Ao concluir o ensino
escolar básico, se dedicou aos afazeres domésticos e ao trabalho no campo. Fez
uma tentativa de vida religiosa, mas ao perceber que Deus não a chamava a viver
naquele local, voltou para a casa paterna, onde se entregou ao trabalho, à oração
e ao apostolado, alimentando sempre sua vocação.
Finalmente, no dia 12 de novembro
de 1867, aos 19 anos de idade, ingressou no mosteiro das Irmãs Capuchinhas de
Maria Hilf, de vida contemplativa, em Altstätten,
próximo de Saint Gallen, ao norte da Suíça.
Em 4 de maio de 1868
vestiu o hábito franciscano, tomando o nome religioso de Maria Bernarda do
Sagrado Coração de Maria. Fez a profissão religiosa em 4 de outubro de 1869.
Por suas profundas
virtudes e qualidades humanas, logo foi nomeada mestra de noviças e mais tarde,
em 1880, tornou-se superiora, cargo que ocupou até sua partida para as missões.
Quando Mons. Pedro
Schumacher, Bispo de Portoviejo (Equador), escreveu relatando o total abandono
em que viviam as pessoas daquelas terras, e oferecendo sua diocese como campo
missionário, Madre Maria Bernarda se convenceu que aquele convite era um claro
chamado de Deus para ela ir anunciar o Evangelho e fundar uma casa filial do
mosteiro de Altstätten em terras equatorianas.
Após vencer a
resistência inicial das autoridades eclesiásticas e obter a permissão
pontifícia para deixar o mosteiro, no dia 19 de junho de 1888 se dirigiu, com
seis companheiras, a Le Havre, França, onde as sete embarcaram rumo ao Equador.
Quando chegaram ao
Equador, o bispo indicou às Irmãs o povoado de Chone, lugar difícil e
abandonado espiritualmente, que contava com uns 13 mil habitantes. Na missão de
Chone, Madre Maria Bernarda contou com a ajuda das seis Irmãs, entre as quais a
Bem-aventurada Maria Caridade Brader.
Madre Maria Bernarda
colocou na base de sua atividade missionária a oração, a pobreza, a fidelidade
à Igreja e o exercício das obras de misericórdia. As Irmãs se encarregaram da
educação das crianças e dos jovens; visitavam e assistiam os doentes e os pobres.
A semente plantada
por esta grande mulher germinou e frutificou. Surgiram várias casas filiais no
Equador. Mas sua obra também foi marcada pela Cruz: pobreza absoluta, clima
tórrido, inseguranças e dificuldades de toda espécie, junto a mal-entendidos
por parte das autoridades eclesiásticas e separação de algumas Irmãs de sua
primeira fundação no Equador.
O passo inicial que
tinha por fim a fundação de uma filial missionária do mosteiro suíço acabou
sendo o início de um processo que converteu Madre Maria Bernarda em fundadora
de um novo Instituto, a Congregação das Irmãs Franciscanas Missionárias de
Maria Auxiliadora.
Em 1895, Madre Maria
Bernarda e mais 15 Irmãs, tiveram que fugir do Equador devido a uma violenta
perseguição contra a Igreja, e partiram para Cartagena, na Colômbia. Durante a
travessia, receberam o convite de Mons. Eugenio Biffi, Bispo de Cartagena de
Índias, para trabalharem em sua diocese.
No dia 2 de agosto de
1895 chegaram ao porto de Cartagena e seguiram para a residência que lhes
indicara Mons. Biffi numa ala do hospital de mulheres chamado Obra Pia, onde
Madre Maria Bernarda morreu anos mais tarde.
O número das Irmãs
cresceu e a Congregação fundou casas na Colômbia, Áustria e Brasil. Madre
Bernarda permanecia temporadas com as Irmãs nos diversos locais, compartilhava
com elas seu trabalho e sua vida, era exemplo vivo de humildade evangélica,
edificava e animava a todas. Atendia com ternura e misericórdia a todos os
necessitados na alma e no corpo, rezava, exortava, escrevia com uma entrega
assombrosa.
Em 1911, cinco Irmãs
se estabeleceram no norte do Pará, em Óbidos. Desde essa casa, as Irmãs
ampliaram sua atuação para outras regiões do país: Quissamã, Três Arroios
e Erechim, Canoinhas
e no Mato Grosso.
Madre Bernarda
dirigiu a Congregação durante 32 anos, e quando renunciou a este serviço com
gratidão e humildade, continuou animando as Irmãs com seu exemplo, sua palavra
e seus inúmeros escritos, mina de doutrina e de fecundidade espiritual.
A Santa faleceu no
dia 19 de maio de 1924, na Obra Pia, aos 76 anos de idade, 56 de vida religiosa
e 36 de missionária na América Latina. Foi beatificada em 29 de outubro de 1995
com outras filhas espirituais de São Francisco: Maria Teresa Sherer (cf. 16 de
junho) e Margarida Bays (cf. 27 de junho).
A Congregação fundada
por Madre Maria Bernarda conta com 840 freiras que atuam em escolas, hospitais
e projetos de assistência a pessoas com deficiências. Sua principal área de
apostolado é a América Latina,
mas encontram-se
também na Europa
(Áustria
e Suíça)
e na África (Chad e Mali).
Foi canonizada no dia 12 de outubro de 2008 pelo Papa Bento XVI. Sua festa é celebrada
no dia 19 de maio.
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