Santa
Fortunata não é mencionada no Martirológio Romano moderno, mas o seu nome constava
das edições anteriores. Sabe-se que foi uma jovem convertida ao cristianismo,
que viveu em Palestrina, próximo de Roma, em torno do ano 200 d.C.
A jovem Fortunata foi capturada pelos
guardas romanos quando se dirigia a Roma, onde foi torturada e martirizada no
mês de outubro de 200 por causa de sua fé. Seu corpo, com um tecido embebido em
seu sangue, foi encontrado nas Catacumbas de Santa Ciríaca de Roma, onde
permaneceu, com toda probabilidade, até 1790.
Em 29 de janeiro de 1790, o Cardeal
Saverio Cristiani, assistente do trono papal, enviou as sagradas relíquias da
Santa, contidas em uma caixa de madeira, para os habitantes de Baucina, com uma
bula papal do Papa Pio VI.
O
pároco de Baucina havia solicitado a transladação das relíquias da santa mártir
para aquela cidade, devido a idênticos sonhos relatados pela Irmã Maria
Celafani, superiora do Colégio de Maria de Baucina, e pelo Pe. Alfio Caruso,
confessor daquele Colégio.
Em
ambos os sonhos, Santa Fortunata, com a aparência de uma adolescente, pedia ser
transportada para a Sicília e ali venerada. Revelava também que no século XVIII
haveria muitas conversões e deixou esta mensagem: “Vai haver uma virgem mártir venerada em Baucina”. Os detalhes do
sonho da madre superiora permitiram deduzir que o corpo da jovem dos sonhos se
tratava das relíquias de Santa Fortunata.
É historicamente certo que a data da
chegada do corpo de Santa Fortunata em Baucina é 14 de fevereiro (dia em
que se comemora sua Festa Litúrgica) de 1790.
E desde os primeiros dias da chegada de
suas relíquias o povo de Baucina sentiu a grande intercessão da Santa mártir
num primeiro milagre, seguido de muitos outros prodígios testemunhados pelos
numerosos ex votos.
Por volta de 1840 as relíquias foram recompostas
no corpo que atualmente se pode ver e venerar na artística urna conservada na
Igreja de Nossa Senhora da Lâmpada, no Colégio de Maria, em Baucina, fundada em
1728-1737.
Para a reconstrução das relíquias, segundo
foi mencionado por duas testemunhas, se supõe, mas sem ter a certeza, dois
médicos de Baucina enfrentaram juntos a árdua tarefa “de restaurar o corpo de
Santa Fortunata”, sendo que as datas mencionadas por ambas as testemunhas se
referem ao período em torno de 1840.
Para conhecermos a data da procissão de
Santa Fortunata pela rua principal como padroeira de Baucina, contamos com uma
resolução do Conselho da Cidade de Baucina em 9 de abril de 1870, quando ela foi
proclamada Padroeira de Baucina, tendo já a cidade São Marcos como padroeiro
principal. Em 1880, obteve-se da Sagrada Congregação dos Ritos a permissão para
celebrar, no altar sagrado onde repousam os seus restos mortais, a Santa Missa solene
em honra à mártir Santa Fortunata.
Sua festa litúrgica é fixada em 14 de
fevereiro, dia da chegada das relíquias em Baucina, enquanto a festa como padroeira
é realizada no segundo domingo de setembro.
A festa da padroeira e do culto da santa são
promovidos pela Irmandade de Santa Fortunata, erguida em dezembro de 1968; como
muitos outros eventos similares na Sicília, em uma procissão a urna contendo as
relíquias da Santa é colocada em um precioso andor carregado pelos fiéis.
Com a emigração de pessoas do sul da
Itália, o culto desta Santa chegou à Grã-Bretanha, Toronto (Canadá), Valencia
(Venezuela).
Milagres da época:
–
Seu corpo, apesar de muito dilacerado pelo martírio estava incorrupto, mesmo
após 1590 anos de sua morte.
–
A reconstrução do corpo foi feita em 1840 pelo Dr. Bicolò, médico grego que por
conhecer bem a anatomia humana se dispôs a fazê-la. Levou o corpo para sua casa
(clínica), pois seria um trabalho delicado. Constatou assim que iniciou a
árdua tarefa que a artéria da pequena Fortunata continha sangue líquido,
ficando assim mais difícil ser feita a reconstrução.
–
Em 1980 o cavaleiro De Luca doou um terreno para a construção da Casa das
Crianças e de Caridade Santa Fortunata, porque seu avô Dr. Joaquim De Luca, dos
Barões de Termini Imerese, em 1840 recompôs o corpo da jovem.
De acordo com o cavaleiro De Luca, a recomposição
teria acontecido na casa da família De Luca Via Umberto I, no distrito de
Baucina.
Como pode ser constatado, havia também
dois médicos reconstruindo seu corpo dilacerado, pois os dois testemunharam a
reconstrução no mesmo ano. Isso é aceitável, visto que não deve ter sido nada
fácil recompor um corpo faltando pedaços pelo martírio e que ainda sangravam
como se tivesse acabado de acontecer sua morte.
Ainda nos dias de hoje pode ser visitada
na Igreja de Nossa Senhora da Lâmpada no Colégio de Maria, em Baucina. Lá
constam os milagres atuais concedidos por essa virgem mártir que deu sua vida
pela fé em Jesus Cristo.
Fontes:
santafortunata.org
www.santiebeati.it/
https://segundauniaonews.wordpress.com
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