Uma
história de santidade que passou de pai para filha
Como esse e inúmeros testemunhos de santos
de uma mesma família compreende-se porque Deus quis a instituição familiar desde
a Criação do mundo. É no testemunho de pais para filhos, da vivência do amor
entre si, da conjugação do seu cotidiano nas alegrias e nas tristezas que a
santidade encontra lugar.
O Padre Francisco Barrecheguren e Conchita
Barrecheguren Garcia são um exemplo, entre tantos, em um mundo que necessita de
luzes para a vida em família.
*
Meu
amor, um Deus crucificado. Minhas armas, a oração. Meu refúgio, os braços da Virgem. Minha
fortaleza, a Eucaristia. Meu recreio, o Menino Jesus. Minha divisa, a confiança
em Deus e o desprezo de mim mesma. Meus desejos, aspirar amar cada vez mais a Jesus.
(Serva de Deus Conchita Barrecheguren)
“Não terá um dia bom”, os médicos
asseguraram a seus pais quando com apenas 19 meses superou uma enfermidade
grave. Para evitar o perigo de contágio, Da. Conceição e o Sr. Francisco decidiram
não matricula-la no colégio e ambos cuidaram de sua educação.
A sua vida foi curta, sem saúde,
transcorreu no lar em Granada desde dezembro de 1905 até 13 de maio de 1927,
entretanto há indícios de que foi uma vida santa, o que prova que sua lembrança
permanece viva entre os habitantes daquela cidade e de muitos outros lugares.
O Sr. Francisco Barrecheguren descobriu
após a morte da filha vários escritos que “põem
luz no mistério de sua vida e explicam sua paciência nos 7 anos de doença, seu
doce sorriso diante das provações que o Senhor lhe enviava”.
Os textos escritos por ela e que, com
autorização de seu pai, foram reproduzidos no El Granito, manifestam a finura
da alma de uma jovem que, naquele que seria o seu último aniversário, escrevia:
“Agradeço os inúmeros benefícios e graças
que me concedestes no decorrer destes 21 anos, e vos rogo me perdoeis o mal que
tenho correspondido a eles. Sim, meu Deus, tenho vergonha, porém é certo que
Vós não deixastes de me amar e eu não cessei de desagradar-vos. Podias esperar
isto de mim? Porém eu, Senhor, quero emendar-me, quero amar-vos, quero
conformar-me em tudo o que disponhas de mim. Fazei que os anos de vida que me
restam sejam só para Vós”. (Reflexões de 27 de novembro de 1926)
*
A serva de Deus, Maria da Conceição Garcia
– Conchita Barrecheguren Garcia, nasceu em Granada aos 27 de novembro de 1905.
Foi batizada aos 8 de dezembro do mesmo ano e recebeu o nome de Maria da
Conceição do Perpétuo Socorro. Era a única filha do casal Francisco Barrecheguren Montagut e Conceição
García Calvo, casados na Paróquia da Madalena no dia 2 de outubro de 1904.
O pai cuidou pessoalmente de sua formação
cultural e religiosa, preparando-a para receber os sacramentos.
Desde muito pequena demonstrava um grande
fervor religioso: se levantava cedo para rezar, dialogava com Nosso Senhor ao meio
dia, rezava o Rosário, etc. Na juventude se incorporou às Filhas de Maria
da Paróquia da Madalena, à Adoração Noturna, à Adoração Diurna da Igreja dos Agostinhos,
participava nas Quintas-feiras Eucarísticas do Santuário de Nossa Senhora do
Perpetuo Socorro. Tocava piano, ensinava catecismo, confeccionava roupas para os
pobres e preparava ornamentos para as igrejas de Otura e Guevejar.
Conchita sofreu desde a tenra infância
com uma doença no aparelho digestivo; com 12 anos teve sérios problemas
digestivos e os médicos lhe prescreveram dura dieta.
Em 1926, depois de uma peregrinação à
Lisieux, decidiu consagrar-se ao Senhor e nesse período apareceram sintomas de
tuberculose que a deixaram enferma até o fim de seus dias. Morreu serenamente
nas primeiras horas do dia 13 de maio de
1927, assistida pelos pais e pelo bem-aventurado Padre Juliano Pozo, mártir
redentorista, que a havia sustentado espiritualmente nos últimos dias. Foi
enterrada no túmulo familiar no cemitério de Granada
Em sua breve vida cultivou uma grande
espiritualidade, deixando numerosos escritos e textos e assombrando a todos por
sua grande fortaleza e fé nesses momentos em que a morte assomava em sua
vida.
No ano
1938, o Cardeal Parrado iniciou o processo de Beatificação e Canonização.
Igualmente em 1993 se inicia o processo de seu pai, Francisco Barrecheguren,
ambos se encontram enterrados no Santuário de Nossa Senhora do Socorro.
Francisco
Barrecheguren (1881-1957)
Nasceu no dia 21 de agosto de 1881.
Casou-se em 1904 com Concha García Calvo e com ela teve a sua única filha.
Francisco sofreu sua primeira grande perda, em 1927 com a morte da filha
Conchita, aos 22 anos. O povo dizia que Conchita foi santa porque teve um
pai santo. Em 1937, Francisco viveu novamente a dor da perda com a morte de sua
esposa. Anos mais tarde, sentiu-se chamado ao sacerdócio e entrou na
Congregação Redentorista em 1947. Foi ordenado padre em 1949. Viveu serenamente
o seu ministério e cuidando da documentação da causa de beatificação de sua
filha. Faleceu em 1957, aos 76 anos.
Um
site mantém informações históricas, fotos e notícias atualizadas sobre a causa
de canonização destes dois Servos de Deus espanhóis: www.barrecheguren.com.
"Que
proveito vamos tirar de ter agido de acordo com a nossa própria vontade e
capricho? Por acaso, agradaria a seu mestre o servo que se empenhasse em fazer
as coisas apenas como ele bem entendesse e não como seu mestre ordenou?
Certamente não! Pois assim, nós não agradaremos a Deus se não cumprirmos a Sua
vontade", Conchita Barrecheguren
Fontes:
https://www.a12.com
http://www.uner.org/wordpress/2018/10/25/historias-de-familia-diciembre-2017-2-2-2-3-3-2-2-2/
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