Ana
Maria Antônia Gesualda nasceu na bela cidade toscana de Siena, na Itália, em 29
de maio 1769. Era filha única de um conceituado farmacêutico de Siena. Quando
os negócios pioraram, a família foi obrigada a emigrar para Roma em busca de
melhores condições de vida. Os pais de Ana trabalharam no serviço doméstico em
casas particulares, enquanto a menina era internada em uma instituição que se
encarregava da educação de crianças sem recursos.
Durante
dois anos ela permaneceu nas Mestras Pias Filipinas, mas apenas conseguiu
rudimentos de leitura e escritura. Na idade de treze anos, Ana começou a ganhar
o pão com seu trabalho. Durante algum tempo esteve empregada em uma fábrica de
tecidos de seda e depois trabalhou no palácio dos Chigi, onde já estavam
empregados seus pais.
Mas
a vida mundana de luxo fácil que a cidade eterna proporcionava chegou a tentar
esta jovem. Conseguiu passar ilesa porque se casou, aos vinte e um anos, com
Domingos Taïgi, servidor do palácio Chigi. Ele era um homem piedoso, mas de
caráter difícil e grosseiro, que nunca compreendeu os dons especiais da esposa.
Vivendo
no ambiente da corte, o casal acabou buscando a felicidade fútil das festas,
vaidades, diversões e fortuna. Depois de três anos ela viu o vazio de sua vida
familiar e o quanto estava necessitada de Jesus. Foi a uma igreja e fez uma
confissão profunda com um sacerdote que se tornou seu diretor espiritual. Foi
então que ocorreu sua conversão.
Ana
Maria iniciou uma nova vida dedicada aos deveres cristãos e a procura da
santificação. Ela quis se entregar a duras penitências, mas o padre a fez
compreender que seu sacrifício consistia no amor e fidelidade ao sacramento do
casamento e no papel de mãe.
Por
49 anos ela, finíssima no trato, teve a oportunidade de exercitar continuamente
a paciência e a caridade. Conhecendo todo o valor do casamento e considerando-o
como uma altíssima missão recebida do céu, a Beata transformou a sua casa em um
verdadeiro santuário, onde Deus tinha o primeiro lugar. Dócil ao marido, fazia
com que nada faltasse à família e o pouco que tinha era sempre dividido
com os pobres e doentes que nunca deixou de ajudar.
A
sua família foi crescendo com a chegada de sete filhos, três dos quais morreram
ainda pequenos, e dos seus velhos pais. Mas ela encontrava tempo para ajudar
nas despesas da casa costurando sob encomenda. Mais tarde, quando a filha Sofia
ficou viúva com seis filhos, foi Ana Maria que os acolheu e criou dando-lhes
uma formação reta.
Ana
Maria era devotíssima da Ssma. Trindade, de Jesus Sacramentado e da Paixão de
Nosso Senhor; tinha uma terníssima devoção por Nossa Senhora. Em 26 de dezembro
de 1808, ingressou na Ordem Secular Trinitária e tornou-se fervorosa serva e
adoradora da SSma. Trindade.
Favorecida
com dons especiais da profecia, tornou-se conhecida por seus conselhos no meio
do clero. Ana Maria se tornou muito respeitada durante todos os quarenta e sete
anos em que "um sol luminoso
aparecia diante dos olhos, onde via os acontecimentos do mundo, os pensamentos
e as almas das pessoas", como ela mesma descrevia.
Foi
conselheira espiritual de vários sacerdotes, hoje todos Santos, como Vicente
Pallotti, Gaspar Del Búfalo, Vicente Maria Strambi, de nobres e outras
personalidades eclesiásticas ilustres.
Na
sua declaração juramentada, e que pode ser consultada no processo de
beatificação de Ana Maria, o Cardeal Pedicini se refere aos portentos que ele
presenciou nessa mulher extraordinária. Diz o citado Cardeal que Ana Maria Taïgi
via os pensamentos mais secretos das pessoas presentes ou ausentes; os
acontecimentos dos séculos passados, e a vida que levavam as mais importantes
personagens. Este dom era o conhecimento de todas as coisas em Deus, na medida
em que a inteligência humana é capaz de conhecê-lo nesta vida. E acrescenta o
Cardeal: "Me sinto impotente
para descobrir as maravilhas de quem fui confidente durante 30 anos".
A
Beata Ana Maria faleceu em 9 de junho de 1837. O Papa Bento XV a beatificou em
1920, designou sua celebração para o dia de sua morte e a declarou padroeira
das mães de família. O decreto de beatificação a aponta como: "prodígio único nos fastos da santidade".
O corpo da Beata Ana Maria Taïgi, que prodigiosamente se conservou incorrupto,
está guardado na Igreja de São Crisógono, em Roma, numa Capela a ela dedicada.
Revelações de Deus à Beata Ana Maria Taïgi
Deus
enviará ao mundo duas espécies de castigos. Primeiro virão vários castigos
terrenos: vão ser muito maus, mas serão mitigados e encurtados pelas orações e
penitências das almas santas. Haverá grandes guerras nas quais
morrerão pelo ferro milhões de pessoas (as duas Grandes Guerras do séc. XX?).
Mas depois destes castigos terrenos virá o celeste que será dirigido aos
impenitentes. Este castigo será muito mais horroroso e terrível, não será
mitigado por coisa alguma, atuará em todo seu rigor e será universal. Contudo,
em que este castigo consistirá Deus não o revelou a ninguém, nem mesmo aos Seus
mais íntimos amigos.
Trevas
excessivamente espessas se espalharão pelo mundo inteiro e envolverão a terra
durante três dias e três noites. Durante essas trevas será absolutamente
impossível distinguir-se qualquer coisa. O ar ficará empestado pelos demônios
que aparecerão sob todas as formas, as mais odiosas. Essa pestilência atingirá
não exclusivamente, mas bem principalmente, os inimigos da religião, ocultos ou
conhecidos, com exceção de alguns poucos que Deus converterá logo depois.
Enquanto
durarem as trevas será impossível a luz natural. Aquele que por curiosidade
abrir as janelas, olhar para fora, ou sair pela porta, cairá morto
instantaneamente. Durante esses dias devemos ficar em casa rezando o Rosário e
invocando a misericórdia de Deus. As velas bentas preservarão da morte, assim
como a invocação a Maria e aos Anjos.
(das
Atas de Beatificação de Ana Maria Taïgi)
Em
outra ocasião Nosso Senhor comunicou a Beata o grande e próximo triunfo de Sua
Igreja. Nosso Senhor disse-lhe: “Primeiro,
cinco grandes árvores têm de ser cortadas, a fim de que o triunfo possa vir.
Essas cinco grandes árvores são cinco grandes heresias”. A Serva de
Deus disse então: “Duzentos anos apenas
serão suficientes para que tudo isto aconteça?” Nosso Senhor respondeu: “Não levará tanto tempo quanto tu julgas”.
Corpo incorrupto da Beata na Igreja de São Crisógono |
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