terça-feira, 9 de maio de 2017

Beata Beatriz I d'Este, virgem, monja beneditina - 10 de maio

Martirológio Romano: Em Pádua, Beata Beatriz d’Este, virgem, que fundou nas colinas de Euganei o mosteiro de Gemmola e no breve espaço de sua vida percorreu um árduo caminho de monja à santidade.

    Parece mentira, mas num espaço de 40 anos viveram três beatas e uma santa com este nome e da mesma família real, todas entre 1220 e 1267.
     A Beata Beatriz I d’Este, que comemoramos hoje, era filha de Azzo VI (Azzolino) Marquês d’Este, filho de Azzo V d’Este e sua esposa, e de Sofia (Eleonora) de Maurienne, filha de Humberto III, Conde de Maurienne e de Savoia e sua terceira esposa Clemência von Zähringen.
     Beatriz nasceu em Este, província de Pádua, cerca de 1200. Nos anos da juventude viveu abastadamente nos castelos d’Este e de Calaone, e conheceu os divertimentos e os privilégios da vida de corte; foi celebrada pelos poetas do tempo por sua virtude e beleza.
     Sua vida serena foi perturbada primeiramente pela guerra entre guelfos e gibelinos, no Vêneto, que levou à morte prematura do pai; poucos meses depois, a família sofreu o cerco e a humilhante rendição ao exército formado por habitantes de Pádua, Vicência e Bassane, comandados pelo jovem Ezzelino da Romano. O seu irmão mais velho, Aldobrandino, sucessor do pai, foi morto (talvez envenenado) em 1215.
     Após estes acontecimentos dolorosos Beatriz maturou a escolha pela vida religiosa. Inicialmente a nobre dama ingressou no mosteiro beneditino de Santa Margarida no monte Salarola (Calaone) onde permaneceu um ano e meio (1220-1221) sem o consenso do irmão Azzo VII, o novo Marquês d’Este.
     Em abril de 1221, após ter se reconciliado com o irmão, Beatriz obteve do bispo de Pádua o mosteiro masculino de São João Batista, no monte Gemmola, há tempos abandonado e cedido definitivamente a Diocese. Ali Beatriz desejava fundar uma nova comunidade feminina sob a Regra beneditina. Para esta finalidade destinou seus bens à reconstrução do edifício monástico e da igreja.
     Fundada a comunidade, os votos feitos, a jovem monja atraiu, com a sua fama e o seu exemplo, várias nobres que se uniram a ela, vindo até de longe à Gemmola. Entre estas podemos citar a Beata Juliana dos Condes de Collalto, sepultada na igreja de Santa Eufêmia da Ilha dela Giudecca, em Veneza, e a Beata Maria Enselmini da nobre família de Pádua, a qual pertencia também a Beata Helena.
     Beatriz e suas companheiras levavam uma dura vida de penitência, de oração, de jejum e de pobreza. A sua humildade se reflete na recusa de se tornar abadessa. As fontes indicam Desiderata como aquela que foi eleita para governar o mosteiro. Provavelmente as condições de vida tão austera, em completa clausura, minaram a saúde de Beatriz, que adoeceu depois de poucos anos.
     Faleceu em seu mosteiro de Gemmola no dia 10 de maio de 1226, com a idade aproximada de 34 anos.
     O túmulo de Beatriz se tornou alvo de grande devoção, o seu corpo permaneceu incorrupto e depois de alguns anos foi transladado para uma urna de mármore, cuja lápide, considerada única no seu gênero e conservada em Santa Sofia de Pádua, tem escritas as notas biográficas e a data da morte.
     Ocultada por duas vezes para defendê-la de inimigos d’Este, no final de 1578 a urna foi transferida para Pádua, para a Igreja de Santa Sofia. Em 1957, a Beata foi finalmente colocada na Igreja de Santa Tecla em Este.
     Em 19 de novembro de 1763, o Papa Clemente XIII confirmou o culto e o título de beata, que há séculos lhe era tributado, concedendo a Missa e o Ofício próprio.
As fontes históricas
     Os seus dados biográficos constam da Vita Beatae Beatricis redigida por seu pai espiritual, Frei Alberto, prior do Espírito Santo de Verona. O antigo texto permaneceu desconhecido por séculos, e foi encontrado e publicado no século XVIII pelo abade João Brunacci, e agora é conservado em um só códice na Biblioteca Universitária de Modena.
 
A Beata Beatriz I d'Este jovem dama na corte de seu pai
Fontes:
www.santiebeati.it/;
https://it.wikipedia.org/wiki/Beatrice_I_d%27Este


Etimologia: Beatriz, do latim Beatrix e significa “a que faz feliz alguém“; feminino de beatus, “feliz, beato, ditoso, bem-aventurado”.

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