sábado, 15 de dezembro de 2018

Beata Margarida Fontana, Virgem – 15 de dezembro

     Todos nós, mesmo os mais generosos e complacentes, pacientes e até despreocupados, sempre nos apegamos a algo e com ciúmes retemos mais do que o valor material que o objeto justifica. É um livro, um objeto de lembrança, ou um vestido, ou talvez uma delicadeza. Generosos, ou indiferentes, de mil outras coisas, preservamos e defendemos o único, ou os poucos, como se fosse um tesouro único.
     Não surpreende, portanto, que Alessandro Fontana, que também era generoso em tudo como um bom cristão que era, afetuoso pai de família, e também, não menos importante, como um bom habitante de Modena, se ressentisse quando encontrou na adega o barril de seu vinho favorito vazio.
     Era um bom vinho, habilmente envelhecido, e ele o guardara para as festas, talvez para o Natal ou para o Ano Novo. Quem o havia consumido até a última gota não havia sido um ladrão, nem mesmo algum gourmet. Fora sua irmã Margarida, que ia ao barril quase diariamente, para dar aos pobres um pouco de vinho.
     Naquela ocasião, o irmão, que também era generoso, estava zangado, e Margarida, que de alguma forma se sentia culpada, embora o fizesse para algo bom, tremeu. Ela rezou mentalmente e teve uma inspiração rápida. Ela pediu a seu irmão que a seguisse até a adega; foram, se aproximaram do barril e - incrível! - ela percebeu, e o seu irmão também, que o barril estava cheio de novo, e o vinho era tão bom quanto antes, senão melhor.
     Margarida Fontana, nasceu em Modena por volta de 1440 e ficou órfã muito jovem. Seu irmão, já casado, a levou para sua casa, e esse ato de generosidade, continuado ao longo de sua vida, foi recompensado de acordo com o mérito.
     A casa hospitaleira pareceu, de fato, tornar-se o alvo de todas as bênçãos dos céus, para atraí-las, como um para-raios atrai choques elétricos, era necessária uma antena de grande alcance. E este foi constituído, neste caso, pelas orações e boas obras de que Margarida Fontana era uma fonte incansável.
     Em sua vida, ela seguiu o sistema infalível dos dois pesos e medidas: severa consigo mesma, generosa com os outros; reservava os espinhos para si, aos outros oferecia as rosas.
     Mencionamos sua caridade para com os pobres, que às vezes até ameaçava a paz familiar. Pode-se acrescentar que nas obras de misericórdia corporal ela acrescentou a prática da caridade espiritual, consolando e ensinando, corrigindo e convertendo. Além do barril inexplicavelmente cheio, outros episódios milagrosos, que a tiveram como protagonista, são relatados em Modena, onde passou toda a sua longa vida de 73 anos, até 1513, e até o fim rica de obras excelentes, e de frutos de bênçãos.

Fonte: www.santiebeati/it

Nota: A figura acima é apenas ilustrativa, por não termos nenhuma gravura relativa à Beata Margarida Fontana;


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