Santo
Aníbal Maria Di Francia, o qual era recebido, com frequência, em audiência
pelo Papa São Pio X, sendo muito seu amigo, chegou à casa de Luísa
Piccarreta com uma notícia muito agradável. Tendo sido recebido em audiência
pelo Papa quis dar-lhe a conhecer "As Horas da Paixão de Nosso Senhor
Jesus Cristo" que ele próprio estava a difundir e leu-lhe algumas páginas
do livro, concretamente, a Hora da Crucificação e a um certo ponto o Papa
interrompeu-o e disse-lhe: "Padre, este livro deve ler-se de joelhos, é
Jesus Cristo quem fala!"
O que são as Horas da
Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo?
Com a idade de 17
anos, Luísa Piccarreta fez uma novena de preparação para o Natal com nove horas
de meditação, e depois de a ter terminado, Nosso Senhor convidou-a a meditar de
forma contínua as últimas 24 horas da Sua Paixão, a partir do momento em que Ele
se despediu da Sua Mãe (antes de instituir a Eucaristia), até ao momento em que
foi sepultado.
Meditar uma Hora da Paixão significa
unirmo-nos a Jesus, para fazer o mesmo que Ele fazia, em cada momento da Sua
Paixão, como por exemplo: as orações e reparações que Ele fazia ao Seu Pai, no
Seu interior, quando era flagelado, coroado de espinhos, crucificado, etc.
Oração antes de cada Hora
Ó meu Senhor Jesus
Cristo, prostrado na tua presença divina, suplico ao Teu amorosíssimo Coração
que me admita à dolorosa meditação das 24 Horas da Tua Paixão, durante as
quais, por nosso amor, tanto sofreste no Teu corpo adorável e na Tua alma
santíssima, até à morte de cruz. Ajuda-me e dá-me graça, amor, profunda
compaixão e compreensão dos Teus sofrimentos, enquanto agora medito a Hora
____.
Ó Maria, Mãe Dolorosa, faz-me sentir a
compaixão do Teu coração trespassado, por Jesus agonizante no Getsêmani. Assim
seja.
Hora Capítulo da Paixão
Das 5 às 6 da
tarde Jesus despede-se de sua Mãe.
Há uma invocação
de Na Sra que quero lembrar especialmente. É a da advogada dos pecadores. Nosso Senhor é Juiz. E por maior que
seja a sua misericórdia, não pode também deixar de exercer a sua função de
juiz. Nossa Senhora, porém, é só advogada. E ninguém ignora que não é função do
advogado outra coisa senão defender o réu. Assim, pois, dizer que Nossa Senhora
do Sagrado Coração é nossa advogada implica em dizer que temos no Céu uma
advogada onipotente, em cujas mãos se encontra a chave de um oceano infinito de
misericórdia.
O que de melhor
para se mostrar a esta humanidade pecadora, à qual, se não se fala de Justiça
de Deus, se embota cada vez mais no pecado, e se dela se fala desespera de se
salvar? Mostremos a Justiça: é um dever cuja omissão tem produzido os mais
lamentáveis frutos. Ao lado da Justiça que fere os impenitentes, nunca nos
esqueçamos, entretanto, da misericórdia que ajuda o pecador seriamente
arrependido a abandonar o pecado e, assim, a se salvar. Legionário, N.º 410, 21 de julho de 1940
Das 6 às 7 da
tarde Jesus vai
para o Cenáculo
Raiou
o dia dos pães sem fermento, em que se devia imolar a Páscoa. Jesus enviou
Pedro e João, dizendo: Ide e preparai-nos a ceia da Páscoa. Perguntaram-lhe
eles: Onde queres que a preparemos? Ele respondeu: Ao entrardes na cidade,
encontrareis um homem carregando uma bilha de água; segui-o até a casa em que
ele entrar, e direis ao dono da casa: O Mestre pergunta-te: Onde está a sala em
que comerei a Páscoa com os meus discípulos? Ele vos mostrará no andar superior
uma grande sala mobiliada, e ali fazei os preparativos. Foram, pois, e acharam
tudo como Jesus lhes dissera; e prepararam a Páscoa. (Lc 22, 7-13)
Das 7 às 8 da noite A
Ceia
Durante
a ceia, quando o demônio já tinha lançado no coração de Judas, filho de Simão
Iscariotes, o propósito de traí-lo, sabendo Jesus que o Pai tudo lhe dera nas
mãos, e que saíra de Deus e para Deus voltava, levantou-se da mesa, depôs as
suas vestes e, pegando duma toalha, cingiu-se com ela. Em seguida, deitou água
numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos e a enxugá-los com a toalha
com que estava cingido. Depois de lhes lavar os pés e tomar as suas vestes,
sentou-se novamente à mesa e perguntou-lhes: Sabeis o que vos fiz? Vós me
chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou. Logo, se eu, vosso
Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar-vos os pés uns aos
outros. Dei-vos o exemplo para que, como eu vos fiz, assim façais também vós.
(Jo,13, 2-5.12-15)
Das 8 às 9 da noite A Instituição da Eucaristia
Durante a refeição, Jesus tomou o
pão, benzeu-o, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: Tomai e comei, isto é
Meu CORPO. Tomou depois o cálice, rendeu graças e deu-lho, dizendo: Bebei dele
todos, porque isto é Meu SANGUE, o sangue da Nova Aliança, derramado por muitos
homens em remissão dos pecados. Digo-vos: doravante não beberei mais desse
fruto da vinha até o dia em que o beberei de novo convosco no Reino de Meu Pai.
(Mt. 26, 26-29)
Das
9 às 10 da noite Primeira
hora de agonia no Horto das Oliveiras
Retirou-se Jesus com eles para um
lugar chamado Getsêmani e disse-lhes: Assentai-vos aqui, enquanto eu vou ali
orar. E, tomando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a
entristecer-se e a angustiar-se. Disse-lhes, então: Minha alma está triste até
a morte. Ficai aqui e vigiai comigo. (Mt 26, 36-38)
Das 10
às 11 da noite Segunda
hora de agonia no Horto das Oliveiras
Meu Pai, se é possível, afasta de
mim este cálice! Todavia não se faça o que eu quero, mas sim o que tu queres.
(Mt 26, 39) Apareceu-lhe então um anjo do céu para confortá-lo. (Lc 22, 43).
Ele entrou em agonia e orava ainda com mais instância, e seu suor tornou-se
como gotas de sangue a escorrer pela terra. (Lc 22, 44)
Das 11 à meia-noite Terceira
hora de agonia no Horto das Oliveiras
Voltando aos discípulos,
encontrou-os dormindo, acabrunhados pela tristeza, e disse a Pedro: “Simão, tu
dormes? Assim não pudeste velar uma hora comigo? Vigiai e orai para não
entrardes em tentação porque o espírito está pronto, mas a carne é fraca”.
Da meia-noite à 1 da madrugada A prisão de Jesus
Jesus ainda falava, quando veio
Judas, um dos Doze, e com ele uma multidão de gente armada de espadas e
cacetes, enviada pelos príncipes dos sacerdotes e pelos anciãos do povo. O
traidor combinara com eles este sinal: Aquele que eu beijar, é ele. Prendei-o!
Aproximou-se imediatamente de Jesus e disse: Salve, Mestre. E beijou-o.
Disse-lhe Jesus: É, então, para isso que vens aqui? (Mt 26, 47-50)
Da uma às 2 da madrugada Jesus é lançado do
precipício e cai na torrente Cedron
Voltando-se para os príncipes dos
sacerdotes, para os oficiais do templo e para os anciãos que tinham vindo
contra ele, disse-lhes: Saístes armados de espadas e cacetes, como se viésseis
contra um ladrão. Entretanto, eu estava todos os dias convosco no templo, e não
estendestes as mãos contra mim; mas esta é a vossa hora e do poder das trevas.
(Lc 22, 52-53)
Das 2 às 3 da madrugada Jesus
é apresentado a Anás
Conduziram-no primeiro a Anás,
por ser sogro de Caifás, que era o sumo sacerdote daquele ano. Caifás fora quem
dera aos judeus o conselho: Convém que um só homem morra em lugar do povo.
Simão Pedro seguia Jesus, e mais outro discípulo. Este discípulo era conhecido
do sumo sacerdote e entrou com Jesus no pátio da casa do sumo sacerdote, porém
Pedro ficou de fora, à porta. Mas o outro discípulo (que era conhecido do sumo
sacerdote) saiu e falou à porteira, e esta deixou Pedro entrar. O sumo
sacerdote indagou de Jesus acerca dos seus discípulos e da sua doutrina. Jesus
respondeu-lhe: Falei publicamente ao mundo. Ensinei na sinagoga e no templo,
onde se reúnem os judeus, e nada falei às ocultas. Por que me perguntas?
Pergunta àqueles que ouviram o que lhes disse. Estes sabem o que ensinei. A
estas palavras, um dos guardas presentes deu uma bofetada em Jesus, dizendo: É
assim que respondes ao sumo sacerdote? Replicou-lhe Jesus: Se falei mal,
prova-o, mas se falei bem, por que me bates? (Jo 18, 13-23)
Das 3 às 4 da madrugada Jesus
em casa de Caifás
Anás enviou o preso ao sumo
sacerdote Caifás. (Jo 18, 24) Enquanto isso, os príncipes dos sacerdotes e todo
o conselho procuravam um falso testemunho contra Jesus, a fim de o levarem à
morte. (Mt 26, 59) Levantaram-se, então, alguns e deram esse falso testemunho
contra ele: Ouvimo-lo dizer: Eu destruirei este templo, feito por mãos de
homens, e em três dias edificarei outro, que não será feito por mãos de homens.
Mas nem neste ponto eram coerentes os seus testemunhos. O sumo sacerdote
levantou-se no meio da assembléia e perguntou a Jesus: Não respondes nada? O
que é isto que dizem contra ti? Mas Jesus se calava e nada respondia. (Mc 14,
57-61) O sumo sacerdote tornou a perguntar-lhe: És tu o Cristo, o Filho de Deus
bendito? Jesus respondeu: Eu o sou. E vereis o Filho do Homem sentado à direita
do poder de Deus, vindo sobre as nuvens do céu. O sumo sacerdote rasgou então
as suas vestes. Para que desejamos ainda testemunhas?!, exclamou ele. Ouvistes
a blasfêmia! (Mc 14, 64-64)
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