No dia 14 de setembro de 2003, Festa da Santa Cruz, João Paulo II beatificou, numa solene cerimônia em Bratislava, na Eslováquia, a Irmã Zdenka Cecilia Schelingova e o Bispo Vasil’ Hopko, ambos mártires eslovacos.Na presença de bispos, alguns cardeais, sacerdotes e religiosas, testemunhas e vítimas ainda vivas da “Igreja do Silêncio”, também chamada “Igreja das catacumbas do século XX” nos países sob o domínio comunista, o papa recordou os filhos da Santa Igreja que irrigaram com seu sangue aquelas regiões e deu como exemplo das perseguições de ontem e de hoje as duas figuras notáveis que beatificava.†Cecilia Schelingova, este era o seu nome de leiga, nasceu em 24 de dezembro de 1916 em Krivá, distrito de Dolny, Eslováquia, penúltima de 11 filhos. Três dias depois foi batizada. Seus pais, Pavol e Zugana, eram honestos camponeses que deram uma educação religiosa aos filhos, fundamentada na oração e no cumprimento do dever - trabalhar no campo e nas lides da casa.Cecília se distinguia de suas companheiras na escola pela diligência, obediência e a prontidão com que procurava ajudar os outros.Em 1929 começou a colaborar na paróquia das Irmãs de Caridade da Santa Cruz. Atraída pela caridade das Irmãs, com apenas 15 anos desejou entrar naquela Congregação. Seus pais e seus irmãos se alegraram muito e se sentiram muito satisfeitos com sua escolha.Durante seu noviciado fez estudos de enfermagem em Podunajské Biskupice por dois anos, e depois um curso de especialização em radiologia. No dia 30 de janeiro de 1936 emitiu os primeiros votos mudando o nome para Zdenka (Sidônia).Era intensa sua oração. Durante o trabalho se mantinha muito unida a Deus. Era amável com todos e estava sempre disposta a servir. A amizade espiritual com Jesus marcou sua vida religiosa e seu trabalho de enfermeira.Com o diploma de enfermeira, exerceu esta atividade em Humenné, cidade situada na parte oriental da Eslováquia, próximo da Ucrânia, e de 1942 em diante, gozando de grande estima por suas qualidades, trabalhou na radiologia do Hospital Estatal de Bratislava com competência, generosidade e amor pelos doentes. Muitos a consideravam um “modelo de Irmã e de enfermeira profissional”.Em 1948, o partido comunista começou uma verdadeira perseguição contra a Igreja Católica, usando discriminação com os fieis, fechando Ordens religiosas, enviando sacerdotes e religiosos para os trabalhos forçados, perseguindo e aprisionando bispos e seus colaboradores.As Irmãs de sua Congregação também viviam no temor e nas dificuldades cada vez mais pesadas. Irmã Zdenka Schelingova participava do sofrimento da Igreja eslovaca oprimida pelo regime, e procurou ajudar alguns sacerdotes em dificuldade por causa de sua Fé.Com grande coragem conseguiu ajudar na fuga de um sacerdote católico em tratamento no hospital por causa das torturas sofridas durante os interrogatórios, e já destinado aos trabalhos forçados na Sibéria. Depois da fuga do sacerdote, Irmã Zdenka rezou assim diante da cruz na capela do hospital: “Jesus, eu vos ofereço a minha vida pela dele. Salvai-o!”Mas a coisa não passou de todo despercebida: o regime comunista totalitário pos a Polícia secreta a vigiar a religiosa.Assim, oito dias depois, 29 de fevereiro de 1952, quando Irmã Zdenka procurava ajudar outros seis sacerdotes a escapar, foi descoberta e aprisionada. Nos dias seguintes, sofreu terríveis interrogatórios no cárcere, com humilhações e torturas.No dia 17 de junho de 1952, acusada de alta traição, foi condenada a doze anos de prisão, a perda dos direitos civis por dez anos. Era evidente que a condenação era infringida no âmbito da perseguição religiosa contra a Igreja Católica e não por um atentado à soberania do Estado: era o motivo das condenações de tantos eclesiásticos.Embora sofrendo, Irmã Zdenka não mostrava nenhum rancor contra os seus algozes, antes perdoando e disposta a morrer por Deus e pelo bem da Igreja. Enquanto era golpeada quase até a morte, sussurrou: "O perdão é o maior na vida”.Sua via crucis prosseguiu por diversas prisões e hospitais de cárceres (Rimavska Sabota, Brno, Praga, Pardubice), o que causou graves conseqüências a sua saúde: devido às torturas, apareceu um tumor maligno no peito e uma tuberculose. .Temendo que ela morresse na prisão, libertaram-na no dia 15 de abril de 1955, mas por medo da situação política, não foi recebida no hospital de Bratislava, foi aceita no de Trnava.Depois de pouco mais de três meses, vividos no sofrimento com humildade e abandono à vontade de Deus, Irmã Zdenka morreu de câncer (é o que foi escrito no seu atestado de óbito), no dia 31 de julho de 1955, após ter recebido o Santo Viático, na idade de apenas 38 anos.Imediatamente após a sua morte o povo a considerava mártir da Fé.Em 1970 o tribunal de Bratislava e a Corte Suprema reconheceram a inocência de Irmã Zdenka da infamante acusação.As suas co-irmãs e o povo eslovaco se recordam da sempre risonha Irmã Zdenka como uma religiosa que caminhou na via da perfeição imitando Nosso Senhor Jesus Cristo, suportando os sofrimentos com paciência heróica, firme determinação, disposta a morrer por Deus e pelo bem da Igreja, sem nenhum rancor aos seus perseguidores.Seus despojos repousam na Igreja da Santa Cruz, em Podunajske Biskupice.Uma Heroina do Século XXIJovem religiosa defende o uso público do hábito desafiando a CristofobiaIrmã Ana Verônica, oblata de São Francisco de Sales em Paris, foi convocada juntamente com vários outros professores de Filosofia ao Liceu Carnot, da capital francesa. O objetivo da reunião era combinar a correção de muitas provas da matéria que tinham ficado sem corrigir no fim do ano escolar.Ela se apresentou como de costume: com o hábito completo do instituto religioso a que pertence. Sua presença foi pretexto para um rebuliço. Professores laicistas e socialistas exigiram das autoridades do Liceu a expulsão da religiosa sob o pretexto de que ela ofendia a laicidade e, de forma caricata e ofensiva, compararam seu hábito com o véu islâmico.As autoridades nada fizeram, pois sabiam que o procedimento da religiosa era irrepreensível do ponto de vista legal.Os professores laicistas exigiram que ela tirasse o hábito. “V. poderia ser mais discreta!”, desabafou uma professora laicista.- “Eu não posso fazer melhor nem pior. Eu devo levá-lo”, respondeu a jovem religiosa.Os jornais fizeram estardalhaço com o fato e o secretariado geral do ensino católico exigiu que a Irmã Ana Verônica desse prova de “juízo” e comparecesse usando roupas civis. Com tom sereno e respeitoso, mas firme, a freira respondeu a seus detratores em carta publicada pelo jornal parisiense “La Croix”, de 13/07/2011:Nós repetimos claramente que jamais tiraremos nosso hábito. …Um hábito religioso é o sinal da resposta a um chamado para se consagrar a Deus, que nem todos os batizados recebem.Desde 8 de setembro de 2004, data de minha entrada na vida religiosa, minha vida mudou muito e o hábito não é mais que a expressão visível disso.Comparecer agora de outra maneira, sem o hábito religioso, é uma coisa impossível para mim, pois eu não uso mais outros vestidos que não sejam os de minha consagração religiosa.Eu não sou religiosa por horas. Fazemos a profissão para viver seguindo Cristo até a morte.Esta consagração religiosa inclui todas as dimensões de nosso ser: corpo, coração, alma e espírito.O jovem homem rico do Evangelho recuou diante do apelo de Jesus para segui-Lo, quando Ele pousou seu olhar sobre ele. Isso significa que a decisão de se consagrar a Deus não é fácil de tomar. Ela pressupõe certas renúncias…O hábito religioso é sinal desse fato. Ele pode, portanto, ser um sinal de contradição. Nós sabemos que nosso hábito não deixa indiferentes as pessoas. Ele é um testemunho da presença de Deus.Por meio dele nós relembramos, de modo silencioso, mas eloqüente, que Deus existe neste mundo que se obstina a não querer pensar nem sequer na possibilidade da transcendência divina.Mas, Jesus nos diz no Evangelho que o servidor não é maior que seu mestre. Vós conheceis a continuação? “Se eles me perseguiram, eles vos perseguirão também” (Jn 15, 20).E Jesus acrescentou: “As pessoas vos tratarão assim por causa de Mim, porque eles não conhecem Aquele que me enviou” (Jn 15, 21).A carta da corajosa Irmã Ana Verônica causa viva impressão na França.No Brasil, o PNDH-3 pretende banir os símbolos religiosos dos locais públicos e instalar um laicismo – na realidade, um anti-catolicismo mal disfarçado – como o francês. Para atingir sua finalidade extremada, não poderá deixar de tentar proibir as próprias vestes talares dos religiosos e das religiosas.
"O encanto grandioso e delicado da Cristandade não provém tanto do que ela realizou, como da harmonia profunda e da veracidade cintilante dos princípios sobre os quais ela construiu". Graças a Igreja Católica a mulher foi elevada a uma dignidade nunca antes atingida. Essas mulheres virtuosas também contribuíram para a grandeza da Cristandade. Aquelas glorificadas pela Igreja, o foram para que as mulheres de todos os tempos as tomassem como exemplo.
sábado, 30 de julho de 2011
Beata Zdenka Cecília Schelingova, Mártir - Festejada 31 de julho
Santa Maria de Jesus Sacramentado Venegas, Fundadora - Festejada 30 de julho
A primeira santa mexicana, chamada carinhosamente ''Madre Nati''“Os idosos são viajantes que estão indo e é preciso acompanhá-los com a maior ternura possível”. Tal frase só poderia estar nos lábios de uma pessoa sensível e atenta, pressurosa e delicada, tão enamorada de Nosso Senhor Jesus Cristo para vê-Lo em todas as pessoas idosas e sofredoras. Assim se delineia a figura e a personalidade de Maria Natividade de Jesus Sacramentado, a primeira mulher mexicana proclamada santa.Seu pai era um católico tão fervoroso e convicto, que renunciou aos estudos universitários de jurisprudência no momento em que percebeu que estavam minando a sua Fé. Este católico coerente e corajoso transmitiu aos seus doze filhos os princípios que cultivava.Natividade Venegas de La Torre nasceu em 8 de setembro de 1868, em Zapotlanejo, Jalisco, no México. A última de doze filhos, desde a adolescência cultivou uma devoção especial à Eucaristia, comungava todos os dias de joelho, exercia obras de caridade e sentindo o forte desejo de consagrar-se totalmente ao Senhor no serviço ao próximo.A vida da jovem Maria Natividade na infância e adolescência transcorreu num clima de simplicidade, sem feitos extraordinários. Aos 16 anos ficou órfã da mãe e aos 19 seu pai também falece. Vai então viver com uma tia paterna.Em 8 de dezembro de 1989, ingressou na florescente Associação de Filhas de Maria, em sua cidade natal.Em 8 de dezembro de 1905, após ter assistido a uns Exercícios Espirituais, uniu-se ao grupo de senhoras fundado recentemente pelo Cônego Atenógenes Silva y Alvarez Tostado, e que com a aprovação do arcebispo local dirigia em Guadalajara um pequeno hospital para os pobres, o Hospital do Sagrado Coração. Em 1910, emitiu, de forma privada, os votos de pobreza, castidade e obediência.Em 1912, as companheiras elegeram-na Vigária, posto que ocupou até 25 de janeiro de 1921, quando foi eleita Superiora Geral. Desse modo, com o conselho de eclesiásticos autorizados, transformou a sua comunidade numa verdadeira Congregação religiosa.Durante a perseguição religiosa de 1926, redigiu as Constituições que regeriam as Filhas do Sagrado Coração de Jesus, e em 8 de setembro de 1930, Festa da Natividade de Maria, estas foram aprovadas, sendo assim reconhecido o novo Instituto. Madre Nati, como era conhecida, e as Irmãs formularam seus votos perpétuos. Ela mudou então seu nome para Irmã Maria de Jesus Sacramentado.Desde então foram fundadas Casas na diocese para atender anciãos doentes e desvalidos. Entre outras em Mazatlán, la Barca, Santa Anita, Durango, Guadalajara, Tepic, Cananea, Mazatlán, Hermosillo, Salvatierra e Mochis.Exerceu o cargo de Superiora Geral entre 1921 e 1954, conseguindo conservar a sua fundação nos anos difíceis da perseguição religiosa. Amou e serviu a Igreja, cuidou da formação das suas co-irmãs, entregou a vida pelos pobres e sofredores, tornou-se um modelo de irmã-enfermeira.Em 1956, Irmã Maria de Jesus, que também era mística, sofreu uma embolia cerebral da qual não se recuperou totalmente. Após deixar a direção da sua Congregação, passou os últimos anos de vida, marcados pela enfermidade, em oração e recolhimento, dando mais um testemunho de sua abnegação. Em 25 de julho de 1959, sua saúde se agravou. No dia 29 sofreu uma síncope. No dia 30 de julho de 1959, aos 91 anos de idade, entregou sua alma ao Criador, cheia de paz, depois de receber os sacramentos.No dia 31, festa de Santo Inácio de Loyola, de quem era grande devota, foi solenemente sepultada, sendo que seu funeral foi assistido por incontáveis pessoas de todas as classes.A Causa de sua canonização foi introduzida em 8 de setembro de 1980 e em maio de 1989 foi declarada oficialmente Venerável. Foi beatificada por João Paulo II, em novembro de 1992. Sua canonização ocorreu em 21 de maio do Ano Santo 2000, em Roma, na solene cerimônia do Grande Jubileu da Encarnação de Jesus Cristo, no dia dedicado ao México, junto com o grupo de 25 Beatos Mártires Mexicanos.Continuamente recordada e invocada pelo povo, que pela sua intercessão obteve diversos favores celestes, Santa Maria de Jesus Sacramentado Venegas, primeira mexicana canonizada, soube permanecer unida a Cristo na sua longa existência terrestre, por isso deu abundantes frutos de vida eterna.
quarta-feira, 27 de julho de 2011
Santa Afonsa da Imaculada Conceição, Clarissa Indiana - Festejada 28 de julho
Participe da palestra Cristofobia: Por que são mortos e perseguidos os cristãos de hoje?
Data: 04 de agosto de 2011
Horário: 19h00 (recepção) 19h30 (início da palestra)
Local: Colégio e Faculdade São Bento s/n°
Centro – São Paulo/SP
Palestrante: Dr. Alexandre de Valle, professor de Relações Internacionais na Universidade de Metz, consultor do Parlamento Europeu e autor de vários livros publicados sobre a questão do Islã, da perseguição religiosa e do terrorismo.
Horário: 19h00 (recepção) 19h30 (início da palestra)
Local: Colégio e Faculdade São Bento s/n°
Centro – São Paulo/SP
Palestrante: Dr. Alexandre de Valle, professor de Relações Internacionais na Universidade de Metz, consultor do Parlamento Europeu e autor de vários livros publicados sobre a questão do Islã, da perseguição religiosa e do terrorismo.
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terça-feira, 26 de julho de 2011
Sant'Ana, Mãe de Nossa Senhora - Festejada 26 de julho
São Joaquim e Sant'Ana, por Giotto O nome Hanah, Hannah em hebraico significa ‘graça, clemência, mercê’. Ela pertencia à família do sacerdote Aarão e seu marido, São Joaquim (Ioakhin, elevação, ou preparação), à família real de Davi.São Joaquim, homem piedoso, fora censurado pelo sacerdote Ruben por não ter filhos. Sant’Ana já era idosa e estéril, por isso São Joaquim retirou-se para o deserto onde passou a rezar e a fazer penitência, rogando a Deus a graça de ter um filho. Ali um anjo do Senhor lhe apareceu dizendo que Deus havia ouvido suas preces. Tendo voltado ao lar, algum tempo depois Sant’Ana ficou grávida. A paciência e a resignação com que sofriam a esterilidade alcançaram-lhes o prêmio de ter por filha aquela que havia de ser a Mãe do Messias.O casal residia em Jerusalém, ao lado da piscina de Betesda, onde hoje se ergue a Basílica de Sant’Ana. Num sábado, 8 de setembro do ano 20 a.C., nasceu-lhes uma filha que recebeu o nome de Miriam, que em hebraico significa "Senhora da Luz" - na forma latina, Maria. Maria foi oferecida ao Templo de Jerusalém aos três anos, tendo lá permanecido até os doze anos.Desde os primeiros séculos de nossa era os pais de Nossa Senhora já eram cultuados no Oriente, atingindo sua plenitude no século VI.No Ocidente, o culto de Sant’Ana remonta ao século VIII. No ano de 710, suas relíquias foram levadas da Terra Santa para Constantinopla e distribuídas a muitas igrejas do Ocidente, sendo que a maior delas estava na igreja de Sant’Ana, em Düren, Renânia, Alemanha.Ao escrever sobre o Natal, São João Damasceno deixa claro que São Joaquim e Santa Ana são os pais de Maria. Seu culto foi tornando-se muito popular na Idade Média, especialmente na Alemanha. Em 1378, o Papa Urbano IV oficializou seu culto. Em 1584, o Gregório XIII fixou a data da festa de Sant’Ana em 26 de julho, e Leão XIII a estendeu para toda a Igreja, em 1879.
Santuário de Sant'Ana de Auray, França
Na França, o culto a Mãe de Maria Santíssima teve um impulso extraordinário depois das aparições da Santa em Auray, em 1624.Aparição de Sant´Ana em Auray, FrançaContam os historiadores que Yves Nicolazic, camponês que vivia na aldeia de Ker Anna, Bretanha, França, foi o portador da mensagem de uma “majestosa senhora”. Na noite de 26 de julho de 1624, ele teve um sonho em que Sant’Ana lhe pedia a reconstrução de uma capela construída em sua honra no século VI. O fato, entretanto, não convenceu o Cura da aldeia.Na noite de 7 para 8 de março de 1625, Sant´Ana apareceu-lhe, mais uma vez, pedindo-lhe que fosse chamar os vizinhos e que todos seguissem a luz que os guiaria: "Leva-os contigo: esta luz vos conduzirá e vós encontrareis a imagem que vos protegerá de todos os males do mundo, e o mundo conhecerá, enfim, a verdade daquilo que prometi".Pouco depois, sob a luz das tochas os camponeses encontraram uma antiga imagem de Sant´Ana em madeira, já bem desgastada, com vestígios em tons brancos e azuis. Ao seu lado, a Virgem Maria com o Menino Jesus ao colo.Três dias depois os peregrinos começaram a chegar para rezar a Sant´Ana diante da imagem que serviria de sinal de conversão para o mundo. Era a realização da profecia: a partir de então as peregrinações tornaram-se constantes.Apesar da discrição e das restrições do Cura, que depois se desculpou, as pesquisas ordenadas por Monsenhor de Rosmadec, Bispo de Vannes, concluiriam sobre a veracidade dos fatos. A primeira Missa oficial foi celebrada por decisão sua no dia 26 de julho de 1625, diante de uma multidão estimada em cem mil pessoas.A partir daquele dia, Yves Nicolazic tornou-se construtor. Os senhores de Kermedio e de Kerloguen, este último proprietário do campo de Bocenno, prometeram-lhe apoio para a construção da capela. Ives passou a dirigir os trabalhos: conduzia as carroças, oferecidas pelo povo, cheias de pedras ou de ardósia, lenha do derrube das árvores, pagamento dos fornecedores e tudo com sabedoria e probidade de um homem que não sabia nem ler nem escrever, e que só falava bretão.Quando a capela ficou pronta, ele se eclipsou: deixou a aldeia e cedeu lugar a Sant´Ana e aos peregrinos, cada vez mais numerosos. Até hoje Sant´Ana é venerada na Basílica de Auray, dedicada à avó de Jesus.No século XIX, como a afluência de peregrinos era muito grande, tornou-se necessário que uma igreja maior fosse construída. A Basílica foi edificada entre os anos 1865 e 1872.Sant’Ana é padroeira dos Bretões deste 1914.Em 1996, João Paulo II fez uma visita ao local e na ocasião estiveram presentes cerca de 150 mil pessoas. Após sua visita, aumentou o número de peregrinos para cerca de 800 mil pessoas por ano, sendo que não há um dia sequer que não haja peregrinos.Devoção a Sant’Ana no Brasil
Sant'Ana e Na. Sra. Menina A devoção à Sant’Ana veio de Portugal, país responsável pela colonização do Brasil. Um exemplo desta devoção é a Vila de São Paulo. A importância de Sant’Ana na Vila de São Paulo se dava pelo fato de que os fundadores da Vila foram os Jesuítas.De acordo com o historiador e professor universitário Mário Sérgio de Moraes, a devoção à Santana surgiu em Mogi das Cruzes, que na época ainda era um vilarejo, com os primeiros colonizadores de São Paulo que vieram para a região."A história da santa e até do primeiro nome da cidade é uma mescla da religião com os indígenas, povo este muito presente no ano de 1611, quando foi dado o nome ao vilarejo de Sant”Ana de Boigy das Cruzes", contou o historiador.Segundo Moraes, Boigy, palavra de origem indígena, significa rio que tem cobras de duas cabeças. O nome de Sant’Ana na frente seria uma forma de dizer que a Santa abençoava a terra onde existia uma serpente com duas cabeças.Mas, além da Vila de São Paulo, da Vila de Mogi das Cruzes, a devoção a Sant”Ana está presente em várias regiões do Brasil, de Norte ao Sul, desde os primeiros séculos de seu descobrimento.
segunda-feira, 25 de julho de 2011
Beata Maria do Carmo Sallés y Baranguera, Fundadora - Festejada 25 de julho
A Beata nasceu em Vic (Barcelona) no dia 9 de abril de 1848, filha de José Sallés e Francisca Barangueras, casal profundamente católicoTendo sua família se transferido para Manresa, frequentou o Colégio das religiosas da Companhia de Maria, recebendo uma educação religiosa e civil, sobretudo uma espiritualidade mariana, que a fez receber com grande alegria a proclamação do dogma da Imaculada Conceição.Aos 16 anos expressou o desejo de tornar-se religiosa, enfrentando a insatisfação dos pais que desejavam que ela se inclinasse ao matrimônio.Em 1869, ingressou no noviciado das Adoradoras, que se dedicavam à recuperação de mulheres marginais pela delinqüência ou prostituição. Com o conselho de seu diretor espiritual, procurou um instituto dedicado a formação da mulher, mais afim com os anseios de sua alma. Assim, em 1871, decidiu-se pelas Dominicanas da Anunciada, fundadas pelo Pe. Coll, que a recebeu no Noviciado.Durante 22 anos se dedicou à educação em diversos lugares, dirigiu uma escolinha para que os filhos de mulheres que trabalhavam não ficassem na rua; em Barcelona, dirigiu um colégio dedicado à classe média, e, ajudada pelas alunas do curso diurno, conseguiu que se abrissem aulas noturnas para 300 operárias.Esforçava-se para aumentar a cultura feminina e educar às jovens numa piedade profunda, bem fundamentada.Em 1889, Carmem iniciou um profundo processo de busca. Rezava, consultava e se punha à escuta da voz do Espírito Santo. Sonhava com jovens que, graças ao harmonioso equilíbrio entre piedade e cultura, fossem propulsoras da família e da sociedade, fieis à hierarquia e plenamente inseridas na vida da Igreja.Os problemas maiores aconteceram no final de 1891 e primeiros meses de 1892. Ela não quis sair da Congregação Dominicana, mas criar um ramo da mesma árvore. Queria continuar no Instituto para continuar nele o seu método de ensino. Porém, não lhe foi permitido e se viu forçada a iniciar um caminho novo.Acompanhada de três companheiras, Candelária Boleda, Remédios Pujals, Emília Horta, iniciou uma Congregação nova na Igreja, chamada no primeiro momento Concepcionistas de São Domingos, hoje Concepcionistas Missionárias do Ensino.Numa busca perseverante, porém tranquila, porque confiava no Senhor mais que em si mesma, Carmem fez uma viagem a Madrid. Ali a esperava a Providência Divina. A palavra firme e serena de D. Celestino Pazos, pertencente ao Cabido de Zamora, a ajudou a buscar a vontade de Deus. Carmem entregou seu projeto à Virgem do Bom Conselho, situada na capela da Colegiada de São Isidoro. Depois de rezar, disse a suas companheiras: "É vontade de Deus. Vamos a Burgos. Ali trabalharemos e lutaremos com tudo que se apresente. E Deus proverá".No dia 15 de outubro de 1892, festividade de Santa Teresa de Jesus, Carmem chegou a Burgos com as três companheiras. Ali encontrou um grande protetor na pessoa do Arcebispo, D. Manuel Gómez-Salazar y Lucio Villegas, que em 7 de dezembro do mesmo ano, outorgou a aprovação Diocesana à nascente Congregação e autorizou a abertura do primeiro colégio Concepcionista.Em 16 de abril de 1893, foi obtida a aprovação Diocesana das Constituições e Carmem Salles foi nomeada Superiora Geral.Em 29 de fevereiro de 1908, Carmem Sallés solicitou ao Santo Padre a aprovação do Instituto. E em 19 de setembro do mesmo ano recebeu o Decreto outorgado por São Pio X.Desde o primeiro momento se dedicou à preparação adequada das futuras religiosas mestras. Naquele tempo as leis não exigiam o título de professora para ensinar nos colégios privados da Igreja, mas Carmem quis que as religiosas cursassem o Magistério e piano, e as introduziu no domínio da língua francesa.A Universidade ainda não abrira suas portas para a mulher, porém dois anos após a fundação do Instituto suas alunas já estudavam o Magistério. Carmem planejou a educação de uma forma integral e equilibrada: a menina e a jovem deviam desenvolver harmonicamente a inteligência e a alma.Madre Carmem gastou sua vida no serviço da educação das crianças e das jovens. Em 19 anos de trabalho, empenhou todas as suas energias em fundar 13 “Casas de Maria Imaculada”, como gostava de chamar as suas Comunidades e Colégios: Burgos, Segovia, El Escorial, Madrid, Pozoblanco, Almadén, Valdepeñas, Manzanares, Santa Cruz de Mudela, Murchante, Barajas de Melo, Arroyo del Puerco (hoy de la Luz), Santa Cruz de la Zarza.Uma mulher de grande caráter e de grande doçura, a Beata soube superar muitas dificuldades ao longo do itinerário de fundadora. Sua fé profunda e sua caridade ardente vão unidas a uma grande sensibilidade pela formação católica das mulheres de seu tempo, quando surgiam pressões laicistas e anti-clericais.A Beata também manifestou sempre um grande amor pelas meninas mais pobres: todas as suas fundações surgem unidas a iniciativas para favorecer as meninas mais pobres. Iniciou também os primeiros passos para levar sua obra para a Itália e o Brasil.Morreu em Madrid, aos 63 anos, no dia 25 de julho de 1911, deixando 166 Irmãs na nova Congregação, deixando-lhes como herança seu desejo de expansão missionária do Instituto. Atualmente as Irmãs estão presentes nos paises do Extremo Oriente, em cinco Estados americanos, na África e na Itália.No dia 8 de dezembro de 1954, festividade da Imaculada Conceição e Ano Mariano, Pio XII aprovou definitivamente a Congregação. João Paulo II a beatificou em Roma no dia 5 de março de 1998.Frases suas:“Não espero nada das criaturas, mas de Deus, doador de todos os bens”.“Enquanto houver jovens para educar e valores a transmitir, as dificuldades não contam”.
sexta-feira, 22 de julho de 2011
Beata Margarida Maria López de Maturana, Fundadora - Festejada 23 de julho
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quinta-feira, 21 de julho de 2011
Santa Maria Madalena - Festejada 22 de julho
Contrição perfeita que levou à santidade
Maria Madalena, Maria de Betânia e Maria pecadora, citadas no Evangelho são a mesma pessoa, segundo o Papa São Gregório Magno, grande estudioso dos santos e criador do Calendário Gregoriano. Também os Padres latinos, desde Tertuliano, Santo Ambrósio, São Jerônimo, Santo Agostinho, até São Bernardo e Santo Tomás de Aquino, reconhecem nas três uma e mesma pessoa: a Santa Maria Madalena penitente, que seguiu Nosso Senhor durante a Paixão.Maria Madalena teria nascido em Betânia, cidade da Judéia, de pais muito ricos, tendo por irmãos Marta e Lázaro. Como parte de sua herança, recebera o castelo de Magdala, de onde lhe veio o nome.Uma lenda fala de sua esplêndida formosura, cabeleira famosa, de seu engenho, e relata ser ela casada com um doutor da Lei que a trancava em casa quando saía. Altiva e impetuosa, Maria teria fugido com um oficial das tropas do César e se estabelecido no castelo de Magdala, perto de Cafarnaum. Suas desordens e escândalos logo se espalharam pela regiãoEnquanto isso, Nosso Senhor iniciara sua peregrinação: fama de seus milagres e a santidade de vida estendia-se pelas terras da Palestina.Atormentada por demônios e pelos remorsos de sua consciência culpada, Maria foi procurar Aquele que alguns apontavam como sendo o Messias prometido. O Senhor apiedou-se dela e livrou-a de sete demônios (Mc 16, 9), tocando-lhe também profundamente o coração.A partir de então, começou para Madalena a completa conversão. Horrorizada ante seus inúmeros pecados, cativada pela bondade e mansidão de Jesus, ela procurava uma ocasião em que pudesse mostrar-Lhe seu reconhecimento e profundo arrependimento.Essa ocasião surgiu na casa de Simão — um fariseu, provavelmente de Cafarnaum —, que havia convidado o Mestre para uma refeição. Durante um banquete ao qual Jesus participava, inesperadamente Madalena irrompeu na sala, foi diretamente até Jesus, rompeu um vaso de alabastro que levava apertado ao peito, e “começando a banhar-Lhe os pés com lágrimas, enxugava-os com os cabelos da sua cabeça, beijava-os e os ungia com o bálsamo” (Lc 7, 38).Perdoada, convertida, Maria Madalena foi viver com seus irmãos em Betânia. Em uma ocasião, as duas irmãs receberam a visita do Messias. Maria sentou-se junto ao Salvador para absorver suas palavras divinas, enquanto Marta afanava-se nos afazeres domésticos para bem receber seu divino Hóspede. E julgou que sua irmã fazia mal, pois em vez de ajudá-la, estava ali sentada esquecida da vida. Disse Jesus: “Marta, Marta, afadigas-te e andas inquieta com muitas coisas. Entretanto uma só coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada” (Lc 10, 38-42).Em outra visita do divino Mestre a Betânia, Maria Madalena, já não mais “a pecadora”, ungiu novamente os pés do Redentor com precioso perfume, o que levou Judas a reclamar do “desperdício”, pois podiam vender o perfume e “dar o dinheiro aos pobres”. Nosso Senhor interveio: “Deixai-a; ela reservou isso para o dia da minha sepultura; porque sempre tendes os pobres convosco, mas a mim não tendes sempre” (Jo 12, 1-8).Chegou o momento da Paixão. Aos pés da cruz, Maria Madalena acompanhava Nossa Senhora e São João Evangelista. Depois do sepultamento, Maria também estava junto ao túmulo, de fora, chorando. Enquanto chorava, se inclinou para o interior do sepulcro e viu dois anjos vestidos de branco, sentados no lugar onde o corpo de Jesus havia sido colocado, um na cabeceira e outro aos pés.Disseram então "Mulher por que choras?" Ela respondeu: "Levaram meu Senhor e não sei onde o colocaram". Dizendo isto se voltou e viu Jesus de pé. Mas não podia imaginar que era Jesus. E Jesus lhe disse: "Mulher por que choras? A quem procuras?" Pensando ser Ele o jardineiro ela respondeu: "Senhor se foste tu que O levaste me diga onde O puseste que eu irei busca-LO" Jesus responde: "Maria". Ela então O reconhece e grita em hebraico "Raboni!" (que quer dizer Mestre!).De acordo com uma antiga tradição do Oriente, Maria Madalena acompanhou São João Evangelista e a Virgem Maria a Efeso onde morreu e foi sepultada.No Ocidente, a tradição diz que ela viajou para Provença, França com Santa Marta e São Lázaro. Alguns afirmam que São Maximino, um dos 72 discípulos do Senhor, e Sidônio (o cego de nascença de que fala o Evangelho, e que foi curado por Nosso Senhor) e mesmo José de Arimatéia estão entre os que os acompanharam na conversão da Gália.São Maximino foi bispo de Aix e São Lázaro encarregou-se da igreja de Marselha. Santa Marta reuniu em Tarascão uma comunidade de virgens, e Maria Madalena, depois de ter trabalhado na conversão dos marselheses, retirou-se para viver na solidão numa montanha entre Aix, Marselha e Toulon, “La Sainte Baume” (a Santa Montanha ou Santa Gruta), como dizem os habitantes do lugar. Lá permaneceu cerca de trinta anos, levando vida contemplativa e penitencial.Ela foi milagrosamente transportada, pouco antes de sua morte, para junto de São Maximino, que lhe ministrou os últimos sacramentos. Segundo a tradição, seu corpo foi levado para um povoado vizinho –– a Villa Lata, depois São Maximino –– onde esse bispo havia construído uma capela.No século VIII, por temor dos sarracenos, suas relíquias foram trasladadas para um lugar seguro, tendo ficado esquecidas até que Carlos II, Rei da Sicília e Conde da Provença, as encontrou em 1272.São Vilibaldo diz que viu sua tumba em Efeso (hoje Turquia) no século VIII. Vezelay, França diz ter suas relíquias desde o século XI.É a padroeira das cabeleireiras, estilistas de cabelos, podólogos, pecadoras penitentes, perfumistas, manicuras, fabricantes de perfumes e de óleos para o corpo.Na arte litúrgica da Igreja ela é representada segurando um alabastro de óleo.Comentário extraído de “Homilias sobre os Evangelhos”,de São Gregório Magno, Papa (Hom. 25,1-2.4-5; PL 76, 1189-1193) (Séc. VI)Santa Maria Madalena, tendo ido ao sepulcro, não encontrou o corpo do Senhor. Julgando que fora roubado, foi avisar aos discípulos. Estes vieram também ao sepulcro, viram e acreditaram no que ela lhes dissera. Sobre eles está escrito logo em seguida: Os discípulos voltaram então para casa (Jo 20, 10). E depois acrescenta-se: Entretanto, Maria estava do lado de fora do túmulo, chorando (Jo 20,11).Este fato mostra quão forte era o amor que inflamava o espírito dessa mulher que não se afastava do túmulo do Senhor mesmo depois de os discípulos terem ido embora.Procurava a quem não encontrara, chorava enquanto buscava, pois sentia a ardente saudade daquele que julgava ter sido roubado. Por isso, só ela o viu então, porque só ela o ficou procurando.Na verdade, a eficácia das boas obras está na perseverança, como afirma também a voz da Verdade: Quem perseverar até o fim, esse será salvo. (Mt 10, 22).Ela começou a procurar e não encontrou nada; continuou a procurar, e conseguiu encontrar. Os desejos foram aumentando com a espera, e fizeram com que chegasse a encontrar. Pois os desejos santos crescem com a demora; já aqueles que diminuem com o adiamento, não são desejos autênticos. Quem experimentou esse amor ardente, pôde alcançar a verdade.Mulher por que choras? A quem procuras? (Jo 20,15). É interrogada sobre o motivo de sua dor, para que aumente o seu desejo e, mencionando o nome de quem procurava, se inflame ainda mais o seu amor por Ele.Então Nosso Senhor lhe disse: Maria (Jo 21,16). Depois de tê-la tratado por “mulher” sem que ela antes o tenha reconhecido, chama-a em seguida pelo próprio nome. Foi como se dissesse abertamente: Reconhece aquele por quem és reconhecida. Não é entre outros, de maneira geral, que te conheço, mas especialmente a ti. Chamada pelo próprio nome, ela reconhece quem lhe falou; e imediatamente exclama: Raboni, que quer dizer Mestre (Jo 20,16). Era Ele a quem Maria Madalena procurava exteriormente; entretanto, era Ele próprio que impelia interiormente a procurá-lo.
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