quarta-feira, 5 de abril de 2017

Beata Catarina Morigi de Pallanza - 6 de abril

Martirológio: No mosteiro de Santa Maria no Sagrado Monte junto a Varese, a Beata Catarina de Pallanza, virgem, que juntamente com suas companheiras praticou vida eremítica sob a regra de Santo Agostinho.
    

    Entre os santos venerados pela Igreja de Milão estão as Beatas Catarina de Pallanza e Juliana de Busto que deram origem à experiência monástica das eremitas da Ordem de Santo Ambrósio ad Nemus de Santa Maria do Monte junto a Varese, comumente chamada Ermida Ambrosiana.
    Já antes de 1400, há séculos havia um local de culto à Virgem Maria, um santuário ligado pela tradição a Santo Ambrósio: ali o Santo Bispo havia derrotado o último grupo de arianos.
     Neste lugar importante para a história da Igreja de Milão, as duas mulheres vão viver a sua consagração virginal ao Senhor.
     A primeira foi Catarina, nascida em Pallanza, da nobre família dos Morigi, que muito criança ficou órfã devido a uma epidemia que colheu seus pais e irmãos. Acolhida por Catarina del Silenzio de Milão, foi formada em uma intensa vida espiritual, o que bem cedo a levou a se consagrar totalmente a Deus.
     Sentindo que o Senhor lhe indicava o Sagrado Monte de Varese como o local de sua oração, ali se uniu aos eremitas que viviam ao lado do santuário mariano que, segundo a tradição, fora fundado por Santo Ambrósio. Pouco depois, após uma terrível epidemia, todos os eremitas morreram e Catarina, em 24 de abril de 1452, decidiu continuar sozinha o caminho eremítico, entregando-se a intensa contemplação da Paixão de Cristo.
     Dois anos depois, em 14 de outubro de 1454, juntou-se a ela Juliana Puricelli. Nascida em 1427 em Busto-Verghera, numa família pobre, Juliana, simples e de grande docilidade, viveu à sombra e na escola de Catarina, que a deixou progredir em sua devoção ao Pai Nosso e à Ave Maria, desenvolvendo assim seus dons de pureza, obediência, pobreza, humildade e caridade, e cultivando com ela a contemplação da Paixão de Cristo.
     Suas vidas transcorriam na oração, na penitência e na assistência aos peregrinos que visitavam o vizinho santuário mariano.
     Em 1460 outras companheiras vieram se juntar a elas. Para dar estabilidade à comunidade, Catarina pediu ao Papa autorização para professar a Regra de Santo Agostinho, observar as constituições de Santo Ambrósio e recitar o ofício no rito ambrosiano.
     Depois de várias atribulações e mal-entendidos, em 1º de novembro de 1474 a autorização é concedida pelo Papa Cisto IV, e no dia 10 de agosto de 1476 as eremitas puderam fazer sua profissão religiosa, passando à vida cenobítica, elegendo Catarina como sua abadessa. Assim teve origem o Mosteiro de Santo Ambrósio e Santa Maria do Monte de Varese.
     Catarina morreu no dia 6 de abril de 1478, quando a vida da pequena comunidade, chamada simplesmente das Eremitas Ambrosianas, já estava consolidada. Deixou à pequena comunidade o testamento da caridade e da obediência à vontade de Deus.
     Juliana, “ao chegar a noite da Assunção da Virgem Maria, desejou ser colocada sobre a terra nua e morreu com grandes melodias no dia 15 de agosto de 1501".
    As duas Eremitas, que ainda em vida eram chamadas de "beatas", foram veneradas pelo povo desde a sua morte, como concordam as testemunhas dos dois processos; e "desde tempos imemoriais" a festa da Beata Catarina é celebrada em 6 de abril e a de Juliana no dia 15 de agosto.
     As duas eremitas ambrosianas foram beatificadas em 16 de setembro de 1769 pelo papa Clemente XIV (Gian Vincenzo Antonio Ganganelli, 1769-1774).
     Atualmente a liturgia ambrosiana, com o novo Missal de 1976, celebra as beatas em 27 de abril.
 
Santa Maria do Monte Varese

Fonte principal: chiesadimilano.it/ (“RIV./gpm”).

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