domingo, 8 de maio de 2011

8 de Maio - Festa de Nossa Senhora do Sagrado Coração

    
     "Missionários do Sagrado Coração de Jesus" é uma Congregação religiosa de sacerdotes e irmãos leigos fundada com o objetivo de difundir o conhecimento e a prática da devoção ao Coração de Jesus, segundo revelação de Nosso Senhor a Santa Margarida Maria Alacoque. O lema da Congregação é "Ametur ubique terrarum Cor Jesu Sacratissimum" (que o Sagrado Coração de Jesus seja amado em todas partes).
Foi fundada em Issoudun, arquidiocese de Bourges, França, pelo Abade Jules Chevalier, no século XIX. Quando o Padre Chevalier era estudante, ele constituiu uma associação de seminaristas à qual deu o nome de Cavaleiros do Sagrado Coração e de Maria. Mais tarde, convenceu-se que Deus lhe pedia a fundação de um grupo de missionários, e iniciou uma novena a Nossa Senhora, juntamente com um de seus primeiros companheiros, o Padre Maugenest. Ambos fizeram uma promessa: caso sua oração fosse ouvida, propagariam a devoção ao Coração de Jesus e fariam "por todos os meios possíveis, que Maria fosse conhecida e amada de uma maneira especial".
     Ao terminar a novena à Virgem, obtiveram tantas generosas promessas (econômicas), que foi possível iniciar sua obra. Anos mais tarde eles poderiam dizer: "Nossa Senhora fez tudo em nossa Congregação".
A primeira imagem
     Durante o verão de 1857, na hora do descanso comunitário, o Padre Chevalier e seus companheiros discutiam os planos e as idéias sobre a nova igreja que estavam construindo. O fundador perguntou aos demais com que título Nossa Senhora deveria ser venerada no futuro santuário. Foram apresentadas várias propostas. Ele já estava quase decidido, após longas reflexões. Falou, portanto, de honrar a Virgem com o título de Nossa Senhora do Sagrado Coração, dando à escolha uma explicação. Para ele aquele título indicava que Maria Santíssima havia sido preferida entre todas as mulheres pelo Coração amante de Deus, que havia sido destinada a ser mãe dos homens para levá-los ao Coração de seu Filho. Enfim, que era Ela nossa poderosa advogada perante o Coração de seu Divino Filho. A idéia estava clara e era fácil de compreender. Todos se entusiasmaram.
     No início de 1861, quando eram feitos os preparativos para a inauguração da primeira parte das obras, o Padre Chevalier dispôs que fosse colocado um vitral policromado com a imagem de Nossa Senhora do Sagrado Coração. Esta foi a primeira imagem da invocação.
Expansão Universal
     O fundador dos Missionários do Sagrado Coração estava convencido de que propagar a devoção a Nossa Senhora do Sagrado Coração era um meio efetivo para cumprir a missão de sua Congregação de aproximar os homens do Coração de Jesus. A difusão da nova devoção foi realmente extraordinária.
     Em 1864, foi fundada uma associação de devotos, honrada com o título oficial de Arquiconfraria de Nossa Senhora do Sagrado Coração, sendo-lhe outorgadas numerosas indulgências. Milhares de devotos nela se inscreveram. Nem todos apreciaram o conteúdo teológico que lhe dava o Padre Chevalier; a muitos interessou mais o "poder de intercessão" de Nossa Senhora. Mas, o que preocupava o fundador era a indiferença religiosa e para opor-se a ela idealizou vários caminhos. A arquiconfraria era um deles, Nossa Senhora faria o resto.
     A popularidade da devoção a Nossa Senhora do Sagrado Coração foi um dos motivos que levou um bom número de jovens estrangeiros a pedir sua admissão na Congregação dos Missionários do Sagrado Coração.
     A sede central tanto da Congregação como da Arquiconfraria encontra-se em Roma.

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Nossa Senhora como Mãe amorosíssima e intercessora

     Não é sem motivo e sem boa razão que os servos de Maria a chamam de Mãe. Parece até que não sabem invocá-la com outro nome, nem se fartam de sempre lhe chamar de Mãe. Sim, Mãe, porque é verdadeiramente nossa Mãe, não carnal, mas espiritual, das nossas almas e da nossa salvação. (…)
     Mas, se Jesus é pai de nossas almas, Maria é a Mãe.
     Pois em nos dando Jesus, deu-nos ela a verdadeira vida. Em seguida proporcionou-nos a vida da divina graça, quando ofereceu no Calvário a vida do Filho pela nossa salvação. Em duas diferentes ocasiões tornou-se, portanto, Maria nossa Mãe Espiritual, como ensinam os Santos Padres. (…)
     Esta nossa amorosíssima Mãe sempre esteve toda unida à vontade de Deus. Assim viu o quanto o Eterno Pai amava os homens, observa S. Boaventura; conheceu também a sua vontade de entregar o próprio Filho à morte pela nossa salvação; soube do amor do Filho em querer morrer por nós.
     Para conformar-se com este amor do Pai e do Filho para com o gênero humano, Ela também com toda a sua vontade ofereceu e consentiu que o seu Filho morresse, a fim de que fôssemos salvos.
     Verdade é que Jesus quis ser o único a morrer pela redenção do gênero humano. “Eu calquei o lagar sozinho” (Is 63, 3). Mas viu como Maria desejava ardentemente tomar parte na salvação dos homens.
     Decidiu então que Ela, com o sacrifício e a oferta da vida do seu mesmo Jesus, cooperasse para nossa salvação, e deste modo viesse a ser Mãe de nossas almas.
     E isto quis dizer o nosso Salvador, quando, antes de expirar, olhando para sua Mãe e para o discípulo S. João, que estavam aos lados dEle, primeiramente disse a Maria: Eis o teu Filho! (Jo. 19.26). Queria dizer-lhe: Eis o homem que, pela oferta que fazes da minha vida pela sua salvação, já nasce para a graça. E depois, voltando-se para o discípulo, lhe disse: Eis tua Mãe! (Jo. 19.27). Com tais palavras, disse S. Bernardino de Sena, Maria foi feita Mãe, não só de S. João, mas também de todos os homens, por causa do amor que teve para com eles.(…)
     Nosso Senhor Jesus Cristo fez isso para significar que o Salvador nomeou Maria por Mãe universal de todos aqueles que, sendo cristãos, têm o nome de seus discípulos.

Extraído do livro: “Glórias de Maria”, de S. Afonso de Ligório


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     Mãe é a pessoa mais importante da terra. Ela não pode reivindicar para si a honra de ter construído a Catedral de Notre Dame. Ela não precisa. Ela construiu algo mais grandioso do que qualquer catedral - a morada para uma alma imortal, a perfeição do corpo minúsculo do seu filho.
     Os anjos não foram abençoados com tal graça. Eles não podem compartilhar do milagre criativo de Deus para gerar novos santos para o Céu. uma mãe humana pode. As mães estão mais perto de Deus Criador do que qualquer outra criatura; Deus une forças com as mães para realizar esse ato da criação.
     O que na boa terra de Deus é mais glorioso do que isso, ser mãe?

Cardeal Mindszenty


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