sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Santas festejadas no mês de outubro

out 01  Santa Teresa do Menino Jesus (de Lisieux), Virgem e doutora da Igreja  MR
out 01  Santas Máxima e Júlia, Martires  MR
out 01  Beata Cecília Eusepi, Terciária servita  
out 01  Beata Florença Caerols Martinez, Virgem e mártir  MR
out 02  Beata Emília de Villeneuve, Fundadora  
out 02  Beata Maria Antonina (Maria Anna) Kratochwil, Virgem e mártir  MR
out 02  Beata Maria Guadalupe Ricart Olmos, Virgem e mártir  MR
out 03  Beata Agostinha da Assunção, Virgem mercedária  
out 03  Beata Madalena a Maior, Virgem mercedária
out 03  Beata Maria da Santíssima Trindade, Virgem mercedária
out 03  Santa Cândida de Roma, Mártir  MR
out 04  Santa Áurea de Paris, Abadessa  MR
out 04  Santa Damarides, Mulher de São Dionísio o Areopagita 
out 05  Santa Maria Faustina Kowalska, Virgem  MR
out 05  Santa Caritina, Martir  MR
out 05  Santa Mamlacha, Virgem e mártir  MR
out 05  Beata Ana Schaeffer  MR
out 05  Santa Túlia, Venerada em Manosque
out 06  Santa Maria Francisca das Cinco Chagas (Ana Maria Gallo), Religiosa  MR
out 06  Santa Alberta, Virgem e mártir  
out 06  Santa Fe de Agen, Mártir  MR
out 06  Beata Maria Rosa (Eulália Melânia) Durocher, Fundadora  MR
out 07  Santa Júlia de Augusta, Virgem e mártir 
out 07  Santa Justina de Pádua, Mártir  MR
out 07  Beatas Inês, Madalena, Catarina, Branca e Mariana, Mercedárias 
out 08  Santa Benedita de Origny-sur-Oise, Mártir 
out 08  Santa Pelágia  MR
out 08  Santa Ragenfreda (Ragenfrida), Abadessa   MR
out 08  Santa Reparata de Cesareia da Palestina, Mártir  MR
out 08  Santa Tais (Taide), Penitente 
out 08  Santas Paládia e Lourença, Mártires  
out 09  Santa Públia de Antioquia  MR
out 10  Santa Eulampia e S. Eulampio, Irmãos Mártires   MR
out 10  Santa Tanca, Mártir  MR
out 10  Santa Teodequildes (Telquilde), Abadessa  MR
out 10  Beata Ângela Maria Truszkowska  MR
out 10  Beata Maria do Esponsalício (Ma. Catarina Irigoyen Echegaray), Virgem
out 11  Santa Maria Desolada (Soledad) Torres Acosta, Fundadora   MR
out 12  Santa Domnina de Anazarbo e S. Donnino Mártires  MR
out 13  Santa Parasceve a Jovem, Eremita  
out 13  Santa Quelidônia de Subiaco, Solitária  MR
out 13  Beata Alexandrina Maria da Costa  MR
out 13  Beata Madalena Panattieri, Dominicana  MR
out 14  Santa Angadrisma, Abadessa  MR
out 14  Santa Manequilde, Virgem  MR
out 14  Beata Ana Maria Aranda Riera, Virgem e mártir  MR
out 15  Santa Teresa de Jesus (d'Avila), Virgem e Doutora da Igreja  MR
out 15  Santa Tecla de Kitzingen, Abadessa  MR
out 15  Santa Madalena de Nagasaki, Mártir do Japão  MR
out 15  Santa Aurélia de Strasburgo   
out 15  Santa Eusébia, Virgem de Vercelli   
out 15  Santa Fortunata, Mártir venerada em Patria   
out 15  Santa Sofia (Suia), Virgem e mártir   
out 15  Beata Aurélia de Ratisbone, Reclusa  
out 15  Beata Elisabete de Hoven, Monja  
out 15  Beata Filipa de Chantemilan 
out 16  Santa Edviges, Religiosa, Duquesa da Silésia e Polônia  MR
out 16  Santa Margarida Maria Alacoque, Virgem  MR
out 16  Beata Lutgarda de Wittichen, Abadessa 
out 16  Santa Bonita de Brioude  MR
out 17  Beata Tarsília Cordoba Belda, Viúva, mártir  MR
out 17  Beatas Maria Natália de S. Ludovico Vanot e 4 comp. Mártires  MR
out 18  Beata Margarida Tornielli, Clarissa  
out 19  Santa Fridesvida, Abadessa  MR
out 19  Santa Laura de Córdoba, Mártir  
out 19  Beata Inês de Jesus (Galand) de Langeac, Dominicana  MR
out 19  Beata Sancha de Aragão, Virgem mercedária  
out 19  Santa Cleópatra 
out 20  Santa Maria Bertila Boscardin, Virgem  MR
out 20  Santa Adelina de Mortain, Abadessa  MR
out 20  Santa Irene de Portugal, Mártir
out 20  Beata Maria de Jesus, Virgem mercedária  
out 21  Beata Laura de Sta Catarina de Siena Montoya y Upegui, Fundadora  MR 
out 21  Santa Celina de Meaux, Virgem   
out 21  Santa Celina Mãe de S. Remígio  MR
out 21  Santa Córdula, Mártir em Colônia
out 21  Santa Letícia     
out 21  Santa Odília, Mártir 
out 21  Santa Úrsula e companheiras, Mártires   MR
out 21  Santa Zaíra, Mártir 
out 22  Beata Lúcia Bartolini Rucellai, Monja   
out 22  Santa Esclaramunda, Rainha de Maiorca, mercedária   
out 22  Santas Nunila e Alódia, Martires   MR
out 23  Santa Elfrida (Etelfrida) de Ramsey, Abadessa  MR
out 23  Santa Odalberta, Viúva, Duquesa da Aquitânia  
out 23  Beata Catarina da Bósnia, Rainha, Terciária franciscana   
out 23  Beata Maria Josefina (Ana Josefa) Leroux, Ursulina, mártir
out 23  Beatas Maria Clotilde Ângela de S. Fco Borja Paillot e 5 comp. Mártires  MR
out 24  Santas Petronilha e Pôncia, Abadessas premostratenses   
out 25  Beata Maria Teresa Ferragud Roig e 4 filhas irmãs Mártires   MR
out 25  Santa Canna, Mulher de São Sadwrn  
out 25  Santa Daria, Mártir   MR
out 25  Santa Tabita de Ioppe, Viúva  
out 25  Santas Daria e Derbilia de Connaught, Mártires 
out 26  Beata Celina Chludzinska Borzecka, Viúva, fundadora  
out 27  Beata Emelina, Eremita e conversa cistercense    
out 27  Santa Balsâmia 
out 28  Santa Cirila de Roma, Virgem e mártir  
out 28  Santas Sabina e Cristeta, Mártires   MR
out 29  Beata Clara Luce Badano, Jovem focolarina
out 29  Santa Ermelinda, Virgem do Brabante 
out 30  Beata Benvinda Boiani, Virgem  MR
out 30  Santa Eutrópia de Alexandria, Mártir   MR
out 31  Beata Maria de Requesens, Virgem mercedária 
out 31  Beata Maria Puríssima da Cruz (Maria Isabel Salvat Romero) Virgem  

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Santa Lioba, Abadessa - Festejada 28 de setembro

    A participação ativa das religiosas nas missões estrangeiras se desenvolveu tanto nos séculos XIX, XX e atual, que chegamos a considerá-la como uma inovação moderna. Mas tal, entretanto, não é verdadeiro, pois apesar de algumas diferenças de métodos, devidas ao aparecimento de congregações ativas sem clausura, o mesmo sistema de missões era praticado no início da evangelização dos bárbaros na Europa.
     Como exemplo, basta citar a solicitude missionária de São Bonifácio a qual corresponderam Santas Lioba, Tecla, Valburga e muitas outras que, deixando sua tranqüila Abadia de Wimborne, na Inglaterra, transladaram-se para as terras selvagens dos pagãos alemães.
     Lioba pertencia a uma boa família de Wessex e sua mãe, Ebba, era aparentada com São Bonifácio. Embora a data de seu nascimento não seja conhecida, este é considerado um milagre, pois seus pais não tinham filhos e eram já idosos.
     Sua mãe teve um sonho no qual lhe foi dito que ela conceberia “uma criança escolhida e amada por Cristo”. No sonho também era indicado que a criança teria uma vida espiritual exemplar e serviria a Igreja. Assim, bem pequena foi consagrada e entregue aos cuidados da abadessa do Mosteiro de Wimborne, Santa Tetta.
     A criança fora batizada com o nome de Thruthgeba, logo modificado para Liobgetha (Leofgyth) e abreviado para Lioba (ou Leoba), que significa “a bem amada”.
     Quando chegou a maioridade, Lioba decidiu permanecer no mosteiro, fez sua profissão religiosa e progrediu rapidamente na virtude e na sabedoria. Sua inocência servia de exemplo para as monjas mais velhas. Ela se deleitava nas leituras sacras e nas devoções.
     Em 722, São Bonifácio foi sagrado bispo pelo papa São Gregório Magno, que o enviou para pregar o Evangelho na Saxônia, na Turíngia e no Hesse. Quando as notícias de seu trabalho chegaram aos ouvidos das monjas de Wimborne, sua jovem parente, Lioba, se atreveu a escrever-lhe uma carta (conservada em arquivo) assim endereçada:
     “Ao muito reverendo Bonifácio, portador da mais alta dignidade e bem-amado de Cristo, eu, Liobgetha, a quem ele está vinculado pelo sangue, a menor das servas de Cristo envia saudações pela salvação eterna”. Nesta carta Lioba pede orações pela alma do pai, há oito anos falecido, por sua mãe, Ebba, que ainda vivia, e para si própria. Além disso, ela envia uma pequena poesia composta em latim.
     São Bonifácio comoveu-se com sua carta e manteve uma longa correspondência com as monjas de Wimborne, até o ano de 748, quando escreveu para Santa Tetta pedindo-lhe que enviasse Lioba com outras companheiras para estabelecer um mosteiro e centros de religião para mulheres na nascente Igreja da Alemanha.
     A abadessa enviou umas 30 monjas, entre as quais as Santas Lioba, Tecla e Valburga. Todas se reuniram a São Bonifácio em Mainz, e Lioba foi colocada na direção da comunidade que se instalou em um mosteiro chamado Bischofsheim, isto é, “Casa do Bispo”, o que faz supor que São Bonifácio tenha cedido sua residência para as monjas.
     Sob a direção de Lioba o convento rapidamente atraiu mais vocações e dele saíram as monjas que ocupariam outras casas que a própria Lioba fundou na Alemanha, em Kitzingen e Ochsenfurt.
     Um monge de Fulda chamado Rodolfo, que escreveu a vida da Santa antes de transcorrerem sessenta anos de sua morte, relata que segundo o testemunho de quatro das monjas de seu convento, todas as casas religiosas naquela parte da Alemanha solicitavam uma monja de Bischofsheim para guiá-las.
     Segundo essa “Vida”, a beleza de Lioba era notável: tinha o rosto “como de um anjo”, sempre sereno e sorridente, embora raramente ela fosse vista rindo. Ninguém jamais a viu de mau humor, nem a ouviram dizer uma palavra dura; sua paciência e sua inteligência eram tão amplas quanto sua bondade.
     Diz-se que o copo em que ela bebia era o menor de todos, dado que nos permite afirmar que ela se entregava a jejuns e austeridades, em uma comunidade sujeita a Regra de São Bento, onde não se comia mais que duas vezes diárias.
     Todas as monjas faziam trabalhos manuais, e além dos afazeres domésticos na cozinha, refeitório, horta, recebiam uma educação intelectual: aprendiam latim e tinha uma sala destinada à escrita.
     Lioba não tolerava as penitências excessivas, como privar-se do sono, e insistia que todas descansassem ao meio-dia, como constava da Regra. Ela mesma se recostava naquele período, enquanto alguma das noviças lia para ela passagens das Escrituras; e se acreditando que a abadessa havia dormido a leitora se descuidava da tarefa, não passava um instante sem que Lioba abrisse os olhos e a boca para corrigi-la.
     A abadessa dedicava duas horas para conversas com qualquer das Irmãs que quisesse falar com ela. Todas essas atividades estavam à margem do dever principal: oração em comum, adoração de Deus e assistência aos sacerdotes que trabalhavam na missão junto com elas.
     A fama de Santa Lioba espalhou-se por toda parte; os vizinhos pediam a ajuda de suas orações quando o perigo de incêndio, as tempestades ou as doenças os ameaçavam, e os homens responsáveis pelos assuntos da Igreja e do Estado lhe pediam conselho.
     No ano de 754, São Bonifácio empreendeu uma viagem missionária à Frísia, onde sofreria o martírio, e recomendou Lioba a seu sucessor na sé episcopal, São Lull, e a todos seus monges de Fulda, pedindo que cuidassem dela com todo respeito e honra. Nessa ocasião, ele pediu também que fosse enterrado com ela, para que juntos eles aguardassem a ressurreição e permanecessem eternamente unidos no Senhor.
     Após o martírio de São Bonifácio, gozando de um privilégio especial, Lioba visitava frequentemente seu túmulo na Abadia de Fulda e assistia as cerimônias em sua honra.
     Depois de ter governado Bischofsheim por 28 anos, estando já bem idosa, Santa Lioba fez visitas de inspeção a todos os conventos que estavam sob seus cuidados, renunciou ao cargo de abadessa e foi residir em Schornsheim, a seis quilômetros de Mainz, numa propriedade dada a ela por Carlos Magno.
     Sua amiga, a Beata Hildegarda, esposa de Carlos Magno, insistentemente a convidou para a corte de Aachen; ela não pode deixar de ir, porém sua estadia foi breve. Ao despedir-se da rainha, disse: “Adeus, parte preciosa de minha alma! Cristo, nosso Criador e Redentor, queira dar-nos a graça de voltar a nos vermos, sem perigo de confundir os rostos, no claro dia do juízo final, porque nesta vida não voltaremos a nos ver”.
     Assim aconteceu, pois Santa Lioba morreu poucos dias depois de ter regressado, a 28 de setembro de 782, e foi sepultada na igreja da Abadia de Fulda, não no mesmo túmulo de São Bonifácio, porque as monjas temiam perturbar suas relíquias, mas junto dele, no lado norte do altar mor.
     Em 838, o abade de Fulda, Rabano Mauro, para proteger suas relíquias, transferiu-as para a Igreja Monte de São Pedro, e encarregou o monge Rodolfo de escrever a vida da Santa, estendendo seus relatos a quatro discípulas dela: Ágata, Tecla, Maria e Eoliba.
     Santa Lioba é mencionada no Martirológio Romano e sua festa se celebra em várias partes da Alemanha no dia 28 de setembro. 

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Santa Teresa Couderc, co-Fundadora - Festejada 26 de setembro

     No dia 2 de fevereiro de 1805, os sinos de Sablières, um recanto perdido do Alto-Ardèche, anunciaram a entrada na Igreja de Maria Vitória, que nascera na véspera no lar de Cláudio Couderc e Ana Méry.
     A infância de Maria Vitória transcorreu no amor de uma família modesta, mas muito unida; era a segunda dos 10 filhos. Por João, o mais velho de seus oito irmãos, que viria a ser padre, Maria tem uma afinidade especial.
     Aos 17 anos, seus pais puderam enviá-la para o colégio das Irmãs de São José, em Vans. Maria sente cada dia mais a sede de conhecer e amar a Deus.
     Na primavera de 1825, o pai vai buscá-la em Vans. Toda a família ia participar de uma missão que aconteceria em Sablières para estimular a fé e a vida cristã da paróquia. Os pregadores vinham de Lalouvesc, centro de Missões diocesanas e de peregrinações.
     Entre os pregadores, o Padre Estevão Terme, apóstolo inflamado, a quem Maria Vitória confia seu desejo de ser toda de Deus. Ele reconheceu nela as disposições naturais e sobrenaturais que a tornavam capaz de um amor absoluto. “Dêem-ma e farei dela uma religiosa”, disse ele a Cláudio Couderc.
     Em Lalouvesc, o túmulo de São Francisco Régis atraía as multidões, e o padre Terme via com pesar que as peregrinações eram ocasião de desordens. Tomou então a iniciativa de abrir uma casa destinada a acolher senhoras e moças, casa que confiou a algumas das Irmãs de São Régis, pequena Comunidade fundada por ele.
     Em 1826, Maria Vitória ingressa no pequeno noviciado de Vals, onde, sob a direção da Irmã Clara, o Padre Terme reunia as vocações colhidas nas suas andanças apostólicas. Maria Vitória recebe o nome de Irmã Teresa. Em 1826-27, nascia a Congregação de Nossa Senhora do Retiro no Cenáculo, em Lalouvesc, no meio de um povo cuja fé fora abalada pela ignominiosa Revolução Francesa.
     Em 1828, os acontecimentos o levam o Padre Terme a nomear Irmã Teresa como Superiora, se bem que esta tivesse apenas 23 anos. Durante esse tempo, aos olhos dos homens, Madre Teresa capina os jardins, lava a louça, mergulha no silêncio e na sombra. Como a semente, escondida na terra, morre para virem os frutos.
     Madre Teresa logo percebeu que o acolhimento dado a qualquer pessoa que se apresentasse era incompatível com as exigências de uma vida religiosa e um serviço apostólico autênticos. Pediu e obteve permissão do Padre Terme para serem recebidas apenas as peregrinas que aceitassem fazer de sua estada um tempo de oração mais intenso; ela sugeria de 3 a 9 dias de retiro.
     No outono de 1829, ao fazer seu próprio retiro, o Padre Terme descobre os Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola. Ficou entusiasmado e quis que as Irmãs também os experimentassem imediatamente. Em seguida ordenou-lhes utilizar daí em diante, junto às pessoas acolhidas na Casa, esta forma de retiro que unia tão intimamente a experiência de oração e a reflexão sobre os mistérios da fé.
     Conduzidos pelo Espírito de Deus, que lhes indicava o retiro e a instrução religiosa como os meios para atingir seus objetivos, os fundadores visavam a renovação da fé e a extensão do Reino de Deus.
     Em 1831, o Padre Terme consagra os bens e as pessoas da comunidade ao Sagrado Coração de Jesus pelas mãos de Maria Santíssima. Em 1832, Madre Teresa se torna superiora geral de todas as comunidades fundadas pelo Padre Terme; Lalouvesc torna-se então a Casa Mãe.
     O Padre Terme inicia uma missão em Viviers, depois vai a Lanarce, e finalmente a sua aldeia natal, Le Plagnal. Ali, esgotado por seu intenso ministério e minado pela febre, falece no dia 12 de dezembro de 1834, na idade de 43 anos. Em seu testamento ele confia sua obra a Madre Teresa, que tinha então 29 anos.
     Madre Teresa pediu então ao bispo que a comunidade fosse confiada ao Padre Renault, o Provincial dos Jesuítas da França. Ela dirige a pequena Congregação com o apoio dos jesuítas e colabora com eles.
     Alguns anos de paz e de vida apostólica são quebrados pela separação dolorosa das Irmãs de São Regis, que iam cuidar das escolas, e as Irmãs do Retiro (mais tarde Nossa Senhora do Cenáculo).
     Esgotada, Madre Teresa adoece e deve repousar em Nossa Senhora d’Ay. Em 15 de agosto de 1837, em sua oração, Madre Teresa foi impelida a confirmar e ampliar um ato do Padre Terme, consagrando novamente a Congregação a Nossa Senhora. Com profunda humildade, percebeu o que lhe parecia ser a vontade de Deus: entregou-se a ela plenamente e demitiu-se de toda autoridade.
     Em outubro de 1838, de acordo com o Bispo de Viviers, o Padre Renault demite Teresa e nomeia a Sra. de Lavilleurnoy, uma viúva que entrara na comunidade. Logo o Padre Renault se deu conta de seu erro e a demite. Ela deixara a comunidade em plena desordem.
     O Padre Renault estava prestes a dar novamente a responsabilidade da Congregação a Teresa, mas ela se esconde no silêncio e na humildade, e encoraja as Irmãs a elegerem Madre Charlotte Contenet. Esta consegue reverter a situação e a Congregação se desenvolve. Mas, ela confina Teresa nos trabalhos mais humildes e penosos, mantendo-a a distância da comunidade.
     Teresa e uma outra Irmã são enviadas para limpar uma casa que seria usada em um projeto de fundação em Lyon. Vendo que o local não era conveniente, ela toma a iniciativa de procurar um outro local e de assinar a compra de um terreno na colina de Fourvière. Madre Contenet descobre então as capacidades e o devotamento de Teresa, que recupera sua confiança.
     Em 1844, uma comunidade se instala em Fourvière e Teresa é nomeada assistente. A Congregação adota o nome de Nossa Senhora do Cenáculo. Em 1850, uma fundação feita em Paris tem uma superiora que fomenta um projeto de cisão. Teresa é enviada a Paris para conter a crise e acalmar os espíritos. No final de 1856, ela se torna superiora da comunidade de Tournon. Em 1860, é nomeada assistente da superiora de Montpellier.
     Em 1867, Madre Teresa volta para Lyon, que não deixaria mais. Embora não tenha mais funções de autoridade, ela continua envolvida no apostolado: encarregada dos catecismos; da formação dos adultos e dos adolescentes, preparando-os para os sacramentos; ela acompanha as retirantes.
     Madre Teresa se vê mais e mais cercada de estima e de afeição; as retirantes bem como as Irmãs se beneficiavam de todos os recursos de seu coração, da sua oração e da sua experiência.
     Em 1877, a nova superiora geral, sabedora das diversas crises enfrentadas pela Congregação, faz reconhecer oficialmente Madre Teresa como sua co-fundadora com o Padre Terme. Em 1878, católicos leigos são ligados a Congregação.
     Santa Teresa Couderc morre no dia 26 de setembro de 1885, no Cenáculo de Fourvière. Seu corpo é transferido para Lalouvesc.
     Ela foi declarada Beata por Pio XII em 4 de novembro de 1951, e canonizada no dia 10 de maio de 1970 por Paulo VI. A aldeia de Lalouvesc (Ardèche), local de peregrinação a São João Francisco Regis, tornou-se também local de peregrinação a Santa Teresa Couderc.
     A aprovação definitiva das Constituições da Congregação pela Santa Sé, que ocorreu em 1886, confirmou a orientação da fundação e reconheceu sua missão na Igreja.
 
     Meu Deus, fazei que eu Vos ame como me amastes, que eu Vos ame como o mereceis, que eu Vos ame no tempo e na eternidade. Senhor Jesus, eu me uno a vosso Sacrifício perpétuo, incessante, universal. Eu me ofereço a Vós por todos os dias de minha vida e por todos os instantes  do dia, conforme vossa santíssima e adorável vontade. Fostes a vítima de minha salvação, quero ser a vítima de vosso amor. Atendei meu desejo, aceitai minha oferta, ouvi minha oração. Que eu viva de amor, que eu morra de amor, e que o último pulsar de meu coração seja um ato do mais perfeito amor. Assim seja!
     Santa Teresa Couderc
    

domingo, 25 de setembro de 2011

Beata Ermengarda, Cisterciense - Festejada 25 de setembro

     Personagem histórico singular devido às diversas características de sua vida: condessa de nascimento, esposa e viúva por duas vezes, mãe afetuosa e pressurosa, regente de ducado, monja, depois envolvida na política, conciliadora de facções em luta, novamente monja cisterciense, peregrina.
     Ermengarda, cujo nome deriva do antigo provençal “Ermenjardis”, trazido do alemão arcaico “Irmingard” e que significa “protegida de Odim”, nasceu na metade do século XI em Angers, filha de Fulque IV, Conde de Anjou.
     Muito jovem, segundo o costume da época, casou-se com Guilherme IX, Conde de Poitiers, de quem se separou em 1091; em 1093, casou-se com Alano IV, Duque da Bretanha.
     O relacionamento deles foi tempestuoso no início. Ela tentou deixá-lo para entrar para o Convento de Fontevrault, pedindo que seu casamento fosse anulado. Os bispos se recusaram a fazê-lo, mandando-a de volta para seu esposo e exortando-a a aceitar seu lugar como esposa e mãe. O casal deve ter chegado a um entendimento, já que tiveram três filhos: Conan III (m. 17/9/1148), que sucedeu seu pai no ducado; Edviges, que se casou com o futuro Balduino VII de Flandres; Godofredo (m. 1116).
     A prevalência da paz em seu ducado tornou possível a Alano responder ao chamado do papa Urbano II e, no verão de 1096, ele se juntou à Primeira Cruzada, em companhia de outros senhores bretões. Quando seu esposo partiu para a Cruzada, Ermengarda governou a Bretanha como regente por cinco anos e cuidou da educação de seu filho Conan.
     Ao retornar da Cruzada, Alano se interessou cada vez mais por assuntos religiosos. Devido à enfermidade, Alano abdicou, em 1112, em favor de seu filho Conan, e se retirou para a Abadia de Saint-Sauveur, em Redon, onde morreu e foi sepultado.
     Ermengarda também desejava segui-lo nessa escolha e retirou-se no mosteiro feminino de Fontevrault, sob a direção do Beato Roberto d’Arbrissel.
     À morte do seu esposo, Ermengarda saiu do mosteiro para assumir pessoalmente o papel de conciliadora na província da Bretanha agitada por intrigas de corte e pelos interesses dos nobres.
     São Bernardo de Claraval (1091-1153), reformador dos cistercienses, enviou-lhe cartas amigáveis, homenageando-a por seu senso de justiça fundamentado na Fé católica. E foi das mãos deste Santo que em 1129, ela recebeu o véu de monja cisterciense no priorado de Larrey, próximo de Dijon.
     Convidada por seu irmão Fulque, que se tornara Rei de Jerusalém, Ermengarda fez uma rápida peregrinação à Palestina. Ao retornar para a Bretanha, auxiliou na fundação da Abadia Cisterciense de Buzay, perto de Nantes, da qual foi o primeiro abade Nivardo, irmão de São Bernardo.
     Ermengarda morreu em Larrey no dia 1º de junho de 1147, e foi sepultada em Redon, onde já fora enterrado seu esposo, Alano.
     O Menológio de Citeaux a comemora no dia 25 de setembro, enquanto que no novo Menológio Cisterciense ela é recordada no dia 31 de maio, mas sem nenhum título.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Beata Emilia Tavernier Gamelin, Fundadora - Festejada 23 de setembro

      Emilia Tavernier nasceu em Montreal, Canadá, em 19 de fevereiro de 1800, de pais humildes, mas virtuosos e trabalhadores. Ela é a última de quinze filhos do casal Tavernier-Maurice; seus pais faleceram quando ela era uma menina. Eles deixaram como herança a seus filhos uma educação marcada pela presença da Divina Providência em suas vidas.
     Aos 4 anos, Emilia foi confiada a uma tia paterna, que percebeu na criança uma inclinação para os pobres e sofredores. Aos 18 anos, Emilia vai ajudar seu irmão que ficara viúvo. O único que pede é poder servir comida aos mendigos que se apresentam. A mesa que utilizava para servi-los ela chamava carinhosamente de “A Mesa do Rei”.
     Em 1823, casou-se com Jean-Baptiste Gamelin, um produtor de maçãs. Nele ela encontrou um amigo dos pobres que compartilha de suas aspirações. Desta união nasceram três filhos, que para sua grande tristeza falecem, a despeito da grande dedicação e abnegação com que os tratara. O esposo, com quem havia vivido anos felizes e de fidelidade conjugal, também faleceu.
     Em meio a todas essas provas, Emilia não se detém em seus sofrimentos, mas encontra na Virgem das Dores o modelo que deveria orientar sua vida. Sua oração e a contemplação da Virgem aos pés da Cruz de Seu Divino Filho, abrem seu coração para uma caridade compassiva com todos os que sofrem. Daí em diante esses seriam seu esposo e seus filhos.
     Os primeiros de uma longa lista de pobres são um pobre deficiente mental e sua mãe idosa, que se beneficiam não apenas dos recursos que lhe deixara seu esposo, mas também de seu tempo, de sua dedicação, de seu bem-estar, de suas diversões e até de sua saúde.
     Sua casa se torna o refúgio de todos e ela expande os espaços para abrigá-los. Idosos, órfãos, presos, imigrantes, desempregados, surdos-mudos, jovens ou casais em dificuldades, deficientes físicos e doentes mentais, todos conhecem bem a sua casa que chamam de “Casa da Providência”, porque ela mesma é uma “verdadeira providência”.
     Emilia é bem recebida tanto nos lares como nos cárceres, entre os enfermos e entre os que estão saudáveis, porque leva consolo e assistência. Ela é verdadeiramente o Evangelho em ação: “O que fazes ao menor de meus irmãos, a Mim me fazes”.
     Familiares e amigas se reúnem junto a ela para ajudá-la. Outros porém não entendem tanta dedicação e ao ver que outro refúgio está sendo aberto, comentam: “Madame Gamelin não tinha loucas suficientes, teve que buscar outras!”.
     Durante quinze anos seus gestos heróicos de dedicação se multiplicaram, no início sob o olhar de reconhecimento e aprovação do Bispo Jean-Jacques Lartigue, e depois de Mons. Ignace Bourget, o segundo Bispo de Montreal, que pensa que uma vida tão preciosa não pode desaparecer sem que alguém siga o exemplo.
     Em uma estadia em Paris, em 1841, Mons. Bourget pede o envio das Filhas de São Vicente de Paula para dar suporte a obra da Sra. Gamelin, com a finalidade de estabelecer as bases de uma comunidade religiosa. Ao receber a resposta afirmativa, mandou construir uma casa para acolhê-las em Montreal. Porém, na última hora as religiosas mudaram de idéia. A Providência tinha outros planos. A obra da Sra. Gamelin sobreviveu a tudo isto.
     O bispo procura candidatas em sua diocese; elas foram confiadas a Emilia, que as formaria para a obra de caridade que ela realizava com tanta dedicação, e para a missão Providência, que proclama com atos que falam mais forte do que as palavras.
     As Irmãs da Providência nasceram a partir da Casa da Providência, na Igreja de Montreal. Emilia Tavernier-Gamelin se reuniu às primeiras religiosas, primeiro como noviça, e depois como sua mãe e fundadora.
     A primeira profissão religiosa foi celebrada no dia 29 de março de 1844.
     As necessidades dos pobres, dos doentes, dos imigrantes, etc., não cessavam de aumentar naquela cidade, na sociedade em vias de desenvolvimento.
     O Instituto conheceu horas sombrias, quando as Irmãs diminuíram de número devido às epidemias. Quando o Bispo Bourget duvida da boa vontade da superiora, influenciado por uma religiosa muito negativa, a fundadora mantém-se de pé junto a Cruz, seguindo o exemplo da Virgem das Dores, seu modelo a partir das horas de luto. O mesmo bispo reconheceu sua grandeza de alma e sua generosidade que chega ao heroísmo.
     A nova comunidade cresce: as Irmãs da Providência se multiplicam, são 50 em 1851, apenas oito anos após seu nascimento e no ano mesmo em que a fundadora falece, vítima da epidemia de cólera. Suas filhas receberam o último testamento dos lábios de sua mãe: humildade, simplicidade, caridade, sobretudo caridade.
     A partir de um início humilde, são 6147 jovens que se comprometeram a seguir o exemplo da Beata Emilia Tavernier Gamelin. Hoje elas são encontradas no Canadá, Estados Unidos, Chile, Argentina, Haiti, Camarões, Egito, Filipinas e Salvador.
     Em 23 de dezembro de 1993, as virtudes heróicas de Emilia Tavernier Gamelin foram promulgadas. Depois de um milagre atribuído a sua intercessão ser reconhecido oficialmente em 18 de setembro de 2000, sua beatificação foi proclamada em 7 de outubro de 2001.
     Sua festa litúrgica é 23 de setembro, dia de aniversário de seu falecimento em 1851. 

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Nossa Senhora de La Salette - Festa 19 de setembro

     Dois pastorinhos - Maximin Giraud e Mélanie Calvat - tiveram uma visão da Virgem Maria numa montanha perto de La Salette, França, a 19 de setembro de 1846, por volta das três horas da tarde. Fazia muito sol. Maximin Giraud e Mélanie Calvat haviam recebido apenas uma muito limitada educação.
   A aparição consistia em três fases diferentes. As crianças viram, numa luz resplandecente, uma bela dama em um estranho costume, falando alternadamente francês e patois. Ela estava sentada sobre uma pedra, e as crianças relataram que a "Belle Dame" estava riste e chorando, com seu rosto descansando em suas mãos. A Bela Senhora pôs-se de pé. E disse: "Vinde, meus filhos, não tenhais medo, aqui estou para vos contar uma grande novidade!"
     As crianças foram até a Bela Senhora. Ela não parava de chorar. Segundo os relatos das crianças a Senhora era alta e toda de luz. Vestia-se como as mulheres da região: vestido longo, um grande avental, lenço cruzado e amarrado às costas, touca de componesa. Rosas coroavam sua cabeça, ladeavam o lenço e ornavam seu calçado. Em sua fronte a luz brilhava como um diadema. Sobre os ombros carregava uma pesada corrente. Uma corrente mais leve prendia sobre o peito um crucifixo resplandecente, com um martelo de um lado, e de outro uma torquês.
   Assim a Bela Senhora falou em segredo a Maximino e depois a Melânia. E novamente, os dois em conjunto ouvem as seguintes palavras: "Se se converterem, as pedras e rochedos se transformarão em montões de trigo, e as batatinhas serão semeadas nos roçados" E a Bela Senhora conclui, não mais em patois, e sim em francês: "Pois bem, meus filhos, transmitireis isso a todo o meu povo". Terminou assim a aparição. Segundo as crianças ela andava, mas as plantas de seus pés não esmagavam a relva, quase não dobravam os talos. Mélanie correu e a contemplou de novo lá no alto. E depois, segundo ela, viu o rosto e a figura da Senhora desaparecendo à medida que a luminosidade aumentava.
Mais uma vez Ela chora!
   Durante a aparição, Nossa Senhora, após dar o segredo, ditou à vidente Mélanie Calvat, palavra por palavra, uma regra para que se fundasse uma ordem religiosa com o nome de "Ordem da Mãe de Deus" e que se destinaria aos "Apóstolos dos Últimos Tempos".
   Em relação aos "Apóstolos dos Últimos Tempos", Nossa Senhora de La Salette disse:
   Eu dirijo um urgente apelo à Terra; chamo os verdadeiros discípulos do Deus Vivo que reina nos Céus; chamo os verdadeiros imitadores de Cristo feito Homem, o único e verdadeiro salvador dos homens; chamo os meus filhos, os meus verdadeiros devotos, aqueles que já se me consagraram a fim de que vos conduza ao meu Divino Filho; os que, por assim dizer, levo nos meus braços, os que têm vivido do meu Espírito; finalmente, chamo os Apóstolos dos Últimos Tempos, os fiéis discípulos de Jesus Cristo que têm vivido no desprezo do mundo e de si próprios, na pobreza e na humildade, no desprezo e no silêncio, na oração e na mortificação, na castidade e na união com Deus, no sofrimento e no desconhecimento do mundo. Já é hora de que saiam e venham iluminar a Terra. Ide e mostrai-vos como filhos queridos meus. Eu estou convosco e em vós sempre que a vossa fé seja a luz que alumie, e nesses dias de infortúnio, que o vosso zelo vos faça famintos da glória de Deus e da honra de Jesus Cristo.
   O tema central das mensagens da Virgem para a Humanidade foi que deveriam livrar-se do pecado mortal e fazer penitência, ou sofreriam terríveis sofrimentos. A Virgem Maria predisse eventos futuros da sociedade e da Igreja. O cumprimento destas previsões foi também visto como uma das indicações da veracidade da aparição nas investigações que se seguiram à aparição.
   No que diz respeito à sociedade, a Virgem Maria previu que a colheita seria completamente fracassada. Em dezembro de 1846, a maior parte das camadas populares foi atingida por doenças e, em 1847, uma fome assola a Europa, resultando na perda de cerca de um milhão de vidas, sendo cem mil só na França. A cólera se tornou prevalente em várias partes da França e custou a vida de muitas crianças. O desaparecimento da Segunda República Francesa, com a Guerra franco-prussiana (1870-1871) e a revolta da Comuna de Paris de 1871 foram igualmente previstos.
   No que diz respeito à Igreja, Ela previu que a fé católica na França e no mundo, mesmo na hierarquia católica, iria diminuir bastante, por causa dos muitos pecados dos leigos e do clero. Guerras iriam ocorrer se os homens não se arrependessem, Paris e Marselha seriam destruídas. A Humanidade foi alertada para a vinda do anticristo e do fim dos tempos. Para Maximino, Ela previra a conversão da Inglaterra na fase final do Apocalipse.
   A Virgem cita o ano de 1864, quando haveria a "multiplicação de maus livros sobre a terra" e a "pregação de um evangelho contrário ao de Jesus Cristo negando a existência do céu e do inferno". Seu alerta, embora parecesse confuso à época previu a o lançamento em 1864 do livro "O Evangelho Segundo o Espiritismo" de Allan Kardec que pregava exatamente as mesmas abominações e relata os mesmo "prodígios" que Maria alertou dezenas de anos antes.
   Outro clamor atual da Virgem é quanto à crise moral e até mesmo litúrgica da vida sacerdotal; podemos até citar as desonras e a vergonha da Igreja com a falta de muitos dos seus membros pelos escândalos de pedofilia, sincretismo, apostasia e outras abominações:
   Os sacerdotes, ministros de meu Filho, os sacerdotes, por sua má vida, por suas irreverências e sua impiedade em celebrar os santos mistérios, por amor do dinheiro, das honras e dos prazeres, os sacerdotes tornaram-se cloacas de impureza. Sim, os padres pedem vingança, e esta está suspensa sobre as suas cabeças. Desgraçados dos padres e das pessoas consagradas a Deus, as quais, por suas infidelidades e sua má vida crucificam novamente o meu Filho! Os pecados das pessoas consagradas a Deus clamam ao Céu e chamam a vingança e ela está às suas portas, pois não se encontra ninguém para implorar misericórdia, e perdão para o povo; não há mais almas generosas não há mais ninguém digno de oferecer a Vítima sem mancha ao Pai Eterno em favor do mundo.
   A Basílica de Nossa Senhora de La Salette foi iniciada em 1852, concluída em 1865, e designada basílica em 1879. É uma grande, quase austera igreja, com uma fachada ladeada por duas torres. No interior da basílica, a nave é delimitada por duas fileiras de colunas bizantinas. Possui três medalhões representando as fases da aparição, os prantos, a mensagem, e a partida. A basílica também inclui um pequeno museu que documenta a história de La Salette.