Brígida Birgersdotter, escritora,
teóloga, fundadora de Ordem religiosa, padroeira da Suécia e Co-padroeira da
Europa, era filha do aristocrata Birger Persson de Finsta e de Ingeborg Bengtsdotter.
Seu pai foi conselheiro real (riksråd)
e homem de leis (legífero) de Tiundalândia na Uplândia. Por intermédio
de seus pais e de seu esposo, pertenceu aos círculos políticos mais influentes
da Suécia medieval.
Santa Brígida nasceu por volta de 1303,
segundo uma tradição antiga, em Norrtälje, na província de Uppland. Finsta era
a residência da família Finsta, e pertenceu durante certo tempo (porém não na
época do nascimento de Brígida) a seu pai Birger Persson. Seu pai era juiz de
Uppland, e seu avô paterno, seu avô materno e seu irmão também exerceram essa
profissão. Seu esposo também viria a ser juiz, teve um filho que passaria a
exercer a mesma atividade. Seu avô materno era primo de Magnus Ladulás, de modo
que Brígida tinha parentesco com a família real sueca. Sua família forneceu à Igreja muitos santos e
se dedicava a construir mosteiros, igrejas e hospitais com a própria fortuna.
Até os seus 3 anos de idade a pequena
Brígida não falava. Repentinamente, falou com impressionante facilidade e
desenvoltura. Aos 7 anos teve sua primeira experiência mística conhecida: viu
Nossa Senhora que lhe sorria e colocou sua majestosa coroa sobre sua cabeça.
Depois, desapareceu.
Aos 10 anos de idade Brígida experimentou
a dor da separação: sua mãe adoeceu gravemente e faleceu. Era, portanto, o ano
1312. Seu pai, se considerando incapaz de prover educação compatível com a de
uma menina de sua condição social, enviou-a para a casa da cunhada Catarina
Bengtsdotter, em Aspanäs, próxima ao Lago Sommen, em Östergötland.
Desde a infância, Brígida tinha o dom das
revelações divinas, todas anotadas por ela no seu idioma sueco. Em uma ocasião,
viu diante dela Jesus Cristo torturado e morto na cruz. Alguns dias depois,
teve uma outra visão, de Cristo pregado à Cruz, coberto de chagas, e o Salvador
lhe disse estas palavras: “Olha em que estado me encontro, minha filha”. E ela
perguntou: “Jesus, quem te fez isto?”, ao que Ele respondeu: “Aqueles que me
ofendem e não querem o meu amor”. Tal visão deixou uma profunda e indelével
marca em seu coração.
Esses dois temas, a profunda devoção a
Maria e as meditações sobre o sofrimento de Cristo, marcariam toda a vida de
Santa Brígida. As descrições foram traduzidas para o latim e somaram oito
grandes volumes, que ainda hoje são fonte de consulta para historiadores,
teólogos e fiéis cristãos.
Ao completar 14 anos, e atendendo às
ordens de seu pai e parentes, Brígida casa-se com Ulf Gudmarsson.
Com este homem nobre em mais de um sentido, viveu um matrimônio feliz por 28
anos. Como frutos desse casamento, vieram ao mundo 8 filhos, sendo 4 meninos e
4 meninas.
Era com rigor que eles cuidavam da
educação religiosa e acadêmica dos filhos, sempre no caminho para a
santificação em Cristo. Carlos, o mais
velho, veio a se tornar um homem de vida desregrada. Dois meninos morreram
ainda crianças e o quarto chamava-se Gudmaro. As mulheres se casaram, porém, a
terceira, ficando viúva, tornou-se religiosa e foi canonizada como Santa
Catarina da Suécia. A quarta filha entrou para a Ordem de Cister, também como
religiosa.
Em 1355, Brígida foi chamada pela corte do rei Magno II para converter-se em dama de honra da rainha Branca de Namur. Esta incumbência exigia que ela frequentasse sempre as cortes luxuosas. Mas não se corrompeu neste ambiente de riquezas frívolas, ao contrário, manteve-se fiel aos ensinamentos cristãos, perseverando seu espírito na dignidade e na caridade da fé.
Em 1355, Brígida foi chamada pela corte do rei Magno II para converter-se em dama de honra da rainha Branca de Namur. Esta incumbência exigia que ela frequentasse sempre as cortes luxuosas. Mas não se corrompeu neste ambiente de riquezas frívolas, ao contrário, manteve-se fiel aos ensinamentos cristãos, perseverando seu espírito na dignidade e na caridade da fé.
A devoção de Brígida também influenciou
seu marido. Entre outras viagens, o casal realizou peregrinações a Nídaros
(atual Trondheim) e a Santiago de Compostela. A caminho da Espanha, na cidade
francesa de Arras, Ulf adoeceu. Quando se temia o pior, o santo francês São
Dionísio apareceu ante Brígida e lhe prometeu que seu marido não morreria nessa
ocasião. De fato, ele ficou curado, mas, de volta a Suécia, Ulf ingressou no
mosteiro cisterciense de Alvastra, onde vivia um dos seus filhos, e lá morreu,
em 1344.
Após a morte de Ulf, Brígida repartiu seus
bens entre os herdeiros e os pobres, passando a viver de maneira simples nas
imediações do convento de Alvastra. Viúva, Brígida decidiu retirar-se
definitivamente para a vida monástica para realizar um velho projeto, a
fundação de um mosteiro duplo, de homens e mulheres, que deu origem à Ordem do
Santo Salvador, sob as Regras de Santo Agostinho, passando, então, a viver
nele.
Suas visões e revelações se tornaram mais numerosas e frequentes. As revelações
divinas não lhe vinham mais em sonhos, mas quando desperta e em oração, muitas
vezes em êxtases. As revelações de Santa Brígida se referiam aos assuntos mais
polêmicos de sua época e muitos reconhecem que, graças a essas visões, muitos
acordos de paz foram firmados e estabeleceram relações políticas entre os Estados,
dentre outras coisas.
Certa vez, em uma visão, Jesus lhe disse:
"O que eu te falo não é somente para ti, (...) mas por meio de ti falarei
ao mundo". Todas essas experiências foram escritas em latim pelo prior do
Mosteiro de Santa Maria, Pe. Pedro de Skninge, que era confessor e confidente
de Santa Brígida, confiava com exatidão suas visões divinas.
Brígida viajou a Roma no ano de 1349 com o
propósito de tomar parte na celebração do jubileu de 1350, e para obter
permissão do Papa para fundar uma nova Ordem religiosa. Entretanto, na ocasião
o Papa residia em Avignon e, além disso, a Igreja havia proibido o
estabelecimento de mais ordens. A ausência do Papa desanimou Brígida, que havia
tido uma visão na qual encontraria o Papa e o Imperador quando chegasse a Roma.
Em Roma, residiu primeiramente próximo da Basílica de São Lourenço. Foi
testemunha do decaimento espiritual da cidade após a partida do Papa. Durante
sua estadia na cidade, escreveu cartas ao Papa, onde lhe suplicava que
regressasse a Roma, e se dedicou a visitar as igrejas que continham túmulos de
santos. Nas Igreja de São Lourenço de Panisperna, na colina de Viminale, pediu
aos transeuntes esmolas para os necessitados. Também aproveitou para viajar em
peregrinação aos santuários de Assis, à Nápoles e ao sul da Itália.
Em 1368, o Papa Urbano V regressou a Roma e, em 21 de outubro recebeu o
Imperador Carlos IV. Então Brígida pôde entregar as regras de sua ordem ao
Papa, que se encarregaria de examiná-las. As regras foram aceitas com várias
revisões e grandes mudanças com as quais Brígida provavelmente não concordava.
Além disso, o Papa tomou a decisão de deixar novamente a Itália por motivos de
segurança, situação com a qual Brígida também não estava de acordo. Ela
profetizou que o Papa receberia um forte golpe de Deus e após dois meses do
regresso a Avignon Urbano faleceu.
Em 1371, quando tinha aproximadamente 68 anos, Brígida realizou uma viagem à
Terra Santa, com um itinerário que passaria por Nápoles e Chipre. Em Nápoles,
faleceu seu filho Carlos Ulvsson, o que lhe acarretou grandes preocupações.
Brígida teve, então, outra aparição que lhe garantiu o perdão divino a seu
filho, que agradeceu as orações e lágrimas de sua mãe.
Quando voltou à Roma, no verão de 1373, uma enfermidade a debilitou e Brígida
faleceu no que é hoje a Praça Farnese, no dia 23 de julho, aos setenta e um
anos, em mãos de seu fiel confessor. De acordo com sua própria vontade, seus
restos mortais foram transladados para a Suécia, especificamente para o
convento de Vadstena, após haverem sido enterrados na igreja romana de São
Lourenço em Panisperna.
A
Ordem fundada por ela passou a ser dirigida por sua filha, Catarina da Suécia,
alcançando notoriedade pelos anos futuros.
Em 1377, por ordem do Bispo Alfonso Pecha de Vadaterra, amigo e confessor de
Brígida, saiu à luz a primeira edição de suas Aparições Celestiais. Em 1378,
foi ao fim outra aprovação sobre as regras da ordem religiosa de Brígida, e em
1384 se consagrou o convento de Vadstena.
O processo de canonização de Brígida começou em 1377 e terminou em 1391. Foi
canonizada a 7 de outubro de 1391 por Bonifácio IX. Em 1999, Santa Brígida foi elevada à categoria,
junto com Santa Catarina de Siena e Santa Teresa Benedita da Cruz, de co-patrona
da Europa.
A ordem de Santa Brígida perdura até nossos dias, sob o nome de Ordem do Santo
Salvador (Ordo Sancti Salvatoris), chamada comumente de Ordem Brigidina. Os
restos de Santa Brígida se encontram no convento de Vadstena. O edifício onde a
Santa viveu em Roma, a Casa de Santa Brígida, contém um templo, um convento e
um albergue.
Ela é venerada como a padroeira da Suécia.
Sua festa litúrgica é comemorada em 23 de julho.
Visões e revelações: O tempo presente e as profecias
de Sta. Brígida
As Revelações de Santa Brígida receberam
um grau excepcionalmente alto de autenticidade, autoridade e importância
desde o início. O Papa Gregório XI (1370-78) aprovou e confirmou-as e julgou-as
favoravelmente, assim como Bonifácio IX (1389-1404), na Bula Ab Origine Mundi,
par. 39 (7 de julho de 1391). Mais tarde, foram examinados no Concílio de
Constança (1414-18) e no Conselho de Basileia (1431-49), ambos julgando-as em
conformidade com a fé católica. As revelações também foram fortemente
defendidas por inúmeros teólogos conceituados, incluindo Jean Gerson
(1363-1429), Chanceler da Universidade de Paris, e Cardeal Juan de Torquemada
(1388-1468).
Consta dos escritos de Santa Brígida que
Nosso Senhor, referindo-se aos últimos tempos, disse-lhe: “... 40 anos antes do
ano 2000 (anos 60 do século 20, portanto), o demônio será deixado solto, por um
tempo”.
“Um sinal dos eventos que marcarão o fim
dos tempos será este: os sacerdotes deixarão de usar o hábito santo e se
vestirão como pessoas comuns; as mulheres se vestirão como os homens e os
homens como as mulheres”.
“… Esta é a hora de Satanás, que tem a
infame intenção de destruir a minha Criação...”
Encerramos com uma importante advertência:
há muitas supostas profecias atribuídas a Santa Brígida que podem ser
encontradas na internet. Porém, é preciso extremo cuidado e seriedade ao se
analisar tais conteúdos, porque há muita falsidade e/ou material sem
apresentação de fontes que não merece crédito.
www.obradoespiritosanto.com
Postada
neste blog em 22 de julho de 2012
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