sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Beatificada neste mês a mais nova mártir da pureza sob o jugo do comunismo


Vítima de brutais covardias, Verônica Antal sacrificou a própria vida para se manter fiel a Cristo

     Foi beatificada neste último sábado, 22 de setembro, na Igreja da Assunção em Nisiporesti, Romênia, a jovem Verônica Antal, mártir da pureza num contexto de grandes sofrimentos e perseguições contra os cristãos da sua terra.
Sob o jugo do comunismo
     Em sua época, cidadãos eram presos não somente por se oporem ao regime comunista que subjugava a Romênia, mas também por testemunharem a sua fé em Jesus Cristo: a convicção religiosa, aliás, era considerada pelos perseguidores comunistas como a “maior culpa” a ser castigada.
     A vida da comunidade católica romena foi posta à prova com dureza pela doutrina leninista-marxista, que excluía Deus e os valores cristãos do horizonte de vida das pessoas.
A inspiração profética de outra santa mártir da pureza
     A Beata Verônica estava lendo a biografia de Santa Maria Goretti, a mártir da castidade, sem saber que dentro de poucos dias ela própria teria o mesmo fim da jovem italiana: seria morta pelas mãos de um homem que queria violentá-la.
     Comentando a leitura, Verônica tinha confidenciado a uma amiga que se fosse necessário, ela também se comportaria do mesmo jeito que Santa Maria Goretti. Numa folha de papel, chegou a escrever: “Eu sou de Jesus e Jesus é meu”.
     De fato, para permanecer fiel a Jesus, Verônica preferiu a morte.
O tesouro da família

     A jovem era filha de agricultores de Nisiporesti, norte da Romênia, nasceu no dia 7 de dezembro de 1935, foi batizada no dia seguinte, Festa da Imaculada Conceição, e cresceu sob a grande influência da avó, Zarafina, que lhe ensinou a rezar e a frequentar a Santa Missa – não só dominical, mas diária, e exigindo um percurso a pé de 8 quilômetros até a igreja. A avó também ensinou a menina a fiar e costurar, o que permitiu que ela fizesse roupas típicas do seu país.
     Verônica era uma menina alegre que não faltava às aulas, mesmo precisando ajudar nos árduos trabalhos agrícolas da família. Junto com a Eucaristia, o rosário também fazia parte da vida da família.
A consagração a Jesus
     Foi nesse contexto de humildade, trabalho, família e fé que aos 16 anos Verônica sentiu o chamado de Jesus e o desejo de entrar no convento das Irmãs Franciscanas Missionárias de Assis, do vizinho vilarejo de Hălăuceşti.
     Mas o governo comunista suprimiu as ordens religiosas em toda a Romênia, inclusive o convento de Hălăuceşti. Verônica precisou, por isso, viver a vida de clausura em casa, reservando um quarto para se recolher em oração e tornando-se fiel seguidora da Ordem Terceira Franciscana, bem como da Milícia da Imaculada (fundada por São Maximiliano Kolbe). Ela emitiu de forma privada o voto de castidade.
     A jovem se tornou conhecida pela caridade para com os pobres, doentes, idosos e mães em dificuldade, além de dar catequese na paróquia. Seu lema era: “Esta é a vontade de Deus: a sua santificação”.
O martírio
     Na noite de 23 de agosto de 1958, Verônica foi para Hălăuceşti, onde seriam realizadas Confirmações no dia seguinte. No dia 24 de agosto, depois da Missa, as amigas ajudaram-na a ordenar a sacristia. No final da tarde, as amigas foram para casa, mas ela lhes disse que a precedessem, ela as seguiria mais tarde. As jovens que saíram antes chegaram a contar que Verônica estava inquieta e pálida naquele dia, como se pressentisse o que estava para lhe acontecer.
     O martírio se consumou no trajeto de 8 quilômetros de campos desertos que separavam a igreja da sua casa. Lá estava Pavel Mocanu, o jovem que começou a assediá-la com propostas indignas. Há tempos ele premeditava fazer mal a qualquer “freira”, como com desprezo definia Verônica e suas amigas. Do assédio, ele não tardou a partir para a violência assassina: inconformado com as recusas de Verônica, ele a deixou sangrando até a morte num milharal, depois de lhe desferir brutais e covardes 42 facadas.
     Seu corpo, inviolado, foi achado na manhã seguinte. A coroa do rosário ainda estava apertada entre os seus dedos.

“Viveu como santa e morreu como santa”
     A fama de santidade da jovem impulsionou as visitas ao local do seu martírio como se fosse um santuário.
     Verônica, a mártir romena da castidade sob o jugo do comunismo, se une agora à alva fila dos santos que defenderam a pureza com o sacrifício da própria vida:

Santa Maria Goretti, na Itália;
Beata Albertina Berkenbrock, no Brasil;
Beata Anna Kolesárová, na Eslováquia;
Beata Teresa Bracco, também na Itália, que resistiu à tentativa de estupro por parte de um soldado nazista;
Beata Carolina Kózka, na Polônia, que resistiu à violência sexual de um soldado das tropas russas que ocupavam o país na Primeira Guerra Mundial.

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