quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Venerável Anita Cantieri, Virgem da Ordem Carmelita Descalça Secular (alma reparadora) – 12 de dezembro

     
     A Venerável Anita Cantieri nasceu no Município de Lucca, na Província da Toscana, Itália, em 30 de março de 1910. Ela foi a última de uma família de mais sete irmãos e três irmãs, em um total de 11 filhos. Sua família era profundamente religiosa, de forma tal que iniciaram o seu catecismo muito cedo: aos cinco anos de idade ela já era considerada pronta para receber a Primeira Eucaristia.
     Dos 11 aos 18 anos, ela estudou sob a orientação das irmãs de Santa Dorotéia em Lucca. Aos 12 anos de idade, ela decidiu se tornar religiosa e aí muitas transformações ocorreram dentro dela, transformações estas que ela mesma definiu como sendo a sua conversão para Deus.
     Enquanto os anos se passavam, tornou-se notório a todos, na sua escola ou na sua Paróquia, que ela era sempre a primeira a tomar as iniciativas espirituais de senso comum, sempre encorajando suas amigas e companheiras, especialmente através do próprio exemplo de vida que dava. E assim ela se preparava para a sua total consagração à Deus através da vida religiosa.
     Em 24 de maio de 1930, Anita tornou-se postulante nas Irmãs Carmelitas de Santa Teresa. Desde o dia que ingressou, ela sempre demonstrou que possuía uma profunda vida interior e mostrou cada um dos sinais de que se tornara uma perfeita religiosa. Tudo fazia com alegria, muito cuidado e exatidão. Era especialmente devota à Eucaristia, perpetuamente exposta à adoração aos fiéis na igreja localizada ao lado do Convento.
     Apenas três meses após sua entrada no convento, adoeceu seriamente. Seus superiores foram forçados a enviá-la para sua casa. Ela retomou sua vida como leiga, sempre cheia de esperança de que sua enfermidade passasse e ela pudesse voltar ao Carmelo. Isto foi uma grande provação para Anita, porém ela aceitou com resignação a vontade de Deus.
     Em seu diário ela relatava como a sua doença física não afetava a sua calma e, na realidade, ela agradecia a Deus por tê-la feito entender que a vocação Carmelita dela era para ser vivida na sua família, onde não faltava clausura, cela ou mortificação.
     Para se tornar uma santa conforme a Espiritualidade Carmelita, seu diretor espiritual, Monsenhor Pasquinelli, a matriculou na Ordem Terceira Secular de Nossa Senhora do Monte Carmelo e Santa Teresa em 1º de julho de 1935. Como Carmelita, ela chamou-se Teresa do Menino Jesus.
     Em 25 de agosto de 1936, tornou-se membro de Regnum Christi, uma associação de leigos orientada para o apostolado. De acordo com a sua compreensão do significado da vida, ela entendeu que uma vida de oração e meditação é um momento especial de união com Deus, aceitação generosa e serena dos seus sofrimentos emocionais e físicos de todos os dias e orações oferecidas à conversão das almas, bem como pela santificação dos padres e das almas consagradas a Deus.
     Sua condição física piorou e no início de 1942 tornava-se claro que o seu tempo aqui na terra não duraria muito. Comenta-se até que ela previu o dia e a hora da sua morte. A morte de Anita Cantieri se deu às 10 horas da manhã de 24 de agosto de 1942.
     Apesar de não haver eventos extraordinários na sua vida, ela se destacou pelo seu desejo ardente de imitar a Cristo e atingir o auge da perfeição cristã. De fato, ela escreveu em seu diário: “Eu não quero permanecer medíocre na fé. Eu quero me tornar uma santa e como a Glória de Deus se correlaciona com a minha santidade espiritual, eu desejo alcançar isso de maneira grandiosa”.
     Dois outros pontos importantes emergiram no processo da sua beatificação. Primeiro, ela se deixou guiar pela fé verdadeira em todos os seus pensamentos e atitudes. Ela sempre aderiu com todas as suas forças às verdades da religião. Em particular, ela se sentiu fortemente atraída pelos mistérios da Santíssima Trindade, da Eucaristia, da morte redentora do Cristo e da vida da Virgem Santíssima. Em todas as suas ações, foi profundamente animada pelo desejo de realizá-los para a glória de Deus e a salvação das almas. 
     A segunda consideração foi destacada durante os julgamentos canônicos. Anita, apesar de acometida de tuberculose pulmonar e abdominal, e limitada a conseguir sentar-se em uma cadeira de tempos em tempos, era intensamente interessada no bem-estar espiritual dos outros e no apostolado da igreja.    
     Padre Simeão da Sagrada Família, o postulador da ordem descalça, escreveu sobre este aspecto notável da sua vida: “Ela também sentiu um desejo vívido de comunicar sua fé aos outros. Consequentemente, ela teve um zelo particular por espalhar o reino de Deus e tornou-se um ajudante eficaz do Pastor. Preocupava-se com a instrução de adultos na fé e na vida de oração. Ela trabalhava pela salvação dos pecadores, garantindo que o Viático era dado a tempo a todos os necessitados”.
     Anita devotou-se de todo o coração à vocação que descobriu no seu leito de doente: participação nos sofrimentos de Jesus Crucificado pela salvação dos outros. Esta união com Jesus na Cruz, juntamente com o amor d’Ele no Sagrado Sacramento e o amor por Maria, foram as grandes devoções de sua vida.
     Ela realizou um apostolado impressionante do seu leito de doença. Pessoas que inicialmente iam consolar a sofredora, eram confortadas, aconselhadas e encorajadas por Anita. No final de sua vida, havia uma corrente constante de visitantes no seu leito. Anita tornou-se uma fonte de graça para todos que dela se aproximavam. Ele se tornou Venerável no dia 12 de dezembro de 1991.
     O pensamento de que existem almas que, por sua própria culpa, caem no inferno, me faz tremer de compaixão. A todo custo quero evitá-lo, oferecendo a mim mesma por eles como sacrifício de adoração e reparação. Para amar a Deus e torná-lO amado por muitas e muitas almas em eterna alegria, eu pouco me importaria de uma eternidade de sofrimentos”.
     Para agradecer por uma única comunhão, uma vida inteira empenhada no serviço de Deus não seria suficiente. E Jesus se dá para mim todos os dias!”

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