Anuarite
Nengapeta nasceu no dia 29 de dezembro de 1939. Era a quarta das seis filhas de
Amisi e Isude. A família de pagãos africanos da etnia Wadubu vivia na periferia
de Wamba, no Congo. Ao ser batizada em 1943, acrescentaram-lhe o nome Afonsina.
Na ocasião, também receberam esse sacramento sua mãe e quatro irmãs. A mais
velha nunca abraçou a doutrina católica. Seu pai até começou a preparar-se para
a conversão, mas depois desistiu, pois formou outra família enquanto trabalhava
como soldado do exército congolês.
A nova situação familiar refletiu pouco na
formação de Anuarite, que teve uma infância e adolescência consideradas
normais. Era vivaz e caridosa, de personalidade marcante e temperamento
amistoso e generoso. O nervosismo, porém, era o ponto fraco do seu caráter. Era
muito sensível e instável. Gostava de frequentar a igreja, ia à missa aos
domingos com a mãe e as irmãs. Em seguida, ficava estudando o catecismo para
poder receber a primeira comunhão, que ocorreu em 1948.
Desde criança Anuarite sabia bem o que
queria: certo dia, na escola primária, durante a recreação, aproximou-se da
professora e disse-lhe: “Quero o trabalho de Deus”. Dito e feito: não só levou
a cabo este trabalho, mas levou-o em frente até ao fim, dando a sua vida por
Cristo.
Iniciou os seus estudos e diplomou-se
junto ao colégio das Irmãs do Menino Jesus de Nivelles, missionárias na África.
Em 1957, decidiu ingressar na Congregação da Sagrada Família. Foi aceita e
durante o noviciado teve como orientador espiritual o Bispo de Wamba. Em 1959,
diplomou-se professora, vestiu o hábito e emitiu os votos definitivos, tomando
o nome de Maria Clementina. Desde então se dedicava e empenhava muito nas
funções que lhe eram destinadas: foi sacristã, auxiliar de cozinheira e
professora de uma escola primária. Devota extremada de Maria e de Jesus, vivia
feliz por ter-se consagrado ao seu serviço.
O Congo da época era governado pelos
brancos. Em 1960, havia uma grande campanha contra esse domínio europeu.
Fervilhava o ódio racial e não durou muito para traduzirem-se em barbárie os
ideais políticos. A revolução dos Simbas explodiu no ano seguinte, iniciando um
violento massacre para eliminar todos os europeus, seus amigos e colaboradores
negros.
No Convento de Bafwabaka, tudo era calmo
até 1964. Em agosto daquele ano, os rebeldes já tinham ocupado grande parte do
país. A cada dia avançavam mais, saqueando e matando milhares de civis
congoleses indefesos. Mais de cento e cinquenta missionários, entre sacerdotes,
religiosos e irmãos já haviam morrido também.
Os rebeldes chegaram ao convento em 29 de
novembro e levaram as trinta e seis integrantes da Sagrada Família, entre elas Irmã
Maria Clementina Anuarite, de caminhão, para Isiro. Na noite do dia 1º de
dezembro de 1964, o Coronel Olombe tentou seduzi-la. Mas ela se recusou a
satisfazer seus desejos carnais: “Eu prefiro morrer antes de cometer o pecado”.
Além disso, para defender a superiora, ameaçada de morte por causa da sua
rejeição, Anuarite dirige-se aos soldados com as seguintes palavras: “Matai-me
só a mim”. O Coronel Olombe a esbofeteou e golpeou com a coronhada do fuzil,
depois disparou, matando-a. Antes de perder os sentidos e diante da aproximação
da morte, encontrou forças para perdoar seu algoz: “Eu o perdoo... Tu não
percebes o que estás fazendo... O Pai te perdoe”.
O papa João Paulo II, durante sua viagem
ao Congo em 1985, beatificou Maria Clementina Anuarite Nengapeta. Tornou-se a
primeira mulher banto a ser elevada aos altares da Igreja Católica, cuja festa
deve ser no dia de sua morte. Na solenidade de beatificação, o sumo pontífice
definiu Anuarite como modelo de fidelidade para todos os católicos do mundo.
Depois, enalteceu sua castidade, e a igualou a Santa Inês, mártir do início da
cristandade, dizendo: "Anuarite é a Inês do continente africano".
Fontes:
http://www.paulinas.org.br
Este
resumo apareceu neste blog em 1 de dezembro de 2011.
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