sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Santa Maria Soledade Torres Acosta, Fundadora – 11 de outubro

    
     A 5 de fevereiro de 1950 foi beatificada a venerável Madre Soledade Torres Acosta, fundadora das Servas de Maria, religiosas dedicadas aos cuidados dos doentes. O nome Soledade se refere à Maria Santíssima na Paixão do seu Divino Filho.
     Nasceu em Madri, a 2 de dezembro de 1826. Viveu numa Espanha perturbada pelos conflitos entre absolutistas e liberais, que produziram às vezes para a Igreja anos custosos. Os pais, Francisco Torres e Antônia Acosta, eram pequenos comerciantes. A criança foi batizada como Bibiana Antônia Manuela.
     Estudou com as Irmãs Vicentinas e ao ver a dedicação total destas religiosas aos mais pobres, se entusiasmou pela vida religiosa. Porém tinha uma saúde muito débil e não foi admitida na comunidade.
     Quando chegou aos 25 anos pensava na vida dominicana. O Pe. Miguel Martínez Sanz, sacerdote do bairro populoso de Chamberi, se entristecia ao ver que muitos doentes morriam no mais completo abandono e sem receber os santos sacramentos. Pensou em reunir um grupo de mulheres piedosas que visitassem os doentes em seus domicílios e os ajudassem a morrer. Soledade desde pequena havia assistido a vários moribundos e sentia um gosto especial em atender doentes e moribundos. Era uma graça que o Espírito Santo lhe havia concedido. O Pe. Miguel conquistou-a para a sociedade de religiosas, guardas de doentes, que projetava organizar.
     A 15 de agosto de 1851, a jovem entrou no grupo das sete primeiras Servas de Maria, adotando o nome de Irmã Soledade. Embora chegando tarde, depressa foi promovida a superiora. A novidade deste instituto era que as Irmãs deviam assistir os doentes em domicílio e gratuitamente.
     Em 1885, uma epidemia de cólera invadiu metade do país e os hospitais estavam lotados. Muitos doentes eram abandonados por seus familiares por temor do contágio. Madre Soledade e suas religiosas se faziam presentes por toda parte para atender aos mais abandonados.
     Mas Pe. Miguel partiu para as missões no estrangeiro. O novo diretor espiritual julgou acertado mudar a superiora: Madre Soledade foi despachada para Getafe, no Sudoeste de Madrid, para um hospitalzinho. Ir-se-ia dissolver a Congregação em estado deplorável? O Pe. Gabino Sánchez Cortez repôs Madre Soledade à frente das Irmãs, e deu ao Instituto uma regra bem adaptada.
     Sob a direção de Madre Soledade as Servas de Maria se estenderam prodigiosamente. Em 1861, as Servas de Maria receberam a aprovação diocesana, e o agostiniano, Pe. Angel Barra, foi nomeado diretor. A instituição ampliou seu campo de ação para atender também as jovens delinquentes e as fundações se multiplicaram.    
     Segundo as Constituições, Santa Maria Soledade Torres Acosta “foi reconhecida e proclamada pela Igreja e por todas suas filhas, como Fundadora e Mãe”. (Const. 1). O Pe. Miguel Martínez Sanz é reconhecido como inspirador e iniciador do Instituto. (Const. 1)
     Fundaram-se 46 casas durante a vida da Santa. A rainha Isabel II exigiu suas religiosas para o hospital de São João de Deus, em Madrid. Em 1867, esta caridade que vence o mal com o bem levou Madre Soledade a Valência, onde a guerra civil multiplicava os feridos.
     Atualmente, a Congregação conta com mais de 2000 religiosas, também nas duas Américas, na Inglaterra, na Itália, na França e em Portugal.
     Madre Soledade pertence ao grupo de pessoas que Deus seleciona para que manifestem de modo singular seu amor ao próximo, às suas debilidades e misérias. “A chispa dessa caridade começou a arder em sua vida quando era menina. Não encontramos nela uma chama forte inicial, mas o fogo vigoroso e constante, mantido e alimentado cada dia” (Pablo Panedas, 273 ss)
     Santa Soledade faleceu no dia 11 de outubro de 1887 com 61 anos de idade; foi beatificada por Pio XII em 5 de fevereiro de 1950 e canonizada por Paulo VI em 1970.
     Santa Maria Soledade Torres Acosta, junto com Maria Micaela Desmaisieres, Joaquina Vedrun de Mas e Vicenta López, faz parte do grupo insigne de virtuosas mulheres espanholas que alcançaram um grau de santidade heroica a serviço dos doentes no século XIX.
    “Estive enfermo e me visitastes!”
 
Altar de Santa Maria Soledade na Catedral de la Almudena 
Fontes: www.santiebeati.it; Santos de cada dia, Pe. José Leite, S.J.

Postado neste blog em 10 de outubro de 2012

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