terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Santa Gorgonia, Matrona - 9 de dezembro


     São Gregório Nazianzeno o Velho e sua esposa, Santa Nonna tiveram três filhos: Santa Gorgonia, São Gregório Nazianzeno e São Cesário, dos quais Gorgonia era a mais velha.
     Gorgonia se casou com um homem de alguma influência da Pisídia, às vezes chamado Vitolian, e outras vezes Meletius. Pelo menos numa referência a ela é chamada de "modelo de uma santa casada". Ela teve vários filhos e filhas, a mais notável da quais chamava-se Alypania. Mais tarde ela converteu seu marido que foi batizado junto com ela e seus filhos e netos. A seu filhos ela deu uma educação tão esmerada como a que havia recebido.
    Duas vezes em sua vida ela foi milagrosamente curada de doenças graves. A primeira delas foi após ter sido pisoteada por uma mula, causando-lhe a quebra de ossos e o esmagamento de órgãos internos. No entanto, Gorgonia não quis que nenhum médico cuidasse dela, pois ela não achava isto decente. Segundo a legenda, foi esta modéstia que a curou.
     Ela ficou curada da segunda doença ao receber a comunhão. O irmão da santa conta que, certa ocasião Anjos, com a esperança de obter assim a cura. Como se sabe, naquela época se usava o pão comum para os sagrados mistérios w assim se faz ainda em muitas igrejas do Oriente. Eis como São Gregório nos relata a oração de Santa Gorgonia:
     "Em outros tempos - dizia ela ao Senhor - uma pobre mulher atormentada por cruel enfermidade tocou a orla de vosso manto e no mesmo instante ficou curada. E, meu amado Jesus, terá diminuído vosso poder? Vosso Corpo todo teria menos eficácia que a orla de vossa roupa? Vós que vos enternecestes à voz da pobre Cananeia, Jesus meu, ficaríeis insensível à minha súplica? Vossa bondade, vossa ternura tão compassiva não mais se moverá para curar os enfermos? Por acaso terá limites a infinitude de vosso poder, de vossa bondade e de vosso amor? Eis-me aqui prostrada aos pés de vossa inesgotável misericórdia, na presença deste tabernáculo onde estabelecestes vossa morada no excesso de vosso amor aos filhos dos homens. Pois bem: faço voto de não me levantar daqui sem que me tenhais curado".
     Terminada esta súplica, na qual não se sabe o que admirar mais, se sua fé tão viva ou seu amor tão vivo, Gorgonia se levanta: sua petição havia sido ouvida e estava curada.
      Santa Gorgonia dedicou sempre muito amor à liturgia e costumava contribuir com a construção de igrejas. Vivia piedosa e sobriamente, e era muito generosa com os pobres. Entretanto, como era costume na época, Gorgonia somente receber o batismo na idade madura. Ela converteu o marido, que foi batizado junto com ela e seus filhos e netos.
     Sua morte ocorreu por volta do ano 375 (presume-se que ela nascera por volta do ano 300) de causas naturais. Seu pai e sua mãe estavam vivos, embora extremamente idosos, no momento de sua morte. Em seu funeral, seu irmão, São Gregório de Nazianzo, o Jovem, pronunciou sua oração fúnebre, que foi na realidade um panegírico da bondade de Santa Gorgonia. Ele declarou-a um modelo de esposa e mãe cristã: "Modelo de perfeição das mulheres" e "O diamante de seu sexo".
     Os escassos dados sobre Santa Gorgonia se encontram nesse panegírico que pode ser visto em Migne, PG., vol. xxxv, pp. 789-817.
  Santa Gorgonia é venerada como padroeira das pessoas atingidas por males corporais ou doenças. O legado de sua caridade lhe rendeu os títulos de "Mãe dos Órfãos", "Olhos dos Cegos" e "Cuidadora dos pobres".
 
Fontes: «Vidas de los santos de A. Butler», Herbert Thurston, SI;
http://www.eltestigofiel.org/lectura/santoral.php?idu=4456; "St. Gorgonia". Saints and Angels. Catholic Online. Retrieved 2007-04-27.
 

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