sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Beata Regina Protmann, Fundadora - 18 de janeiro

     
     Regina era filha de Peter Protmann e Regina Tingels, ambos descendentes de famílias ricas e católicas. Nasceu em 1552, na cidade de Braunsberg, hoje Braniewo, Polônia. Seu primeiro biógrafo, o jesuíta Engelbert Keilert, descreveu-a como elegante, forte, hábil; sabia ler e escrever. Seu tio era um dos membros do governo.
     No século em que Regina viveu a Europa passava por intensas e tumultuadas mudanças: os movimentos da Pseudo-Reforma Protestante e da Contra-Reforma da Igreja Católica. Foi o grande cisma que incluiu luta armada e dividiu a Cristandade entre católicos e protestantes.
     Os pais proporcionaram uma boa educação intelectual, moral e religiosa à jovem. Era hábito da família se reunir à noite junto da lareira, onde o pai narrava a história dos povos, a vida dos Santos e ensinava religião aos filhos.
     Regina era uma filha amorosa e obediente. Da vida dos Santos narrada por seu pai, era a de Santa Catarina de Alexandria, virgem e mártir dos primeiros tempos, a que Regina mais gostava, talvez porque esta Santa fosse padroeira de sua cidade e por ter sido batizada na Igreja dedicada a ela. Assim, no seu íntimo, havia decidido imitar a Santa em sua total adesão a Jesus.
     Regina cresceu bonita, vaidosa e inteligente, apreciando as roupas elegantes, as diversões e festas, como todas as jovens de sua condição social. Graças à sua liderança, se sobressaia às demais amigas.
     O forte chamado ocorreu aos 19 anos de idade. Regina deixou o conforto da casa paterna, renunciou a um vantajoso casamento e com duas companheiras foi morar numa casa quase em ruínas, à Rua da Matriz, para viver na oração, na penitência, na pobreza, e servir a Deus no próximo: os doentes, os pobres e as meninas abandonadas, carentes de instrução.
     Isto atraiu muitas jovens desejosas de seguir a vida religiosa como ela. Regina criou escolas e com suas companheiras começou a tratar dos doentes em seus domicílios e em hospitais.
     Segundo seu primeiro biógrafo, ela “rezava na verdade e incessantemente”. A oração prepara o terreno para a ação. “Ao abrir o coração ao amor de Deus, abre-o também ao amor dos irmãos, tornando-nos capazes de construir a história segundo o desígnio de Deus” (Novo millennio incunte, 33).
     Após 12 anos de vida em comum, auxiliada pelos Padres Jesuítas, Regina elaborou uma Regra de vida para uma família religiosa contemplativa e ativa, algo inédito para aquele tempo, colocada sob a proteção de Santa Catarina de Alexandria, Virgem e Mártir, a qual foi aprovada pelo Bispo Martinho Kromer, em 18 de março de 1583.
     Uns vinte anos mais tarde, de acordo com as necessidades e as orientações do Concílio de Trento, a primeira Regra foi reformulada e recebeu aprovação pontifícia em 12 de março de1602, e sua obra passou a chamar-se Congregação de Santa Catarina V. e M. A fundadora foi eleita Superiora.
     Além do Convento de Braniewo, Madre Regina fundou mais conventos em localidades vizinhas: Orneta, em 1586; Lidzbark, em 1587 e Reszel, em 1593.
     Depois de 30 anos trabalhando pela expansão de sua obra, Madre Regina retornou doente ao seu primeiro convento de Braunsberg, após uma viagem realizada no inverno. Uma longa e sofrida doença causou seu falecimento no dia 18 de janeiro de 1613.
     Somente três séculos após sua morte, em 1957, foi iniciado o processo para a sua beatificação. Foi beatificada durante a visita de João Paulo II à Polônia em 1999, na cidade de Varsóvia. A Beata Madre Regina Protmann é festejada por toda a Cristandade no dia de sua morte. Suas relíquias são veneradas em Grottaferrata desde o século XX.
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Braunsberg em 1684
    Nos dois primeiros séculos após a morte da Fundadora, a Congregação quase não se expandiu. Subsistiu em meio a tempos difíceis para aquela região: guerras, saques, perseguições, carestia, epidemias e conflitos de toda sorte sucediam-se, deixando trágicas consequências.
     Em 1645 foi fundado mais um Convento em Krakes, na Lituânia. Também lá, as sucessivas tempestades dos séculos seguintes, até nossos dias, não conseguiram aniquilar o frágil rebento.
     Além do cuidado dos doentes, dos pobres e dos órfãos, as Irmãs sempre se dedicaram à formação da juventude feminina. Em 1709, uma peste avassaladora caiu sobre aquela região. Várias Irmãs pereceram vítimas do cuidado aos doentes contagiados.
     Por ocasião do surgimento do Iluminismo e do Absolutismo, as ordens religiosas sofreram repressões políticas, desde o confisco de bens, proibição de admitir novos membros, até a completa supressão. As Irmãs de Santa Catarina gozaram de certa proteção por se dedicarem ao ensino. Estes conflitos causaram grande pobreza e divisão interna entre elas, de modo que a Congregação quase desapareceu.
     Os bispos do Ermland deram apoio e proteção à Congregação através dos tempos, chegando mesmo a intervir nela com medidas disciplinares.
     O início do século XIX viu nascer na Igreja muitas novas congregações religiosas de cunho apostólico e missionário. Nesse tempo, com o auxílio de alguns bispos e dos Padres Jesuítas a Congregação passou por uma verdadeira nova fundação e expansão, sob a liderança das superioras gerais Rosa Schrade e Apolônia Sthurmann.
     Uma cidade após outra foi solicitando a colaboração das Irmãs e assim foram fundadas muitas outras casas religiosas das Irmãs de Santa Catarina, primeiramente nas proximidades da região onde foi fundada e depois até em outros países.
     Além dos serviços domésticos, dedicavam-se aos serviços das Igrejas, à educação das crianças e jovens e ao tratamento dos doentes. Para este fim, fundaram escolas e hospitais, exercendo forte influência cultural no desenvolvimento das localidades onde viviam e atuavam.
     Em 1897, atendendo à solicitação dos frades franciscanos de Petrópolis, RJ, chegaram ao Brasil. Em 1901 foi fundada uma comunidade na Inglaterra, onde ficaram alguns anos. Em 1908 chegaram a Berlim, desenvolvendo sempre os mesmos serviços assistenciais e religiosos.
     Na Segunda Guerra mundial a Congregação sofreu um golpe terrível justamente naquela região, o norte da Alemanha, onde foi fundada e estava muito florescente. Mais de cem Irmãs foram mortas, e as outras, quase todas, tiveram que fugir. Após a Guerra, aos poucos foram se reencontrando e se reorganizando na Alemanha Ocidental. O pequeno grupo que ficou na parte oriental também subsistiu e continuou a crescer ainda que clandestinamente, sob um regime político que tolhia a liberdade religiosa.
     Divididos os territórios em decorrência da mesma Guerra, Braunsberg, cidade que foi o berço da Congregação, passou a pertencer à Polônia. Em 1951, a sede da Congregação se estabeleceu em Roma.
     Presença da Congregação das Irmãs de Santa Catarina no mundo: Brasil, Itália, Togo, Camarões, Benin, Filipinas, Polônia, Rússia, Alemanha, Lituânia e Bielo-Rússia. São hoje cerca de 650 Irmãs distribuídas em cinco províncias.


     Ó doce Senhor Jesus, conserva-me em tua graça, para que eu jamais Te abandone ou Te ofenda com pecados e vícios. Não deixes a mim, pobre serva, morrer e perecer; dá-me, ó Deus, a mim, pobre criaturinha, a mim, “pobre cachorrinho, as migalhas que caem de Tua mesa”. Não sou digna de tuas grandes graças; dá-me, ó Deus, que eu Te ame, honre e bendiga eternamente”. Beata Madre Regina Protmann

Fontes: 
http:www.paulinas,org.br; http://acsc.com.br/historia;

Postado pela 1ª vez em 18 de janeiro de 2012

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