O
Evangelho de São Lucas narra que a Virgem Maria, após receber a notícia sobre a
concepção de sua prima, “levantou-se e
foi com pressa para a região montanhosa, para uma cidade de Judá, e ela entrou
na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel” (Lucas 1, 39-40).
Nossa Senhora recebeu a mensagem da
gravidez de Santa Isabel quando residia em Nazaré; Santa Isabel morava em
Ein Karem na época, e a distância entre as duas aldeias é de aproximadamente
150 quilômetros.
Ein Karem fica nos arredores de Jerusalém
a 754 m acima do nível do mar, enquanto Nazaré está a 346 m. Portanto, Maria
Santíssima teve que enfrentar um íngreme percurso. Além disso, o caminho tinha
muitos perigos ocultos. O caminho de terra que cruzava a região montanhosa era
um local para os bandidos que surpreenderiam os viajantes desavisados.
Embora o Evangelho apenas mencione a
Virgem Maria neste trajeto, podemos conjecturar que São José tenha garantido a
segurança de sua noiva. Segundo o escritor J. A. Loarte, “provavelmente tenha sido José que providenciou a viagem, procurando uma
caravana em que a Santíssima Virgem pudesse viajar em segurança. (…). Alguns
comentaristas até acham que ele foi com Maria até Ein Karim”.
A Visitação apresentava muitos riscos para
Maria, mas Ela confiava que Deus a protegeria e lhe permitiria ajudar sua prima
idosa. Esta festa da Visitação nos mostra que a caridade de Nossa Senhora era
maior que os obstáculos que Ela teve que superar para chegar até a casa de
Santa Isabel.
*
* *
A devoção dos “5
Primeiros Sábados”, pedida por Nossa Senhora de Fátima
Lúcia, a única sobrevivente desses
celestes contatos, entrou para o Instituto de Santa Dorotéia, onde tomou o nome
de Irmã Maria das Dores. Estando no dia 10 de dezembro de 1925 em sua cela, no
convento de Pontevedra, Espanha, apareceu-lhe a Santíssima Virgem, tendo ao
lado o Menino Jesus, sobre uma nuvem luminosa. Este, mostrando-lhe um coração
cercado de espinhos que tinha na outra mão, disse-lhe:
"Tem
pena do Coração de tua Santíssima Mãe, que está coberto de espinhos que os
homens ingratos a todos os momentos Lhe cravam, sem haver quem faça um ato de
reparação para os tirar". A Santíssima Virgem acrescentou: "Olha, minha filha, o meu Coração cercado de
espinhos que os homens ingratos a todos os momentos Me cravam com blasfêmias e
ingratidões. Tu, ao menos, vê de Me consolar, e dize que todos aqueles que
durante cinco meses, no primeiro sábado, se confessarem, recebendo a Sagrada
Comunhão, rezarem um terço e Me fizerem quinze minutos de companhia meditando
nos quinze mistérios do Rosário com o fim de Me desagravar, Eu prometo assisti-los
na hora da morte com todas as graças necessárias para a salvação dessas almas".
Para se compreender bem o alcance de uma
revelação, é necessário ter-se presente o contexto no qual se encaixa. A da
Comunhão dos Primeiros Sábados, se bem que em seus detalhes tenha sido revelada
posteriormente, constitui parte essencial das aparições de Fátima que, em sua
substância, pode ser resumida em reparação a Deus, feita por meio da oração e
da penitência. É assim que deve ser entendida.
Esta devoção tem, assim, a finalidade de
reparar o Coração Imaculado de Maria pelas ofensas dos homens. E deve ser
praticada em cinco primeiros sábados consecutivos. Divide-se em vários itens,
todos indispensáveis:
1. Confessar-se. Pode ser uma semana antes
ou depois de cada primeiro sábado, contanto que se esteja em estado de graça
(sem pecados mortais) no momento da comunhão reparadora;
2. Comungar na Missa de cada primeiro
sábado.
3. Rezar o terço em cada primeiro sábado.
4. Meditar durante 15 minutos sobre os 15
mistérios do rosário em cada primeiro sábado.
5. Ter a intenção de desagravar o
Imaculado Coração de Maria, ao realizar cada uma destas quatro práticas.
Qual a recompensa aos que praticam esta devoção?
A Virgem Maria promete ao seu filho: “Assisti-lo na hora da sua morte, com todas
as graças necessárias para salvar a sua alma”; ou seja, terá a
possibilidade de não morrer em pecado mortal. Entretanto, esta devoção não é um
“passe livre” para livrar do inferno aqueles que morrem sem se arrepender.
Por que no sábado?
Santo Tomás de Aquino dizia que no sábado
depois da Sexta-feira Santa a única que permaneceu firme em sua fé foi Maria e,
por isso, a Igreja, para honrá-la, dedica-lhe esse dia.
Por que são cinco sábados?
Jesus apareceu à Irmã Lúcia na noite de 29
para 30 de maio de 1930 e explicou que:
“Existem
cinco tipos de ofensas e blasfêmias contra o Imaculado Coração de Maria:
a primeira é
contra a sua Imaculada Conceição;
a segunda é contra
a sua Virgindade Perpétua;
a terceira é
contra a sua Maternidade Divina, recusando reconhecê-la como Mãe de todos os
homens;
em quarto lugar,
as ofensas de quem ensina crianças a desprezarem e terem ódio da Virgem;
e, finalmente em
quinto lugar, aos que a insultam diretamente em suas sagradas imagens”.
Conclusão
Poderá parecer quase impossível cumprir
com esta devoção, sobretudo pela imperiosa necessidade de não dobrar os joelhos
diante dos ídolos do mundo contemporâneo – um dos quais a maldita tirania das
modas imorais. É necessário, entretanto, ter presente que, o que aos homens é
impossível não o é a Deus (cfr. Mt. 19,26). E que o caminho certo para se obter
isso é Nossa Senhora.
Realmente, indaga o Pe. Thomas de
Saint-Laurent: "Quereis transformar
vossa vida? Quereis praticar facilmente as virtudes que vos parecem
inacessíveis e que Deus entretanto vos pede? Quereis conhecer as alegrias
inefáveis que somente o amor de Jesus pode proporcionar e que faziam as
delícias dos Santos? Quereis experimentar em vós essas maravilhas?".
Ele mesmo dá a magnífica e teologicamente exata resposta: "Se o quereis seriamente, não hesiteis um só
segundo: dirigi-vos a Maria. Não há caminho mais direto para ir a Nosso Senhor".
Além de estar, por esse modo, reparando
Seu Imaculado Coração, que alegria, que paz de alma terá aquele que,
livrando-se da tirania do demônio e seus sequazes, aceita o suave jugo de Deus,
que o levará ao paraíso celeste! Que para tal, prezado leitor, Nossa Senhora de
Fátima conceda-lhe abundantes graças.
Fontes: acidigital.com; www.adf.org.br;
http://catolicismo.com.br/abril1997
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