma, retornando depois à terra natal,
onde voluntariamente viveu murada numa cela, durante 34 anos, em meio a
rigorosas penitências e recebendo graças místicas extraordinárias.
Virgem da Terceira Ordem (1182-1242).
Clemente VII concedeu seu ofício e missa em 20 de setembro de 1533.
Em 1155, a Ordem do Carmelo foi fundada.
Em 1220, São Francisco de Assis estabeleceu a Ordem dos Franciscanos. Em 1212,
a jovem Clara de Assis seguiu o exemplo de São Francisco de Assis e viveu,
dentro da clausura e na contemplação, o ideal de pobreza evangélica. Surgiu,
assim, a Ordem das Clarissas, ou a Segunda Ordem Franciscana.
A Ordem de Santa Clara que se fundou no
Convento de São Damião, sob a orientação de Santa Clara e de S. Francisco e que
teve sempre o apoio dos Frades Menores, depressa se estendeu por toda a Europa
e tem hoje cerca de 1500 mosteiros em todos os continentes, a Ordem de Clausura
mais numerosa em toda a Igreja.
Era, portanto, uma época em que se enaltecia
o ideal da pobreza e do recolhimento. Foi dentro desse período que viveu a
santa que homenageamos hoje, Santa Veridiana.
*
No primeiro dia de fevereiro de 1242, de repente
todos os sinos de Castelfiorentino em Florença, Itália, começaram a repicar
simultaneamente. Quando os moradores constataram que tocavam sozinhos, sem que
ninguém os manuseassem, tudo ficou claro: eles anunciavam a morte de Veridiana.
Veridiana nasceu em 1182, nos arredores daquela
cidade que amou e onde viveu quase toda sua existência, só que enclausurada
numa minúscula cela, de livre e espontânea vontade.
Pertencendo a uma família nobre e rica, os
Attavanti, Veridiana levou uma vida santa, que ficou conhecida muito além das
fronteiras de sua terra e que lhe valeu inclusive a visita em pessoa de seu
contemporâneo Francisco de Assis, que a abençoou e admitiu na Ordem Terceira,
em 1221.
A fortuna da família, embora em certa
decadência, Veridiana sempre utilizou em favor dos pobres. Um dos prodígios
atribuídos a ela mostra bem o tamanho de sua caridade. Consta que certa vez um
dos seus tios, muito rico, deixou aos seus cuidados grande parte de seus bens,
que eram as colheitas de suas terras.
A cidade atravessava uma época terrível de
carestia e fome, seu tio nem pensou em auxiliar os necessitados, era um
mercador e procurou vender grande parte desses víveres, o que conseguiu por um
preço elevado, obtendo grande lucro. Mas, ao levar o comprador para retirar o
material vendido, levou um susto, suas despensas estavam completamente vazias:
Veridiana tinha distribuído tudo aos pobres
O tio ficou furioso, pediu um prazo de 24
horas ao comprador e ordenou a Veridiana que solucionasse o problema, já que
fora a causadora dele. No dia seguinte, na hora marcada, as despensas estavam
novamente cheias, e o negócio pode se concretizar.
Após uma peregrinação ao túmulo do
Apóstolo São Tiago em Compostela, Espanha, um centro de peregrinação tão
requisitado quanto Roma o é pelos túmulos de São Pedro e São Paulo, ao retornar
Veridiana se decidiu pela vida religiosa e reclusa. Para que não se afastasse
da cidade, seus amigos e parentes construíram então uma pequena cela, próxima
ao Oratório de Santo Antão, onde ela viveu 34 anos de penitência e solidão. A
cela possuía uma única e mínima janela por onde ela assistia à Missa e recebia
suas raras visitas, e também minúsculas refeições, suficientes apenas para que
não morresse de fome.
O culto a Santa Veridiana foi aprovado
pelo papa Clemente VII no ano de 1533. Ela também se tornou protetora do
presídio feminino de Florença por associação aos seus 34 anos de prisão
voluntária. Sua devoção ainda é muito popular na região da Toscana, na Itália,
onde é venerada como sua padroeira.
No local do antigo Oratório de Santo Antão
foi construída uma igreja em sua homenagem, e lá foram depositadas suas
relíquias no ano de 1939.
Veridiana ligou seu coração ao Sagrado Coração
de Jesus em profundas meditações e contemplações. Nesses colóquios ela
encontrou a verdadeira sabedoria, a verdadeira paz, a verdadeira força que a
fez viver assim por 34 anos. Aprendamos com Santa Veridiana a mergulhar na
imensidão do amor divino! Pensemos no que disse São Francisco de Assis: “o homem vale o que é diante de Deus e nada
mais”.
Fonte: www.santiebeati.it/; “Santos
Franciscanos para cada dia”, Ed. Porziuncola.
Etimologia: Viridiana, do latim viridiana, “verdejante”. Outras formas: Veridiana, Verdiana.
Nota: Aos que se interessam pelo tema da vida eremítica, seguem Santas ou
Beatas eremitas/solitárias constantes deste blog:
Fev 14, 2014 Santa Alexandra do Egito, a reclusa
Mar 29 , 2013 Santa Gladys, rainha e
eremita
Mai 2, 2013 Santa Viborada, reclusa de S Gallo
Mai 6, 2011 Beata Juta ou Judite de Sangerhausen
Mai 13, 2013 Beata
Juliana de Norwich
Mai 15, 2014 Santa Cesária de Otranto
Jun 10, 2013 Santa Olivia de Palermo
Jun 25, 2016 Santa Tigris ou Tecla de Maurienne
Jul 2, 2014 Santa Monegonda de Tours
Set 1, 2014 Santa Verena de Zurzach
Set 1, 2015 Santa Colomba, eremita
Set 4, 2013 Santa Irmengarda de Süchteln
Set 4, 2012 Santa Rosália de Palermo
Set 4, 2013 Santa Ida de Herzfeld
Set 9, 2011 Santa Maria da Cabeça, esposa de Sto. Isidro
Set 27, 2012 Santa Hiltrudes de Liessies
Out 12, 2014 Beata Joana de Leber, 1ª reclusa da América do Norte (Canadá)
Out 13, 2015 Santa Quelidonia de Subiaco, solitária
Dez 1, 2012 Santa Florença de Poitiers
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