sábado, 30 de setembro de 2023

Santa Teresinha do Menino Jesus, Carmelita e Doutora – 1º. de outubro

 A personalidade de Santa Teresinha em duas fotografias
     Alguém poderia objetar que, para ter sede das almas, é preciso senti-las. Como é que se sentem, como é que se percebem as almas? Qual é a atitude ordenada que a pessoa deve ter diante da alma que percebe?
     Para que essa questão muito importante ficasse bem clara, achei que nada seria melhor do que trazer aqui esta magnífica fotografia de Santa Teresinha do Menino Jesus. É realmente magnífica; falta apenas o relevo, para se dizer que ela está viva.
     Para comentar essa alma, eu pediria um esforço um pouco singular, que é o seguinte: não prestar tanta atenção no que irei dizendo, mas em si mesmos. Procurarei explicitar, não o que eu penso de Santa Teresinha, mas o que uns tantos ou quantos pensam dela. Quer dizer, que impressão a visão desta fotografia produz em uns tantos ou quantos.
Primeira impressão
     A primeira impressão, ao olhar para ela, é a seguinte: Que menina! A primeira explicitação, o primeiro jorro, deve ser assim. Ela é ainda menininha, cheia de vida, de frescor, saltitante, e com essa espécie de extroversão própria de uma menina ainda na infância. Aí se vê a beleza de uma alma de criança, na delicadeza, na fragilidade, na louçania da natureza feminina. Como essa fotografia é bem-apanhada, e como pegou bem essa menina! Essa é a primeira impressão.
Ideia de pureza
     Por detrás dessa impressão entra uma outra, pela qual a pessoa reconhece tudo aquilo, mas ao mesmo tempo em que se embevece com a inocência, com a vivacidade e a louçania dessa menina, sente uma ideia de pureza associada a isso. E sente-a mais ou menos em tudo. A pureza vem presente, antes de tudo, no seguinte: nota-se nela, no sentido verdadeiro da palavra, uma boa espontaneidade.
     É uma menina que não esconde nada, que não tem o hábito de esconder nada, e que sabe perfeitamente que não tem o que esconder. Ela não tem fraude nem dissimulação. Dela se pode dizer o que Nosso Senhor disse de Natanael: "Aqui está um verdadeiro israelita, no qual não há fraude" (Jo. 1, 47). Aqui está uma verdadeira menina, pura, filha de uma família católica, que tem em si toda a pureza, toda a candura de uma vida de família católica, toda aquela delicadeza virginal que a vida de família católica comunica especialmente a uma menina. E isso sem fraude nenhuma. Ela tem isso inteira, e não tem o hábito de pecar.
A infância meditativa
     Era uma criança altamente meditativa. No fim da vida, quando estava madura para o Céu, e, portanto, quando tinha atingido a santidade a que a havia destinado o desígnio da Providência, ela contava que quando tinha por volta dos dez anos - quer dizer, um pouquinho mais velha do que está aqui - ia com a irmã a um belvedere lá dos Buissonnets, e tinham conversas em que ela recebia tantas ou mais graças do que as que receberam Santo Agostinho e Santa Mônica no famoso colóquio da hospedaria de Óstia, pouco antes de Santa Mônica morrer. Portanto, quando a santidade de Santa Mônica estava consumada, e ela estava para ir para o Céu.
     No fundo, nota-se isso no olhar dela. Não se pode descrever um olhar. Se se perguntasse a São Pedro o que lhe disse o olhar de Nosso Senhor, o que poderia ele responder? Responderia: "Ele disse algo por onde eu chorei a vida inteira. As lágrimas mais amargas e mais doces que jamais se choraram, depois das de Nossa Senhora, chorei-as eu". E não teria outra coisa para dizer, pois o olhar é algo de inefável.
A principal etapa da vida
    Quero insistir sobre o seguinte ponto: Santa Teresinha morreu aos 24 anos, e se volta muito para a sua infância. Essa época marcou tão profundamente os rumos de sua vida, que é a mais ilustrativa para se conhecer o seu espírito. Tenho impressão de que na vida de Santa Teresinha os pontos culminantes são a sua infância e o fim, às vésperas da morte.
     Aqui está, a meu ver, um elemento precioso para o conceito de infância espiritual. Não é bobeira, não é tolice, muito menos irreflexão. É, de dentro de uma alma pequena, de uma alma de criança, ser capaz das maiores coisas; com uma apresentação amável, afável e autêntica, não a pura apresentação do espírito de uma criança. Aqui está a questão, e aqui, a meu ver, está a nota: Santa Teresinha poderia repetir que as nossas cogitações e as nossas vias não são as dela.
     Mas não é o que ela nos diria. A sua missão é a de, pela sua presença, e como num "flash", apresentar a via dela e atrair, arrastar para a sua via. E isso com o afável, com o pequeno, o acessível, o encantador que a infância tem. Mas que infância meditativa! Que infância fecunda! Uma infância que se pode comparar ao fim da vida de Santa Mônica! É uma santa falando de si mesma.
     Aí se veem os tesouros de maturidade, de meditação, de profundidade, e, se necessário for, de atividade, que cabem dentro da verdadeira infância espiritual. Foi ela quem disse: "Para o amor nada é impossível". Em nossa linguagem isso se traduz: "Para o enlevo, para o zelo do verdadeiro católico, nada é impossível”. (1)
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     "Ecce in pace amaritudo mea amarissima". Essa frase do Rei Ezequias (Isai. 38, 17) costuma ser transcrita junto a estampas representando Nosso Senhor ou Nossa Senhora durante a Paixão.
     Quem sabe vislumbrar através dos traços de uma fisionomia um estado de alma não pode deixar de pensar que essas palavras mereceriam estar escritas ao pé desta segunda fotografia, que nos mostra uma figura sorridente, mas indizivelmente dolorosa.
     O sorriso não procura esconder a dor, mas afirmar-se por um prodígio de virtude, de fidelidade à graça, apesar da dor. Os lábios sorriem só porque a vontade quer que eles sorriam, e a vontade o quer porque essa alma tem fé, e sabe que depois das provações e das trevas desta vida terá como prêmio Aquele que disse de Si: "Serei Eu mesmo vossa recompensa demasiadamente grande" (Gen. 15, 1). Essa recompensa será Aquele de quem Santa Teresa de Ávila proclamou: "Ainda que não houvesse Céu eu Vos amara, ainda que não houvesse inferno eu Vos temera". Nessa alma há ordem, e há aquela tranquilidade inconfundível que vem da ordem: apesar de um oceano de dor, há verdadeira paz.
    De um oceano de dor, dizíamos. Um desses oceanos de aridez e sofrimento tão grandes que não cabem na terra, e só em uma alma católica e generosa podem caber.
     Vítima do Amor misericordioso, Santa Teresinha se oferecera em holocausto, e esse holocausto fora aceito. Ela estava a dois passos da morte, por efeito de uma moléstia implacável, e provas interiores misteriosas e terríveis enchiam sua alma. Dias antes de morrer, escreveu. "O demônio anda em volta de mim: não o vejo, mas sinto-o, porque me está atormentando e segurando-me com mão de ferro, sem me deixar o menor alívio, para com a força das dores me fazer desesperar... Quão necessária é aquela oração de completas: "Livrai-nos, Senhor, dos fantasmas da noite" (História de uma Alma, cap. XII).
     É toda essa dor que se exprime no olhar luminoso e triste, que parece chorar enquanto os lábios sorriem. É uma tristeza ordenada, sem revolta, nem sentimentalismo, nem vaidade. Uma tristeza que na mera criatura lembra o divino modelo da tristeza profunda, mas santamente sujeita à vontade divina, do Cordeiro de Deus.
     Junto à Santa, dois símbolos: o lírio e a cruz fria e nua de Nosso Senhor Jesus Cristo.     Aí está a tranquilidade da ordem, em meio à aridez e à dor. E ainda aqui, se poderia dizer à humanidade: "Se conhecesses o dom de Deus..." (Jo. 4, 10).
*
     Se todas as almas, na alegria como na dor, procurassem a paz verdadeira, então sim, o mundo teria essa paz que lhe poderá dar. Mas, dirá alguém, isto é para Freiras. Objeção ignóbil e ridícula, como a do indivíduo que vendo um regimento desfilar com garbo ou morrer com bravura, dissesse: "Patriotismo não é comigo. É coisa para soldado”. (2)
 
Fontes:
(¹) Plinio Corrêa de Oliveira, Conferência maio de 1968 (excertos)
(²) Plínio Corrêa de Oliveira, Catolicismo Nº 111 - Março de 1960 (excertos)
 
Postado neste blog em 1º de outubro de 2011

quinta-feira, 28 de setembro de 2023

Beata Amália Abad Casasempere, Mãe de família e mártir da Rev Comunista de 1936 - 28 de setembro

     
     Amália Abad Casasempere nasceu em 11 de dezembro de 1897 em Alcoy, Alicante, na Espanha. Foi batizada no mesmo dia na paróquia do seu povoado; foi crismada em 6 de outubro de 1906 e recebeu a 1ª Comunhão em 22 de maio de 1907. Amália foi educada nos valores da fé e cresceu, como muitas jovens da sua geração, em meio às dificuldades políticas daquelas primeiras décadas do século XX, na Espanha.
     Em 6 de setembro de 1924, casou-se com o capitão do exército Luís Maestre Vidal, preocupando-se doravante em ser uma boa esposa e criar o ambiente adequado para criar os filhos que Deus lhes concederia. À alegria do nascimento de suas duas filhas, Maria e Luísa, seguiu-se a triste perda de seu esposo, que morreu na Guerra do Rif, deixando Amalia Abad viúva.
     Ela teve que ser forte e nos momentos de fraqueza confiava seus filhos à Virgem Maria. Sabia que a fé era o maior tesouro que poderia lhes dar e educou-os num ambiente de piedade e generosidade. Apesar da responsabilidade que implicava educar seus três filhos, Amália encontrava tempo para participar de várias atividades da Igreja, de maneira especial na Ação Católica. Sem se descuidar do seu lar, se dedicava com entusiasmo à catequese e às obras de caridade.
     Amália esteve presente em outras organizações católicas como Mães Católicas, Marias do Tabernáculo, Conferências de Paulo e a Confraria de Nossa Senhora do Carmo. Quanto aos estudos, em 1935 começou a cursar o bacharelado com o objetivo de obter o título de parteira.
     Quando a perseguição religiosa começou na Espanha, com a consequente destruição de igrejas e conventos, e o assassinato de inúmeros católicos, Amália escondeu em sua casa duas religiosas, sabendo que esta atitude poderia custar-lhe a vida. Seu despojamento e caridade a impulsionaram a visitar dois fiéis encarcerados para dar-lhes ânimo e socorrê-los materialmente. Os perseguidores, conhecendo sua militância católica e a ajuda que prestava aos detentos, prenderam-na e submeteram-na a todo tipo de maus-tratos e fome.
     Finalmente, em 28 de setembro de 1936, a jovem mãe deu testemunho do seu amor a Jesus Cristo com seu próprio sangue, sendo assassinada em Benillup pelos milicianos, e seu corpo foi depositado em uma vala da estrada que liga esta cidade com Almudaina. Em 1939 seus restos mortais foram levados para o Cemitério de San Fabián de Alcoy e em 1957 para a Capela do Santíssimo Sacramento da Paróquia de San Mauro e San Francisco de Alcoy.
     Sua confiança na Providência de Deus frutificou: suas filhas foram ajudadas e anos mais tarde uma filha sua partiu rumo à África como missionária.
     O Papa João Paulo II elevou-a a honra dos altares no dia 11 de março de 2001, juntamente com outros 232 mártires da perseguição religiosa ocorrida na Espanha. 
 

Fontes: www.santiebeati
 
Postado neste blog em 28 de setembro de 2014

sexta-feira, 22 de setembro de 2023

Beata Emília Tavernier Gamelin, Fundadora - 23 de setembro

     
Emília Tavernier nasceu em Montreal, Canadá, em 19 de fevereiro de 1800, de pais humildes, mas virtuosos e trabalhadores. Ela é a última de quinze filhos do casal Tavernier-Maurice; seus pais faleceram quando ela era uma menina. Eles deixaram como herança a seus filhos uma educação marcada pela presença da Divina Providência em suas vidas.
    A infância de Emília foi marcada pela dor: nove de seus irmãos morreram na infância; aos 4 anos perdeu sua mãe e o seu pai aos 14 anos. Depois da morte da mãe, foi adotada por uma tia paterna que a orientou a fazer seus estudos no Colégio das Irmãs da Congregação Notre-Dame. A tia percebeu na criança uma inclinação para os pobres e sofredores. Aos 18 anos, Emília vai ajudar seu irmão que ficara viúvo. O único que pede é poder servir comida aos mendigos que se apresentam. A mesa que utilizava para servi-los ela chamava carinhosamente de “A Mesa do Rei”.
     Aos 23 anos, Emília contraiu um casamento feliz com Jean-Baptiste Gamelin, um produtor de maçãs que era 27 anos mais velho do que ela. Os esposos tinham em comum o interesse e o amor pelos pobres. Entretanto, sua felicidade não durou muito. Seus dois primeiros filhos morreram três meses depois de nascidos. Apenas 4 anos após o casamento, Emília perdeu seu esposo, em 1º de outubro de 1827. Uns meses mais tarde, no verão de 1828, seu terceiro filho também faleceu na idade de 21 meses. Em menos de cinco anos Emília tinha perdido seus entes mais queridos.
     Estas perdas dolorosas serviriam de base para a vocação de Emília. Seguindo o conselho de um sacerdote, ela rezou aos pés da Cruz, com uma imagem de Maria, Mãe das Dores. Aquela meditação despertou nela uma profunda devoção da qual tiraria força e valor. Como poderia rechaçar um sacrifício depois de contemplar a dor de Maria e os sofrimentos de Jesus? Se sente chamada a demonstrar sua confiança na Divina Providência e a encarnar a compaixão da Mãe das Dores atendendo aos mais necessitados. As obras de caridade se converteram em um alívio para seu sofrimento pessoal, que toma então um novo significado.
     Emília permaneceu em sua casa da rua Saint-Antoine, da qual era dona, com Dodais, um adolescente com deficiência intelectual, e a mãe idosa deste, os quais eram cuidados pelo Sr. Gamelin, desde que a vida do jovem fora salva por ele. Antes de morrer, o Sr. Gamelin havia pedido a Emília que continuasse cuidando deles como lembrança de seu amor.
     Sua casa se torna o refúgio de todos e ela expande os espaços para abrigá-los. Idosos, órfãos, presos, imigrantes, desempregados, surdos-mudos, jovens ou casais em dificuldades, deficientes físicos e doentes mentais, todos conhecem bem a sua casa que chamam de “Casa da Providência”, porque ela mesma é uma “verdadeira providência”.
     Grande senhora de Montreal no século XIX, a Sra. Gamelin marcou sua época ao organizar a caridade na metrópole em crescimento. Um pouco depois, ela elegeu fazer-se serva dos pobres e se dedicou a Deus por voto particular, em 2 de fevereiro de 1842.
     Emília é bem recebida tanto nos lares como nos cárceres, entre os enfermos e entre os que estão saudáveis, porque leva consolo e assistência. Ela é verdadeiramente o Evangelho em ação: “O que fazes ao menor de meus irmãos, a Mim me fazes”.
Familiares e amigas se reúnem junto a ela para ajudá-la. Outros, porém não entendem tanta dedicação e ao ver que outro refúgio está sendo aberto, comentam: “Madame Gamelin não tinha loucas suficientes, teve que buscar outras!”.
     Durante quinze anos seus gestos heroicos de dedicação se multiplicaram, no início sob o olhar de reconhecimento e aprovação do Bispo Jean-Jacques Lartigue, e depois de Mons. Ignace Bourget, o segundo Bispo de Montreal, que pensa que uma vida tão preciosa não pode desaparecer sem que alguém siga o exemplo.
     Em uma estadia em Paris, em 1841, Mons. Bourget pede o envio das Filhas de São Vicente de Paula para dar suporte a obra da Sra. Gamelin, com a finalidade de estabelecer as bases de uma comunidade religiosa. Ao receber a resposta afirmativa, mandou construir uma casa para acolhê-las em Montreal. Porém, na última hora as religiosas mudaram de ideia. A Providência tinha outros planos. A obra da Sra. Gamelin sobreviveu a tudo isto.
     Como consequência da resposta negativa daquela instituição, Mons. Bourget e Emília Tavernier Gamelin fundam, em 1843, uma comunidade de irmãs canadenses. O bispo procura candidatas em sua diocese; elas foram confiadas a Emília, que as formaria para a obra de caridade que ela realizava com tanta dedicação, e para a missão Providência, que proclama com atos que falam mais forte do que as palavras.
     Emília se une ao grupo de noviças em outubro do mesmo ano. Foi a primeira a fazer profissão na Congregação, então conhecida como Filhas da Caridade Servas dos Pobres, que as pessoas chamavam carinhosamente de Irmãs da Providência. No dia seguinte, Emília passou a ser a 1ª superiora da Congregação, aos 44 anos.
     A primeira profissão religiosa foi celebrada no dia 29 de março de 1844. As necessidades dos pobres, dos doentes, dos imigrantes etc., não cessavam de aumentar naquela cidade, na sociedade em vias de desenvolvimento.
     O Instituto conheceu horas sombrias, quando as Irmãs diminuíram de número devido às epidemias. Quando o Bispo Bourget duvida da boa vontade da superiora, influenciado por uma religiosa muito negativa, a fundadora mantém-se de pé junto a Cruz, seguindo o exemplo da Virgem das Dores, seu modelo a partir das horas de luto. O mesmo bispo reconheceu sua grandeza de alma e sua generosidade que chega ao heroísmo.
     A nova comunidade cresce: as Irmãs da Providência se multiplicam, são 50 em 1851, apenas oito anos após seu nascimento e no ano mesmo em que a fundadora falece, vítima da epidemia de cólera. Suas filhas receberam o último testamento dos lábios de sua mãe: humildade, simplicidade, caridade, sobretudo caridade.
     A partir de um início humilde, são 6147 jovens que se comprometeram a seguir o exemplo da Beata Emília Tavernier Gamelin. Hoje elas são encontradas no Canadá, Estados Unidos, Chile, Argentina, Haiti, Camarões, Egito, Filipinas e Salvador.
     Em 23 de dezembro de 1993, as virtudes heroicas de Emília Tavernier Gamelin foram promulgadas. Depois de um milagre atribuído a sua intercessão ser reconhecido oficialmente em 18 de setembro de 2000, sua beatificação foi proclamada em 7 de outubro de 2001.
     Sua festa litúrgica é 23 de setembro, dia de seu falecimento em 1851.
 
Casa Mãe do Instituto em Montreal, c.1860


Fontes:
https://providenceintl.org/es/peticion-de-busqueda/tres-grandes-mujeres-providencia/beata-emilia-gamelin/
http://www.santiebeati.it/dettaglio/90339
 
Publicado neste blog em 22 de setembro de 2011

sábado, 16 de setembro de 2023

Santa Hildegarda, Mística, Profetiza e Escritora - 17 de setembro

 
     Santa Hildegarda nasceu em Bermersheim, na Diocese de Mainz, no ano de 1098, sendo a décima e última filha de pais nobres e virtuosos. Seus pais, Hildeberto e Matilde, provavelmente originários do Condado de Spanheim, pertenciam à nobreza do Palatinado.
     Conforme prática comum naquela época, com a idade de oito anos ela foi levada ao Mosteiro de Disibodensberg, ou do monte de Santo Disibode, onde foi colocada sob a direção de Jutta, filha do Conde de Spanheim, que tomou a si o encargo de cuidar dessa menina que dava sinais de grande vocação. Sua virtude sobressai de tal modo que, aos 39 anos, quando morre Jutta, as religiosas elegem Hildegarda como Abadessa.
     Sabe-se que Hildegarda tinha uma saúde muito frágil e que sempre era favorecida por visões, além de ter intuições sobrenaturais de coisas por suceder. Todas essas manifestações sobrenaturais eram por ela narradas com simplicidade a sua tutora e a um dos monges do mosteiro de Santo Disibode, chamado Volmar, que posteriormente exercerá o ofício de seu secretário durante 30 anos.
     Dos 8 aos 15 anos, Hildegarda teve muitas visões, das quais falava com simplicidade às companheiras, que ficavam maravilhadas, como todos as que delas tomavam conhecimento. Elas se perguntaram qual poderia ser a fonte das visões.
     A própria Hildegarda explicou que via coisas interiormente em sua alma relacionadas com as coisas externas que estavam acontecendo ao seu redor, que via com os olhos de seu corpo. Quando ela percebeu que isso não acontecia com outras pessoas, ela ficou com medo e não comentou mais sobre suas visões. Em suas conversas, no entanto, ela se referia a coisas que ainda estavam por vir e outros pensamentos que pareciam extraordinários para aqueles que a ouviam falar. Esse dom sobrenatural ela teve durante toda a sua vida.
     Como ela mesma conta em seus escritos: "Aos meus 40 anos, tive uma visão onde uma voz dizia: ‘Diga o que viste e entendeste, não à maneira de outro homem, mas segundo a vontade dAquele que sabe, vê e dispõe todas as coisas no segredo de seus mistérios’".
     Era uma ordem decisiva que indicava a vocação de Hildegarda, semelhante à dos profetas do Antigo Testamento, os quais eram as bocas de Deus. Sobre esta vocação, Hildegarda insistirá dizendo que "uma voz do Céu mandava-me tudo dizer e escrever, tal qual ouvia e era-me ensinado". Esta voz apresentou-se a ela como “a Luz viva que ilumina o que é obscuro”. 
     Aos 42 anos, ela viu o Céu se abrir e uma chama luminosa perfurou sua testa, coração e peito, penetrando-o com um calor suave. Naquele momento ela recebeu uma compreensão dos Salmos, dos Evangelhos e dos outros livros do Antigo e do Novo Testamento, para que pudesse explicar o seu significado, embora não soubesse Latim.
     Ainda com medo de escrever suas visões, ela adoeceu. Finalmente, ela confidenciou suas preocupações à Abadessa Jutta, que por sua vez informou ao diretor espiritual do Convento. Depois de aconselhar-se com os religiosos mais sábios da comunidade e de interrogar Hildegarda, o Prior ordenou-lhe que escrevesse. Assim que ela começou a escrever, imediatamente se viu curada e levantou-se da cama.
     Ajudada pelo monge Volmar, escreveu, entre 1141 e 1151, a sua grande obra Scivias (Conhece as vias do Senhor), uma espécie de Apocalipse sobretudo dogmático e um pouco moral.
     Em 1147, o prior, desconfiando do seu próprio critério, apresentou os escritos de Hildegarda ao Arcebispo Henri, de Mainz, Diocese onde se localizava o Mosteiro de Disibodensberg. Aproveitando a presença do Papa Eugênio III em Trier, onde iria reunir-se um Sínodo preparatório do Concílio de Reims, o arcebispo consulta o Papa.
     Trier é a cidade do Imperador Constantino, que ali residiu com sua mãe Santa Helena até o ano 316. O Papa Eugênio III era um cisterciense formado por São Bernardo. Ele reuniu Cardeais, Bispos e Abades para um alto tema: confirmar mais uma vez as reformas empreendidas pelo Papa São Gregório VII.
     O Papa, desejoso de conhecer melhor o assunto, enviou o Bispo de Verdum, Alberon, ao Mosteiro de Hildegarda, que respondeu com simplicidade às perguntas que lhe foram feitas. Os escritos feitos até então por Hildegarda foram entregues a ele e lidos em voz alta na presença do Arcebispo, dos Cardeais e de todo o clero reunido. Entre os ouvintes estava a maior figura da Cristandade: São Bernardo de Claraval.
     A conclusão da assembleia é atribuída a São Bernardo: "É preciso impedir que se apague uma tão admirável luz animada pela inspiração divina". Este Santo conhecera Hildegarda e pediu que o Papa divulgasse tão grande graça concedida por Deus à Igreja no seu pontificado, e a confirmasse com sua autoridade.
S Bernardo
     O Papa seguiu seu conselho, escreveu a Hildegarda: "Nós ficamos admirados, minha filha, que Deus mostre em nosso tempo novos milagres. Nós te felicitamos pela graça de Deus. Conserve e guarde esta graça". (*) Pediu ele ainda que ela relatasse com frequência tudo que lhe fosse revelado por intermédio do Espírito Santo.
     A santa relatou ao Papa Eugênio III, em carta bastante longa, tudo quanto ouvira da voz celeste relativamente ao pontífice. Anunciava uma época difícil, cujos primeiros sinais já se manifestavam:
     “As próprias montanhas, que são os prelados, em lugar de se elevarem continuamente a comunicações íntimas com Deus, a fim de cada vez mais se transformarem na luz do mundo, descuidam-se e obscurecem-se. Daí a sombra e a perturbação que reina nas ordens superiores. E porque vós, grande Pastor e Vigário de Cristo, deveis buscar luz para as montanhas e conter os vales, dai preceitos aos senhores e disciplinas aos súditos. O Soberano Juiz recomenda-vos que condenais e repilais de junto de vós os tiranos importunos e ímpios, no temor de que, para vossa grande confusão, eles se imiscuam na vossa sociedade, mas sede compassivo com as desgraças públicas e particulares, pois Deus não desdenha as chagas e as dores daqueles que O temem”.
     Começou assim uma nova vida para Hildegarda. Sua fama, não só devido a seus escritos, mas também aos milagres, difundiu-se além do Reno. Muitos vêm visitá-la. Ela penetra nos pensamentos dos peregrinos e afasta-se dos que se aproximam com más intenções ou para provar sua virtude. Exorta à conversão à Fé verdadeira os judeus que vêm ouvi-la. Hildegarda livrou do demônio uma possessa de Colônia, que os sacerdotes da Abadia de Brauweisler não tinham conseguido expulsar.
     Santa Hildegarda mantém correspondência com Papas, Bispos e altas autoridades temporais, como, por exemplo, os Imperadores Conrado III e Frederico Barbaruiva, da Alemanha.
     Frederico Barbaruiva pede que a Santa o visite em seu palácio de Ingelheim, perto de Mainz. Os detalhes desse encontro são conhecidos pelas cartas do Imperador e das respostas de Santa Hildegarda. Ela não se intimida diante de tão ilustre destinatário e o adverte em termos proféticos e pede que o Imperador "vele pelos costumes dos Prelados que caíram na abjeção", exortando-o a que "tome cuidado para que o Supremo Rei não te lance por terra por culpa da cegueira de teus olhos. Seja tal, que a graça de Deus não te falte".
     O Imperador lutou contra o Papado, destituiu o Arcebispo de Mainz, fiel a Roma, mandou suas tropas arrasarem Milão e nomeou nada menos do que quatro antipapas apenas durante o pontificado de Alexandre III.  Ficou surdo às exortações da Santa!
     Correspondia-se ela com São Bernardo de Claraval, que lhe escreveu em termos elogiosos e sobrenaturais: "Agradeço a graça de Deus que está em ti. Eu te suplico de lembrar-te de mim diante de Deus..."
     Ela recebera a vocação de aconselhar, segundo os caminhos de Deus, não só as mais altas autoridades da época, mas também pessoas simples que a ela recorriam pedindo um conselho. A todos Hildegarda respondia com o tom que caracterizava o seu estilo, isto é, com solenidade, humildade e severidade.
A Santa compositora
     Santa Hildegarda anunciou a eclosão de uma terrível heresia que ergueria o povo contra o Clero, porque este "tinha uma voz e não ousou levantá-la", o que permitiu ao inimigo "oferecer os seus próprios bens, enchendo os olhos, as orelhas e o ventre de todos os vícios!" Pouco tempo depois, explodiu a heresia dos cátaros, descrita por ela com detalhes que surpreendem os historiadores. Ela vai além, prevendo a vitória da Igreja sobre essa heresia.
     Santa Hildegarda é mística, profetiza, escritora, pregadora, conselheira, médica e compositora. Seus outros dois livros que compõem a trilogia hildegardina são: o Líber vitae meritorum ou Livro dos Méritos, onde são apresentados os grandes dados da moral do século II; e o Líber divinorum operum ou Livro das obras divinas, de caráter científico, contendo ilustrações de grande precisão e originalidade. Ela compôs ainda diversas obras de menor importância sobre assuntos variados, como o Tratado de Medicina. Compôs também 77 sinfonias em um estilo similar ao gregoriano.
     Santa Hildegarda viveu seus últimos anos no convento de Eibingen, o terceiro fundado por ela na outra margem do Reno. Foi o único que se salvou dos bárbaros e das guerras. Uma das religiosas narra a morte de Santa Hildegarda: "Nossa boa Mãe, depois de combater piedosamente pelo Senhor, tomada de desgosto da vida presente, desejava cada dia mais evadir-se desta Terra para unir-se com Cristo. Sofrendo de sua enfermidade, ela passa alegremente deste século para o Esposo celeste, no octogésimo ano de sua existência, no dia 17 de setembro de 1179".
     Em 1233 foi feito um inquérito sobre as suas virtudes e os seus milagres, ordenado pelo Papa Gregório IX, mas não chegou a bom termo. A partir do século XIII havia um culto de Santa Hildegarda, e em 1324 uma carta concedia indulgências a quem visitasse o seu túmulo em Bingen.
Ruinas do 
Mosteiro de Disibodensberg

 
(*) A carta é uma das 390 que aparecem no livro recentemente publicado na Alemanha sob o patrocínio da Abadessa Walburga Storch OSB, da própria Abadia de Santa Hildegarda, em Rüdesheim-Eibingen.
 
    “Por que Deus quis que ela tivesse essas visões? Porque o verdadeiro católico tem que ter uma filosofia da História. Ele deve saber que sua época é um elo entre o passado e o futuro, e deve interpretar os acontecimentos de sua época não como acontecendo só hoje, mas como nascidos de mil fatores do passado e gerando mil coisas no futuro. É um processo, é uma coisa que gera outra, que gera outra, que gera outra, que gera outra. Para nós conhecermos este processo veio esta revelação”.
 
Fontes: Catolicismo setembro 1998; Pe. Rohbacher

sexta-feira, 15 de setembro de 2023

Santa Placila (Ælia Flaccilla) Imperatriz - 14 de setembro

     
Santa Placila, forma italiana do nome grego Plakilla, como é relatado pela respeitável Bibliotheca Sanctorum, é a imperatriz conhecida no mundo latino com o nome de Ælia Flaccilla, primeira esposa de São Teodósio I o Grande.
     Como o marido, ela também era de origem espanhola, talvez filha de Cláudio Antônio, prefeito de Gaul e cônsul no ano 382.
    O casamento de Teodósio e Placila foi celebrado por volta do ano 376. Pelo fim do ano seguinte nasceu o primeiro filho do casal, Santo Arcádio, que deveria herdar o império do Oriente, e nos anos sucessivos Placila deu à luz outros dois filhos: Honório, em 384, depois imperador do Ocidente, e Pulquéria, falecida em tenra idade.
     Placila faleceu prematuramente pouco depois, em 385, provavelmente devido a complicações após este último parto. São Gregório de Nissa, seu hagiógrafo, declarou expressamente que ela deu a Teodósio somente três filhos.
     A sua breve existência terrena não foi, porém, irrelevante na história da Cristandade, já que sob o benéfico influxo da sua personalidade inspirou a moderação e a clemência na política de seu marido, contribuindo para a promoção da fé cristã com a destruição dos cultos pagãos ainda vigentes.
     O casal imperial tornou-se assim um sustentáculo da doutrina cristã defendida pelo Concilio de Niceia, tendo Placila impedido que seu marido estipulasse um acordo ambíguo com o herético Ario.
     A obra desta santa Imperatriz não foi porém exclusivamente de caráter teológico e doutrinário: São Gregório de Nissa também a considerou de fato um modelo brilhante de virtude cristã e caridade ardente, enquanto Santo Ambrósio, o célebre bispo milanês que batizou seu marido, a definiu como “Fidelis anima Deo” (alma fiel a Deus).
     Em um panegírico composto por ele, São Gregório de Nissa celebra a sua virtuosa vida, descrevendo Placila como a inspiradora das boas obras de Teodósio, seu esposo, o ornamento do império, a promotora da justiça, o ícone da beneficência. Além disso, segundo o seu autor, foi plena de zelo pela fé, coluna da Igreja e mãe dos indigentes. Teodoreto em particular exaltou a sua caridade para com os mais pobres e necessitados, concretizada não apenas com doações de dinheiro, mas por serviços prestados a eles.
     Santa Placila foi sepultada em Constantinopla, com orações fúnebres oficiadas por São Gregório de Nissa.
     A Acta Sanctorum redigida pelos Bollandistas de tradição latina se limita a mencioná-la como “venerável”; a Igreja Ortodoxa Grega ainda em data moderna a comemora como “santa”.
 
Fonte: Santa Placilla (Ælia Flaccilla) (santiebeati.it)

Postado neste blog em 13 de setembro de 2013

segunda-feira, 11 de setembro de 2023

Santa Sperandia, Religiosa - 11 de setembro

 
   
A vida de Santa Sperandia deve ser incluída no movimento do beguinismo feminino, que no século XIII foi generalizado na Itália central. O movimento era formado por mulheres piedosas e religiosas que se mantinham no mundo, dedicavam suas vidas aos atos de piedade e caridade cristã, à peregrinação de um lugar para outro, até que elas se uniram sob a liderança das principais Ordens Monásticas. Por isso, Santa Sperandia só no final de sua vida retirou-se no mosteiro beneditino de Cingoli, Itália.
     A vida de Santa Sperandia é narrada em numerosas fontes literárias dos séculos XVII e XVIII, que se serviram de um manuscrito anônimo do século XI, a Vita latina. Este manuscrito é dividido em duas partes: na 1ª a vida da santa é descrita, com o testemunho de numerosas visões, milagres, penitências e peregrinações; a 2ª contém doze atos notariais relativos aos milagres referidos a Santa Sperandia quase depois de sua morte, precisamente nos anos 1277-1278.
      Sperandia nasceu em Gubbio, Umbria, presumivelmente em torno de 1216 e morreu em 11 de setembro de 1276. Ela viveu num tempo e numa região em que o ideal de pobreza evangélica proposta por São Francisco atraiu um grande número de seguidores.
     Na idade de nove anos, Jesus apareceu a Sperandia e revelou que ela devia se despojar de suas roupas e fazer penitência. O despojar de suas roupas indicava o desapego dos bens materiais por uma escolha total dos bens espirituais. A Santa se vestiu com uma pele de porco, pôs um cinto de ferro sobre os quadris, afastou-se da família para seguir o chamado do Senhor.
    Toda a vida de Santa Sperandia foi permeada por um desejo profundo de oração e pela meditação da Paixão de Cristo. Esta meditação foi muitas vezes um prenúncio de extase e visões alegóricas, especialmente na sexta-feira. A oração também era acompanhada por uma dura vida de penitência, feita de abstinência e longos jejuns quaresmais. A última Quaresma de sua vida ela passou no território de Cingoli, na Gruta de Citona, lugar hoje chamado de "Grutas de Santa Sperandia".
     Sperandia passou os quarenta dias da Quaresma de São Martino no frio, sem túnica, com a cabeça descoberta e os pés descalços, em uma cabana de esteiras. Para uma alma tão eleita, o Senhor não negou o carisma de milagres que atraiu para Santa, durante toda sua vida e depois da morte, uma multidão de devotos. Com o sinal da cruz a Santa operava maravilhas, com predileção especial para as crianças doentes, mulheres estéreis e prisioneiros.
Gruta de Sta. Sperandia
     Outra característica da sua vocação era a caridade para com os pobres, aos quais dirigia palavras fervorosas de fé e esperança, como o seguinte: "O Senhor proverá", "Confia no Senhor", etc.
     A Santa também era chamada para resolver divergências entre cidades ou até mesmo dentro de uma mesma cidade entre as diferentes facções dos guelfos e gibelinos. Sperandia também foi uma santa itinerante do início de sua vocação até os últimos dias de sua vida. Ela, como muitos santos e religiosos da Idade Média, que pretendiam imitar a Cristo viajando pelas regiões da Palestina, e que disse: "as aves do céu têm seus ninhos, raposas suas tocas, mas o Filho do homem não tem onde repousar a cabeça". Essa imitação também queria testemunhar sensivelmente para os fiéis o desprendimento radical dos bens terrenos.
     A vida peregrinante permitia a Santa Sperandia, e a outros como ela, transitar em muitas cidades e vilas, e edificar os cristãos com a palavra, com o exemplo e com os prodígios. Santa Sperandia visitou Roma, Spoleto, Gubbio, Recanati, Fossato di Vico, Fabriano, Cagli, e a tradição também a quer peregrina na Terra Santa. Depois de longas peregrinações a Santa estabeleceu a sua residência em Cingoli, vestindo o hábito de São Bento no Mosteiro de São Miguel. Devido à sua santidade e autoridade, ela foi eleita para o cargo de abadessa.
     A tradição transmite até mesmo o famoso milagre das cerejas (ver a imagem acima). Em janeiro, a Santa tinha chamado alguns construtores para a restauração e ampliação do mosteiro. Ela preparou-lhes algo para comer e depois do jantar ela perguntou-lhes se eles precisavam de algo mais. Os pedreiros responderam ironicamente que teriam gostado de cerejas frescas, coisa impossível naquela estação do ano. A Santa, após recorrer à oração, viu um anjo aparecer para entregar-lhe uma tigela de cerejas. Santa Sperandia levou-as para os pedreiros que, surpreendidos pelo prodígio, atiraram-se a seus pés pedindo perdão pela zombaria irreverente.
     Santa Sperandia morreu em 11 de setembro de 1276. Seu túmulo logo se tornou um local de peregrinação, de graças e milagres. Seu corpo incorrupto é exposto à veneração dos fiéis no mosteiro beneditino de Santa Sperandia em Cingoli.
 
Etimologia: Sperandia = espera em Deus. Quanto ao nome de família Sperandio, sua origem reside no nome pessoal Sperandio, composto dos elementos “spera in dio” que, literalmente, significa “Espera em Deus”. Este nome pessoal, que representa a fé cristã, foi documentado primeiramente em inícios da Idade Média na forma latinizada Sperandeus.
 
Local onde Sta. Sperandia viveu por anos, visitado atualmente por peregrinos
 
Fonte: Santa Sperandea (Sperandia) (santiebeati.it)

sexta-feira, 8 de setembro de 2023

Beata Apolônia do Santíssimo Sacramento, Virgem e mártir – 8 de setembro

     Apolônia Lizárraga Ochoa de Zabalegui nasceu em Lezaun, que então pertencia ao município de Valle de Yerri, em Navarra, Espanha, na Quinta-feira Santa de 1867 (ou seja,18 de abril). Ela foi batizada com urgência, sua família temendo por sua sobrevivência. Sua família era profundamente católica e numerosa - seus pais tiveram onze filhos - na qual aprendeu abnegação e caridade para com o próximo, virtude que exerceu ao longo de sua vida.
     A jovem Apolônia, que tem uma tia religiosa beneditina no convento de Estella, pensa em se juntar a ela por um momento. Mas depois de um retiro sob a direção do Pe. Echeverría, ela anunciou a seu pai: “Percebi que minha vocação é apostólica, gostaria de conhecer as Carmelitas da Caridade de Vitória". Depois de visitá-las, sua escolha é feita: ela declara ao pai “Pai, devo ir e me juntar a elas".
Entrada para Carmelo
     Na idade de 19 anos, no dia 16 de julho de 1886, ela entrou no noviciado com o nome de Irmã Apolônia do Santíssimo Sacramento. Ela será regularmente chamada de Irmã Sacramento. No dia 18 de julho de 1888 ela faz seus votos temporários.
     Foi enviada para a Extremadura para estudar docência, depois foi lecionar nas escolas de Trujillo e Villafranca de los Barros. Rapidamente se tornou superiora da comunidade de Sevilha. Em 1909, ela estava em Vic (localizada perto de Barcelona, nesta cidade é a casa mãe da congregação) durante a tentativa de revolução onde várias igrejas foram incendiadas.
     A sua espiritualidade carmelita centra-se na devoção ao Santíssimo Sacramento (em particular no Coração Eucarístico de Jesus), na devoção a Nossa Senhora do Monte Carmelo e a São José. Seu lema era “Confiança contra toda confiança e esperança contra toda esperança”.
Superiora da Congregação
     Em 1911, ela foi nomeada para a junta de diretores da Congregação. Em 1923 foi eleita Superiora Geral das Carmelitas da Caridade. Madre Apolônia despende muita energia e zelo para estender sua fundação tanto na Espanha (Vigo, Leão, Murcia e Alcoy), quanto no exterior (Buenos Aires, França).
     Ela escreveu premonitoriamente em 1932: “Aqui estamos nos preparando para acontecimentos desagradáveis, mas nada acontecerá até que Deus o permita; nós somos Seus e Ele cuidará de nós”. Em 1935, escreveu às suas comunidades: “Tende grande confiança e consolo no Sagrado Coração de Jesus, na Virgem e em São José, a quem confiei as religiosas, os colégios e todos os nossos bens. Eles não vão nos abandonar. Se formos fiéis a eles e os amarmos cada vez mais... Eles nos darão suas graças por tudo o que tivermos de sofrer".
     Na primavera de 1936, ela escreveu: “Todos dizem que coisas terríveis são esperadas e há pânico geral; momentos de verdadeira perseguição contra Deus e, claro, os primeiros a sofrer as consequências seremos nós, as freiras; bem, bendito seja Deus que o permite. Ele nos dará força".
O início das perseguições
     O início da perseguição religiosa começou no começo do verão de 1936. Madre Apolônia procurava casas para esconder suas freiras, especialmente as noviças. Assim, ela esvazia parcialmente seu instituto, mas sem conseguir evacuar todas as suas freiras antes da chegada dos milicianos. Em 20 de julho, Madre Apolônia retira o Santíssimo Sacramento da igreja e o instala no oratório onde organiza uma vigília de oração a noite toda (com as freiras ainda presentes). No dia seguinte, caminhões vindos de Barcelona trouxeram milicianos a Vic, que começam a pilhar e queimar igrejas e conventos. Eles também queimam pinturas e estátuas religiosas.
     Às 16 horas, milicianos batem à porta do estabelecimento e ordenam a evacuação de todas as freiras, exceto da superiora, uma delas doente e acamada. Madre Apolônia pediu a ajuda de um voluntário (miliciano) para transportar a paciente, que foi concedida a ela. Depois disso, os milicianos fazem um minucioso inventário do lugar, e a Madre Superiora chega a servir-lhes um lanche. Mas logo após sua partida, uma nova onda de milicianos chegou aos prédios e começou a saqueá-los.
     Deixada sozinha no local, ela é acordada no meio da noite por milicianos que a avisam que vão colocar fogo nos prédios. Ela, portanto, deixou a casa-mãe de sua congregação em roupas civis, buscando refúgio com os vizinhos. Ela muda de esconderijo várias vezes e em 2 de agosto, ela acaba indo para Barcelona para ver um primo. Ela vai ver o pai de uma de suas carmelitas, que lhe conta que o consulado italiano se oferece para receber todas as freiras e levá-las a bordo para fazê-las sair da cidade. Dom Antonio Tort, que a esconde em sua casa, revela a ela que também esconde o Bispo Irurita. Durante a noite, duas novas Carmelitas vêm se esconder na casa, e no dia seguinte, Madre Apolônia decide deixar este lugar para ir para a casa da família Darner.
Prisão e martírio
     Tendo as autoridades republicanas modificado as regras de emigração das freiras, o plano de partida para a Itália se vê frustrado porque agora requer uma autorização. Em 7 de setembro os milicianos chegaram à casa de Sra. Darner e prendem as mulheres. Depois as mulheres são libertadas e vão para casa, mas durante a noite os milicianos voltam para procurá-las. Elas tentam se esconder, mas são descobertas. As mulheres conseguem escapar dos milicianos. Não tendo outro refúgio, elas vão para a casa de uma prima Ochoa. Os milicianos vão lá, as encontram e as prendem novamente com um padre e os dois primos. Todos eles são levados à rue Provenza para um controle, depois são levados para interrogatório no Convento de San Elias (transformado em prisão, a Checa). Este centro de detenção foi apelidado de torre della morte (a torre da morte).
     Na tarde de 8 de setembro, de acordo com algumas testemunhas que foram presas com ela na Checa, foi serrada e esquartejada e seus restos foram jogados como isca para os suínos. Aparentemente, esse foi o destino de muitos detidos da Checa Sto. Elias. Testemunhas disseram que durante seu martírio, ela orou por seus algozes. Depois de alimentar bem os porcos, os milicianos os matavam para fazer linguiças que vendiam, dizendo que eram "linguiças de freira".
     Ela foi beatificada pelo Papa Bento XVI, em 28 de outubro de 2007, em uma cerimônia presidida por ele próprio, na Praça da Cidade do Vaticano de São Pedro. Nesta celebração o pontífice elevou à honra do altar cerca de 498 mártires da Guerra Civil espanhola do século XX.
     A Checa Sto. Elias é hoje uma cripta da paróquia de Santa Inês. Nela a memória dos mártires da Guerra Civil da Espanha, inclusive da Beata Apolônia, é mantida. Sua festa é celebrada no dia 6 de novembro.
 
Fontes:
Apolônia do Santíssimo Sacramento - frwiki.wiki
Apolônia abençoada do Santíssimo Sacramento (Lizarraga Ochoa de Zabalegui) (santiebeati.it)

quarta-feira, 6 de setembro de 2023

Santa Eva (ou Evelina), mártir venerada em Dreux – 6 de setembro

     
Santa Eva (em francês Ève ou Eveline) é uma virgem mártir venerada em Dreux, cidade da qual é patrona, nos departamentos Eure e Loir, França.
     Dela sabe-se somente o que a tradição tem mantido, isto é, que seu martírio provavelmente ocorreu em uma das perseguições dos primeiros séculos do Cristianismo. Não sabemos quando e como ela viveu, nem quem era, mas certamente amava Nosso Senhor Jesus Cristo, por quem enfrentou o martírio, como outras dezenas de milhares de cristãos, homens, mulheres e até crianças, naquele triste e tão glorioso período do advento do Cristianismo no vasto Império Romano.
     A nefasta Revolução Francesa, no final do século XVIII, fez desaparecer uma capela dedicada a Santa Eva erguida em 1653, bem como uma cruz mais antiga, que fora colocada, segundo a tradição, no local do martírio.
     A igreja de São Pedro em Dreux mantém algumas das suas relíquias, e desde 1946 a sua festa na cidade, que ocorre no dia 6 de setembro, é celebrada com rito duplo de primeira classe com oitava, isto é, com solenidade e nos próximos oito dias.
     O nome Eva deriva do hebraico Hawah (forma antiga de Haith), que significa "mãe dos vivos"; nos calendários há quatro santas com este nome, incluindo Eva, a ancestral, veneradas em dias diferentes. 

A Cruz de Santa Eva

     Desde tempos imemoriais havia em Dreux uma Cruz de Santa Eva, que fora erguida no provável local de seu martírio nos primeiros séculos da Cristandade. Após os danos causados pela Revolução Francesa, uma nova cruz foi erigida em 6 de setembro de 1863.
     Situada sobre o platô norte de Dreux, ela foi agora restaurada pela cidade. As letras haviam se tornado ilegíveis. Hoje, a história da mártir Santa Eva, santa patrona da cidade de Dreux, brilha com todas as letras aos pés de sua cruz.

Panorama da cidade de Dreux, França
 Santa Eva (santiebeati.it)

segunda-feira, 4 de setembro de 2023

Santa Rosália, Virgem e eremita de Palermo - 4 de agosto

     
Rosália Sinibaldi viveu no período feliz de renovamento católico que se restabelecera na Sicília após a expulsão dos árabes, que haviam permanecido na região de 827 a 1072. Foi possível então a difusão dos mosteiros Basilianos e Beneditinos. Naquela atmosfera de fervor e renovação religiosa se inseriu a vocação eremítica desta Santa.
     Rosália nasceu no ano 1125 em Palermo, na Sicília, Itália. O nome Rosália resulta da contração dos nomes "Rosa" e "Lilia" (Lilium). Era filha de Sinibaldo, rico senhor de Quisquinia e das Rosas, na província de Agrigento, então chamada Girgenti, e de Maria Guiscarda, sobrinha do rei normando Rogério II. Segundo a tradição, ela pertencia a uma nobre família normanda descendente de Carlos Magno.
     Durante a adolescência foi dama da corte da Rainha Margarida, esposa do Rei Guilherme I da Sicília, que apreciava sua companhia amável e generosa. Porém, ela não se sentia atraída por nada disso, pois sabia que sua vocação era servir a Deus e ansiava pela vida monástica.
     Aos catorze anos, levando consigo apenas um crucifixo, Rosália abandonou de vez a corte e se refugiou numa gruta que pertencia ao feudo paterno e era um local ideal para a reclusão monástica, pois ficava próximo do convento dos beneditinos que possuía uma pequena igreja anexa. Mesmo vivendo isolada, Rosália podia receber orientação espiritual e seguir as funções litúrgicas.
     Mais tarde a ermitã se transferiu para uma gruta no alto do Monte Pelegrino, que lhe fora doada pela amiga a Rainha Margarida. Ali já existia uma pequena capela bizantina e nos arredores outro convento de beneditinos. Eles acompanharam, testemunharam e documentaram a vida eremítica de Rosália, que viveu em oração, solidão e penitência. Atraídos pela fama de santidade da ermitã, os habitantes do povoado subiam o monte para vê-la.
     Rosália faleceu no dia 4 de setembro de 1160 na sua gruta no Monte Pellegrino, em Palermo.
     No início de 1600, o seu culto havia caído quase no esquecimento, sendo ela, entretanto, ainda venerada; no Monte Pelegrino, em grutas vizinhas a que ela, segundo a tradição, habitara, alguns ermitões viviam e eram conhecidos como os “solitários de Santa Rosália”.
     Em 26 de maio de 1624, Jeronima Gatto, uma doente terminal, viu em sonho uma jovem vestida de branco que lhe prometia a cura se fosse ao Monte Pelegrino para agradecê-la. A mulher, ardendo de febre, foi ao monte acompanhada de duas amigas. Após beber a água que escorria da gruta se sentiu curada e caiu em um torpor repousante. A jovem de branco apareceu-lhe de novo dizendo-se ser Santa Rosália e lhe indicou o local onde estavam sepultadas as suas relíquias.
     O fato foi referido aos frades franciscanos do convento vizinho, cujo superior deles, São Benedito (1526-1589), já havia tentado encontrar as relíquias, sem sucesso. Eles então retomaram as buscas, e em 15 de julho de 1624 encontraram, a quatro metros de profundidade, uma urna de cristal de rocha de seis palmos de comprimento por três de largura, na qual estavam aderidos ossos.
     Levada para a cidade, a urna foi examinada por teólogos e médicos que chegaram a conclusão de que os ossos podiam pertencer a mais de uma pessoa. Não convencido, uma segunda comissão foi nomeada pelo Cardeal Arcebispo de Palermo, Giannettino Doria.
     Entrementes uma terrível epidemia grassou na cidade de Palermo fazendo milhares de vítimas. O Cardeal reuniu na catedral povo e autoridades, e todos juntos pediram a ajuda de Nossa Senhora, fazendo voto de defender o privilégio da Imaculada Conceição, tema de debates na Igreja de então, e de declarar Santa Rosália padroeira principal de Palermo, venerando suas relíquias quando elas fossem reconhecidas. Após a promessa, a epidemia cessou.
Túmulo da Santa numa gravura de 1841
     Em 25 de agosto de 1624, quarenta dias após a descoberta dos ossos, dois pedreiros, que executavam trabalhos no convento dos dominicanos de Santo Estêvão de Quisquinia, acharam numa gruta uma inscrição latina muito antiga que dizia: Eu, Rosália Sinibaldi, filha das rosas do Senhor, pelo amor de meu Senhor Jesus Cristo, decidi morar nesta gruta de Quisquinia. Confirmando, assim, as tradições orais da época. Um santuário foi edificado na gruta onde seus restos mortais foram encontrados.
     Em 11 de fevereiro de 1625 uma comissão científica comprovou a autenticidade das relíquias e da inscrição, e em 1630 o Papa Urbano VIII incluiu as duas datas no Martirológio Romano. Estes fatos reacenderam o culto à Santa Rosália.
     Santa Rosália é festejada em 15 de julho, data que suas relíquias foram encontradas, e em 4 de setembro, data de seu falecimento. Anualmente acontece em Palermo, na noite de 14 para 15 de julho, uma grande festa religiosa denominada Festino di Santa Rusulia. A procissão das relíquias da Santa, de pompa extraordinária, percorre as ruas da cidade entre orações, cânticos e aclamações. E a cada ano, no dia 4 de setembro, renova-se a tradição de caminhar, com os pés descalços, de Palermo até o Monte Pelegrino.
     A urna contendo os restos mortais de Santa Rosália pode ser venerada no Duomo de Palermo. Os palermitanos a chamam de "a Santuzza" (a santinha). Santa Rosália é venerada como padroeira de Palermo desde 1666 e é tida como protetora contra doenças infecciosas.
 
Postado neste blog em 3 de setembro de 2012

Santa Febe (Phoebe), Coadjutora de São Paulo - 3 de setembro

      São Paulo ele mesmo é a fonte, tão ilustre quanto lacônica, sobre esta Santa. Dele ficamos sabendo que Febe (1) tinha uma incumbência eclesiástica junto à comunidade cristã de Kenchris, pequena cidade portuária ao leste de Corinto, no istmo do mesmo nome. Ela desempenhava o ofício de oráxovo (ministra), termo que foi dado pela primeira vez a uma mulher na Igreja nascente.
     De tais mulheres parece São Paulo tratar em I Tim. 5, 9 sg, onde são postas em relevo as qualidades familiares e morais necessárias às viúvas para serem eleitas: “seja escolhida a viúva (para o serviço da Igreja) com não menos de sessenta anos, que tenha sido mulher dum só marido, que tenha reputação de boas obras: se educou bem os seus filhos, se praticou a hospitalidade, se lavou os pés dos santos, se acudiu aos atribulados, se praticou toda a obra boa”.
     Santa Febe, como tantas outras figuras femininas mencionadas no Novo Testamento, refletem um dos trabalhos do Espírito Santo na Santa Igreja nascente: moldar o papel da mulher na instituição. As viúvas, as esposas e mães, as virgens, cada uma terá sua função. As mães deveriam guardar os tesouros da Fé deixando-os indeléveis nas almas dos filhos; as viúvas, como Santa Febe, dedicando-se à comunidade cristã; as virgens, dedicando-se à vida de contemplação e sacrifício, que logo nos séculos seguintes desabrochariam nos primeiros conventos. Evidentemente, como tudo na Igreja, como todo o organismo vivo e saudável, nada era tão esquemático: viúvas houve que fundaram mosteiros, virgens que fundaram obras assistenciais etc.
     Podemos deduzir que Santa Febe era viúva de uma certa idade e de boa condição social, o que lhe permitia dedicar-se às boas obras mencionadas por São Paulo, em particular a hospitalidade.
     Talvez São Paulo tenha aludido à hospitalidade ao elogiá-la por ter assistido a muitos, inclusive ele próprio, o que, aliás, é bastante aceitável pela posição geográfica de Kenchris, para onde convergia um importante tráfico com as ilhas Egeu e com a Ásia Menor. O que devia dar ocasião a Febe de atender os viajantes cristãos que vinham daquelas terras.
     Ignora-se o motivo de sua viagem a Roma, mas há uma tradição que a menciona como a portadora da Epístola aos Romanos. Também é desconhecido o ano e o local de seu falecimento. Se a Epístola aos Romanos foi escrita nos primeiros meses de 57, como parece certo, Febe já então sexagenária pode ter morrido algum tempo depois daquele ano.
     No Ocidente, o seu culto é bem documentado, atestado por vários martirológios, inclusive o Martirológio Romano. É comemorada no dia 3 de setembro.
 
(1) Etimologia: Febe deriva de Phoebe, do grego = radiante, brilhante, o sol
 
Fonte: www.santiebeati/it
 
Postado neste blog em 3 de setembro de 2011