A
Igreja comemora as dores da Santíssima Virgem na Semana da Paixão e no dia 15
de setembro.
O culto a Nossa Senhora das
Dores iniciou-se
no ano 1221 no Mosteiro de Schönau, na então Germânia, hoje, Alemanha. A festa de Nossa
Senhora das Dores como hoje a conhecemos, celebrada em 15 de
setembro, teve início em Florença, na Itália, no ano de 1239
através da Ordem dos Servos de Maria, uma ordem profundamente mariana; foi
autorizado que celebrassem uma festividade em memória das Sete Dores no
terceiro domingo de setembro de todos os anos.
Na Idade Média, havia uma devoção popular
pelos cinco gozos da Virgem Mãe, e pela mesma época se complementou essa
devoção com outra festa em honra a suas cinco dores durante a Paixão. Mais adiante,
as penas da Virgem Maria aumentaram para sete e não só compreenderam sua marcha
para o Calvário, mas também sua vida inteira.
O Papa Bento XIII estendeu a solenidade a
toda a Igreja, em 1727, com o nome das Sete Dores, mantendo-se a referência
original da Missa e do ofício da Crucificação do Senhor.
Santa Brígida da Suécia diz em suas
revelações, aprovadas pela Igreja, que Nossa Senhora prometeu conceder sete
graças a quem rezar, cada dia, sete Ave-Marias em honra de suas dores e
lágrimas, meditando sobre elas.
As promessas são:
1
- Porei a paz em suas famílias.
2
- Serão iluminados sobre os divinos mistérios.
3
- Consolá-los-ei em suas penas e acompanhá-los-ei em suas aflições.
4
- Conceder-lhes-ei tudo o que me pedirem, contanto que não se oponha a adorável
vontade de meu divino Filho e a santificação de suas almas.
5
- Defendê-los-ei nos combates espirituais contra o inimigo infernal e
protegê-los-ei em todos os instantes da vida.
6
- Assistir-lhes-ei visivelmente no momento da morte e verão o rosto de Sua Mãe
Santíssima.
7
- Obtive de meu Filho, para os que propagarem esta devoção às minhas lágrimas e
dores, sejam transladados desta vida terrena à felicidade eterna, diretamente,
pois ser-lhes-ão apagados todos seus pecados e meu Filho e eu seremos sua
eterna consolação e alegria.
Os sofrimentos de
Maria e a salvação da humanidade
A primeira dor de Maria é a profecia do
velho Simeão. O evangelista Lucas narra as palavras que transbordam dos lábios
do sábio Simeão: “Este menino vai causar
queda e a elevação de muitos em Israel; ele será um sinal de contradição; a ti
própria, uma espada te transpassará a alma, para que se revelem os pensamentos
de muitos corações” (Lc 2, 34b-35). Nesta primeira dor percebemos a
profunda união íntima de Maria com seu filho, ela se associa de forma profunda
ao sofrimento e sacrifício redentor do Filho.
Outro acontecimento que traz dor ao
coração da Virgem Maria é a fuga com sua família para o Egito. Deus mais uma
vez envia seu mensageiro. Desta vez, José, o esposo fiel é o destinatário, uma
vez que Deus confiara a ele suas duas preciosidades: seu filho Jesus e Maria. José
toma o Menino e a Mãe, e foge para o Egito, lá permanecendo até ser avisado. Maria
se mostra forte, não foge dos perigos, dos sofrimentos, mostra-se Mãe amorosa e
protetora do fruto de seu ventre.
Os três dias que Jesus esteve ausente e
foi encontrado no Templo, entre os doutores, é a dor da perplexidade e da
ausência do Amado Filho.
Durante a Paixão, as dores foram se
avolumando: a Agonia no Horto, a Prisão, a Condenação, a Via Crucis. Alguns destes
passos Ela não acompanhou pessoalmente, mas certamente os conhecia por sua
íntima união com os sofrimentos do Salvador.
O encontro com Jesus na Via Crucis foi
dilacerante: como Ela gostaria de sofrer sobre si os golpes e o cansaço da caminhada!
Mas foi um rápido e fortuito encontro, sem que Ela sequer pudesse aliviar suas
feridas.
Ao pé da cruz, Maria Santíssima acompanha ser
crucificado Aquele que Ela conteve em seu ventre e em seu coração. Do alto do
privilegiado madeiro, Nosso Senhor Jesus Cristo A constitui Mãe da humanidade.
A dor lancinante quando o Divino Corpo de
Jesus foi retirado da Cruz e colocado no túmulo, só lhe foi suportável em virtude
da Fé e da certeza de que a Ressurreição estava próxima.
Assim como Jesus Cristo se tornou o nosso
Redentor por nos ter resgatado da escravidão do pecado e do demônio pelos
merecimentos da sua Paixão, Maria Santíssima, pelos merecimentos das suas
dores, também cooperou na causa da nossa salvação. Ela tornou-se Corredentora
do gênero humano porque uniu voluntariamente os seus sofrimentos aos do seu
Filho. “É exatamente o que Jesus Cristo
declarou do alto da cruz, depositando nas mãos dela, como diz São Bernardo,
todo o preço da Redenção, e proclamando-a Mãe de todos os fiéis na pessoa de
João: Mulier, ecce filius tuus (Jo 19, 26) — ‘Mulher, eis aí teu filho’”.
Nós também temos a felicidade de ser
filhos desta grande Mãe e, por isso, alegremo-nos com ela pela glorificação das
suas dores. Pois, se a Paixão de Cristo foi o ato supremo do amor de Deus pela
humanidade, os sofrimentos da Virgem das Dores formaram o insuperável ato de
amor humano para com Deus e para com toda a humanidade. Sendo assim, sejamos
sempre fiéis devotos da Virgem Maria, reconhecendo-a como criatura mais
abrasada em amor, como verdadeira Rainha dos Mártires e Corredentora da
salvação do gênero humano.
Peçamos a Nossa Senhora a graça de sermos
fortes diante dos sofrimentos da vida e perseverarmos na contemplação dos
sofrimentos de seu Divino Filho, para, a seu exemplo, acompanha-Lo até a morte,
fieis aos seus ensinamentos.
Fontes:
Nenhum comentário:
Postar um comentário