sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Beatas Rosário de Soano e Serafina de Ochovi, mártires da Guerra Civil Espanhola – 23 de agosto

   
    Petra Maria Quintana, nome civil da Irmã Rosário de Soano, nasceu em Soano, Santander, Espanha, em 13 de maio de 1866, filha de Antônio Quintana e Luísa de Argos, uma família piedosa; cresceu ajudando a família nos trabalhos do lar e do campo.
     O Senhor a provou desde muito jovem: aos 14 anos perdeu sua mãe e ela teve que encarregar-se das fainas domésticos, da educação de seus irmãos e irmãs menores e além disso ajudar seu pai nos trabalhos do campo. Jovem muito piedosa, se tornou Terceira Franciscana e frequentava o convento capuchinho de Montehano, onde, ao ouvir um sermão do Pe. Luís Amigó, decidiu tornar-se religiosa. Segundo atestou uma de suas sobrinhas: “As circunstâncias familiares, sua formação cristã, a direção espiritual e um sermão do Pe. Amigó, a inclinaram a se consagrar ao Senhor”.
     Em 8 de maio de 1889, com 23 anos, vencendo a oposição de sua família, ingressou na Congregação das Irmãs Terciárias Capuchinhas da Sagrada Família no Santuário de Montiel-Benaguacil (Valencia). Aos pés da Virgem Maria se convenceu que Deus a queria para Ele. Vestiu o hábito em 14 de maio de 1890, mudando seu nome para o de Irmã Rosário de Soano. Fez sua primeira profissão em 14 de maio de 1891, no convento de Masamagrell e em 14 de maio de 1896, emitiu os votos perpétuos.
     Adquiriu os conhecimentos que não havia podido adquirir em seu povoado. Desempenhou com dedicação os serviços que a obediência lhe recomendava: Superiora e Conselheira geral (de 1914 a 1926), Mestra de noviças e coletora de esmolas de porta em porta.
     Jovial, afável, de fácil relacionamento, austera em sua vida, muito sensível às necessidades dos pobres, a quem acolhia e servia sempre com simplicidade e humildade. Se preocupou muito pela formação e progresso espiritual das religiosas. Com esforço, constância e determinação foi adquirindo seus conhecimentos intelectuais, os próprios daquela época.
     Como Vigária Geral acompanhou as irmãs durante a guerra civil espanhola, procurou refúgio para elas e as animou na perseverança. Se distinguiu na prática da caridade, da fidelidade a Deus e ao próximo e sua profunda devoção à Eucaristia. 
     Ao romper a guerra civil espanhola em 18 de julho de 1936, as irmãs foram obrigadas a abandonar o convento e refugiar-se em casas particulares.
     Detidas em 21 de agosto de 1936, foram submetidas a trabalhos forçados, maus tratos e humilhações. No dia seguinte foi fuzilada junto com a irmã Manuela Fernández Ibero na estrada de Puzol (Valencia). A Beata entregou ao seu assassino o anel de sua profissão religiosa dizendo-lhe: “Pegue, eu o dou como sinal de meu perdão”. Impressionado, este dizia: “Matamos uma santa! Matamos uma santa!”

     Serafina de Ochovi nascida em Ochovi, Pamplona, Navarra, Espanha, em 6 de agosto de 1872, foi batizada com o nome de Manuela Justa. Era filha de Hilarião Casimiro Fernandez e Joana Francisca Ibero.
     Cresceu em uma família numerosa, profundamente cristã, humilde e trabalhadora, que vivia pobremente. Fruto deste ambiente, surgiram as vocações de dois capuchinos e duas terceiras capuchinhas. A resposta de seus pais reflete a índole da família: “Se tens vocação, ide servir ao Senhor!”
     A infância de Manuela Justa transcorreu feliz e tranquila, rodeada do carinho dos seus. Frequentava a escola do povoado, que alternava com os trabalhos domésticos e os passatempos próprios da idade.
     Aos 15 anos, no dia 8 de maio de 1887, no Santuário de Montiel (Benaguacil), ingressou na Congregação recém fundada pelo Pe. Luís Amigó. Foi admitida no noviciado em 14 de maio de 1890 e trocou seu nome pelo de Serafina Maria de Ochovi. Fez sua primeira profissão em 14 de maio de 1891 e seus votos perpétuos em 1896.
     Trabalho na educação das meninas órfãs, na coleta de esmolas para o sustento das mesmas, e nos trabalhos domésticos; foi superiora local e por 36 aos Conselheira Geral.
     A Irmã Serafina foi muito amada por suas irmãs de congregação devido sua caridade para com todas, por sua exemplaridade na observância e por sua índole paciente, compreensiva e humilde. Ela amava o trabalho e os mais necessitados. Em todas suas ações sobressaia seu grande sentido de justiça, a retidão e o cuidado de tudo até o mínimo detalhe. De caráter sério, firme e franco, sem duplicidade, seu maior prazer era rezar diante do Santíssimo Sacramento.
     Quando irrompeu a guerra civil vivia em Masamagrell. Organizou refúgio seguro para as postulantes e noviças, e aprisionada com Maria Vitória Quintana Argos, com ela sofreu o martírio em Puzol (Valencia). 

     Ambas religiosas foram beatificadas em novembro de 2001.

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