sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Nossa Senhora das Dores – 15 de setembro

    
     A Igreja comemora as dores da Santíssima Virgem na Semana da Paixão e no dia 15 de setembro.
     O culto a Nossa Senhora das Dores iniciou-se no ano 1221 no Mosteiro de Schönau, na então Germânia, hoje, Alemanha. A festa de Nossa Senhora das Dores como hoje a conhecemos, celebrada em 15 de setembro, teve início em Florença, na Itália, no ano de 1239 através da Ordem dos Servos de Maria, uma ordem profundamente mariana; foi autorizado que celebrassem uma festividade em memória das Sete Dores no terceiro domingo de setembro de todos os anos.
     Na Idade Média, havia uma devoção popular pelos cinco gozos da Virgem Mãe, e pela mesma época se complementou essa devoção com outra festa em honra a suas cinco dores durante a Paixão. Mais adiante, as penas da Virgem Maria aumentaram para sete e não só compreenderam sua marcha para o Calvário, mas também sua vida inteira.
     O Papa Bento XIII estendeu a solenidade a toda a Igreja, em 1727, com o nome das Sete Dores, mantendo-se a referência original da Missa e do ofício da Crucificação do Senhor.
     Santa Brígida da Suécia diz em suas revelações, aprovadas pela Igreja, que Nossa Senhora prometeu conceder sete graças a quem rezar, cada dia, sete Ave-Marias em honra de suas dores e lágrimas, meditando sobre elas.
     As promessas são:
1 - Porei a paz em suas famílias.
2 - Serão iluminados sobre os divinos mistérios.
3 - Consolá-los-ei em suas penas e acompanhá-los-ei em suas aflições.
4 - Conceder-lhes-ei tudo o que me pedirem, contanto que não se oponha a adorável vontade de meu divino Filho e a santificação de suas almas.
5 - Defendê-los-ei nos combates espirituais contra o inimigo infernal e protegê-los-ei em todos os instantes da vida.
6 - Assistir-lhes-ei visivelmente no momento da morte e verão o rosto de Sua Mãe Santíssima.
7 - Obtive de meu Filho, para os que propagarem esta devoção às minhas lágrimas e dores, sejam transladados desta vida terrena à felicidade eterna, diretamente, pois ser-lhes-ão apagados todos seus pecados e meu Filho e eu seremos sua eterna consolação e alegria.

Os sofrimentos de Maria e a salvação da humanidade
     A primeira dor de Maria é a profecia do velho Simeão. O evangelista Lucas narra as palavras que transbordam dos lábios do sábio Simeão: “Este menino vai causar queda e a elevação de muitos em Israel; ele será um sinal de contradição; a ti própria, uma espada te transpassará a alma, para que se revelem os pensamentos de muitos corações” (Lc 2, 34b-35). Nesta primeira dor percebemos a profunda união íntima de Maria com seu filho, ela se associa de forma profunda ao sofrimento e sacrifício redentor do Filho.
     Outro acontecimento que traz dor ao coração da Virgem Maria é a fuga com sua família para o Egito. Deus mais uma vez envia seu mensageiro. Desta vez, José, o esposo fiel é o destinatário, uma vez que Deus confiara a ele suas duas preciosidades: seu filho Jesus e Maria. José toma o Menino e a Mãe, e foge para o Egito, lá permanecendo até ser avisado. Maria se mostra forte, não foge dos perigos, dos sofrimentos, mostra-se Mãe amorosa e protetora do fruto de seu ventre.
     Os três dias que Jesus esteve ausente e foi encontrado no Templo, entre os doutores, é a dor da perplexidade e da ausência do Amado Filho.
     Durante a Paixão, as dores foram se avolumando: a Agonia no Horto, a Prisão, a Condenação, a Via Crucis. Alguns destes passos Ela não acompanhou pessoalmente, mas certamente os conhecia por sua íntima união com os sofrimentos do Salvador.
     O encontro com Jesus na Via Crucis foi dilacerante: como Ela gostaria de sofrer sobre si os golpes e o cansaço da caminhada! Mas foi um rápido e fortuito encontro, sem que Ela sequer pudesse aliviar suas feridas.
     Ao pé da cruz, Maria Santíssima acompanha ser crucificado Aquele que Ela conteve em seu ventre e em seu coração. Do alto do privilegiado madeiro, Nosso Senhor Jesus Cristo A constitui Mãe da humanidade.
     A dor lancinante quando o Divino Corpo de Jesus foi retirado da Cruz e colocado no túmulo, só lhe foi suportável em virtude da Fé e da certeza de que a Ressurreição estava próxima.
     Assim como Jesus Cristo se tornou o nosso Redentor por nos ter resgatado da escravidão do pecado e do demônio pelos merecimentos da sua Paixão, Maria Santíssima, pelos merecimentos das suas dores, também cooperou na causa da nossa salvação. Ela tornou-se Corredentora do gênero humano porque uniu voluntariamente os seus sofrimentos aos do seu Filho. “É exatamente o que Jesus Cristo declarou do alto da cruz, depositando nas mãos dela, como diz São Bernardo, todo o preço da Redenção, e proclamando-a Mãe de todos os fiéis na pessoa de João: Mulier, ecce filius tuus (Jo 19, 26) — ‘Mulher, eis aí teu filho’”.
     Nós também temos a felicidade de ser filhos desta grande Mãe e, por isso, alegremo-nos com ela pela glorificação das suas dores. Pois, se a Paixão de Cristo foi o ato supremo do amor de Deus pela humanidade, os sofrimentos da Virgem das Dores formaram o insuperável ato de amor humano para com Deus e para com toda a humanidade. Sendo assim, sejamos sempre fiéis devotos da Virgem Maria, reconhecendo-a como criatura mais abrasada em amor, como verdadeira Rainha dos Mártires e Corredentora da salvação do gênero humano.
     Peçamos a Nossa Senhora a graça de sermos fortes diante dos sofrimentos da vida e perseverarmos na contemplação dos sofrimentos de seu Divino Filho, para, a seu exemplo, acompanha-Lo até a morte, fieis aos seus ensinamentos.

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