A
5 de fevereiro de 1950 foi beatificada a venerável Madre Soledade Torres
Acosta, fundadora das Servas de Maria, religiosas dedicadas aos cuidados dos
doentes. O nome Soledade se refere à Maria Santíssima na Paixão do seu Divino
Filho.
Nasceu em Madri, a 2 de dezembro de 1826. Viveu numa Espanha perturbada pelos
conflitos entre absolutistas e liberais, que produziram às vezes para a Igreja
anos custosos. Os pais, Francisco Torres e Antônia Acosta, eram pequenos
comerciantes. A criança foi batizada como Bibiana Antônia Manuela.
Estudou com as Irmãs Vicentinas e ao ver a dedicação total destas religiosas
aos mais pobres, se entusiasmou pela vida religiosa. Porém tinha uma saúde
muito débil e não foi admitida na comunidade.
Quando chegou aos 25 anos pensava na vida dominicana. O Pe. Miguel Martínez
Sanz, sacerdote do bairro populoso de Chamberi, se entristecia ao ver que
muitos doentes morriam no mais completo abandono e sem receber os santos sacramentos.
Pensou em reunir um grupo de mulheres piedosas que visitassem os doentes em
seus domicílios e os ajudassem a morrer. Soledade desde pequena havia assistido
a vários moribundos e sentia um gosto especial em atender doentes e moribundos.
Era uma graça que o Espírito Santo lhe havia concedido. O Pe. Miguel conquistou-a
para a sociedade de religiosas, guardas de doentes, que projetava organizar.
A 15 de agosto de 1851, a jovem entrou no grupo das sete primeiras Servas de
Maria, adotando o nome de Irmã Soledade. Embora chegando tarde, depressa foi
promovida a superiora. A novidade deste instituto era que as Irmãs deviam
assistir os doentes em domicílio e gratuitamente.
Em 1885, uma epidemia de cólera invadiu
metade do país e os hospitais estavam lotados. Muitos doentes eram abandonados
por seus familiares por temor do contágio. Madre Soledade e suas religiosas se
faziam presentes por toda parte para atender aos mais abandonados.
Mas Pe. Miguel partiu para as missões no estrangeiro. O novo diretor espiritual
julgou acertado mudar a superiora: Madre Soledade foi despachada para Getafe,
no Sudoeste de Madrid, para um hospitalzinho. Ir-se-ia dissolver a Congregação
em estado deplorável? O Pe. Gabino Sánchez Cortez repôs Madre Soledade à frente
das Irmãs, e deu ao Instituto uma regra bem adaptada.
Sob a direção de Madre Soledade as Servas de Maria se estenderam prodigiosamente.
Em 1861, as Servas de Maria receberam a aprovação diocesana, e o agostiniano,
Pe. Angel Barra, foi nomeado diretor. A instituição ampliou seu campo de ação
para atender também as jovens delinquentes e as fundações se multiplicaram.
Segundo as Constituições, Santa Maria
Soledade Torres Acosta “foi reconhecida e proclamada pela Igreja e por todas suas
filhas, como Fundadora e Mãe”. (Const. 1). O Pe. Miguel Martínez Sanz é reconhecido
como inspirador e iniciador do Instituto. (Const. 1)
Fundaram-se 46 casas durante a vida da Santa. A rainha Isabel II exigiu suas
religiosas para o hospital de São João de Deus, em Madrid. Em 1867, esta
caridade que vence o mal com o bem levou Madre Soledade a Valência, onde a
guerra civil multiplicava os feridos.
Atualmente, a Congregação conta com mais de 2000 religiosas, também nas duas
Américas, na Inglaterra, na Itália, na França e em Portugal.
Madre Soledade pertence ao grupo de pessoas
que Deus seleciona para que manifestem de modo singular seu amor ao próximo, às
suas debilidades e misérias. “A chispa dessa caridade começou a arder em sua
vida quando era menina. Não encontramos nela uma chama forte inicial, mas o fogo
vigoroso e constante, mantido e alimentado cada dia” (Pablo Panedas, 273 ss)
Santa Soledade faleceu no dia 11 de outubro de 1887 com 61 anos de idade; foi
beatificada por Pio XII em 5 de fevereiro de 1950 e canonizada por Paulo VI em
1970.
Santa Maria Soledade Torres Acosta, junto com Maria Micaela Desmaisieres,
Joaquina Vedrun de Mas e Vicenta López, faz parte do grupo insigne de virtuosas
mulheres espanholas que alcançaram um grau de santidade heroica a serviço dos
doentes no século XIX.
“Estive
enfermo e me visitastes!”
Fontes:
www.santiebeati.it; Santos de cada dia, Pe. José Leite, S.J.
Postado
neste blog em 10 de outubro de 2012
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