domingo, 28 de janeiro de 2018

Beata Lutgarda de Wittinchen – 29 de janeiro

    
     Santa Lutgarda, fundadora da comunidade de Wittinchen, nasceu no ano 1291 próximo de Schenkenzell, na Floresta Negra, no seio de uma família de camponeses. Como tivesse uma deformação física, foi acolhida pelas beguinas de Oberwolfach quando tinha apenas dois anos de idade. Sabemos que as beguinas eram associações de mulheres católicas que se dedicavam a ajudar os doentes, as crianças, os velhos e as mulheres necessitadas.
     Depois de levar 20 anos de uma vida muito pobre e mortificada, por inspiração divina se dedicou a recolher fundos para fundar um convento para 34 religiosas da Ordem de São Francisco. Esta era sua intenção, mas logo se viu abordada por mais de 70 religiosas.
     Quando a fundação já existia há dois ou três anos, em 1327, o mosteiro foi destruído por um incêndio e ela se dedicou a reconstruí-lo buscando ajuda na Alsacia, Suíça e Hungria. No ano de 1332 obteve do Papa, que se encontrava em Avignon, a confirmação de sua comunidade como pertencente à Ordem Terceira de São Francisco, transformando-se cinco anos mais tarde em uma comunidade de monjas clarissas.
     Embora o convento fosse extremamente pobre, Lutgarda era vista gozando de uma alegria que todos acreditavam ser sobrenatural.
     Ela se distinguiu por suas meditações sobre a Vida e a Paixão de Cristo, sendo devotíssima do Sagrado Coração de Jesus e das almas do Purgatório, devoções que recomendava às suas religiosas. Conta-se que certo dia em que rezava pela conversão dos pecadores diante de um Crucifixo, de suas feridas começou a fluir sangue, enquanto muita gente se refugiava em Seu Coração.
     Lutgarda faleceu no ano de 1348 e foi sepultada na igreja conventual, que hoje em dia é igreja paroquial de Wittinchen, uma vez que o convento foi secularizado no ano de 1803. Seu túmulo é visitado especialmente no dia 16 de outubro. Embora seu culto nunca tenha sido confirmado oficialmente, é tratada como santa ou como beata.
     Sua festa é celebrada no dia 29 de janeiro.


Schenkenzell, Floresta Negra, Alemanha

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Beata Maria de Jesus Santocanale, Fundadora - 27 de janeiro

    
     Carolina Concetta Angela Santocanale era o nome de batismo de Madre Maria de Jesus Santocanale. “Nasci – disse ela – a 2 de outubro de 1852, um sábado e festa dos Santos Anjos, em Cinisi, Palermo (Itália). Fui batizada no dia 3 de outubro, dia consagrado a Nossa Senhora do Rosário, às primeiras vésperas da festa de São Francisco de Assis que já daquele momento começava a amar-me e me escolhia como sua filha”.
     Era primogênita de seis filhos de família nobre, sendo seus pais o advogado José Santocanale, proprietário de muitos bens, e Catarina também proprietária de muitos imóveis.
     Em 1861, com 9 anos de idade, fez a primeira comunhão na sua paróquia: “Chorei o tempo todo – ela escreve – como estava feliz! Na adolescência, comecei a ser vaidosa: gostava muito de me vestir bem, que além de atrapalhar o corpo, enfraquecia a alma”.
     Em 6 de março de l869, foi com sua mãe à Catedral de Palermo ouvir as pregações quaresmais. “Naquele dia – escreve Carolina – quando o pregador falou sobre a Samaritana, fiquei abalada. O Evangelho da mulher Cananéia despertou na minha alma tanta fé e tão grande confiança em Deus, que nunca mais se apagou”.
     Com a idade de 19 anos visitou seu avô doente, o qual morreu pouco tempo depois deste encontro. Como resultado desta visita, conheceu o Padre Mauro Venuti, que se tornou seu diretor espiritual.
     Em l873 foi eleita presidente da Congregação das Filhas de Maria de Palermo, cargo que aceitou com grande entusiasmo como um autêntico exercício de preparação para a futura vocação religiosa. De fato, experimentava uma alegria de Paraíso. Mas não há rosa sem espinho, nem alegria separada da provação. Durante esta etapa de sua vida contraiu uma doença e a suportou por 16 meses, sofrendo fortes dores, e a superou em 1887.
     Carolina hesitava entre levar uma vida religiosa contemplativa ou ativa. A profunda miséria material e espiritual que tinha constatado em Cinisi perturbava-a. Ela identifica a sua escolha de vida na Ordem Terceira Franciscana, muito promovida pelo Papa Leão XIII. Decidiu ingressar nela e em 13 de junho de 1887 recebeu o hábito franciscano como membro professo da OFS, assumindo o nome de Irmã Maria de Jesus.
     Como São Francisco se tornou pobre entre os pobres e com o alforje nos ombros andava de porta em porta. Jesus Eucaristia é o fundamento da sua vida: Ele se tornava cada dia Pão que ela repartia com cada doente, cada criança, para as numerosas famílias. A Beata percorria Palermo visitando os pobres e os doentes de porta em porta, dedicando-lhes sua vida.
     Ela consumou o ideal que estava presente no mais íntimo de sua alma desde a adolescência, ao se entusiasmar com a obra de Frei Tiago Gusmão (já beatificado), fundador do “Pão dos pobres”, quando, com o consentimento do pároco de Cinisi ela implantou a obra do “Pão dos pobres” na paróquia.
     Em 13 de junho de 1910, depois de uma preparação com retiros dados pelo Padre Antonio Palermo e o Padre Fedele de Cinima, ela e suas filhas receberam o hábito religioso das mãos de S. Excia. D. Gaspar Bova. Irmã Maria de Jesus e suas filhas começaram uma nova vida, estabelecida na Regra e nas constituições, firmemente decididas a seguir o caminho da perfeição religiosa.
     Foi dado a nova Congregação o nome de Irmãs Capuchinhas da Imaculada Conceição de Lourdes, fundada nesse mesmo dia e ano, dia de Santo Antônio de Pádua em Cinisi (Palemo), sendo esta Santo nomeado como Padroeiro da Congregação.
     A Congregação foi aprovada em 24 de janeiro de 1923 como um Instituto de vida consagrada de direito diocesano pelo Arcebispo de Palermo, D. Alessandro Lualdi.
     Madre Maria de Jesus faleceu poucos dias depois da aprovação de sua Congregação, em 27 de janeiro de 1923. O funeral foi celebrado no dia 29. Seus restos foram transladados para a igreja de seu instituto em 24 de outubro de 1926.
     O Papa Pio XII reconheceu sua Congregação em 1947 como um Instituto de direito Pontifício e o Papa Paulo VI emitiu um Decretum Laudis para a Congregação em 1968.
     As Irmãs Capuchinhas da Imaculada de Lourdes, atualmente estão presentes não só na Itália, mas em outras fronteiras como: Brasil, Albânia, México e Madagascar.
     Madre Maria de Jesus foi beatificada no domingo 12 de junho de 2016, na Catedral de Monreal, pelo Cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para a causa dos santos.

Fontes:
capuchinhasdelourdes.blogspot.com; santiebeati.it; saintscatholic.blogspot.com.au

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Santa Xênia ou Eusébia de Milasa, Virgem - 24 de janeiro

    
     Temos poucas informações sobre Eusébia, ou Xênia, e sua “vita” contém elementos legendários.
     Ela nasceu em Roma no século V; cristã convicta, era filha única do famoso senador de Roma, Eusébio. Muito jovem decidiu permanecer virgem e para evitar o casamento que lhe seria imposto, partiu para a Alexandria junto com duas escravas.
    Passou sua vida em Milasa, antiga região sul-oriental da Ásia Menor, habitada pela população de estirpe asiática, colônia grega, especialmente na costa onde floresceram cidades como Mileto, Halicarnasso, Magnesia, Cnido.
     Convenceu suas acompanhantes a chamá-la de Xênia, que em grego significa "peregrina," para que fosse mais difícil encontrá-la. Quando se encontrou com o abade do convento do apóstolo Santo André, que estava na cidade de Mileto (na Cária *) ela pediu que ele a levasse, junto com suas acompanhantes, para a cidade de Milasa.
     Ali ela comprou um terreno e construiu uma Igreja consagrada a Santo Estevão e organizou um mosteiro feminino. Um milagre feito por ela confirmou a sua santidade entre a população.
     Maiores informações são dadas na “Bibliotheca Hagiographica Graeca”, 3 vols. editada em 3a edição em Bruxelas, 1957, em língua grega ou francesa.
     Faleceu na segunda metade do século V. Durante seu falecimento ocorreram milagrosos sinais.
     A sua festa é celebrada em 24 de janeiro. Os dois nomes, Eusébia e Xênia, são de origem grega. Eusébia significa ‘piedosa, religiosa’ do grego Eysèbios, e é pouco usado no feminino; enquanto que Xênia, que significa “peregrina”, é bastante usado nos países do Oriente cristão e nos países de religião greco-ortodoxa.

Fuente: www.santiebeati.it/;
oremosjuntos.com

(*) Cária era o nome de uma região no Oeste da antiga Ásia Menor (Anatólia) que se estendia ao longo da costa da Jônia, de Mícale (Mykale) para o sul até a Lícia e para o leste até a Frígia. Os gregos jônios e dórios colonizaram a porção ocidental da Cária e se juntaram à população nativa para formar estados de matiz grega na região. Os epônimos, habitantes nativos da região, eram conhecidos como "cários" e Heródoto os descreve como sendo de ascendência minoica.
     O Reino da Cária emergiu como um reino neo-hitita por volta do século XI a.C. A costa era parte da hexápole dórica ("seis cidades") depois que eles chegaram no final da Guerra de Troia na última e mais meridional das ondas migratórias gregas para a costa Anatólia ocupando as antigas povoações micênicas como Cnido e Halicarnasso (moderna Bodrum), onde nasceu Heródoto, o famoso historiador grego, no século V a.C.
     Porém, a colonização grega atingiu apenas a costa enquanto que o interior permaneceu sob controle cário e organizado em numerosas vilas e federações locais. A Ilíada relata que, na época da Guerra de Troia, a cidade de Mileto ainda estava sob controle cário e era aliada dos troianos.
     Lemprière lembra que "como a Cária provavelmente era abundante em figueiras, uma espécie em particular recebeu o nome de 'Carica' e a expressão 'In Care periculum facere' foi utilizada proverbialmente para situações onde se corre perigo em busca de uma coisa de pouco valor". A região da Cária continua a ser uma importante região produtora de figos até hoje, respondendo por quase toda a produção da Turquia, que é o maior produtor mundial de figos.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Nossa Senhora do Milagre: aparição e conversão de Ratisbonne – 20 de janeiro

    
     Um dos fatos marcantes da história religiosa do século XIX foi a aparição de Nossa Senhora ao judeu Afonso Ratisbonne e sua retumbante conversão ao Catolicismo.
     A aparição está intimamente ligada à série de manifestações extraordinárias ao mundo, iniciada com a Medalha Milagrosa na Rue du Bac (Paris, 1820), e continuada de um modo mais destacado em La Salette (1846) e Lourdes (1858).
     Muito distante da fé católica vivia o jovem banqueiro Afonso Ratisbonne, natural de Estrasburgo, nascido em 1814, de riquíssima família israelita.
     No dia 20 de janeiro de 1842, em viagem turística a Roma, por curiosidade meramente artística ele acedeu entrar na Igreja de Sant’Andrea delle Fratte, acompanhado de um amigo, o Barão de Bussières.
     Enquanto este foi à sacristia, a fim de encomendar uma missa, o jovem judeu apreciava as obras de arte daquele templo.
     Quando se encontrava diante do altar consagrado a Nossa Senhora das Graças da Medalha Milagrosa (hoje conhecido como altar da Madonna del Miracolo — Nossa Senhora do Milagre), Ela apareceu-lhe e o converteu instantaneamente de inimigo da Igreja Católica em seu fervoroso apóstolo.
O quadro
     O quadro da Madonna del Miracolo (Nossa Senhora do Milagre) aparece com a fronte encimada por uma coroa e por um resplendor em forma de círculo de 12 estrelas que evoca a Mulher do Apocalipse.
     A fisionomia é discretamente sorridente, com o olhar voltado para quem estiver ajoelhado diante d’Ela. Muito afável, mas ao mesmo tempo muito régia. Pelo porte, dá impressão de uma pessoa alta, esguia sem ser magra, muito bem proporcionada e com algo de imponderável da consciência de sua própria dignidade.
     Tem-se a impressão de uma rainha, muito menos pela coroa do que pelo todo d’Ela, pelo misto de grandeza e de misericórdia. A pessoa que a contempla tende a ficar apaziguada, serenada, tranquilizada, como quem sente acalmadas as suas más paixões em agitação, como se Ela dissesse: “Meu filho, eu arranjo tudo, não se atormente, estou aqui ouvindo a você que precisa de tudo, mas eu posso tudo, e o meu desejo é de dar-lhe tudo.
Portanto, não tenha dúvida, espere mais um pouco, mas atendê-lo-ei abundantemente”.
     A pintura tem um certo ar de mistério, mas um mistério suave e diáfano. Seria como o mistério de um dia com um céu muito azul, em que se pergunta o que haverá para além do azul.  Mas não é um mistério carregado, é um mistério que fica por detrás do azul e não por detrás das nuvens.
     Notem a impressão de pureza que o quadro transmite. Ele comunica algo do prazer de ser puro, fazendo compreender que a felicidade não está na impureza, ao invés do que muita gente pensa. É o contrário. Possuindo verdadeiramente a pureza, compreende-se a inefável felicidade que ela concede, perto da qual toda a pseudo felicidade da impureza é lixo, tormento e aflição.
     Notem também a humildade. Ela revela uma atitude de rainha, mas fazendo abstração de toda superioridade sobre a pessoa que reza diante d’Ela, trata a pessoa como se tivesse proporção com Ela; quando nenhum de nós tem essa proporção, nem mesmo os santos.
     Entretanto, se aparecesse Nosso Senhor Jesus Cristo, Ela ajoelhar-se-ia para adorar Aquele que é infinitamente mais. Ela tem a felicidade inefável da despretensão e da pureza.
     Diante de um mundo que o demônio vai arrastando para o mal, pelo prazer da impureza e do orgulho, a Madonna del Miracolo comunica-nos esse prazer da despretensão e da pureza.
Oração à Madonna del Miracolo
     “Ó Imaculada Mãe de Deus, Madonna del Miracolo, que quisestes conquistar com um singular prodígio de vossa misericórdia o israelita Afonso Ratisbonne, acolhei as súplicas que vos apresentamos com confiança, como um dia acolhestes as súplicas daqueles que a Vós recorreram pedindo a conversão do filho judeu.
     “Obtende-nos também uma sincera e total conversão à graça e todos os bens da alma e do corpo. Vossa clemência triunfou sobre Ratisbonne, persuadindo-o a receber o batismo e a empenhar-se com vontade séria na observância dos Mandamentos.
     “Por esta conquista do vosso amor, obtende-nos a perseverança no cumprimento das promessas do batismo. Fazei com que nenhum obstáculo se interponha à nossa observância dos preceitos de Deus e da Igreja.
     “Vossas mãos resplandecentes são símbolo das inumeráveis graças que com maternal bondade dispensais profusamente sobre a Terra. Fazei resplandecer também sobre nós um raio da vossa misericórdia”.

Fonte: Plinio Corrêa de Oliveira, “Catolicismo”, janeiro 2006; e “Catolicismo”, janeiro 2007)

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Beatas Felicitas Pricet, Mônica Pichery, Carlota Lucas e Vitoria Gusteau, Mártires de 1794 – 18 de janeiro


Martirologio Romano: Em Avrillé, Angers, França, Beatas Felicitas Pricet, Mônica Pichery, Carlota Lucas e Vitoria Gusteau, mártires, que, enquanto a revolução francesa recrudescia, foram fuziladas por ódio à fé cristã.

    Estas beatas estavam entre as 99 mártires de Angers, Angers, França, durante a Revolução Francesa. Estas quatro mulheres leigas morreram pela fé cristã durante a época do Terror, em 1794.
     Verdadeiras cristãs que deram seu testemunho perdoando seus verdugos. Nos últimos momentos manifestavam a profundidade de sua fé. Algumas cantavam hinos e salmos até chegar ao lugar do suplício, quando “pediram alguns minutos para dedicar a Deus o sacrifício de suas vidas e o faziam com tanto fervor, que até seus verdugos ficaram atônitos”.
     Na diocese de Angers, no dia 19 de fevereiro de 1984, na Missa de beatificação deste grupo de mulheres que elevou aos altares, o papa João Paulo II citou o testemunho do Abade Gruget, que relatou detalhes do episódio.
  
-Felicitas Pricet, leiga, camponesa, nascida em Chatillon, França, por volta de 1746.

-Mônica Pichery, leiga, comerciante, nascida em Chalonnes-sur-Loire, França, em 4 de abril de 1762.

-Carlota Lucas, leiga, professora, nascida em Chalonnes-sur-Loire, em 1º de abril de 1752, morta em Avrillé, França, em 18 de janeiro de 1794.

-Vitória Gusteau, leiga, camponesa, nascida em Chatillon, França, cerca de 1746.

     Todas foram executadas no dia 18 de janeiro de 1794.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Beata Mência ou Menzia d’Avalos, Clarissa - 15 de janeiro

    
Catedral de Palencia, Espanha


     De acordo com o martirológio franciscano, Menzia ou Mência d'Avalos é uma monja Clarissa que é definida com o título de beata.
      Neste texto ela é lembrada como um exemplo de "prudentia et devotione in Crucifixum insignis", isto é, insigne sabedoria e devoção ao Crucifixo (ou ao Crucificado).
      Também é citada entre os beatos e veneráveis espanhóis do texto do Padre Pietro Antonio, M. O. Reformado de Veneza: "Um histórico jardim seráfico de flores e frutos de virtude, zelo e santidade nas três Ordens estabelecidas pelo Grande Patriarca São Francisco”, impresso na província do Vêneto em 1710.
      No "Annales Minurum seu trium Ordinum a S. Fracisco Istitutorum" é chamada Mência e definida como uma religiosa piedosa.
      Ela viveu no mosteiro de Nossa Senhora da Consolação, perto de Palencia, uma cidade da comunidade de Castela, na Espanha, e parece que faleceu por volta de 1480.
      A Beata Menzia é lembrada no dia 15 de janeiro.



Etimologia: Mência = A merecedora. Origem: latina, nome feminino.

Curiosidades: Mencía, na Espanha; Jaen, em Portugal. Esta é uma uva tinta nativa da Península Ibérica, de pele grossa, azul violeta. É vigorosa e exige cuidado do viticultor para conter sua extraordinária produtividade. Amadurece cedo, em meados de setembro. É bem adequada ao clima marítimo da região, onde chuvas de outono são bastante comuns. Na Espanha, Mencía encontrou seu lar nas comunidades autônomas da Galiza e de Castela e Leão. É a principal uva de denominações como Bierzo e Ribeira Sacra.

Mércia = “graça”, “misericórdia”, “dom divino”.
     Mércia tem origem no nome inglês Mercy ou Mercia, os quais por sua vez, surgem a partir da palavra da língua francesa merci, que significa “graça”, “misericórdia”, “dom divino”.
     Na Inglaterra, seus registos datam do século XVII e foi adotado pelos cristãos, da mesma forma que os nomes Charity, Faith e Hope, que significam caridade, fé e esperança, em português.
     Assim, esse nome carrega o mesmo sentido de que o espanhol Mercedes, bem como do nome Graça. No que respeita ao nome Graça, por sua vez, este tem também origem religiosa. Trata-se, sem dúvida, de um bonito nome que reflete uma aproximação com o divino, uma vez que a graça, num sentido espiritual, significa uma dádiva ou um presente de Deus.
     Embora sua semelhança gráfica com Márcia, os nomes não têm qualquer relação, uma vez que a origem de Márcia decorre do latim Marcius, que significa “guerreiro”.

     Os d'Avalos (na Espanha, o sobrenome pode grafar Dávalos e, às vezes, também Abalón) possuem sangue gótico, no entanto, aparece em quase toda a antiga nobreza da Península Ibérica. De acordo com a tradição, quando os visigodos ocuparam a Espanha, subtraindo-a do domínio romano, o antepassado bárbaro dos d'Avalos teria se instalado na cidade de San Felix Dávalos em Navarra. Os seus descendentes passaram para Aragão e, portanto, para a Andaluzia, distinguindo-se nas operações militares plurisseculares da Reconquista.
     O primeiro Dávalos digno de menção foi Lopez Fernández Dávalos, alcaide de Ubeda no início do século XIV, durante o reinado de Fernando IV de Castela. No final do século XIV, Ruy López Dávalos tornou-se Condestável  de Castela, bem como Adelantado Mayor de Murcia, camareiro e excelente auxiliar de Henrique III, rei de Castela e de Leão. Foi Ruy López, progenitor de todos os ramos da família que se mudou para Toledo, Aragão, Múrcia, Peru.
     Ruy López Dávalos casou-se três vezes. A partir desses casamentos, ele teve dez filhos que chegaram à idade adulta. Do casamento com sua primeira esposa, Maria Gutierrez de Fontecha, teve dois meninos e uma menina: Pedro López Dávalos, Diego Lopez Dávalos e Maria Dávalos. O segundo casamento foi com Elvira de Guevara, de quem tinha dois meninos e duas meninas: Beltran Dávalos, Hernando Dávalos, Mencia Dávalos (nossa Beata) e Costanza Dávalos. O último casamento foi com Constança de Tovar, de quem ele teve três filhos: Innico, Alfonso e Rodrigo. Um desses três filhos, Innico I d'Avalos, teria originado o ramo italiano de d'Avalos.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Adele Brise e O Milagre do Incêndio de Peshtigo (EUA)

    
     Quando jovem, Marie Adele Joseph Brise viveu na Bélgica, origem de sua família. Pertenceu a um grupo de fervorosas amigas, que tinham feito promessa de se tornarem religiosas. Mas em meados do século XIX seus pais decidiram emigrar da Bélgica rumo aos Estados Unidos, um país novo e meio desconhecido. Pior ainda, não iriam para uma cidade ou região já civilizada, mas se estabeleceriam no Wisconsin, então um local na fronteira entre a civilização e o desconhecido. Nem indícios de conventos havia por lá. Enquanto as amigas cumpriam a promessa, aos 24 anos (ela nascera em 30/1/1831) obedeceu aos pais e partiu com seus familiares para o outro lado do mundo. Na região os imigrantes tendiam a ficar em fazendas muito distantes entre si e devido à falta de igrejas, capelas ou escolas, iam perdendo a fé por falta de práticas religiosas.
     Em outubro de 1859, Adele ia ao moinho levando um saco de grãos na cabeça, quando viu entre duas árvores uma Senhora vestida de branco. Assustada, não se moveu. A Senhora nada disse, e lentamente desapareceu, deixando uma nuvem branca no local. Adele terminou sua tarefa e retornou para casa, onde comentou com os pais o sucedido. Estes julgaram que talvez se tratasse de uma alma do Purgatório que necessitava de orações.
     No domingo seguinte, dia 9 de outubro, ela saiu para ir à missa, acompanhada de sua irmã e uma vizinha. A igreja ficava a 17 quilômetros de distância, e para lá chegar era necessário passar pelo mesmo local da aparição. Novamente Adele viu a Senhora de branco. Suas companheiras nada viram, mas ficaram impressionadas com o temor que notavam em Adele. Depois de algum tempo ela disse que a Senhora tinha desaparecido. Conversando sobre o assunto, concluíram novamente que seria uma alma do Purgatório.
Conselho do confessor
     Após a missa, Adele se confessou com o Pe. Verhoef e narrou-lhe os dois episódios. O sacerdote disse-lhe para não ter medo, e que perguntasse à Senhora de branco o que desejava; se fosse uma mensageira de Deus, não lhe faria qualquer dano. No caminho de volta, no mesmo local, Adele viu novamente a Senhora, e desta vez notou que tinha uma fita amarela na cintura. Seguindo as indicações do confessor, perguntou: “Em nome de Deus, quem sois e o que desejais?”. E a Senhora lhe respondeu: “Sou a Rainha do Céu, que reza pela conversão dos pecadores, e desejo que faças o mesmo. Recebeste a Sagrada Comunhão hoje de manhã, e isso é bom. Mas tens que fazer mais ainda. Deves fazer uma confissão geral e oferecer a comunhão pela conversão dos pecadores. Se eles não se converterem e não fizerem penitência, meu Filho será obrigado a puni-los”.
     Nesse momento as duas companheiras perguntaram a Adele com quem ela falava, pois não viam nada. Ela simplesmente lhes disse: “Ajoelhem-se, pois Ela diz ser a Rainha do Céu”. E as duas companheiras assim fizeram obedientemente, o que alegrou a Santíssima Virgem, pois disse: “Bem-aventurados os que acreditam sem ver”. E voltando-se para Adele, acrescentou: “Que fazes aqui parada, enquanto tuas companheiras trabalham na vinha de meu Filho?”. Era uma alusão direta ao fato de suas companheiras belgas terem cumprido a promessa de se tornarem religiosas, mas ela ainda permanecia como leiga. Ouvindo a reprovação de Nossa Senhora, ela se comoveu e perguntou:
     — O que mais posso fazer, querida Senhora?
     — Reúne as crianças deste país e mostra-lhes o que deveriam saber para se salvarem.
     — Mas como lhes ensinarei, se eu mesma sei tão pouco?
     — Ensina-lhes o catecismo, como fazer o sinal da cruz e como se aproximarem dos sacramentos; isso é o que desejo que faças. Vai e não tenhas medo. Eu te ajudarei.
     Após este breve diálogo a Senhora levantou as mãos, como implorando uma bênção sobre aquelas que estavam a seus pés, e desapareceu lentamente.
     Estimulada pela aparição, Adele começou a reunir as crianças e ensinar-lhes os princípios da fé católica. Um primeiro oratório de madeira foi construído por seu pai, Lambert Brise, no local da aparição; uma capela de madeira foi construída em 1861. A capela logo se tornou muito pequena para acomodar os peregrinos. Em meio a numerosas provações, em 1867 Adele conseguiu construir uma escola, bem como congregou outras jovens para ajudá-la.  Em 1869, elas anunciaram seu internato, Academia de Santa Maria, e logo atraíram muitos estudantes. Adele realizou também muitas peregrinações apostólicas para conclamar os pecadores à conversão. Nessa missão, ela chegava a caminhar mais de 80 quilômetros no meio de florestas, passando por todo tipo de perigos.
     Embora sendo conhecidas como Irmãs da Boa Ajuda – Adele e suas companheiras eram tratadas como Irmãs e usavam um hábito modificado –, essas mulheres formavam uma ordem terceira secular, isto é, mulheres leigas que escolheram viver juntas, seguindo o modo de vida franciscano.
     "Irmã" Adele nunca fez votos em uma comunidade religiosa, embora algumas de suas companheiras mais tarde o fizessem. Duas companheiras de seu grupo - Celina Londo e Cecilia Frisque - se juntaram às Irmãs de São Francisco da Santa Cruz em Bay Settlement em 1903. Essas Irmãs assumiram a responsabilidade pela capela e sua escola em 1902. Elas fizeram isso seis anos após a morte de Adele, a pedido do bispo Sebastian Messmer.
     Finalmente, em 5 de julho de 1896, com a idade de 66 anos, Adele faleceu no cumprimento de sua vocação e foi enterrada na capela construída no local das aparições.
     Numa época em que as pessoas se esquecem da salvação da própria alma e vivem em função do dinheiro e dos prazeres, temos o dever de lembrar a todos que o verdadeiramente importante é a vida eterna, e que os sacramentos nos são indispensáveis para lá chegarmos. Pode haver melhor momento para alertar as almas sobre isso?
     Na opinião do Pe. John Doefler, Reitor do Santuário de Nossa Senhora da Boa Ajuda, estas aparições poderiam estar vinculadas às da Virgem de Lourdes em 1858.

Adele (círculo) com suas companheiras e alunos
O milagre do incêndio de Peshtigo
     O incêndio de Peshtigo aconteceu no dia 8 de outubro de 1871 - o mesmo dia do Grande Incêndio de Chicago, que é tão conhecido na história americana. Embora ofuscado pelo Incêndio de Chicago, o incêndio de Peshtigo matou mais pessoas (cerca de 2.500) e destruiu mais propriedades.
     O Pe. Pedro Pernin descreve a ferocidade do incêndio em um emocionante relato em seu livro, The Great Peshtigo Fire, um relato de testemunha ocular.
     Em 6 de outubro, o Pe. Pernin viu um toco de madeira espontaneamente explodir em chamas, mesmo não havendo faíscas ou incêndios nas proximidades. Enquanto o fogo era apagado, isto sinalizou as piores coisas que viriam e o Pe. Pernin decidiu se preparar para o pior. Levou várias horas para cavar um poço no chão para enterrar objetos sagrados, estátuas, livros, roupas sob uns 30 cm de terra, que ele considerou suficiente. Enquanto isto, vários vizinhos riam dele por fazer esse esforço.
      Quando terminou, o Pe. Pernin quase não teve tempo de soltar seu cavalo e carregar o tabernáculo em um carrinho de mão. A conflagração caiu logo sobre a aldeia e tudo ficou no caos. As pessoas corriam em todas as direções. O Pe. Pernin tropeçou e caiu sobre os cadáveres de uma mãe e sua filha.
     Ao longo de um lado do rio, as chamas dos edifícios da aldeia formavam um dossel impenetrável de fogo. O Padre Pernin foi para o outro lado. À beira da água, ele encontrou pessoas de pé, olhando com espanto, atordoadas e boquiabertas, à vista do caos em torno delas. Ele começou a empurrá-las para a água, pois era o único lugar seguro. Imediatamente todos a sua volta entraram dentro d’água.
     O ar tornou-se uma mistura de cinzas, faíscas, fumaça, fogo e calor opressivo. Em um ponto, um moinho de madeira explodiu em chamas. Esta estrutura que normalmente levaria horas para queimar foi consumida em trinta minutos. O calor era intenso. Todos ficaram na água fria jogando água uns sobre os outros por quase cinco horas. No pico do incêndio, o Pe. Pernin descreveu o ar acima deles como um furacão de fogo, mais brilhante do que o dia, causando cegueira temporária. Era uma cena do inferno na terra.
     O incêndio finalmente afastou-se de Peshtigo. Com os ventos servindo de fole, o fogo continuou seu caminho destrutivo, acabando por queimar um total de 1,2 milhões de acres.
Enquanto Peshtigo queimava, uma capela de madeira foi poupada
     Enquanto esse caos ocorria em Peshtigo, havia uma cena diferente na aldeia de Robinsonville, Wisconsin. Agora chamada de Champion, esta aldeia estava no caminho do indomável inferno.
     A vila era o local da primeira aparição de Nossa Senhora nos Estados Unidos, à Adele Brise, em 1859. Em homenagem à aparição, uma capela de madeira fora construída e dedicada a Nossa Senhora da Boa Ajuda. Muitos habitantes locais acreditavam na aparição, em grande parte devido à reputação de santidade de Adele.
     No início da manhã de 9 de outubro, os moradores buscaram a segurança da proteção de Nossa Senhora da Boa Ajuda. Parece irracional procurar segurança em uma estrutura de madeira no meio do maior incêndio na história americana. No entanto, a fé às vezes vai contra o que parece racional. Os habitantes locais tinham tanta confiança na proteção de Nossa Senhora, que eles levaram seus animais para a capela.
     Adele liderou uma procissão dos habitantes com uma imagem de Nossa Senhora enquanto rezavam o rosário. Quando o ar se tornou opressivo, eles foram obrigados a continuar a rezar dentro da capela. As vozes dos fiéis enchiam o ar de uma oração esperançosa.
     Apesar do furor do incêndio, a estrutura de madeira milagrosamente se recusou a queimar. As orações dos fiéis foram ouvidas. Os ventos pesados ​​que dirigiam a conflagração se acalmaram e o fogo diminuiu. O som doce da chuva logo foi ouvido. Foi tão imediato quanto quando Jesus ergueu as mãos para acalmar a tempestade. Os fiéis ficaram admirados.
Confirmação do Milagre
     O Pe. Pernin, que testemunhou a selvageria do incêndio em Peshtigo, foi investigar esse suposto milagre com seus próprios olhos. Ele contou o que viu em um segundo manuscrito chamado, The Finger of God (o Dedo de Deus).
     "[Todas] as casas e cercas do bairro foram queimadas, com exceção da escola, da capela e as sebes que cercam os seis hectares de terra consagrados à Santíssima Virgem. (...) [A propriedade] santificada pela presença visível da Mãe de Deus agora brilhava como uma ilha de esmeralda em meio a um mar de cinzas". (1)
     Todos os habitantes locais e seus animais foram poupados. A capela de madeira foi poupada. A cerca de madeira em torno do terreno foi poupada. Não há uma lição a ser aprendida com isso?
     Este milagre foi fundamental para convencer o Bispo David L. Ricken a declarar, em 8 de dezembro de 2010, Festa da Imaculada Conceição, a autenticidade das aparições de 1859 a Adele Brise. Este local sagrado agora é chamado de Santuário de Nossa Senhora da Boa Ajuda.
     Segundo declarações do Prelado, “a vida de Adele é um dos testemunhos mais convincentes da autenticidade das aparições. Em vez de atrair a atenção dos outros para si, dedicou-se humildemente a cumprir a missão que a Virgem lhe incumbira”. Adele “podia passar vários dias com as crianças ensinando-lhes o catecismo e conversando com seus pais sobre a fé. Realmente tinha um espírito evangelizador e o demonstrou não só com sua mensagem, mas com toda sua vida”.
     Curiosamente, o grande Incêndio de Peshtigo diminuiu no 12º aniversário de uma das aparições, em 9 de outubro.
 
O Santuário e a Capela atuais

Nota: (1) Fr. Edward Looney, Our Lady of Good Help, Mary’s Message and Mission for Adele Brise and the World, p.16.

Fontes: Catolicismo, por Valdis Grinsteins, março de 2011 www.catolicismo.com.br

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Beata Júlia Della Rena de Certaldo - 9 de janeiro

Martirológio Romano: Em Certaldo, na Toscana, Beata Júlia della Rena, da Ordem Terceira de Santo Agostinho, que permaneceu encerrada em uma pequena cela junto à igreja, na qual viveu somente para Deus.

     Júlia Della Rena, conhecida como Beata Júlia, viveu em uma cela localizada em Certaldo. Ela se dedicou completamente à penitência e à oração e morreu após trinta anos de isolamento.
     A pobreza das fontes literárias em relação a Beata Julia é desconcertante: muito do que sabemos é, de fato, o resultado da tradição oral.
Infância entre Certaldo e Florença
      Tendo nascido em 1319 na nobre família Della Rena, em decadência, ficando órfã muito jovem, Júlia foi para Florença e passou a trabalhar para a família Tinolfi, com quem era aparentada.
     Em contato com os agostinianos e sua espiritualidade e com receio das tentações que uma cidade como Florença poderia oferecer, ela decidiu tomar o hábito das agostinianas seculares. Sentindo-se chamada à uma vida mais radical e austera, decidiu a abandonar a cidade de Florença e refugiar-se em um lugar solitário em Certaldo.
      Uma vez chegada ao seu destino, ela salvou um menino de um prédio em chamas, provocando a admiração de seus concidadãos: isto desencadeou a decisão de se trancar em uma pequena cela perto da abside da igreja dos Santos Tiago e Filipe.
     Primeiro foram abertas duas pequenas janelas: uma que dava para a igreja, para assistir aos atos litúrgicos; outra para o exterior, com a finalidade de receber o alimento que a piedade popular lhe oferecesse. Fez colocar sobre uma parede um crucifixo e depois, com solenidade, foi colocado um muro que impossibilitasse o acesso à cela.
     Como as reclusas, Júlia não mais deixaria a pequena cela e viveria segregada do mundo por um período de cerca de 30 anos, percorrendo a via da ascese e da mística. Penitência e oração eram suas ocupações cotidianas.
     Os habitantes de Certaldo e arredores tinham como ocupação mantê-la com vida. Conta a tradição popular que inclusive as crianças corriam muitas vezes para ajudá-la, levando-lhe algum alimento, e que Júlia agradecida e sorridente lhes retribuía com flores frescas em qualquer estação do ano.
     Nada mais se sabe dela a não ser que era muito venerada por seus concidadãos pela vida de piedade que seus olhos deixavam transparecer.
O funeral
     A morte chegou em 9 de janeiro de 1367 (ou 1370): os moradores de Certaldo foram alertados pelo som dos sinos que misteriosamente começaram a tocar sozinhos. As exéquias foram celebrados com grande presença do público e houve numerosos milagres em torno de seu caixão.
     Já em 1372 um altar foi erguido na igreja dos Santos Tiago e Filipe para guardar seus restos mortais.
     Ao longo dos séculos, seu túmulo viu transformações notáveis. Atualmente, seus restos ainda estão na igreja dos Santos Tiago e Filipe, em um nicho recentemente construído (nos anos sessenta do século XX), aproximadamente no mesmo ponto em que o primeiro altar de 1372 foi erguido; acima desse nicho foi colocada a placa do século quinze onde os episódios de sua vida são ilustrados.
Celebrações
     Desde 1506 o município de Certaldo contribuía para a festa em honra da Beata, a cuja proteção foi atribuída várias vezes a libertação de contágios e de pestes.
      Todos os anos, no primeiro domingo de setembro, a cidade celebra a sua festa com uma procissão que vai da vila medieval até a parte baixa da cidade para terminar na propositura de Santo Tomás; na quarta-feira seguinte, uma procissão carrega a urna com os restos mortais da Beata da propositura à igreja dos Santos Tiago e Filipe, em Certaldo Alto.
      Originalmente o festival era celebrado no dia 9 de janeiro, o dia da morte, como acontece com todos os santos, mas devido aos rigores do inverno, a festa foi movida para o primeiro domingo de setembro, para ter um comparecimento maior de pessoas e para mais dignamente comemorar a santa padroeira.
      Alguns anos atrás, surgiram os "Cavaleiros de Beata Júlia", um grupo que segue atividades paroquiais e mais de perto o culto da Beata, patrona de Certaldo.
     Seu culto imemorial foi confirmado por SS Pio VII em 1819.

Fontes: www.santiebeati/it; www.wikipedia