quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Beata Josefina Nicoli, Religiosa Vicentina - 31 de dezembro



     Josefina Nicoli nasceu em Casatisma (Pavía, Itália) em 18 de novembro de 1863. Era a quinta de dez filhos de uma família de classe média de profunda fé.
     Cursou a escola primária com as religiosas agostinianas em Voghera e estudou magistério em Pavía. Seu desejo secreto, que a impulsionava a realizar estes estudos, era de dedicar-se à educação das crianças pobres, em um tempo em que era muito elevada a porcentagem de analfabetismo entre as pessoas de menos recursos.
     Josefina era querida por todos, seu carácter doce era um dom natural. Um sacerdote de Voghera, Pe. Joaquim Prinetti, seu diretor espiritual, a guiou no caminho da perfeição, enquanto amadurecia a vocação de se consagrar a Deus.
     Em 24 de setembro de 1883, aos vinte anos, ingressou na Companhia das Filhas da Caridade de São Vicente de Paula, na casa de São Salvário de Turim, onde fez o postulantado e o noviciado. Recebeu o hábito em Paris, em uma cerimônia que teve lugar na Casa mãe das Filhas da Caridade.
     Em 1885 foi transferida para Sardenha. Sua primeira missão, que acolheu com grande entusiasmo, foi a de ensinar no "Conservatório da Providência" de Cagliari.
     Em 1886, a cidade de Cagliari foi açoitada pela epidemia de cólera e a Irmã Josefina, nos momentos livres depois do horário escolar, juntamente com suas irmãs do conservatório, se dedicou a socorrer as famílias pobres da cidade organizando "cozinhas econômicas" que puseram à disposição das autoridades civis.
     Depois de quase quinze anos de ativa vida apostólica em Cagliari, no ano 1889 foi transferida para o orfanato de Sássari. Também ali desenvolveu um amplo projeto apostólico, organizando diversas instituições orientadas sempre ao serviço dos pobres.
     Dedicou-se à formação de escolas de catequese que todo domingo reuniam cerca de 800 crianças; sobretudo suas energias concentraram-se em dar vida à “Escola de religião” para as jovens universitárias, com a finalidade de prepará-las e assim enfrentar a maçonaria que se difundia em Sássari e tentava debilitar a presença dos católicos na cidade.
     A Divina Providência tinha para ela novos projetos, um novo destino: Turim (1910-1913). Por seus dotes organizativos, nomeiam-na ecônoma provincial, e um tempo depois passou a ser diretora da casa de formação das Filhas da Caridade, missão na qual ela se dedicou com grande entrega. Adoeceu gravemente de tuberculose e foi transferida para Sardenha— com grande dor do conselho provincial —, pois o clima das ilhas era favorável à sua saúde.
     De volta a Sássari, no ano 1914, reinava um ambiente hostil devido ao anticlericalismo. Sua permanência nas ilhas melhorou o estado de sua saúde, porém marcou o início de seu calvário interior. Uma série de mal-entendidos e falsos testemunhos por parte da administração do orfanato obrigaram os superiores a transferirem-na novamente.
     Em 7 de agosto de 1914, a Providência a conduziu, na última etapa de sua vida, ao Asilo da Marina, em Cagliari. Ali se deparou com a pobreza moral e espiritual desses bairros. Interessou-se pelas numerosas jovens que trabalhavam na fabricação de tabaco e as reuniu na Obra de Retiros Espirituais. Para a visita a domicílio, organizou as “Pequenas Damas da Caridade”. Com elas, em 1917, abriu uma colônia para responder às necessidades dos numerosos casos de crianças desnutridas ou com tuberculose.
     A fama de Irmã Nicoli estava relacionada sobretudo “com os meninos do cesto”, conhecidos na cidade por seu utensílio de trabalho. Tratava-se dos meninos abandonados que se converteram em uma preocupação obsessiva para ela. Irmã Nicoli tratou estes pequenos com a mesma delicadeza de uma boa mãe. Ministrava-lhes aulas para prepará-los para exercer uma profissão; os instruía na fé e estabeleceu com eles um acordo educativo.
     A calúnia que havia sofrido em silêncio foi esclarecida, pois o presidente da administração reconheceu o erro. No leito de morte Irmã Josefina perdoou-o de todo coração.
     Irmã Josefina Nicoli faleceu em Cagliari devido uma broncopneumonia, em 31 de dezembro de 1924; o funeral foi celebrado no dia 1º de janeiro. Sua morte – disse uma de suas coirmãs – foi "a coroa de uma vida íntegra e a prova de uma virtude praticada de modo heroico".
    O milagre ocorrido por sua intercessão, apresentado para a beatificação, ocorreu em Milão: um jovem militar foi curado de um tumor ósseo.
     No dia 3 de fevereiro de 2008, foi proclamada Beata pelo Papa Bento XVI, em Cagliari. Sua festa litúrgica é 3 de fevereiro.

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