A
história tradicional da conversão do rei e da nação armênia relata como
Gregório, filho de Anak, sendo um cristão convertido, sentindo culpa pelo
pecado de seu próprio pai, entrou para o exército armênio e trabalhou como
secretário do rei.
A conversão da Armênia começou no início
do século IV, tradicionalmente colocam a data de 301. O rei Tiridates III,
apenas havia conquistado o trono, em 294, se aliou ao imperador Diocleciano e,
conforme os usos da época, quis prestar homenagem a deusa Diana, que lhe havia sido
propícia naquela difícil empresa. Com ele os cortesãos também ofereceram dons,
exceto Gregório que quando chegou sua vez se recusou a fazê-lo, explicando ao
soberano que o Criador do Céu e da terra era o Pai de Nosso Senhor Jesus
Cristo. O rei então mandou tortura-lo durante 25 dias e o aprisionou no
calabouço subterrâneo em Khor Virap, na fortaleza de Artashat, cheia de répteis
venenosos.
Durante os anos de prisão de Gregório, o imperador
Diocleciano tentara seduzir a virgem Santa Rhipsime, a qual, para subtrair-se ao
perigo, fugiu de Roma acompanhada de umas 40 companheiras, buscando refúgio na
Armênia sob o amparo da abadessa Santa Gayana. A beleza da jovem atraiu a atenção
do rei Tiridates, que quis faze-la sua. Ante o rechaço de Santa Rhipsime, o rei
se enfureceu e mandou matá-la e à suas companheiras usando para isto suplícios cruéis.
Após este evento, ele caiu doente e,
segundo a legenda, adotou o comportamento de um javali, vagando sem rumo na
floresta. Khosrovidukht, irmã do rei, teve um sonho onde foi informada que
Gregório era o único capaz de curar o rei. Ele estava há 13 anos na prisão e as
chances de estar vivo eram pequenas, mas, ao ser resgatado ele estava vivo, apesar
de incrivelmente desnutrido. Ele fora mantido vivo por uma mulher de bom
coração que jogava um pedaço de pão todos os dias para ele.
Tiridates foi trazido até Gregório e foi
milagrosamente curado de sua doença, em 301. Persuadido pelo poder da cura, o
rei imediatamente proclamou o Cristianismo a religião oficial do Estado. E
assim a Armênia se tornou o primeiro país a adotar oficialmente o Cristianismo.
Para expiar a culpa pela morte de Santa Rhipsime, construiu uma igreja sobre seu
túmulo no monte Ararat.
Tiridates
nomeou São Gregório, o Iluminador, como catholicos
(líder máximo) da Igreja Católica Armênia. A interrupção da tradicional religião
pagã armênia pela oficialização do Cristianismo não foi fácil. Tiridates muitas
vezes teve que usar de força para impor a nova fé aos armênios e muitos
conflitos armados se seguiram, porque o politeísmo estava profundamente
enraizado no povo armênio. Uma batalha real ocorreu entre as forças do rei e da
facção pagã, resultando no enfraquecimento da força militar politeísta.
Tiridates passou o resto de sua vida
tentando eliminar todas as crenças antigas e destruiu inúmeras estátuas, templos
e documentos escritos. Como resultado, pouco é conhecido a partir de fontes
locais sobre a história e cultura armênias antigas. O rei trabalhou arduamente
para espalhar a fé e morreu em 330. O historiador Moisés de Chorene afirma que
vários membros das famílias nakharar (nobreza
armênia) conspiraram contra Tiridates e, eventualmente, o envenenaram.
Tiridates III, sua esposa, a rainha
Ashkhen e a irmã do rei, Khosrovidukht, tornaram-se santos da Igreja Católica Armênia e
sua festa é no sábado após o quinto domingo após o Pentecoste, geralmente em
torno de 30 de junho, onde o cântico Para
o Rei é entoado. Tiridates foi sucedido por seu filho Khaosrav III, o
Pequeno.
O Martirológio Romano não menciona
estes santos. Entretanto, eles aparecem na autorizada Bibliotheca Sanctorum e são festejados no dia 29 de novembro.
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