Gianna
era ardorosa defensora da vida, sobretudo das crianças, nascituras ou já
nascidas. Defendia corajosamente o direito de a criança nascer. Dizia: "O
médico não se deve intrometer... O direito à vida da criança é igual ao direito
à vida da mãe. O médico não pode decidir. É pecado matar no seio materno!"
Gianna Beretta nasceu em Magenta (Milão, Itália) aos 4 de outubro de 1922, dia
de São Francisco de Assis, filha de Alberto Beretta e Maria Michelli, ambos da
Ordem Franciscana Secular; era a 12ª filha do casal Beretta.
Desde muito pequena, Gianna acompanhava
sua mãe à Missa diária e – no fervor da norma dada pelo Papa São Pio X para que
as crianças pudessem receber o Senhor Jesus na Eucaristia – e devido ao cuidado
em seus estudos religiosos por seus pais e sua irmã mais velha Amélia, Gianna foi
autorizada a fazer sua 1ª. Comunhão aos 5 anos e meio. Em 4 de abril de 1948
ela recebeu sua 1ª. Comunhão na paróquia de Santa Grata em Bérgamo. Dois anos
depois, ela foi confirmada na Catedral. A partir daí, Gianna ia à missa e recebia
a Comunhão diariamente, qualquer que fosse o clima ou seus estudos.
Aos 15 anos, depois de um retiro segundo o
método de Santo Inácio de Loyola, tomou o propósito de “mil vezes morrer a
cometer um pecado mortal”. Era muito devota da Virgem, tanto que, quando sua
mãe morreu, disse a Maria: “Confio em Vós, doce Mãe, e tenho a certeza de que
nunca me abandonará”. Costumava falar da Mãe de Deus em seus encontros com as
meninas da Ação Católica e nas cartas ao seu noivo que logo se tornou seu
marido.
Durante os anos de estudos e na Universidade, enquanto se dedicava
diligentemente aos seus deveres, exercia generoso apostolado entre os jovens da
Ação Católica e de caridade para com os idosos e os necessitados nas
Conferências de São Vicente. Nunca deixou de rezar nem de demonstrar a sua fé
por meio das obras.
1a./Comunhão de Gianna |
Laureada com louvor em Medicina e Cirurgia
em 1949 pela Universidade de Pavia (Itália), especializou-se em Pediatria. No exercício
da Medicina tinha um firme propósito: “Não esqueçamos que no corpo de nosso
paciente existe uma alma imortal. Sejamos honestos e médicos de fé”. Por isso,
incentivava as grávidas a terem seus filhos como um presente de Deus e a
recusar o aborto.
Em 1950 abriu seu consultório médico em
Mêsero (nos arredores de Milão). Especializou-se em pediatria na Universidade
de Milão em 1952 e, entre seus clientes, demonstrava especial cuidado para as
mães, crianças, idosos e pobres.
Pretendia unir-se ao seu irmão, Padre
Alberto, médico e missionário no Brasil, que havia fundado um hospital na
cidade de Grajaú, no Estado do Maranhão, mas foi desaconselhada por seu Bispo.
No
ano de 1954, conheceu o engenheiro Pietro Molla. Noivaram em 11 de abril de
1955 e casaram-se no dia 24 de setembro do mesmo ano, tendo a cerimônia sido
presidida por seu outro irmão, Padre José, na Basílica de São Martinho, em
Magenta. Durante o noivado escreveu ao seu noivo: "Quero formar uma
família verdadeiramente cristã; um pequeno cenáculo onde o Senhor reine nos nossos
corações, ilumine as nossas decisões, guie os nossos programas".
Em novembro de 1956, já é a radiosa mãe de Pedro Luís; em dezembro de 1957 de
Mariolina e, em julho de 1959, de Laura. Com simplicidade e equilíbrio,
harmoniza os deveres de mãe, de esposa, de médica e da grande alegria de viver.
Depois do nascimento de Laura, a médica perdeu, por causas não bem explicadas
pela Medicina de então, na quinta e na sexta gravidez, dois de seus filhos
sempre no segundo mês de gestação.
Em 1961, aos 39 anos, no entanto,
engravidou pela sétima vez, e descobriu-se que tinha um fibroma no útero. Três
opções lhe foram apresentadas naquele momento: retirar o útero doente, o que
ocasionaria a morte da criança; abortar o feto, ou, a mais arriscada,
submeter-se a uma cirurgia de risco e preservar a gravidez. Ela optou pela
última alternativa.
Alguns dias antes do parto, sempre com
grande confiança na Providência, demonstrava-se pronta a sacrificar sua vida
para salvar a do filho: “Se deveis decidir entre mim e o filho, nenhuma
hesitação: escolhei - e isto o exijo - a criança. Salvai-a!”.
Deu entrada, para o parto, no hospital de Monza, na sexta-feira da Semana Santa
de 1962. Na manhã de 21 de abril de 1962 nasceu Joana Manuela, a quem teve por
breves instantes em seus braços. Sempre afirmou: “Entre a minha vida e a do meu
filho salvem a criança!”.
Apesar dos esforços para salvar a vida de ambos, na manhã de 28 de abril, em
meio a atrozes dores e após ter repetido a jaculatória “Jesus eu te amo, eu te
amo”, morreu santamente. Tinha 39 anos. Seus funerais transformaram-se em
grande manifestação popular de profunda comoção, de fé e de oração.
O milagre para a beatificação aconteceu no Brasil, em 1977, na cidade de
Grajau, no Maranhão, naquele mesmo hospital onde Gianna queria ser missionária.
Foi beatificada em 24 de abril de 1994; e
canonizada no dia 16 de maio de 2004, quando recebeu de João Paulo II o
sugestivo título de "Mãe de Família". Na cerimônia estavam presentes
o seu marido Pietro Molla, as filhas Gianna Emanuela e Laura, e o filho
Pierluigi. Mariolina faleceu com seis anos, dois anos após a mãe.
A Santa repousa no cemitério de Mêsero, distante 4 quilômetros de Magenta, nos
arredores de Milão (Itália).
Oração:
“Senhor,
que seja Tua Vontade. Amamos a Cruz e temos que refletir que não a carregamos
sozinhos(as), se não que é Jesus que nos ajuda a carregá-la e que Nele somos
capazes de fazê-lo, já que Ele nos dá a força necessária para isso”. (Gianna
Beretta Molla
Filha de Santa Gianna Beretta Molla conta qual o
“segredo” da santidade de sua mãe
O que foi que levou Santa Gianna Beretta
Molla a escolher a vida de sua filha à custa de sua própria quando
confrontada com a decisão? O que foi que a permitiu louvar e agradecer a Deus
mesmo morrendo depois de dar à luz ao seu saudável bebê, deixando quatro
crianças pequenas e um marido amoroso?
O segredo da santidade de Santa Gianna foi
revelado ao LifeSiteNews em uma entrevista com a
própria pessoa para quem a santa deu sua vida: a sua filha Gianna Emanuela
Molla.
Gianna Emanuela, 54 anos, disse que se a
vida de seus pais a ensinou algo é que o “caminho da cruz” é “seguramente o
caminho certo” que os cristãos devem seguir “para poder um dia desfrutar da
alegria de estar no paraíso diante de Deus, para sempre”.
Gianna Emanuela disse que o “sim” de sua
mãe a Deus em meio às complicações e a agonizante dor em torno da gravidez e do
parto permitiram que Deus levantasse algo belo daquilo que a maioria das
pessoas consideraria uma situação de desespero.
“Minha Santa Mãe ao dizer o seu ‘sim’ a
Deus permitiu que Deus realizasse (trouxesse ao cumprimento) a minha própria
vida de maneira completa”.
Ela disse que a chave para abraçar a cruz
de forma que isso se transforme em fonte de alegria é “continuamente” agradecer
a Deus por tudo, de bom e de ruim, que acontece em nosso caminho.
“Mamãe e papai sofreram muito em suas
vidas… E mesmo sofrendo muito, eles tinham uma grande alegria no coração. Eles
continuamente agradeciam a Deus, isso era o segredo deles. Se pensarmos que
Jesus foi à cruz, não é possível pensar num caminho diferente para nós [como
cristãos]. Este caminho da cruz, é também o caminho da alegria”.
Fontes:
Postado
neste blog em 28 de abril de 2012