A
Princesa Adele Amalie Gallitzin nasceu em Berlim, em 28 de agosto de 1748; faleceu
em Angelmodde, perto de Münster, Westphalia, a 17 de abril de 1806. Ela era
filha do general prussiano Conde von Schmettau e foi educada na fé católica,
embora logo se tenha afastado de sua religião. Em 1768, ela se casou com o
príncipe russo Dimitry Alexejewitsch Gallitzin, que estava sob as ordens do
embaixador de Catarina II em Paris, Turim e Haia. Em cada uma dessas capitais,
a princesa, graças à sua beleza e suas qualidades eminentes de mente e coração,
desempenhou um papel brilhante.
Com a idade de vinte e quatro anos, ela abandonou a sociedade de repente e se
dedicou à educação de seus filhos. Ela aplicou-se assiduamente ao estudo da
matemática, da filologia clássica e da filosofia sob o notável filósofo Franz
Hemsterhuis, que acendeu seu entusiasmo pelo idealismo socrático-platônico, e
mais tarde sob o nome de “Diokles” dedicou-lhe o “Diotima”, famoso “Lettres sur
l'atheisme”.
A reforma educacional introduzida por
Franz v. Furstenberg, Vigário Geral de Münster, induziu-a a morar na capital da
Vestefália. Ali ela logo se tornou o centro de um grupo de intelectuais
liderados por Furstenberg. Este círculo também incluía os professores de ginásio
(que ela incitou ao estudo mais profundo de Platão), Overberg, o reformador da
educação escolar popular, Clemens Augustus von Droste-Vischering, o Conde
Leopold von Stolberg, o profundo filósofo Hamann, que foi enterrado em seu
jardim. O poeta Cláudio do "Bote das Varinhas" também era um
visitante familiar, e Goethe mencionava que eram as horas que ele passava nesse
círculo as suas mais agradáveis recordações. A leitura da Sagrada Escritura,
necessária para a educação religiosa de seus filhos, e seu constante
intercâmbio com nobres almas católicas, levou-a a retornar às convicções
religiosas.
A Princesa em 1800 recebendo um casal recém convertido |
Em
28 de agosto de 1786, por insistência de Overberg, ela se aproximou do tribunal
de penitência pela primeira vez em muitos anos. Logo depois ela fez deste padre
zeloso seu capelão. Sob sua influência, ela sofreu uma mudança completa que
afetou todo o seu relacionamento. Sua vida religiosa adquiriu um crescimento
maior e produziu o fruto mais admirável. Ela se tornou o centro da atividade
católica em Münster. Naqueles tempos revolucionários e sem Deus, ela previa a
disseminação de escritos religiosos, dava apoio à fé religiosa de muitos de
seus amigos e induzia outros, entre eles o Conde Stolberg, a fazer as pazes com
a Igreja.
Sua gentil caridade amenizou a angústia de
muitos, e pronta e generosamente auxiliou padres pobres e destituídos. Para
círculos extensos, ela era um modelo de vida religiosa, e sua atividade social
era, para muitos, uma bênção providencial. Partes de sua correspondência e
diário foram publicadas por Scheuter (Münster, 1874-76) em três partes. Esta
senhora admirável foi a mãe do conhecido missionário americano Príncipe
Demetrius Gallitzin (*).
PATRICIUS
SCHLAGER (Catholic Encyclopedia)
(*) O príncipe
Demetrius Augustine Gallitzin era um emigrado aristocrata russo e sacerdote
católico conhecido como O Apóstolo dos Alleghenies. Desde 2005, existe a possibilidade
de sua canonização pela Igreja Católica.
Tendo crescido como um ateu, após a conversão de sua mãe, o Príncipe Demetrius estudou sistemas religiosos para ver se algum lhe convinha. Como resultado, ele concluiu que o Catolicismo Romano era o único caminho para a salvação e se tornou católico.
Ele viajou então para o recém-formado EUA
para estudar engenharia, e para sua alegria encontrou vários católicos.
Determinado a construir a Igreja, ainda que contra os desejos de seus parentes
ortodoxos, ele ingressou no seminário e foi ordenado em 1795.
Em 1799 ele se tornou pároco de uma
freguesia de uma dezena de membros em Pennsylvania. Ele trabalhou
incansavelmente para trazer o Catolicismo para os pioneiros do Centro Sul da
Pennsylvania. Herdeiro de uma das maiores fortunas da Europa, ele comprou
terras para católicos e financiou muitas novas e crescentes paróquias.
Conhecido como “O Apóstolo dos Alleghenies”,
sua responsabilidade cresceu para 10 mil membros numa área que incluía as
dioceses de Altoona/Johnstown.
Quarenta e um anos após iniciar seu
trabalho na América, ele faleceu num Domingo de Páscoa, dia 6 de maio de 1840.
Em todos esses anos ele jamais tomou um centavo de seu salário, embora a Rússia
tenha confiscado muito da sua fortuna porque ele se converteu ao Catolicismo.
As dioceses de Altoona/Johnstown esperam e
rezam para que um dia seu Príncipe Demetrius seja canonizado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário