Na Festa da Visitação de Nossa Senhora, o
segundo mistério gozoso do Rosário, também a Festa do 'Magnificat', se estende
e expande a alegria messiânica da salvação. Maria, Arca da Nova Aliança, é
recebida por Isabel como a Mãe do Senhor. A Visitação é o encontro entre a
jovem mãe, Maria, a serva do Senhor, e o antigo símbolo de Israel expectante, Isabel.
A solicitude amorosa de Maria, com a sua viagem apressada, expressa o ato de
caridade. João, que pulou no ventre de sua mãe, já começa sua missão
precursora. O calendário litúrgico leva em conta a narrativa do Evangelho que
coloca a visitação dentro dos três meses da Anunciação e o nascimento de João
Batista. (M. Rom.)
Logo após a Anunciação, Maria Santíssima
parte imediatamente para Hebron, ao sul de Jerusalém, para visitar sua prima
Santa Isabel e o marido dela, Zacarias. Os católicos creem que o objetivo desta
visita foi levar a graça divina para Isabel e para o seu filho ainda não
nascido, João Batista. Creem ainda que o fato de João ter estremecido no ventre
de Santa Isabel quando Maria a cumprimentou é sinal de que ele reconheceu a
presença de Jesus e, neste instante, foi purificado do pecado original e
preenchido com a graça divina. O diálogo travado entre as duas, como preservado
no texto de São Lucas se tornou parte da oração da Ave Maria quando Isabel
diz «Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu
ventre» (Lucas 1:42).
Esta festa tem origem medieval, já sendo
celebrada pela Ordem dos Franciscanos antes de 1263, quando São Boaventura a
recomendou e eles a adotaram. A partir do breviário da Ordem, ela se
espalhou para muitas outras igrejas. Em 1389, o Papa Urbano VI, com o objetivo
de terminar o Grande Cisma do Ocidente, a inseriu no calendário romano,
para celebração em 2 de julho. No calendário tridentino era uma festa dupla.
Quando o missal do Papa Pio V foi substituído pelo de Clemente VIII em
1604, a Visitação se tornou uma festa dupla de segunda classe. Ela permaneceu
assim até que o Papa João XXIII a reclassificou como uma festa de segunda
classe em 1962. Ela continuou a ser comemorada no dia 2 de julho, o dia depois
da oitava seguinte à festa do nascimento de João Batista, que estava ainda
no ventre de Isabel na época da Visitação. Em 1969, porém, o Papa Paulo VI a
moveu para 31 de maio, "entre a Solenidade da Anunciação do Senhor
(25 de março) e a do Nascimento de João Batista (24 de junho), para que ela se
harmonize melhor com o relato do Evangelho.
O
Evangelho (Lucas 1,39-56)
Naqueles dias, levantando-se Maria foi com
pressa às montanhas, à uma cidade de Judá. E entrou em casa de Zacarias e
saudou Isabel. E aconteceu que, apenas Isabel ouviu a saudação de Maria, o
menino saltou no seu ventre, e Isabel ficou cheia do Espírito Santo e exclamou
em alta voz e disse: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do
teu ventre! E donde a mim esta dita, que a mãe do meu Senhor venha ter comigo?
Porque logo que a voz de tua saudação chegou aos meus ouvidos, o menino exultou
de alegria no meu ventre. Bem-aventurada tu que creste, porque se hão de
cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas!” Maria então disse:
“A minha alma glorifica
o Senhor,
e o meu espírito exulta
de alegria em Deus, meu Salvador,
porque pôs os
olhos em sua humilde serva.
Por isso todas as
gerações me chamarão bem-aventurada.
Grandes maravilhas
obrou comigo o Onipotente, cujo nome é santo.
Cuja misericórdia
se estende de geração em geração
em todos os que o
temem.
Ele mostrou o
poder de seu braço:
transtorna os
desígnios dos soberbos.
Derruba os
poderosos de seus tronos e exalta os humildes.
Enche de bens os necessitados
e os ricos deixa vazios.
Acolheu Israel,
seu povo, lembrando-se de sua misericórdia,
Para cumprir a
promessa que fez aos nossos pais,
Abraão e a todos
os seus descendentes.
Maria ficou três meses com Isabel. Depois, voltou para sua casa
Ain
Karem – Visitação
Entre as igrejas de S. João e da
Visitação, encontra-se uma fonte chamada pelos peregrinos do século XVI de
“Fonte da Virgem”. Segundo uma tradição, naquele lugar Maria teria encontrado
sua prima Isabel e entoado um hino de louvor, o Magnificat: canto de gratidão a
Deus.
A
tradição Cristã
A visita da Virgem Maria a Isabel é
situada pela primeira vez num lugar diferente da natividade de S. João, já nos
inícios do século XVI: “A casa de Zacarias se encontra sobre as montanhas da
Judéia... Naquele lugar existem duas igrejas... e entre estas igrejas jorra uma
fonte abundante de águas. No lugar da primeira igreja se diz que Isabel foi
saudada pela Bem-Aventurada Virgem Maria. Se diz também que no mesmo lugar foi
escondido o bem-aventurado João Batista no tempo do massacre dos inocentes. No
lugar onde se encontra a segunda igreja, nasceu João Batista” (Frei Giovanni
Fedanzola de Perugia, 1330).
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