Antônia nasceu em Florença, no ano de 1400. Jovem viúva, com um filho,
opôs-se à família que desejava que ela contraísse novo matrimônio. Ela via nas
adversidades da vida um desígnio singular do Senhor.
Eram os anos em que São Bernardino de Siena, com alguns companheiros,
difundia em muitas cidades italianas o movimento da Observância e a volta ao
espírito franciscano original. A maior parte dos sermões era realizada nas
praças, pois as igrejas não eram suficientemente grandes para acolher as
multidões que acorriam pontualmente.
Frei Bernardino pregou na igreja Santa Cruz, de Florença, de 8 de março
a 3 de maio de 1425. Antônia, ouvindo seus sermões, resolveu dispor de si, sem restrições,
ao chamado de Deus. Tinha vivido a experiência da vida matrimonial, era mãe,
mas o Senhor desejava mudar sua vida.
Quatro anos depois, resolvidas as questões familiares, entrou no
mosteiro das Terceiras Franciscanas fundado pela Beata Angelina de Marsciano,
ela também uma jovem viúva.
Após sua profissão, Antônia foi enviada para o mosteiro mais antigo da
Ordem, erigido em Foligno em 1397. Em seguida, a fundadora transferiu-a para
Assis, para Todi, e finalmente, em 2 de fevereiro de 1433, para L’Aquila, para
fundar uma nova comunidade.
Na direção do convento de L’Aquila, colocado sob a proteção de Santa
Isabel, ela permaneceu por 14 anos, tempo em que trabalhou intensamente para
que a comunidade crescesse segundo os preceitos do Evangelho.
A Beata maturava, entretanto, o desejo de uma vida mais contemplativa.
Foi para ela motivo de sofrimento por muitos anos a vida desordenada do filho,
que delapidara o patrimônio causando litígios entre os parentes.
Ao movimento da Observância aderiram diversas comunidades de clarissas e
a de L’Aquila foi guiada para a reforma por São João de Capistrano. Antônia
esteve entre as primeiras a aderirem. O Santo encontrou o edifício para o
mosteiro, estando presente na solene fundação, em 16 de julho de 1447.
Eleita abadessa, por designação de São João de Capistrano, junto com
treze companheiras deu início ao mosteiro da Eucaristia (ou Corpus Domini). O
mosteiro começou a sua vida na mais estrita observância, em que faltava o
necessário, e Antônia não hesitou em abraçar a nova regra. A pobreza era vivida
com alegria evangélica, e o exemplo da Madre era forte e materno e o clima
sinceramente fraterno. Os frutos foram abundantes e muitas jovens desejaram
vestir o hábito e consagrar-se ao Senhor.
São João de Capistrano teve também um papel importante para o filho de
Antônia, Batista. O jovem vestiu o hábito franciscano no convento de Campli,
levando uma vida exemplar.
Sete anos transcorridos, finalmente Antônia conseguiu dedicar-se
exclusivamente à contemplação e ao silêncio. “Calava-se, mas a sua fama
gritava”, como se disse de Santa Clara. Era modesta e obediente, à mesa e no
coro punha-se no último lugar, vestia os hábitos mais usados, deixados pelas
Irmãs. Algumas monjas viram-na em êxtase, com uma auréola luminosa sobre a
cabeça.
A Beata faleceu no dia 29 de fevereiro de 1472, rodeada do afeto das
Irmãs. Alguns milagres ocorreram antes mesmo de seu sepultamento. Uma monja
ficou curada de umas chagas. Os magistrados da cidade arcaram com as despesas
do funeral.
Quinze dias após o sepultamento, as Irmãs, desejando ver mais uma vez o
seu semblante, a exumaram, encontrando-a como se tivesse falecido há pouco. O
fato difundiu-se na cidade e o bispo de Agnifili ordenou que ela fosse
sepultada em outro local.
Em 1447, o bispo Borgio, após um novo reconhecimento, constatou o estado
de perfeita conservação do corpo de Madre Antônia e, conhecendo bem a fama de
sua santidade, autorizou o seu culto, que foi confirmado pelo Beato Pio IX em
17 de setembro de 1847. As clarissas de Paganica custodiam ainda hoje o seu corpo
incorrupto.
Fonte: www.santiebeati.it