sábado, 1 de junho de 2019

Nossa Senhora visita Santa Isabel e a Devoção dos cinco primeiros sábados

    
     O Evangelho de São Lucas narra que a Virgem Maria, após receber a notícia sobre a concepção de sua prima, “levantou-se e foi com pressa para a região montanhosa, para uma cidade de Judá, e ela entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel” (Lucas 1, 39-40).
     Nossa Senhora recebeu a mensagem da gravidez de Santa Isabel quando residia em Nazaré; Santa Isabel morava em Ein Karem na época, e a distância entre as duas aldeias é de aproximadamente 150 quilômetros. 
     Ein Karem fica nos arredores de Jerusalém a 754 m acima do nível do mar, enquanto Nazaré está a 346 m. Portanto, Maria Santíssima teve que enfrentar um íngreme percurso. Além disso, o caminho tinha muitos perigos ocultos. O caminho de terra que cruzava a região montanhosa era um local para os bandidos que surpreenderiam os viajantes desavisados.
     Embora o Evangelho apenas mencione a Virgem Maria neste trajeto, podemos conjecturar que São José tenha garantido a segurança de sua noiva. Segundo o escritor J. A. Loarte, “provavelmente tenha sido José que providenciou a viagem, procurando uma caravana em que a Santíssima Virgem pudesse viajar em segurança. (…). Alguns comentaristas até acham que ele foi com Maria até Ein Karim”. 
     A Visitação apresentava muitos riscos para Maria, mas Ela confiava que Deus a protegeria e lhe permitiria ajudar sua prima idosa. Esta festa da Visitação nos mostra que a caridade de Nossa Senhora era maior que os obstáculos que Ela teve que superar para chegar até a casa de Santa Isabel. 
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A devoção dos “5 Primeiros Sábados”, pedida por Nossa Senhora de Fátima
     Lúcia, a única sobrevivente desses celestes contatos, entrou para o Instituto de Santa Dorotéia, onde tomou o nome de Irmã Maria das Dores. Estando no dia 10 de dezembro de 1925 em sua cela, no convento de Pontevedra, Espanha, apareceu-lhe a Santíssima Virgem, tendo ao lado o Menino Jesus, sobre uma nuvem luminosa. Este, mostrando-lhe um coração cercado de espinhos que tinha na outra mão, disse-lhe:
     "Tem pena do Coração de tua Santíssima Mãe, que está coberto de espinhos que os homens ingratos a todos os momentos Lhe cravam, sem haver quem faça um ato de reparação para os tirar". A Santíssima Virgem acrescentou: "Olha, minha filha, o meu Coração cercado de espinhos que os homens ingratos a todos os momentos Me cravam com blasfêmias e ingratidões. Tu, ao menos, vê de Me consolar, e dize que todos aqueles que durante cinco meses, no primeiro sábado, se confessarem, recebendo a Sagrada Comunhão, rezarem um terço e Me fizerem quinze minutos de companhia meditando nos quinze mistérios do Rosário com o fim de Me desagravar, Eu prometo assisti-los na hora da morte com todas as graças necessárias para a salvação dessas almas".
     Para se compreender bem o alcance de uma revelação, é necessário ter-se presente o contexto no qual se encaixa. A da Comunhão dos Primeiros Sábados, se bem que em seus detalhes tenha sido revelada posteriormente, constitui parte essencial das aparições de Fátima que, em sua substância, pode ser resumida em reparação a Deus, feita por meio da oração e da penitência. É assim que deve ser entendida.
     Esta devoção tem, assim, a finalidade de reparar o Coração Imaculado de Maria pelas ofensas dos homens. E deve ser praticada em cinco primeiros sábados consecutivos. Divide-se em vários itens, todos indispensáveis:
     1. Confessar-se. Pode ser uma semana antes ou depois de cada primeiro sábado, contanto que se esteja em estado de graça (sem pecados mortais) no momento da comunhão reparadora;
     2. Comungar na Missa de cada primeiro sábado.
     3. Rezar o terço em cada primeiro sábado.
     4. Meditar durante 15 minutos sobre os 15 mistérios do rosário em cada primeiro sábado.
     5. Ter a intenção de desagravar o Imaculado Coração de Maria, ao realizar cada uma destas quatro práticas.
Qual a recompensa aos que praticam esta devoção?
     A Virgem Maria promete ao seu filho: “Assisti-lo na hora da sua morte, com todas as graças necessárias para salvar a sua alma”; ou seja, terá a possibilidade de não morrer em pecado mortal. Entretanto, esta devoção não é um “passe livre” para livrar do inferno aqueles que morrem sem se arrepender.
Por que no sábado?
     Santo Tomás de Aquino dizia que no sábado depois da Sexta-feira Santa a única que permaneceu firme em sua fé foi Maria e, por isso, a Igreja, para honrá-la, dedica-lhe esse dia.
Por que são cinco sábados?
     Jesus apareceu à Irmã Lúcia na noite de 29 para 30 de maio de 1930 e explicou que:
     Existem cinco tipos de ofensas e blasfêmias contra o Imaculado Coração de Maria:
a primeira é contra a sua Imaculada Conceição;
a segunda é contra a sua Virgindade Perpétua;
a terceira é contra a sua Maternidade Divina, recusando reconhecê-la como Mãe de todos os homens;
em quarto lugar, as ofensas de quem ensina crianças a desprezarem e terem ódio da Virgem;
e, finalmente em quinto lugar, aos que a insultam diretamente em suas sagradas imagens”.
Conclusão
     Poderá parecer quase impossível cumprir com esta devoção, sobretudo pela imperiosa necessidade de não dobrar os joelhos diante dos ídolos do mundo contemporâneo – um dos quais a maldita tirania das modas imorais. É necessário, entretanto, ter presente que, o que aos homens é impossível não o é a Deus (cfr. Mt. 19,26). E que o caminho certo para se obter isso é Nossa Senhora.
     Realmente, indaga o Pe. Thomas de Saint-Laurent: "Quereis transformar vossa vida? Quereis praticar facilmente as virtudes que vos parecem inacessíveis e que Deus entretanto vos pede? Quereis conhecer as alegrias inefáveis que somente o amor de Jesus pode proporcionar e que faziam as delícias dos Santos? Quereis experimentar em vós essas maravilhas?". Ele mesmo dá a magnífica e teologicamente exata resposta: "Se o quereis seriamente, não hesiteis um só segundo: dirigi-vos a Maria. Não há caminho mais direto para ir a Nosso Senhor".
     Além de estar, por esse modo, reparando Seu Imaculado Coração, que alegria, que paz de alma terá aquele que, livrando-se da tirania do demônio e seus sequazes, aceita o suave jugo de Deus, que o levará ao paraíso celeste! Que para tal, prezado leitor, Nossa Senhora de Fátima conceda-lhe abundantes graças.

Fontes:  acidigital.com; www.adf.org.br;
http://catolicismo.com.br/abril1997

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