domingo, 11 de agosto de 2019

Santa Agilberta (Aguilberta) de Jouarre, Abadessa – 11 ou 12 de agosto

    
     Santa Agilberta é uma abadessa do famoso mosteiro Notre-Dame a Jouarre (*).
     A abadia foi fundada por volta do ano 640 por Adão de Jouarre, em conjunto com Santa Teodequilde, conforme o modelo criado por São Columbano. A abadia era um mosteiro duplo, tendo internamente um convento masculino e um feminino, ambos sob uma única autoridade, a da abadessa.
     Nos séculos IX e X, a abadia era uma importante meta de peregrinação na esfera de influência de Aquisgrana, onde nascera um burgo fortificado que constituiu o primeiro núcleo da atual cidade de Jouarre.
     Na lista das abadessas, Santa Agilberta, figura no segundo lugar depois de Santa Teodequilde, e dirigiu as monjas por cerca de seis anos, entre os anos 667-673. Com referência à duração de seu mandato de abadessa, há divergências nos historiadores. Realmente, alguns afirmam que ela dirigiu a comunidade por cerca de 10 ou 20 anos.
     Temos poucas informações sobre Santa Agilberta. A tradição menciona que ela era filha de Abolino (outro irmão de Mode, a esposa de Altair em seu segundo casamento) e de Pienza, irmã de Santo Ebregesilo, bispo de Meaux, e prima de Teodequilde, a fundadora do mosteiro. Uma santa que contribuiu para o desenvolvimento do movimento columbino.
     Por ocasião de seu falecimento foi sepultada na cripta de São Paulo em um túmulo sem inscrição, que chegou até nós.
     Em 1627, os seus restos mortais foram exumados e colocados junto com os de Santa Teodequilde, e transladados para a igreja paroquial de Jouarre.
     Há uma tradição que honra as relíquias destas duas abadessas, santas e virgens, na terça-feira após Pentecostes, junto com outros santos cujos restos mortais se encontram na paróquia, entre os quais os do bispo Potenciano e da mártir Júlia.
     Na diocese de Meaux a Santa é recordada no dia 11 de agosto, mas, de acordo com o menológio beneditino, a festa de Santa Agilberta em Jouarre é celebrada no dia 12 de agosto.

(*) Abadia de Notre-Dame de Jouarre
     É o local de uma fundação merovíngia, tradicionalmente tida como ocorrida em 640, pela abadessa Santa Teodequilde ou Telquilde, inspirada pela visita de São Columbano, o monge irlandês itinerante que inspirou a construção de instituições monásticas no início do século VII.
     Em Jouarre, havia uma comunidade de monges e freiras, mas todos estavam sob o domínio da abadessa, que em 1225 recebeu imunidade de interferência do bispo de Meaux, respondendo apenas ao Papa.
     A cripta merovíngia (pré-românica) sob a igreja românica da abadia contém vários sarcófagos, notavelmente o do irmão de Santa Teodequilde, São Agilberto (falecido em 680), esculpido com um quadro do Juízo Final e Cristo em Majestade, escultura românica.
     Em meados do século IX, a abadia adquiriu relíquias de São Potenciano; relíquias reunidas em Jouarre atraíram peregrinos. A reputação da abadia era tão alta, que recebeu a visita do Papa Inocêncio II em 1131 e conseguiu abrigar um sínodo em 1133.
     A submissão da abadessa ao bispo de Meaux só ocorreu na época de Bossuet, em 1690. Os atuais edifícios conventuais, novamente ocupados por freiras beneditinas, datam do século XVIII; seu tradicional jardim de frutas e vegetais são notáveis.
(fotos de Jean-Claude Chappart) 


O túmulo de Santa Agilberta
     Do século VII, o sarcófago de Santa Aguilberta (ou Agilberta, encontramos as duas grafias), que foi a segunda abadessa de Jouarre, é adornado de um simples rendilhado geométrico do tipo "quatro folhas".
     "Uma joia da arte merovíngia, as criptas de São Paulo e Santo Ebregesilo testemunham a idade de ouro da vida monástica durante a era merovíngia. Elas acolhem os túmulos dos santos fundadores da abadia de Notre-Dame-de-Jouarre, bem como das primeiras abadessas.
     "Jouarre, fundado por Santa Teodequilde em 640, apresenta capitéis compostos do tipo mediterrâneo. Os sarcófagos de Agilberto, bispo de Paris, e de Teodequilde, a primeira abadessa, são típicos do estilo da Lombardia cristã. Uma cena do Último Julgamento ilustra um dos lados do sarcófago e há muito se pensava que era um trabalho de influência copta, assim como o painel da cabeceira representando Cristo em majestade cercado por símbolos dos apóstolos. O sarcófago de Santa Teodequilde apresenta dois frisos de conchas de vieira, símbolo da eternidade para os mediterrâneos. Considerando-se agora uma conquista de artistas itinerantes da Lombardia por volta de 675. Havia muitos contatos entre os mosteiros gálicos e o norte da Itália, onde São Columbano havia se retirado antes de morrer".
do site de George Briche

Fonte Bibliográfica: A Abadia Real Notre-Dame de Jouarre, As origens e o primeiro século da abadia, Jean Guerout, 1961, Biblioteca de História e Arqueologia Cristã, Paris.
Associação Os Amigos de São Columbano de Luxeuil
www.amisaintcolomban.net

Nenhum comentário:

Postar um comentário