Martirológio Romano: No
mosteiro de Santa Maria de Capelle, perto de Wast, na região de Boulogne,
França, Beata Ida, que, viúva de Eustáquio, conde de Boulogne, brilhou por sua
liberalidade junto aos pobres e por seu zelo no decoro da casa de
Deus. († 1113)
Ida nasceu em Boulogne, em 1040. Era filha
de Godofredo, duque da Baixa Lotaríngia, e aos 17 anos desposou Eustáquio II,
conde de Boulogne. Ida foi mãe de Eustáquio III, de Godofredo de Bouillon e de
Balduino I, reis de Jerusalém.
Suas imensas possessões se estendiam desde
Luxemburgo até o Atlântico, passando por Ardenne e Pas de Calais.
Muito devota, sua ocupação favorita era
confeccionar belos ornamentos litúrgicos. Rezava com tanto fervor, que o
Cronista Guilherme de Tiro atribuía boa parte do êxito da 1ª Cruzada às suas
orações.
Grande benfeitora das igrejas e dos
pobres, após a morte de seu marido fundou vários mosteiros: Saint-Wulmer em
Boulogne para os Cônegos Agostinianos, Saint-Michel-du-Wast para os monges de
Cluny. Ela fez doações consideráveis para a Abadia Saint-Bertin, Bouillon e
Afflighem, favoreceu a reforma de Cluny sob a influência de Santo Anselmo de
Canterbury, seu diretor espiritual, o qual manteve com ela uma correspondência
epistolar que chegou até nós. Este particular destaca o papel que o santo arcebispo
teve na reforma monástica na região de Flandres.
Ida não tomou o hábito beneditino, como se
acreditava (Holweck, p. 500), mas obteve de Santo Ugo a ligação espiritual com
Cluny, de modo a ser considerada oblata da Ordem Beneditina.
Ela morreu no dia 13 de abril de 1113 e
foi enterrada na igreja de Wast (notamos que muitas informações biográficas
erroneamente mencionam Saint-Waast, em vez de Wast). Em 1669 seus restos
mortais foram transferidos para os beneditinos de SSmo. Sacramento em Paris,
que levaram com eles quando, em 1808, se estabeleceram em Bayeux, onde eles
ainda são mantidos (uma relíquia, no entanto, foi deixada em Wast).
A Beata se despede do filho que vai para a Cruzada |
A festa de Ida que era celebrada na antiga
diocese de Boulogne, mais tarde foi autorizada para as dioceses de Arras e
Bayeux, quando adotaram o rito romano. A comemoração da santa é encontrada em
muitos calendários medievais a 13 de abril. No entanto, naquele dia é recordada
a Beata Ida de Louvain, da qual se ignora a data da morte.
Para a santa mãe do grande cruzado Godofredo
de Bouillon não se tem uma representação iconográfica bem caracterizada e
poucas são as imagens dela. Entre estas, muito tardia, vale a pena notar a
escultura em madeira do artista do século XVIII Georg Ueblherr na igreja
austríaca de Engelszell, que a representa em adoração do crucifixo.
Ela é patrona das viúvas.
Ida teve dois filhos e um genro que
deixaram marca na História. Seus filhos Godofredo de Bouillon e Balduino I
tomaram parte na gloriosa primeira cruzada e foram os primeiros soberanos
francos do reino de Jerusalém.
Seu genro foi Henrique IV, imperador da
Alemanha, cujo nome ficou ligado a “questão das Investiduras”. Quando foi
derrotado, teve que implorar perdão ao Papa Gregório VII, porém mais tarde,
retomou as hostilidades, se apoderou de Roma e mandou o Papa para o exílio,
onde morreu.
Fonte: http://www.santiebeati.it/
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