Regina
era filha de Peter Protmann e Regina Tingels, ambos descendentes de famílias
ricas e católicas. Nasceu em 1552, na cidade de Braunsberg, hoje Braniewo,
Polônia. Seu primeiro biógrafo, o jesuíta Engelbert Keilert, descreveu-a como
elegante, forte, hábil; sabia ler e escrever. Seu tio era um dos membros do
governo.
No século em que Regina viveu a Europa passava por intensas e tumultuadas
mudanças: os movimentos da Pseudo-Reforma Protestante e da Contra-Reforma da
Igreja Católica. Foi o grande cisma que incluiu luta armada e dividiu a
Cristandade entre católicos e protestantes.
Os pais proporcionaram uma boa educação intelectual, moral e religiosa à jovem.
Era hábito da família se reunir à noite junto da lareira, onde o pai narrava a
história dos povos, a vida dos Santos e ensinava religião aos filhos.
Regina era uma filha amorosa e obediente. Da vida dos Santos narrada por seu
pai, era a de Santa Catarina de Alexandria, virgem e mártir dos primeiros
tempos, a que Regina mais gostava, talvez porque esta Santa fosse padroeira de
sua cidade e por ter sido batizada na Igreja dedicada a ela. Assim, no seu
íntimo, havia decidido imitar a Santa em sua total adesão a Jesus.
Regina cresceu bonita, vaidosa e inteligente, apreciando as roupas elegantes,
as diversões e festas, como todas as jovens de sua condição social. Graças à
sua liderança, se sobressaia às demais amigas.
O forte chamado ocorreu aos 19 anos de idade. Regina deixou o conforto da casa
paterna, renunciou a um vantajoso casamento e com duas companheiras foi morar
numa casa quase em ruínas, à Rua da Matriz, para viver na oração, na
penitência, na pobreza, e servir a Deus no próximo: os doentes, os pobres e as
meninas abandonadas, carentes de instrução.
Isto atraiu muitas jovens desejosas de seguir a vida religiosa como ela. Regina
criou escolas e com suas companheiras começou a tratar dos doentes em seus
domicílios e em hospitais.
Segundo seu primeiro biógrafo, ela “rezava na verdade e incessantemente”. A
oração prepara o terreno para a ação. “Ao abrir o coração ao amor de Deus,
abre-o também ao amor dos irmãos, tornando-nos capazes de construir a história
segundo o desígnio de Deus” (Novo millennio incunte, 33).
Após 12 anos de vida em comum, auxiliada
pelos Padres Jesuítas, Regina elaborou uma Regra de vida para uma família
religiosa contemplativa e ativa, algo inédito para aquele tempo, colocada sob a
proteção de Santa Catarina de Alexandria, Virgem e Mártir, a qual foi aprovada
pelo Bispo Martinho Kromer, em 18 de março de 1583.
Uns vinte anos mais tarde, de acordo com as necessidades e as orientações do
Concílio de Trento, a primeira Regra foi reformulada e recebeu aprovação
pontifícia em 12 de março de1602, e sua obra passou a chamar-se Congregação de
Santa Catarina V. e M. A fundadora foi eleita Superiora.
Além do Convento de Braniewo, Madre Regina fundou mais conventos em localidades
vizinhas: Orneta, em 1586; Lidzbark, em 1587 e Reszel, em 1593.
Depois de 30 anos trabalhando pela expansão de sua obra, Madre Regina retornou
doente ao seu primeiro convento de Braunsberg, após uma viagem realizada no
inverno. Uma longa e sofrida doença causou seu falecimento no dia 18 de janeiro
de 1613.
Somente três séculos após sua morte, em
1957, foi iniciado o processo para a sua beatificação. Foi beatificada durante
a visita de João Paulo II à Polônia em 1999, na cidade de Varsóvia. A Beata
Madre Regina Protmann é festejada por toda a Cristandade no dia de sua morte. Suas
relíquias são veneradas em Grottaferrata desde o século XX.
*
Braunsberg em 1684 |
Em 1645 foi fundado mais um Convento em Krakes, na Lituânia. Também lá, as
sucessivas tempestades dos séculos seguintes, até nossos dias, não conseguiram
aniquilar o frágil rebento.
Além do cuidado dos doentes, dos pobres e dos órfãos, as Irmãs sempre se
dedicaram à formação da juventude feminina. Em 1709, uma peste avassaladora
caiu sobre aquela região. Várias Irmãs pereceram vítimas do cuidado aos doentes
contagiados.
Por ocasião do surgimento do Iluminismo e do Absolutismo, as ordens religiosas
sofreram repressões políticas, desde o confisco de bens, proibição de admitir
novos membros, até a completa supressão. As Irmãs de Santa Catarina gozaram de
certa proteção por se dedicarem ao ensino. Estes conflitos causaram grande
pobreza e divisão interna entre elas, de modo que a Congregação quase
desapareceu.
Os bispos do Ermland deram apoio e proteção à Congregação através dos tempos,
chegando mesmo a intervir nela com medidas disciplinares.
O início do século XIX viu nascer na Igreja muitas novas
congregações religiosas de cunho apostólico e missionário. Nesse tempo, com o
auxílio de alguns bispos e dos Padres Jesuítas a Congregação passou por uma
verdadeira nova fundação e expansão, sob a liderança das superioras gerais Rosa
Schrade e Apolônia Sthurmann.
Uma cidade após outra foi solicitando a colaboração das Irmãs e assim foram
fundadas muitas outras casas religiosas das Irmãs de Santa Catarina,
primeiramente nas proximidades da região onde foi fundada e depois até em
outros países.
Além dos serviços domésticos, dedicavam-se aos serviços das Igrejas, à educação
das crianças e jovens e ao tratamento dos doentes. Para este fim, fundaram escolas
e hospitais, exercendo forte influência cultural no desenvolvimento das
localidades onde viviam e atuavam.
Em 1897, atendendo à solicitação dos frades franciscanos de Petrópolis, RJ,
chegaram ao Brasil. Em 1901 foi fundada uma comunidade na Inglaterra, onde
ficaram alguns anos. Em 1908 chegaram a Berlim, desenvolvendo sempre os mesmos
serviços assistenciais e religiosos.
Na Segunda Guerra mundial a Congregação sofreu um golpe terrível justamente
naquela região, o norte da Alemanha, onde foi fundada e estava muito
florescente. Mais de cem Irmãs foram mortas, e as outras, quase todas, tiveram
que fugir. Após a Guerra, aos poucos foram se reencontrando e se reorganizando
na Alemanha Ocidental. O pequeno grupo que ficou na parte oriental também
subsistiu e continuou a crescer ainda que clandestinamente, sob um regime
político que tolhia a liberdade religiosa.
Divididos os territórios em decorrência da mesma Guerra, Braunsberg, cidade que
foi o berço da Congregação, passou a pertencer à Polônia. Em 1951, a sede da
Congregação se estabeleceu em Roma.
Presença da Congregação das Irmãs de Santa Catarina no mundo: Brasil, Itália,
Togo, Camarões, Benin, Filipinas, Polônia, Rússia, Alemanha, Lituânia e
Bielo-Rússia. São hoje cerca de 650 Irmãs distribuídas em cinco províncias.
“Ó
doce Senhor Jesus, conserva-me em tua graça, para que eu jamais Te abandone ou
Te ofenda com pecados e vícios. Não deixes a mim, pobre serva, morrer e
perecer; dá-me, ó Deus, a mim, pobre criaturinha, a mim, “pobre cachorrinho, as
migalhas que caem de Tua mesa”. Não sou digna de tuas grandes graças; dá-me, ó
Deus, que eu Te ame, honre e bendiga eternamente”. Beata Madre Regina
Protmann
Fontes:
http:www.paulinas,org.br; http://acsc.com.br/historia;
Postado
pela 1ª vez em 18 de janeiro de 2012
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