sábado, 30 de maio de 2015

Beata Maria Celina da Apresentação, Clarissa - 30 de maio

    
     Maria Celina da Apresentação da Bem-aventurada Virgem Maria (no século Jeanne Germaine Castang) nasceu em Nojals, aldeia de Dordoña (França), em 24 de maio de 1878. Seus pais, Germano Castang e Maria Lafage, eram humildes camponeses porém testemunhas exemplares do Evangelho; tiveram doze filhos dos quais Jeanne era a quinta. Foi batizada no mesmo dia de seu nascimento e colocada sob a proteção de Nossa Senhora.
     Quando tinha 4 anos de idade caiu nas águas geladas de um riacho quando jogava com seus irmãos. O acidente lhe causou poliomielite, o que a privou do uso da perna esquerda. Apesar disso, a menina não se fechou em si mesma, ao contrário, colaborava nos afazeres domésticos. Frequentou a escola de sua aldeia, dirigida pelas Irmãs de São José de Aubenas, e se destacou por sua inteligência e jovialidade. Também se dedicou às atividades paroquiais.
     Em 1887, devido a grave grise econômica da família, se viu obrigada a abandonar sua bela casa e a viver numa casinha no campo. Em meio à situação de indigência da família, Jeanne, então com 10 anos de idade, demonstrando humildade e disponibilidade, chegou inclusive a pedir esmola no povoado para que seus pais e seus irmãos pudessem comer. Teve que abandonar a escola e deixar de frequentar diariamente a paróquia, porque ficava muito distante de sua casa.
     Em fevereiro de 1891, no hospital infantil de Bordeaux, se submeteu a uma operação da perna. Jeanne permaneceu cinco meses neste centro de saúde, suportando a dor com “paciência angélica”, como testemunharam as enfermeiras do hospital, Filhas da Caridade de São Vicente de Paula.
     Em julho daquele mesmo ano, ainda convalescente, entrou no Instituto Nazaré de Bordeaux, dirigido pelas Irmãs de Jesus Maria de Le Dorat, que acolhia jovens com dificuldades para receberem os cuidados que sua família não podia lhes proporcionar. Foi um período fecundo de sua vida, porque ali começou a discernir com maior clareza a vontade de Deus para ela.
     Em 12 de junho de 1892 recebeu a 1ª. Comunhão com extraordinária devoção; e em julho seguinte a Confirmação. Já dava a impressão de viver constantemente na presença de Deus. Sua mãe faleceu no dia 29 de dezembro desse ano e oito dias depois seu irmão mais velho, o que obrigou Jeanne a se encarregar de seus irmãos pequenos; ela teve que deixar o Instituto Nazaré. Ela então já pensava em consagrar-se a Deus.
     Quando as religiosas de São José de Aubenas, congregação a qual pertencia sua irmã mais velha, acolheram duas pequenas irmãs suas, ela pode finalmente levar adiante seu plano de consagração total ao Senhor. Primeiramente solicitou o ingresso nas clarissas de Bordeaux e depois nas religiosas de Jesus Maria de Le Dorat, porém não a aceitaram por causa de sua deficiência e porque ainda não completara 15 anos. Ela teve que esperar.
     Por fim, aos 18 anos, em 12 de junho de 1896 ingressou como postulante no Mosteiro Ave Maria das clarissas, e em 21 de novembro desse mesmo ano vestiu o hábito franciscano, tomando o nome religioso de Maria Celina da Apresentação da Santíssima Virgem Maria.
     No convento conservou a atitude de caridade e serviço que a havia caracterizado em sua família, e progrediu sobretudo no caminho da humildade, mortificação e ocultamento. Sua saúde começou a piorar. A enfermidade, que se manifestou numa grave forma de tuberculose, revelou a grandeza de sua fé e a firme vontade de completar em seu frágil corpo o que falta à Paixão de Cristo.
     Poucos dias antes de sua morte, escreveu em seu diário: “Não te comprazes com os holocaustos nem com as vítimas. Eis-me aqui! Vim para tomar minha cruz. Me ofereço como vítima, como Jesus... Até agora sacrifiquei tudo: afetos, pensamentos... Deverei ser agora menos generosa? Não. Eis-me aqui! Corta, queima, amputa, faz de mim o que quiseres, contanto que meu amor por ti aumente sempre mais e mais. Só te peço isto”.
     No dia 30 de maio de 1897, cento e noventa dias depois de ingressar no noviciado, após emitir a profissão religiosa in artículo mortis, Maria Celina entregou sua bela alma a Deus.
     A fama de santidade, que já em vida circundara esta jovem monja, levou à introdução da causa de canonização em 18 de junho de 1930. Em 22 de janeiro de 1957 foi declarada venerável e em 16 de setembro de 2007 foi beatificada na catedral de Bordeaux. A nova Beata repousa na mesma cidade, próximo do mosteiro das clarissas.
     Na vida humilde e comum da gente pobre e em meio a grandes sofrimentos, esta jovem monja soube acolher o amor de Nosso Senhor e corresponder com alegria e serenidade a vontade dEle a seu respeito. Nenhuma revolta, nenhum azedume, somente generosidade humilde e dedicada. Ela é um exemplo para nosso século onde alguns buscam excitar nos pequenos o ódio à sua condição, numa clara inconformidade aos desígnios divinos sobre eles.
 
Fonte: L´Osservatore Romano, ed. semanal en lengua española, del 5-X-07

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Santa Úrsula Ledóchowska, Fundadora - 29 de maio

    
     Úrsula Maria Ledóchowska nasceu no dia 17 de abril de 1865 em Losdorf na Áustria. Seu nome de batismo era Júlia Maria. Era filha do Conde Antônio Ledóchowski e da Condessa suíça Josefa Salis-Zizers, um casal muito austero que educou os nove filhos na fé cristã e teve a alegria de dois deles serem elevados à honra dos altares.
     A família Ledóchowski contava com vários homens de Estado, militares, eclesiásticos e pessoas consagradas, comprometidas na história da Europa e da Igreja. Seu tio, o Cardeal Miecislao Ledóchowski († 1902), se opôs às medidas antirreligiosas de Bismarck.
     Outros dois irmãos escolheram a vida consagrada: Maria Teresa, fundadora da Congregação de São Pedro Claver, beatificada em 1975; e o insigne Geral dos jesuítas, Vladimiro Ledóchowski (1866-1942).
     Dificuldades financeiras fizeram com que no ano de 1874 a família se mudasse para Sankt Pölten. Júlia Maria completou seus estudos em uma escola dirigida pelas Irmãs Religiosas do Instituto da Bem-Aventurada Virgem Maria, fundado pela Beata Maria Ward (1585-1645).
     Júlia Maria gozava de um afeto especial. Sua mãe chamava-a de “Raio de Sol” e ela aceitou este nome como seu programa de vida, queria como um raio depender continuamente do seu Sol Divino e com seu amor iluminar a vida dos outros, para conduzi-los à fonte de todo o bem, que é Deus.
     Nos estudos se distinguia pela inteligência, aplicação e comportamento de tal modo que seu nome foi escrito no “Livro de Ouro” da escola. Cultivou suas capacidades artísticas de música, pintura e línguas.
     Em 1883 a família Ledóchowski retornou à Polônia e se estabeleceu em Lipnica Murowana, próximo à Cracóvia. Os seus numerosos contatos com o povo da localidade permitiram-lhe descobrir quais eram suas dificuldades e sofrimentos, o que lhe deu oportunidade para colocar-se a serviço dos mais necessitados. Júlia iniciou seus trabalhos de acolhimento e ajuda aos mais necessitados na cidade.
     Seu irmão, Vladimiro, declara: “Tinha um coração extremamente sensível e terno para com cada miséria e cada desgraça. Cercava de cuidados e preocupações especialmente os doentes e pobres; ia buscá-los em casa, providenciava remédios, prestava diversos serviços, consolava-os”.
     No ano 1885 assistiu a morte de seu pai, vítima de varíola. Antes de morrer, ele concedeu-lhe a bênção para tornar-se religiosa.
     Em 18 de agosto 1886 Júlia entrou no Convento das Ursulinas de Cracóvia. Em 1887 recebeu o hábito religioso e tomou o nome de Úrsula Maria. "Soubesse só amar! Arder, consumar-se no amor" - assim escreveu ela antes dos votos religiosos aos 24 anos de idade. Iniciou as atividades de educadora e professora no ginásio dirigido pelas mesmas Irmãs.
     Em 1904 foi eleita Superiora do convento. Abriu o primeiro pensionato para as moças universitárias que estudavam longe da família. Como professora unia o profundo conhecimento da matéria com uma acessível e interessante forma de ensinar. Exercia uma profunda e duradoura influência sobre as educandas. Não poupava esforços para aprofundar nas alunas a vida espiritual. Com as irmãs, como Superiora, era paciente e compreensiva.
     Em Cracóvia entrou em contato com muitas jovens provenientes dos territórios ocupados pela Rússia. Sentia a necessidade de abrir uma obra missionária na Rússia.
     Em 1907, a pedido da colônia polonesa de Petersburgo e com a bênção do Papa São Pio X, Madre Úrsula, vestida de leiga, porque era proibida a existência de conventos naquele país, partiu com algumas irmãs para Petersburgo e assumiu a direção do internato junto ao ginásio polonês Santa Catarina.
     Em Petersburgo, ela não se desencorajou diante das numerosas dificuldades, do deplorável estado financeiro do pensionato, dos educadores e professores mal dispostos para com as religiosas, da falta de conhecimento da língua russa e da necessidade de esconder a própria identidade religiosa, ao menos nos contatos oficiais.
     A aproximação com as moças foi relativamente fácil. Eis o que relata uma delas: “Rebeldes, esperávamos na grande sala, segundo o que nos foi dito, a nossa nova e severa educadora. Entretanto, entrou uma pessoa serena e querida, passou sobre nós um olhar bondoso e disse com um sorriso: ‘Então, daqui em diante seremos uma família’. Viemos para perto dela. Rompeu-se o gelo”. Também o corpo docente foi conquistado e algumas das professoras, entre elas a responsável do pensionato, aumentaram a comunidade das irmãs, naturalmente no maior segredo.
     Madre Úrsula com toda a energia põe-se a trabalhar. Tomou nas mãos a administração do internato e introduziu as mudanças necessárias. Dedicou, porém a maior parte do seu tempo para as jovens. Fez surgir uma capela dentro do internato. Fundou a Congregação Mariana, organizou retiros estimulando nas educandas a necessidade de Deus.
     A Madre e as Irmãs da comunidade viviam na clandestinidade, sempre vigiadas pela polícia secreta, mas desenvolvendo um intenso trabalho educativo e de formação religiosa, orientado também para a aproximação das relações entre polacos e russos.
     Em 1910 abriu na Finlândia (que se encontrava sob o domínio russo) Merentähti, uma escola com pensionato para as jovens polonesas. Merentähti se tornou o centro de ajuda e de atividade religiosa também para a população local, na maior parte pobres pescadores. Aprendeu a difícil língua finlandesa para traduzir o catecismo e os cantos religiosos. Trouxe de Petersburgo uma enfermeira para cuidar dos doentes.
     As autoridades russas percebem a atuação da Madre e iniciam uma sequência de interrogações e perseguições. Com o estouro da Primeira Guerra Mundial ela foi expulsa definitivamente do território russo e da Finlândia, refugiando-se na Suécia. Criou ali a Congregação Mariana onde promovia retiros com diversas senhoras; publicou a revista mensal Centelhas do Sol, primeira revista católica da Suécia, que existe ainda hoje.
     Entre outras atividades deu início a um Instituto de Línguas Estrangeiras. Entrou no comitê de ajuda às vítimas da guerra na Polônia, organizado por H. Sienkiewicz, realizando conferências nos países escandinavos para angariar adesão àquela causa.
     No ano de 1917, iniciou ainda outras obras importantes: na Dinamarca (Djursholm, 1915 e Aalborg 1918) organizou a casa para os órfãos dos operários poloneses que vinham aos países escandinavos para trabalhar periodicamente e por causa da guerra ficaram separados do próprio país. Fundou também uma escola de economia doméstica para as jovens.
     Em 1920 retornou à Polônia com um grupo de irmãs e de órfãos de famílias emigradas. Como as religiosas Ursulinas da Polônia não aceitaram as Irmãs que voltavam da Rússia e da Dinamarca, Madre Úrsula teve que dar início a uma nova Congregação: as Irmãs Ursulinas do Coração de Jesus Agonizante, cujas Constituições ela mesma redigiu e Pio XI aprovou.
     Madre Úrsula resumiu em uma frase o espírito que deve animar os membros de seu Instituto: “Inflama-te na oração até arder e gasta-te no trabalho até dar a vida”.
     A Congregação participou com dinamismo na vida do país em reconstrução; depressa se desenvolveu, nascendo comunidades na Polônia e nas fronteiras orientais do País. Em 1928, abriu a Casa Generalícia em Roma e um pensionato para moças de poucas posses, para melhor conhecerem a riqueza espiritual e religiosa do coração da Igreja e da civilização europeia.
     O Instituto começou um trabalho entre os pobres dos subúrbios de Roma e, em 1930, estabeleceu-se na França, sempre com as mesmas preocupações de educação e de ensino. Entre os anos 1920 - 1939 foram fundadas 35 casas na Polônia, Itália e França. O número de Irmãs chegou a 800.
     Ela mesma escrevia livros e artigos; procurava iniciar e apoiar organizações eclesiásticas para as crianças (em 1925 deu início na Polônia à Cruzada Eucarística, que em 1939 contava cerca de 200 mil crianças), para a juventude e para as senhoras. Participava ativamente na vida da Igreja e do País, recebendo altos reconhecimentos, bem como condecorações estatais e eclesiásticas.
     Madre Úrsula morreu em Roma, no dia 29 de maio de 1939, na casa geral da Congregação. Seu corpo foi sepultado no cemitério de Verano. Em 22 de abril de 1959 foi realizada uma exumação e o corpo intacto foi transferido para a casa geral.
     Em 1989 foi realizada uma segunda exumação e o corpo foi transladado para a Polônia, em Pniewy, atraindo um grande número de peregrinos. Foi beatificada pelo Papa João Paulo II em 20 de junho de 1983 e canonizada em 18 de maio de 2003.
     As Ursulinas do Sagrado Coração de Jesus Agonizante estão presentes em 13 países: Polônia, Itália, França, Canadá, Argentina, Brasil, Alemanha, Finlândia, Tanzânia, Rússia, Ucrânia, Filipinas e Bolívia.
 
Fontes: http://www.zenit.org/pt; http://alexandrinabalasar.free.fr/maria_ursula_ledochowska.htm;

terça-feira, 26 de maio de 2015

Beata Maria Angélica Mastroti de Papasidero - 26 de maio

   
     Maria Angélica viveu em odor de santidade. Aos seis anos uma tuberculose imobilizou-a por 13 anos. Quando todos esperavam por seu fim iminente foi milagrosamente curada era 1870.
     O seu sofrimento entretanto não cessou: um cálculo na bexiga lhe causou um sofrimento indescritível até 1873, quando uma segunda intervenção sobrenatural a libertou do mal. Mas, o seu desejo de expiação a fez mortificar seu corpo fazendo uso de cilícios, camas de espinhos e longos jejuns.
     Sua vida ascética resultou em êxtases frequentes durante os quais conversava com Nossa Senhora e o Filho que a Virgem tinha nos braços. O envolvimento espiritual também teve consequências físicas. Com efeito, uma ferida se abriu espontaneamente no seu lado, de onde o sangue jorrava muitas vezes, e jamais foi curada.
     Em 1890, ela se mudou para Castelluccio Superiore para acompanhar seu sobrinho Nicolau que ia entrar para o sacerdócio; naquela cidade fatos prodigiosos continuaram a ocorrer, de modo que sua fama se espalhou por todos os povoados vizinhos.
     Maria Angélica morreu no dia 26 de maio de 1896 em Castelluccio. Seu túmulo ainda hoje é visitado por muitos fiéis.
     Não há um pronunciamento oficial de beatificação da Serva de Deus, mas a cidade de Castelluccio venera Maria Angélica como beata, dedicando a ela uma exposição e uma Missa no dia 26 de maio, com visita ao cemitério onde se encontra o seu túmulo. Também participam deste evento os peregrinos de Papasidero, local de nascimento da Beata.

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Santa Helena de Auxerre, Virgem - 22 de maio

     Helena viveu provavelmente no século V. Estevão, o Agricano, biógrafo do bispo São Amador, sustenta que Helena se encontrava entre os fieis reunidos na igreja quando o bispo morreu. Não se pode acreditar nesta afirmação devido ao fato de Helena já ser venerada em Auxerre quando Estevão escreveu aquela biografia por volta de 575.
     O Martirológio Jeronimiano a menciona nestes termos: “Na cidade de Auxerre deposição e transladação do corpo de Santa Helena, virgem”.
     A data de 22 de maio provavelmente não é a da deposição.
Panorama de Auxerre, França

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Quatro novas Santas

     No dia 17 de maio de 2015, realizou-se a Santa Missa de canonização de Joana Emília de Villeneuve* (festejada dia 2 de outubro), Maria de Jesus Crucificado Baouardy* (festejada no dia 25 de agosto) e Maria Afonsina Ghattas (festejada dia 25 de março), juntamente com Maria Cristina da Imaculada Conceição*, fundadora da Congregação das Irmãs Vítimas Expiadoras de Jesus Sacramentado, cuja canonização fora estabelecida no consistório de 20 de outubro de 2014 (festejada dia 20 de janeiro).
     Assim como Maria Afonsina, as outras três religiosas também dedicaram a vida ao bem do próximo e à promoção da fé, do amor e da justiça.
     Santa Joana Emília de Villeneuve é fundadora da Congregação das Irmãs da Imaculada Conceição de Castres; Santa Maria de Jesus Crucificado foi monja professa da Ordem Carmelita Descalça e Santa Maria Afonsina Danil Ghattas é a fundadora da Congregação das Irmãs do Rosário de Jerusalém.
     * Resumos biográficos destas Santas podem ser encontrados neste blog no dia de suas celebrações.

terça-feira, 19 de maio de 2015

Beata Colomba de Rieti, Dominicana - 20 de maio

     Angelina Guadagnoli nasceu numa família da aristocracia italiana em 2 de fevereiro de 1467, na cidade de Rieti. O dia do seu batizado foi marcante e muito curioso. No mesmo instante em que o padre lhe ministrava o batismo, desceu sobre sua cabeça uma pomba branca, talvez como um símbolo da infinidade de graças que o Espírito Santo colocou em sua alma. Por isso, ficou conhecida como Colomba, que significa "pomba".
     Sua celebridade é baseada principalmente em duas coisas: a natureza altamente milagrosa de sua vida desde o seu início, e sua intensa devoção ao Santíssimo Sacramento. Ela foi uma dentre numerosas santas mulheres dominicanas que parecem ter sido suscitadas por Deus para protestar contra e em contraposição à impiedade e à imoralidade corrente na Itália durante os séculos XV e XVI.
     Essas mulheres, quase todas da Ordem Terceira, tinham uma intensa devoção a Santa Catarina de Siena, e tinham como objetivo imitá-la tanto quanto possível. Muitos leigos, tanto homens como mulheres, compartilhavam esta devoção, entre estes Ercole I, Duque de Ferrara, que tinha uma profunda admiração por Colomba e por algumas outras santas dominicanas suas contemporâneas, as mais notáveis das quais foram as Beatas Osana de Mântua e Luísa de Narni. A veneração de Ercole por esta última foi tão grande, que ele não descansou até conseguir que ela fosse viver em Ferrara com algumas de suas irmãs, onde ele mandou construir para ela o seu convento, onde ela morreu depois de muitas provações.
     Angelina, desde a infância consagrou seu coração e sua vida ao amor a Jesus Cristo, como fizeram São Domingos e Santa Catarina, com quem conviveu e dos quais foi discípula. Por si mesma e com firmeza seguiu o caminho para a santidade.
     A tradição diz que ainda no berço procurava privar-se da amamentação. Sua infância foi repleta de penitências severas que só podem ser equiparadas àquelas dos adultos mais santificados.
     Aos dez anos ela consagrou sua virgindade a Jesus, mesmo sabendo que seus pais tinham assumido um casamento para ela. Prometida em casamento a um nobre quando tinha apenas 12 anos, recusou resolutamente o casamento de alta linhagem. O acerto das núpcias foi desfeito quando ela apareceu com a cabeça raspada diante dos pais, que ficaram comovidos com a real vocação da filha.
     Sete anos depois vestiu o hábito de Terciária Dominicana. Iniciou sua formação religiosa no convento dominicano da Ordem Terceira, e teve como orientadores espirituais Santa Catarina, a quem ela chamava de "irmã", e São Domingos, de quem recebeu o hábito em 1496.
     Colomba era de fato muito especial, pois além da alta capacidade contemplativa, contava com dons extraordinários como o da profecia, do conselho, da cura, e sabia perceber, como ninguém, os sentimentos da alma humana.
     Em 1488, aos dezenove anos, atendendo uma inspiração, foi para a cidade de Perugia; os habitantes receberam-na como uma santa. Após algum tempo, ela construiu seu Convento de Santa Catarina, no qual ela reuniu todas as religiosas da Ordem Terceira Dominicana que a desejavam como superiora apesar de sua pouca idade. Seu mosteiro se dedicou à educação das jovens nobres e ficou conhecido como o convento das “Colombas”.
     Mas seu apostolado foi muito fecundo também fora do convento, onde se tornou uma verdadeira "pomba da paz e da concórdia" na luta que existia entre as poderosas famílias da nobreza, que disputavam a região. Colomba conseguiu impedir inúmeras lutas sangrentas que poderiam ter destruído várias vezes a cidade de Perugia.
      Em 1494, quando uma terrível praga grassava em Perugia, Colomba ofereceu-se como vítima pela cidade. A praga cessou, mas Colomba foi atingida pelo flagelo. Ela se recuperou apenas para salvar sua reputação atacada por calúnias tão amplamente difundidas que chegaram a Roma, de onde uma comissão foi enviada para examinar sua vida. Foi tratada por algum tempo como uma impostora e deposta de seu cargo de priora.
     Em 1495, Alexandre VI, tendo ouvido sobre a santidade e os milagres de Colomba, foi pessoalmente a Perugia para vê-la. Diz-se que ela teve um êxtase aos seus pés, e também para ganhar confiança, disse-lhe todos os pecados pessoais. O papa ficou plenamente satisfeito com sua grande santidade e colocou o selo de aprovação em seu modo de vida.
     No ano de 1499 ela foi consultada pelas autoridades que estavam examinando os estigmas da Beata Luísa de Narni; Colomba falou calorosamente a favor de serem genuínos, e de sua admiração pela santidade da Beata Luísa.
     Ela morreu aos trinta e três anos de idade, no dia 20 de maio de 1501, no convento que havia fundado em Perugia.
     O seu culto foi reconhecido por Urbano VIII em 1627. As relíquias da Beata Colomba ainda são veneradas em Perugia, e sua festa é mantida pela Ordem Dominicana em 20 de maio. O papa Urbano VIII declarou Colomba de Rieti padroeira de Perugia.
 
Fonte: www.santiebeati.it - F.M. Capes (Catholic Encyclopedia)

domingo, 17 de maio de 2015

Santa Restituta de Teniza, Mártir - 17 de maio

    
     Santa Restituta de Teniza nasceu em Cartago ou em Teniza (hoje conhecida como Ras Djebel, Tunísia) e foi martirizada durante a perseguição de Diocleciano. Não temos dados históricos precisos sobre o local exato e o ano do seu martírio. Ela às vezes é considerada um dos Mártires de Abitina, um grupo de mártires do Norte Africano que inclui Dativo, Saturnino e outros.
    Uma antiga legenda medieval, recontada posteriormente por Pedro Subdiácono no século X, e semelhante às legendas associadas às Santas Devota, Reparata e Torpes de Pisa, afirma que depois de ter sido horrivelmente torturada Restituta foi colocada em um barco em chamas carregado de estopa e resina. Restituta saiu ilesa do fogo e rogou pela ajuda de Deus. Deus enviou um anjo para guiar seu barco para a Ilha de Aenaria (atual Ischia), e ela aportou no local onde atualmente se encontra San Montano.
     Além disso, a legenda afirma que uma mulher cristã do local chamada Lucina tinha sonhado com o anjo e o barco. Quando ela se caminhou para a praia encontrou o corpo resplandecente e incorrupto de Restituta, que agora estava morta. Lucina convocou a população e a santa foi solenemente enterrada no sopé do Monte Vico, em Lacco Ameno, onde uma basílica paleocristã foi dedicada a ela e é agora o local de um santuário onde ela é venerada.
     No entanto, a propagação do seu culto do Norte de África para a Itália é historicamente associada à expulsão dos católicos daquela região por Genserico, rei dos Vândalos, que pertencia à seita ariana. Provavelmente suas relíquias foram trazidas para Nápoles no século V por Gaucioso de Nápoles, quando de seu exilio.
     A Igreja de Santa Restitua foi construída em sua honra em Nápoles no século VI. A igreja foi então incorporada à Catedral de Nápoles construída no mesmo local no século XIII.
     Ela é a padroeira de Lacco Ameno e, além daquela cidade, ela é especialmente venerada na Ilha de Ischia. Em Lacco Ameno ela é festejada durante três dias, do dia 16 ao dia 18 de maio. Uma cripta associada à Santa Restituta pode ser encontrada em Cagliari, no bairro de Stampace.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Ascensão de Nosso Senhor

 

Leiam a seguinte reflexão sobre esta festa:
“O Senhor Jesus, depois que lhes falou, foi assunto ao céu, e está sentado à direita de Deus” (Mc. 16, 19).
     O lugar que competia a Jesus ressuscitado era o céu, que é a morada das almas e dos corpos bem-aventurados.
     Quis Jesus, todavia, permanecer quarenta dias sobre a terra, e aparecer repetidas vezes a seus discípulos para os certificar de sua ressurreição e instruí-los nas coisas relativas à Igreja: “Falando do Reino de Deus”.
     Tendo desempenhado esta nobre missão, quis o Senhor, antes de deixar a terra, mostrar-se mais uma vez aos apóstolos em Jerusalém; e depois de lhes exprobrar suavemente a sua dureza, por não acreditarem na sua ressurreição, ordenou-lhes que fossem para o Monte das Oliveiras, o lugar onde tinha começado a sua Paixão, a fim de que compreendessem que o verdadeiro caminho para ir ao céu é o dos sofrimentos.
     Depois, cercado de cento e vinte pessoas, repetiu-lhes mais uma vez o que já lhes havia ordenado, especialmente que fossem pregar o Evangelho pelo mundo inteiro; feito o que o divino Redentor levantou as mãos e os abençoou.
     Em seguida, como medita São Boaventura, Jesus abraça sua santíssima Mãe e aperta-a contra o coração, anima e conforta os seus discípulos, que, entre lágrimas, lhe beijam os pés, e com as mãos levantadas e o semblante extraordinariamente majestoso e amável, coroado e vestido como rei, se eleva lentamente ao céu, levando em sua companhia as numerosíssimas almas justas, livradas do limbo.
     A esta vista, todos os presentes se ajoelham novamente e Jesus mais uma vez os abençoa. Afinal uma nuvem subtrai o divino Triunfador à sua vista, e Jesus vai sentar-se à direita do Pai, onde não cessa de ser nosso medianeiro e advogado.
     Avivemos a nossa fé, e contemplemos o júbilo que a entrada triunfal de Jesus causou no paraíso: alegremo-nos com o nosso divino Chefe, e unamos os nossos afetos ao de Maria Santíssima, e dos santos discípulos.
     Como a águia ensina seus filhos a voarem, assim, no mistério de hoje, Jesus Cristo nos exorta a elevar o nosso voo e acompanhá-lo ao céu, senão com o corpo, ao menos com os afetos.
     Desprendamos os nossos corações da terra, e suspiremos pela pátria celeste, onde se acha a nossa felicidade: esperando, como diz o Apóstolo, a adoção de filhos de Deus, a redenção de nosso corpo.
     Entretanto, tenhamos sempre diante dos olhos os exemplos da vida mortal de Nosso Senhor; imitando a sua humildade de mansidão, o seu espírito de mortificação, a sua caridade e o seu zelo pela glória divina.
     Numa palavra, despojemo-nos do homem velho, revestindo-nos das virtudes de Jesus Cristo, que são como que o manto, que, à imitação de Elias, ele deixou para os seus discípulos, quando subiu ao céu.
     Para vencermos todas as dificuldades que se encontram no caminho do Senhor, recordemos muitas vezes a grande verdade que os anjos ensinaram aos discípulos, que, arrebatados, olhavam o céu, para o qual acabava de subir o seu amado mestre: Jesus Cristo voltará um dia à terra com a mesma majestade e glória, como juiz dos vivos e dos mortos.
     Meu querido Redentor Jesus, regozijo-me pelo vosso triunfo glorioso, e rogo-vos que arranqueis do meu coração todo o afeto aos bens miseráveis desta terra, para suspirar senão pelos do paraíso, que vós merecestes para mim com a vossa paixão.
     A mesma graça peço de Vós, ó Pai Eterno. Concedei-me que, assim como eu creio firmemente que vosso Filho unigênito e nosso Redentor subiu hoje ao céu, assim possa continuamente morar ali com o meu espírito e os meus desejos.
     Fazei-o pelo amor do mesmo Jesus Cristo e pela intercessão de Maria Santíssima.
 
Fonte: retirado do livro “Meditações para todos os dias e festas do ano” de Santo Afonso de Ligório.

Santas Justa e Enedina (Eredina) Mártires - 14 de maio

Santas Justa, Enedina e Justina
Martirológio Romano: Na ilha da Sardenha, comemoração das santas Justa e Enedina, mártires.

     O testemunho destas mártires é puramente cúltico, quer dizer, não temos nenhum documento contemporâneo, mas sim um culto persistente que lhes é atribuído na ilha da Sardenha (1).
     A tradição oscila entre um grupo de duas, que celebramos hoje: Justa e Enedina; e um grupo de três, tal como se celebrava no Martirológio Romano anterior: Justa, Justina e Erendina. Parece que a versão mais correta e antiga é a de duas.
      A legenda sobre elas afirma que eram filhas de uma matrona, Cleodonia, que haviam guardado a virgindade, e que foram mártires em uma data tão longínqua como a perseguição de Adriano, no início do século II.
     Ainda que isto não seja impossível, não está apoiado em nenhum dado que conheçamos, e parece mais desejo (habitual em muitas igrejas da antiguidade) de fazer retroceder as origens da comunidade o mais primitivo possível. Com base em alguns martirológios posteriores, nós podemos encontrá-las nas perseguições de Diocleciano (século III-IV).
     Segundo a tradição, as santas sofreram o martírio no local onde se encontra, desde o século XI, a Basílica de Santa Justa, em um povoado do mesmo nome, na província de Oristano, uma das oito em que se divide a ilha na atualidade.
 
     (1) Sardenha (italiano: Sardegna, Sardigna ou Sardinnia) é a segunda ilha do Mediterrâneo pelo tamanho, a oitava na Europa e a quadragésima oitava do mundo. Com um órgão administrativo chamado Região Autônoma da Sardenha é uma região autônoma da República Italiana, com estatuto especial.
     Esta ilha está localizada no centro-oeste do Mar Mediterrâneo, entre o norte da Córsega, onde o Estreito de Bonifácio separa a península italiana da Tunísia no leste e as Ilhas Baleares para o oeste. Ocupa uma área de 24 090 km².
Etimologia:
Enedina, talvez do grego enedynêin: “ser complacente”. Outra forma: Henedina.
Justa, do latim Justus: nome e sobrenome; Justus era nome pagão e cristão e na antiguidade quase sempre nome de escravo. Em alemão Justus também é sobrenome.

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Há 98 anos Nossa Senhora aparecia em Fátima, Portugal



     Algo que a História registra, que a Teologia da História indica como certa, é que as grandes catástrofes dos povos são castigos. Isto é um princípio certo da Teologia da História. Quando um povo sofre uma grande catástrofe, isto é um castigo. Não vale para os homens, para os indivíduos particularmente, mas vale para as […]
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A certeza do castigo anunciado por Nossa Senhora de Fátima
Posted: 12 May 2015 11:35 AM PDT

Hoje é dia de Nossa Senhora de Fátima! Se você ainda não conhece a aparição MAIS IMPORTANTE da História da Igreja, leia mais no link abaixo
Hoje é dia de Nossa Senhora de Fátima! Se você ainda não conhece a aparição MAIS IMPORTANTE da História da Igreja, leia aqui um resumo do que houve:
Posted: 12 May 2015 08:00 PM PDT

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Sta. Teopista de Camerino, seu esposo Sto. Anastácio e filhos, mártires - 11 de maio

  
   Nestes dois mil anos de existência do Catolicismo, a Santa Igreja tem celebrado famílias inteiras que enfrentaram o martírio atestando assim com o derramamento de seu sangue sua Fé em Cristo.
     Todos estes cônjuges com sua prole constituíam modelos de famílias cristãs, prontos para fazer qualquer coisa para não trair os ensinamentos do Evangelho.
     Hoje uma família é comemorada na região italiana de Marcas, cujo culto é generalizado na área, mas já não é reconhecido pelo Martirológio Romano.
     Santa Teopista era esposa de Anastásio, natural de Camerino, hoje na província de Macerata, e que, de acordo com os “Atos” de sua vida, foi um corniculário, ou seja, Inspetor de Justiça.
     Anastásio se converteu diante da serenidade e da confiança com que o jovem São Venâncio, seu compatriota, enfrentou o martírio. Teopista foi batizada pelo Padre Porfírio junto com seu esposo e filhos: Aradio, Ebodi, Calisto, Felix, Eufêmia e Primitiva, inclusive com todos os serviçais de sua casa.
     Seguindo o exemplo de Venâncio, eles também foram chamados a escolher entre salvar sua vida terrena ou preferir a do Céu. Optando pela segunda alternativa, o seu martírio foi consumado no ano 251 na Via Lata, fora do portão leste de Camerino. Eles sofreram o martírio durante a perseguição decretada por Décio, sob o governador Antíoco.
     Anteriormente o Martirológio Romano celebrava a festa desta família no dia 11 de maio, enquanto na Diocese de Camerino ainda hoje eles são lembrados no dia seguinte.
     Camerino mantém relíquias dos santos em sua diocese.

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Beata Maria Teresa Demjanovich, Virgem - 8 de maio

    
     Maria Teresa Demjanovich nasceu no dia 26 de março de 1901 em Bayonne, Nova Jersey, Estados Unidos. Era a mais nova de sete filhos de Alexander Demjanovich e Joana Suchy, os quais eram originários da Rutenia [1], hoje o este da Eslováquia, e emigraram para os Estados Unidos. Recebeu o batismo, a confirmação e a primeira comunhão no rito bizantino rutênio de que seus pais eram fieis praticantes.
     Os Demjanovich cresceram junto às refinarias de petróleo que marcam a paisagem desta parte de Nova Jersey. Teresa completou sua educação primária na idade de 11 anos e recebeu o diploma da escola secundária em 1917 na Bayonne High School (situada onde hoje fica a Robinson School).
     Nesse tempo ela desejava ser carmelita, porém permaneceu em casa para cuidar de sua mãe que se encontrava enferma.  Depois da morte de sua mãe na epidemia de influenza de 1918, sua família a animou a ingressar no College of Saint Elizabeth, na Convent Station, Nova Jersey, onde começou sua carreira universitária em setembro de 1919, graduando-se com honra em julho de 1923 com especialidade em literatura.
     Teresa anelava pela vida religiosa, porém diversas circunstâncias tornavam incerta a decisão em que comunidade devia entrar. Entretanto, ela aceitou um posto de professora na Academia de Santo Aloisio na cidade de Nova Jersey (conhecida como Caritas Academy até que encerrou suas atividades no ano 2008). Durante sua permanência muitas pessoas comentavam sua humildade e genuína piedade. Era muito comum encontrá-la rezando de joelhos na capela do colégio, era muito dedicada à recitação do Rosário.
     Tomava parte do coro da Paroquia de São Vicente de Paula, do Sodalício de Nossa Senhora e de uma comunidade paroquial associada à National Catholic Welfare Conference. Durante o verão e o outono de 1924, Teresa rezava para discernir o rumo de sua vida. Visitou as Carmelitas Descalças do Bronx, Nova York, porém devido a vários problemas de saúde, incluindo dores de cabeça, lhe sugeriram esperar uns anos antes de ingressar.
      Sua família lhe sugeria que usasse sua educação para servir a Deus num instituto dedicado ao ensino. Ela fez uma novena para a festa da Imaculada Conceição daquele ano e ao conclui-la, no dia 8 de dezembro, decidiu ingressar nas Irmãs da Caridade de Santa Isabel [2].
     Ela esperava entrar no convento em 2 de fevereiro de 1925, porém seu pai faleceu no dia 30 de janeiro, o que a fez postergar seu ingresso ate o dia 11 de fevereiro, festa de Nossa Senhora de Lourdes. Seu irmão Carlos Demjanovich, que era sacerdote, e duas irmãs a acompanharam ao convento.
     Foi admitida ao noviciado e no dia 17 de maio de 1925 recebeu o hábito religioso e tomou o nome de Miriam (Maria).
     Nunca recebeu uma transferência oficial de rito, portanto continuava sendo católica bizantina enquanto servia como religiosa em uma congregação de rito latino.
     Entre 1925 e 1926, sendo postulante e noviça, Miriam continuou dando aulas na Academia de Santo Aloisio. Em junho de 1926 seu diretor espiritual, o Padre Benedito Bradley, OSB [3], lhe pediu que escrevesse as conferências para o noviciado. Irmã Maria Teresa escreveu 26 conferências que foram publicadas em um livro.
     Em novembro de 1926, Miriam adoeceu. Depois de uma amigdalectomia, saiu da enfermaria e voltou para o convento, porém apenas podia caminhar para sua habitação. Depois de uns dias, ela perguntou se podia voltar para a enfermaria, mas sua superiora, pensando que era estranho que alguém tão jovem podia estar tão doente, lhe disse: "Acalma-te".
     Quando o Padre Bradley viu quão doente ela estava, avisou seu irmão, que chamou uma de suas irmãs que era enfermeira. Ela foi ao convento e a levou imediatamente para o hospital, onde ela foi diagnosticada com "esgotamento físico e nervoso, com miocardite e apendicite aguda". Os médicos não acreditavam que ela seria suficientemente forte para uma operação e seu estado piorou.
     A profissão de votos permanentes foi feita "in articulo mortis" (perigo de morte) no dia 2 de abril de 1927. Ela foi operada de apendicite em 6 de maio de 1927 e faleceu dois dias depois. Seu funeral ocorreu no dia 11 de maio de 1927 e foi sepultada no Cemitério da Sagrada Família, em terrenos das Irmãs da Caridade de Santa Isabel.
     Sua beatificação deveu-se ao reconhecimento da cura milagrosa de um menino cego de Newark, Estados Unidos, que sofria uma degeneração macular bilateral e recuperou a vista em 1964 após rezar pedindo a intercessão da hoje Beata Miriam Teresa.
     Irmã Maria Teresa foi beatificada no dia 4 de outubro de 2014, numa cerimônia na Catedral Basílica do Sagrado Coração, em Newark, presidida pelo Cardeal Ângelo Amato, Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos. Esta foi a primeira beatificação realizada em solo estadunidense.
     No dia seguinte, D. Kurt Burnette, Bispo da Eparquia Católica Bizantina de Passaic, à qual pertencia a família Demjanovich, presidiu uma Missa celebrada na paróquia onde ela fora batizada, Igreja de São João Batista em Bayonne.
     De acordo com a Vice Postuladora da Causa da Irmã Miriam Teresa, Irmã Maria José, S.C., a mensagem da nova beata é que “todos são chamados à santidade”. A jovem Beata que viveu apenas 26 anos devido à sua precária saúde, após seu ingresso no Instituto só viveu dois anos, mas se destacou por sua busca pela perfeição e por uma extraordinária relação mística com Deus. De forma póstuma, foi publicado um livro de sua autoria sob o título de “Maior Perfeição”.
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Notas:
[1] Rutênia é a região da Europa que pertencia aos estados eslavos orientais.  Atualmente se encontra dividida entre vários estados.  Na atualidade podemos chamar de rutênio aos ucranianos orientais e, em muitos casos, aos ucranianos que pertencem à Igreja Católica Bizantina Rutena ou à Igreja Greco-católica Ucraniana, duas igrejas católicas orientais pertencentes à atual Ucrânia.
[2] A Beata sentiu o chamado à vida consagrada na mesma congregação que a educou, as Irmãs da Caridade de Santa Isabel, fundada no ano de 1809, em Maryland, por Santa Isabel Ana Seton, no espírito de São Vicente de Paula e Santa Luísa de Marillac, que se dedica a educação, cuidados aos doentes, serviços sociais em 22 dioceses dos Estados Unidos, e em El Salvador e Haiti.
[3] OSB: Ordem de São Bento (em latim: Ordo Sancti Benedicti).