Nos anos difíceis que se seguiram à
insurreição na zona da Polônia sob o domínio russo, Ludwika não pode frequentar
a escola. Entretanto, aprendeu a ler e a escrever e recebeu cuidadosa educação
religiosa. Passou a infância perto de um pequeno santuário de Nossa Senhora e
de Santo Antônio em Zuromin. Aos doze anos perdeu a mãe e até os 17 anos viveu
com seu pai e sua segunda esposa. Seu pai desejava que ela se casasse, motivo
que levou Ludwika a deixar a casa paterna e se instalar em casa de parentes em
Mlawa, onde trabalhou como costureira, à espera de se concretizar seu sonho de
dedicar a própria vida a Deus como religiosa.
Em 1886 participou dos exercícios
espirituais dirigidos pelo Pe. Onorato de Biala, capuchinho (Beato desde 1988) em
Zakroczym, onde conheceu Madre Eleonora Motylowska, a cofundadora e superiora
geral da Congregação das Servas de Jesus. Ingressou nesta congregação e depois
de um período de formação em Varsóvia, trabalhou em Lublino como governanta da
casa das jovens. Embora as autoridades dos dominadores russos proibissem
qualquer tipo de atividade religiosa, ela ensinava clandestinamente as jovens,
sustentava sua fé e lhes dava uma boa educação. Foi obrigada a deixar Lublino
quando sua atividade foi descoberta e voltou a Varsóvia por um breve período.
Em 1893 um sacerdote, Pe. Józef Sebastian
Pelczar, solicitou que algumas irmãs viessem trabalhar na casa das jovens de Cracóvia.
Irmã Ludwika vai para Cracóvia junto com a Irmã Faustina Rostkowska, para
trabalhar como governanta. Ali desenvolveu um trabalho de grande zelo e amor.
Em 15 de abril de 1894 o Pe. Pelczar fundou
a Congregação das Servas do Sagrado Coração de Jesus e Irmã Ludwika foi eleita
superiora e mestra das primeiras irmãs. Em 2 de julho de 1895 ela fez a
profissão religiosa nesta congregação, escolhendo Santa Clara como patrona de
sua vida. Enquanto serva do Sagrado Coração de Jesus, Irmã Clara foi sempre
zelosa das necessidades do próximo e sob a ação do Espírito Santo participava
das preocupações do Pe. Pelczar com a sorte das domésticas, dos operários e dos
doentes. Graças a ela as orientações do Fundador tiveram expressão duradora na
espiritualidade e nos trabalhos apostólicos das Servas do Sagrado Coração de
Jesus.
No primeiro capítulo geral da congregação
em 1907, Madre Clara foi eleita superiora geral. No segundo capítulo foi
reeleita. Como superiora geral da congregação, visitava as casas e os locais de
trabalho das irmãs. Apesar das condições sociais e históricas difíceis, o número
de religiosas e de casas aumentavam sempre. Sua preocupação contínua era o bem
das religiosas, sua preparação profissional, intelectual e espiritual, a fim de
aprimorar a qualidade do trabalho que desempenhavam nas obras apostólicas da
congregação.
Madre Clara foi sempre dedicada a Deus;
cheia de humildade e sempre pronta para servir ao próximo sinais visíveis do
seu amor a Deus. “Tudo para o Coração de Jesus” era a sua palavra de ordem e
seu programa de vida. Ficou na direção da congregação por 22 anos, até o fim de
sua vida. Faleceu no dia 7 de fevereiro de 1916 em Cracóvia.
O Pe. Józef Sebastian Pelczar, que fora
nomeado bispo auxiliar de Przemyśl em 1899 e ordinário da diocese um ano
depois, foi beatificado em 2 de junho de 1991 e canonizado em 18 de maio de
2003 por João Paulo II.
Em 25 de março de 1995 foi iniciado o
processo de beatificação de Madre Clara, concluído em 15 de abril de 1995, no
102º aniversário de fundação da congregação.
Madre Clara foi beatificada em 27 de
setembro de 2015, após a aprovação de um milagre obtido por sua intercessão.
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