domingo, 30 de setembro de 2012

Santa Terezinha do Menino Jesus, Carmelita e Doutora da Igreja - 1 de outubro

     Teresa de Lisieux nasceu em Alençon, França, no dia 2 de janeiro de 1873. Nascida Maria Francisca Teresa Martin, era filha de Luís Martin e Zélia Guérin. Quando nasceu, era muito franzina e doente e, desde o nascimento, exigia muitos cuidados.
     Aos dois anos de idade, Teresa já tem ideia de seguir a vida religiosa para grande alegria da sua mãe, mas para desgosto do seu tio Isidoro Guérin (seu futuro tutor sub-rogado).
     Em agosto de 1876, sua mãe toma conhecimento de que padece de câncer. Quando esta falece, seu pai muda-se com as quatro filhas para Lisieux em 1877. A prematura morte da sua mãe, quando tinha apenas quatro anos, fez com que ela se apegasse a sua irmã Paulina, que elegeu para sua "segunda mãe". A repentina entrada dessa irmã no Carmelo, fez Teresa adoecer. Curada por intercessão da ‘Virgem do Sorriso’, uma imagem da Imaculada Conceição por quem seus pais tinham afeição, tomou uma forte resolução de entrar para o Carmelo.
     Foi aluna no Colégio feminino da Abadia das Monjas Beneditinas de Lisieux e lá permaneceu por cinco anos, participando da Congregação Mariana para moças. Porém, após sofrer muitas humilhações, saiu do Colégio e passou a receber aulas particulares.
     Quase ao completar quatorze anos, no Natal de 1886, Teresa passa por uma experiência que chamou de "Noite da minha conversão". Ao voltar da Missa e procurar seus presentes, percebe que seu pai se aborrece por ela apresentar comportamento infantil. A menina decide então renunciar a infância e toma o acontecido como um sinal inspirador de força e coragem para o porvir.
     Seis meses depois, Teresa decide que quer entrar para o Carmelo. Como a pouca idade a impede, é levada por familiares, em novembro de 1887, para uma audiência com o Papa Leão XIII, em Roma, para pedir a exceção, contra a vontade do então Bispo de Lisieux. Concedida a autorização ingressou em 9 de abril de 1888 e tomou o nome de Irmã Teresa do Menino Jesus e da Santa Face. Fez sua profissão religiosa, em 8 de setembro de 1890.
     Após seis anos na Ordem, em 1894, almejando o caminho da santidade, Teresa percebe que não conseguiria pelas tradicionais mortificações, disciplinas e sacrifícios observados pelos santos, a quem se dedica a estudar. Inspirada nas palavras de um padre, Teresa adota a "Pequena Via", um caminho pequeno e reto para a santidade, que consiste simplesmente em se entregar com confiança ao amor de Jesus Cristo, para que Ele a conduza pelo caminho.
     Já atingida pela tuberculose, debilitada, não rejeitava trabalho algum e continuava a “jogar para Jesus flores de pequenos sacrifícios”.
     Morreu em 30 de setembro de 1897, com apenas 24 anos. Disse, na manhã de sua morte: “eu não me arrependo de me ter abandonado ao amor”, e na iminência de sua morte disse às religiosas que estavam à sua volta: "Farei cair uma chuva de rosas sobre o mundo!". No dia 4 de outubro de 1897, foi sepultada no cemitério de Lisieux.
     Teresa escreveu três manuscritos: o chamado Manuscrito A no ano de 1895, autobiografia escrita a mando de sua irmã Paulina, Madre Inês; o chamado Manuscrito B no ano 1897; o chamado manuscrito C. Deixou também um grande número de cartas enviadas à família e 54 poesias que compôs.
     A sua irmã, Paulina, também carmelita, publicou em 1898 os escritos de Santa Teresinha, intitulados "História de uma alma". No dia 17 de maio de 1925, Teresinha foi canonizada pelo Papa Pio XI. O mesmo Papa a declarou Patrona Universal das Missões Católicas em 1927. O Papa João Paulo II a declarou Doutora da Igreja no dia 19 de outubro de 1997.
     No dia 31 de outubro de 2008, Dia Mundial das Missões, em Lisieux, na basílica dedicada precisamente à sua filha, os pais de Santa Teresinha, Luís Martin e Zélia Guérin, foram beatificados pela Igreja, em cerimônia presidida pelo Cardeal José Saraiva Martins. Na ocasião o Cardeal Saraiva Martins conclamou as famílias presentes "para que imitem os dois esposos e se tornem eles próprios lares santos e missionários". 
Sta Teresinha em seu leito de dor

Santas do mês de outubro


out 01  Santa Teresa do Menino Jesus, Virgem e Dra. da Igreja
out 01  Santas Máxima e Júlia, Mártires
out 01  Beata Cecília Eusepi, Terciária servita 
out 01  Beata Florença Caerols Martinez, Virgem e mártir
out 02  Beata Emília de Villeneuve, Fundadora 
out 02  Beata Maria Antonina Kratochwil, Virgem e mártir
out 02  Beata Maria Guadalupe Ricart Olmos, Virgem e mártir
out 03  Beata Agostinha da Assunção, Virgem mercedária 
out 03  Beata Madalena a Maior, Virgem mercedária
out 03  Beata Maria da Santíssima Trindade, Virgem mercedária
out 03  Santa Cândida de Roma, Mártir
out 04  Santa Áurea de Paris, Abadessa
out 04  Santa Damarides, Mulher de São Dionísio o Areopagita
out 05  Santa Maria Faustina Kowalska, Virgem
out 05  Santa Caritina, Mártir
out 05  Santa Mamlacha, Virgem e mártir
out 05  Beata Ana Schaeffer
out 05  Santa Túlia, Venerada em Manosque
out 06  Santa Maria Francisca das Cinco Chagas, Religiosa
out 06  Santa Alberta, Virgem e mártir
out 06  Santa Fe de Agen, Mártir
out 06  Beata Maria Rosa (Eulália Melânia) Durocher, Fundadora
out 07  Santa Júlia de Augusta, Virgem e mártir
out 07  Santa Justina de Pádua, Mártir
out 07  Beatas Inês, Madalena, Catarina, Branca e Mariana, Merc.
out 08  Santa Benedita de Origny-sur-Oise, Mártir
out 08  Santa Pelágia
out 08  Santa Ragenfreda (Ragenfrida), Abadessa
out 08  Santa Reparata de Cesareia da Palestina, Mártir
out 08  Santa Tais (Taide), Penitente
out 08  Santas Paládia e Lourença, Mártires 
out 09  Santa Públia de Antioquia
out 10  Santa Eulampia e S. Eulampio, Irmãos Mártires
out 10  Santa Tanca, Mártir
out 10  Santa Teodequildes (Telquilde), Abadessa
out 10  Beata Ângela Maria Truszkowska
out 10  Beata Maria do Esponsalício, Virgem
out 11  Santa Maria Desolada Torres Acosta, Fundadora
out 12  Santa Domnina de Anazarbo e S. Donnino Mártires
out 13  Santa Parasceve a Jovem, Eremita 
out 13  Santa Quelidônia de Subiaco, Solitária
out 13  Beata Alexandrina Maria da Costa
out 13  Beata Madalena Panattieri, Dominicana
out 14  Santa Angadrisma, Abadessa
out 14  Santa Manequilde, Virgem
out 14  Beata Ana Maria Aranda Riera, Virgem e mártir
out 15  Santa Teresa de Jesus d'Avila, Virgem e Dra. da Igreja
out 15  Santa Tecla de Kitzingen, Abadessa
out 15  Santa Madalena de Nagasaki, Mártir do Japão
out 15  Santa Aurélia de Strasburgo
out 15  Santa Eusébia, Virgem de Vercelli  
out 15  Santa Fortunata, Mártir venerada em Patria  
out 15  Santa Sofia (Suia), Virgem e mártir  
out 15  Beata Aurélia de Ratisbone, Reclusa 
out 15  Beata Elisabete de Hoven, Monja 
out 15  Beata Filipa de Chantemilan
out 16  Santa Edviges, Religiosa, Duquesa da Silésia e Polônia
out 16  Santa Margarida Maria Alacoque, Virgem
out 16  Beata Lutgarda de Wittichen, Abadessa
out 16  Santa Bonita de Brioude
out 17  Beata Tarsília Cordoba Belda, Viúva, mártir
out 17  Beatas Maria Natália Vanot e 4 comp. Mártires
out 18  Beata Margarida Tornielli, Clarissa
out 19  Santa Fridesvida, Abadessa
out 19  Santa Laura de Córdoba, Mártir 
out 19  Beata Inês de Jesus (Galand) de Langeac, Dominicana
out 19  Beata Sancha de Aragão, Virgem mercedária 
out 19  Santa Cleópatra
out 20  Santa Maria Bertila Boscardin, Virgem
out 20  Santa Adelina de Mortain, Abadessa
out 20  Santa Irene de Portugal, Mártir
out 20  Beata Maria de Jesus, Virgem mercedária 
out 21  Beata Laura de Sta Catarina de Sena, Fundadora
out 21  Santa Celina de Meaux, Virgem
out 21  Santa Celina Mãe de S. Remígio
out 21  Santa Córdula, Mártir em Colônia
out 21  Santa Letícia    
out 21  Santa Odília, Mártir
out 21  Santa Úrsula e companheiras, Mártires
out 21  Santa Zaíra, Mártir
out 22  Beata Lúcia Bartolini Rucellai, Monja  
out 22  Santa Esclaramunda, Rainha de Maiorca, mercedária  
out 22  Santas Nunila e Alódia, Martires
out 23  Santa Elfrida (Etelfrida) de Ramsey, Abadessa
out 23  Santa Odalberta, Viúva, Duquesa da Aquitânia 
out 23  Beata Catarina da Bósnia, Rainha, Terc. franciscana  
out 23  Beata Maria Josefina Leroux, Ursulina, mártir
out 23  Beatas Maria Clotilde de S. Fco e 5 comp. Mártires
out 24  Santas Petronilha e Pôncia, Abadessas premostratenses  
out 25  Beata Maria Teresa Ferragud Roig e 4 filhas Mártires 
out 25  Santa Canna, Mulher de São Sadwrn 
out 25  Santa Daria, Mártir  
out 25  Santa Tabita de Ioppe, Viúva 
out 25  Santas Daria e Derbilia de Connaught, Mártires
out 26  Beata Celina Chludzinska Borzecka, Viúva, fundadora 
out 27  Beata Emelina, Eremita e conversa cistercense   
out 28  Santa Cirila de Roma, Virgem e mártir 
out 28  Santas Sabina e Cristeta, Mártires  
out 29  Beata Clara Luce Badano, Jovem focolarina
out 29  Santa Ermelinda, Virgem do Brabante
out 30  Beata Benvinda Boiani, Virgem 
out 30  Santa Eutrópia de Alexandria, Mártir 
out 31  Beata Maria de Requesens, Virgem mercedária
out 31  Beata Maria Puríssima da Cruz, Virgem
 

 

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Beata Felícia Meda, Abadessa Clarissa - 30 de setembro


Beata Felícia à esquerda
     Felícia Meda nasceu por volta de 1378; não há uma fonte segura que permita estabelecer o local de seu nascimento nem sua família de origem. O erudito Gallucci diz que ela era originária de Meda (não distante de Novara, Itália), mas o comentário das Acta sanctorum (pp. 752-754) conclui como sua cidade natal Milão. A tradição erudita dos Frades Menores refere que ela teve um irmão e uma irmã, esta também Clarissa, mas sem documento comprobatório.

     Entre 1398 e 1400, Felícia entrou no mosteiro milanês de Santa Úrsula a Porta Vercellese. O mosteiro, que surgira no século anterior como uma fundação agostiniana, foi o primeiro a adotar a Regra Clariana.
     Depois de vinte e cinco anos de vida religiosa, em que praticou uma eximia regularidade e um admirável rigor, foi eleita Superiora do convento de Santa Úrsula, que sob sua direção tornou-se um modelo de virtude e piedade. Alguns atos notariais documentam a presença de Felícia em Santa Úrsula em 1412 e como abadessa pela primeira vez em outubro de 1425, cargo que ocupou até 1439.
     Em 24 de julho de 1439, por meio de uma carta, o Geral dos Frades Menores, Guilherme da Casale, transferiu-a para Pesaro, onde seria confiado a ela o recém-criado mosteiro das Clarissas, denominado Corpus Domini ou Corpus Christi (Sensi, p.1187 n. 17).
     A fundação fora desejada por Batista de Montefeltro, esposa de Galeazzo Malatesta, Senhor de Pesaro, como confirma a carta de Eugenio IV ao Bispo de Pesaro, datada de dezembro de 1438 (Bullarium, n. 404) na qual o Papa ordenava a fundação de um mosteiro clariano, sujeito ao vigário da Observância e com o título de Corpus Domini, na casa que os Malatesta haviam designado às monjas, declarando que isto correspondia a um pedido da Duquesa Malatesta.
     A transferência de Felícia Meda para Pesaro teve a colaboração de São Bernardino de Sena, então Vigário Geral dos Frades da Observância. São Bernardino de Sena não teve dificuldade para convencer Felícia a deixar Milão e seguir para Pesaro com outras sete Irmãs para trabalhar na nova fundação. Ela obedeceu prontamente ao Superior, ainda que lhe custasse deixar, já anciã, a cidade onde sempre vivera circundada de um vivíssimo afeto.
     Quando a Beata chegou com as sete Irmãs à cidade dos Malatesta, em vão a Duquesa foi ao seu encontro com sua carruagem. Felícia Meda recusou usá-la e entrou em Pesaro a pé, caminhando até o novo mosteiro em meio à admiração devota de uma multidão.
     A mesma ovação popular se repetiu quatro anos depois, em 30 de setembro de 1444, quando de sua morte, tendo o povo de Pesaro aclamado como Santa aquela a quem eram atribuídos numerosos milagres.
     Dados sobre o estado do mosteiro durante o governo da Beata são relatados em Notizie delle cose più essenzial – Noticias das coisas mais essenciais (fonte dos registros publicados no Bullarium Franciscanum. Nova series, Supplementum, pp. 450 n. 525, 463 n. 596).
     Após sua morte testemunhas atestaram que se verificaram milagres junto a sua sepultura. Três anos depois de seu falecimento, no reconhecimento de seu corpo, se verificou que estava incorrupto. Por desejo dos duques de Urbino, Guidubaldo II e Vitória Farnese, os seus despojos foram colocados no coro das monjas, onde permaneceu até sua definitiva transladação para a Catedral de Pesaro, quando da supressão do mosteiro em 1810. Naquela ocasião, as relíquias da Beata foram transladadas junto com as da célebre Beata Serafina Sforza de Pesaro, morta no mesmo mosteiro em 1478, bem como o crucifixo dado a Beata Felícia Meda por São Bernardino de Sena.
     Em 1921, malfeitores violaram a Capela das Beatas, levando objetos preciosos deixados por seus devotos. Os habitantes de Pesaro entretanto fizeram questão de oferecer novos presentes às duas insignes protetoras da cidade e da Diocese de Pesaro, confirmando assim sua grande devoção e gratidão por elas.
     O seu culto como Beata foi aprovado pelo Papa Pio VII em 2 de maio de 1807.
 
Catedral de Pesaro dedicada a Assunção de Na. Sra.
 

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Santa Hiltrudes de Liessies, Virgem - 27 de setembro

     Uma Vita Hiltrudis, escrita entre 1050 e 1090 por um monge de Waulsort (Bélgica), se baseou numa tradição monástica anterior ao ano de 850, sem contudo ter comprovação histórica, pois os documentos parece terem sido queimados pelos Normandos quando estes invadiram a região. Santa Hiltrudes é mencionada em um Sacramentário de Liessies do século XII.
     Hiltrudes era filha de Ada, uma nobre franca e de Vilberto, Conde de Poitou, que possuía terras entre a França e a Bélgica, e era irmã de Gontardo, primeiro Abade de Liessies, e de Berta.
     Ela fora prometida para esposa de Hugo, Conde de Borgonha, mas ela preferiu consagrar-se a Deus, recebendo o véu das virgens em 768, com a bênção do Bispo de Cambrai. Depois seu irmão Gontardo a recebeu e alojou numa cela atrás da capela de seu mosteiro de Liessies.
     Neste local ela viveu por muitos anos como monja solitária, participando da vida litúrgica da Abadia. Muitas filhas de senhores seguiram seu exemplo. Faleceu em 27 de setembro de 790, junto ao túmulo de seu irmão, Gontardo, na Igreja de São Lamberto, e foi sepultada na abadia.
     Por sua intercessão muitos milagres foram alcançados pelos habitantes de Rance, Trélon, d’Anor e outros locais vizinhos.
     A fama de sua santidade cresceu nos séculos seguintes e em 17 de setembro de 1004 o Bispo de Cambrai, Erluino, mandou abrir o seu túmulo “elevando” suas relíquias, o que na época equivalia a uma canonização.
     Em 1587 as relíquias do crânio foram colocadas em um novo relicário de prata e São Luís de Blois, Abade de Liessies, contribuiu para o crescimento de seu culto.
     Em 1641, durante a guerra dos Trinta Anos, as relíquias foram colocadas a salvo em Mons e depositadas em uma urna artística.
     As peripécias das relíquias entretanto não haviam acabado: em 1793, durante a satânica Revolução Francesa, a Convenção requisitou os metais preciosos e o crânio da Santa foi jogado por terra e felizmente recolhido por um fiel.
     Seu culto foi retomado em 1802 e em 1842 as relíquias, depois de uma investigação, foram reconhecidas como autênticas. O Martirológio Romano coloca a festa de Santa Hiltrudes no dia 27 de setembro.

Abadia de Liessies
     Em 751, Vilberto, Conde de Poitou, começou a construção da abadia; os trabalhos duraram sete anos. Ele nomeou um de seus filhos, Gontardo, para primeiro superior da abadia. Gontardo era um homem austero e erudito; ele enriqueceu a abadia com muitas relíquias de São Lamberto, obtidas do Bispo de Liège, Fulcario. A igreja foi consagrada pelo Bispo de Cambrai, Alberico. Uma de suas irmãs, Santa Hiltrudes, viveu numa cela contigua a igreja de Liessies.
     Em 881, os Normandos danificaram muito a abadia. Os monges e seus servidores foram mortos ou reduzidos à escravidão, mas a igreja foi preservada.
     Em 1003, o Bispo de Cambrai descobriu o corpo de Santa Hiltrudes, conseguiu que os bens da abadia, tomados pelos senhores da vizinhança, fossem restituídos e restabeleceu a abadia, entregando-a aos cuidados dos monges beneditinos.
     A Abadia de Liessies, em 1125, 1162 e 1208 foi enriquecida por doações de relíquias que a tornaram um lugar de peregrinação muito relevante.
     Com a Guerra dos Cem Anos a abadia empobreceu por causa de sua situação geográfica, nos limites do reino da França e do Império.
     Em 1520 ela retomou uma certa prosperidade com o abade Gilles Gipus, depois com o abade São Luís de Blois-Châtillon (1530-1566), que restabeleceu a Regra de São Bento.
     A abadia teve seu apogeu nos séculos XVI e XVIII graças aos seus renomados trabalhos de iluminuras, reconhecidos em toda a Europa.
 
Desenho antigo da planta da Abadia de Liessies
 

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Santas Aurélia e Nemésia, virgens - 25 de setembro

     O Ofício próprio da Igreja da cidade de Anagni, Itália, comemora no dia 25 de setembro a festa das irmãs Aurélia e Nemésia, nascidas na Ásia Menor, e dedicadas desde a mais tenra idade à piedade. Tendo crescido em anos e virtudes, decidiram visitar os lugares santos da Palestina e peregrinar aos mais célebres santuários do Ocidente.
     Em Roma, enquanto percorriam a Via Latina, foram surpreendidas pelos Agarenos, que, após terem devastado a Calábria e a Lucania, tinham assediado Cápua. Estes bateram nas jovens com varas e as deixaram quase sem vida. Mas um temporal furioso dispersou os perseguidores e as duas irmãs, livres, puderam seguir viagem. Nas redondezas de Anagni, se estabeleceram no povoado Macerata, aos pés da colina, e ali morreram em paz num 25 de setembro.
     Seus corpos, venerados pelos habitantes do lugar, sepultados inicialmente em um oratório da aldeia, foram depois transportados ao cenóbio de Santa Reparata, próximo dos muros da cidade de Anagni.
     O Bispo Romualdo, quando se encontrava em Anagni o Papa Leão IX, colocou-os na Catedral e, quando esta foi reconstruída pelo Bispo São Pedro de Salerno, foram colocados com honras na cripta de São Magno, perto dos despojos de Santa Secundina, sob o altar a elas dedicado.
     O único texto conhecido dos Atos das duas santas está contido no códice Chigiano C. VIII. 235, escrito no início do século XIV. Barônio, que inseriu o nome das duas irmãs no Martirológio Romano, disse ter conhecimento dos Atos destas Santas, mas que ele estava corrompido. Os Bolandistas, que transcreveram aqueles Atos dos escritos de Constantino Caetani (atualmente na Biblioteca Alexandrina de Roma), o julgaram tão inseguro, que não mereciam ser publicados, e tiveram em conta algumas notícias relativas à transladação das relíquias das Santas.
     Embora a qualidade da legenda revele uma composição literária de um hagiógrafo anônimo não preocupado com a averiguação, agora ainda menos possível, dos fatos da vida das suas irmãs, devemos reconhecer entretanto que ele procurou fixar cronologicamente a segunda transladação das relíquias e a sua definitiva deposição com referências a personagens conhecidos: o Bispo Romualdo e o Bispo São Pedro de Salerno (+ 1105).
     As duas virgens são representadas nos afrescos do século XIII, na cripta da Catedral: ao lado de Nossa Senhora na abside atrás do altar a elas dedicado; novamente na parede esquerda ao lado do altar. No nicho pintado por Giacomo de Guerra, em 1324, as duas santas irmãs flanqueiam o Bispo São Pedro de Salerno.
     Parte considerável das relíquias de Aurélia e Nemésia se conserva em duas urnas mandadas executar, em 1903, pelo Bispo Antônio Sardi, e são expostas sobre o altar mor da Catedral no dia 25 de setembro, quando as Santas são festejadas. 
Fonte: www.santiebeati.it

A Catedral de Anagni 

     O início da construção da catedral de Anagni na sua forma atual se deve a São Pedro de Salerno, Bispo de Anagni de 1062 a 1105.
     Sua cripta guarda um dos mais importantes ciclos afrescados da Idade Média italiana. São mais de 50 quadros, além de inúmeros frisos, que pertencem a um único projeto, obra de mestres e ateliês diversos. Ao ateliê do chamado Primeiro Mestre deve-se integralmente o ciclo apocalíptico, e é possível também que a ele tenha sido encomendada inicialmente a realização de todo o projeto. É plausível que tenha trabalhado na época de Inocêncio III (1198-1216), em linha com a sensibilidade e o magistério desse Papa.
 
Cripta da Catedral
 

domingo, 23 de setembro de 2012

Beata Helena Duglioli Dall’Olio Viúva - 23 de setembro

     A Santa Igreja apresenta um modelo admirável de viuvez católica passada na oração fervorosa e nas obras de caridade ao conceder a beatificação a Helena Dall'Olio.
     Helena nasceu em Bolonha (Itália) no ano de 1472, filha de Silvério Duglioli, notário, e de Pentesilea Boccaferri.
    Teve uma educação cristã e manifestou uma precoce propensão para a vida oculta, a oração, o empenho nas obras de caridade. Embora aos 15 anos tivesse manifestado o propósito de emitir o voto de virgindade e desejasse entrar no mosteiro das Clarissas de Corpus Domini, por imposição da mãe foi dada por esposa ao notário Benedito Dall'Olio, de 40 anos. Aos 17 anos casou-se e com ele viveu santamente e em profunda sintonia espiritual.
     Afirma-se que na vida matrimonial viveu sempre em absoluta virgindade, mas este fato não é documentado por fontes seguras. Depois da morte do esposo, passou o resto da vida de modo exemplar.
     Dotada de um discernimento de espírito fora do comum, tornou-se conselheira dos humildes e dos poderosos. Foram à procura de sua sabedoria e de suas orações de intercessão personalidades insignes como Júlio II e Leão X.
     Helena predisse o dia de seu falecimento, ocorrido em Bolonha no dia de Santa Tecla, virgem, 23 de setembro de 1520.
     O seu corpo incorrupto é venerado em São João no Monte, na capela de Santa Cecília, mandada construir pelo Bispo de Pistoia por inspiração da própria Beata.
     A fama de sua santidade propagou-se na população que tributa a ela um culto solene todos os anos no dia 23 de setembro. Este culto é recordado por Pedro Aretino, que fala dos ex-votos de todos os tipos vistos ao redor do túmulo da "Santa Beata Helena Dall'Olio em Bolonha". Bento XIV se referiu a este testemunho de Aretino quando se ocupou do culto imemorável de Helena. Leão XII confirmou o seu culto em 1828.
 
Interior da Igreja de S João in Monte, Bolonha
 

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Mártires da Revolução Espanhola de 1936 - 22 de setembro

Beata Maria da Purificação Vidal Pastor, Virgem e mártir
 
     Maria da Purificação Vidal Pastor nasceu em Alcira (Valencia) em 14 de setembro de 1892 e foi batizada em 20 do mesmo mês e ano na igreja de Santa Catarina. Professora, de família abastada, aderiu à Ação Católica e a outras associações apostólicas, se dedicando a formação da juventude operária e ao cuidado dos doentes.
     Durante a perseguição religiosa intensificou ainda mais sua atividade apostólica e a defesa da religião. Ainda que era previsto o seu martírio, permaneceu em Alcira. Havia afirmado: “Se devo morrer, que o meu sangue lave os pecados de outrem”. Foi aprisionada juntamente com suas duas irmãs. Sofreram o martírio no dia 22 de setembro de 1936 em Corbera, gritando: “Viva Cristo Rei!”. A sua beatificação foi celebrada pelo Papa João Paulo II em 11 de março de 2001.
 
Beata Josefa Moscardó Montalba, Virgem e mártir
 
     Josefa Moscardó Montalba nasceu em Alcira (Valencia) em 10 de abril de 1880 e foi batizada em 14 do mesmo mês e ano, na igreja de Santa Catarina. Recebeu uma educação geral junto a Institutos religiosos. Inicialmente vivia com os pais, depois com uma tia e finalmente sozinha, solteira. Empenhada no apostolado dos leigos, aderiu a Ação Católica e a outras associações religiosas e apostólicas. Distinguiu-se por sua devoção eucarística e pelo espirito missionário trabalhando diligentemente pelas missões. Deu a sua vida por Cristo em Alcira (Valencia) em 22 de setembro de 1936. A sua beatificação foi celebrada pelo Papa João Paulo II em 11 de março de 2001.