A
observância desta festa é muito antiga. Embora não haja evidências documentais
de sua existência anteriores ao século V, Santo Agostinho afirma que ela é de
origem apostólica e de uma forma que deixa claro que ela já era observada
universalmente por toda a Igreja antiga muito antes de seu tempo. Menções
frequentes a ela aparecem nas obras de São João Crisóstomo, São Gregório de
Nissa e na “Constituição dos Apóstolos”.
“Peregrinação de Egéria” fala de uma vigília
antes da festa e da festa em si, eventos que ela testemunhou na igreja
construída sobre a gruta na qual os fiéis acreditam ter nascido Jesus em Belém.
É possível que antes do século V, o evento narrado nos Evangelhos tenha sido
comemorado em conjunto com a Páscoa ou o Pentecostes. Alguns acreditam que o
controverso e muito debatido decreto 43 do Sínodo de Elvira (c. 300), condenando a prática de
observar uma festa no quadragésimo dia depois da Páscoa e de esquecer de
comemorar o Pentecostes no quinquagésimo, implica que a prática apropriada na
época era comemorar a Ascensão junto com o Pentecostes.
Representações artísticas do evento
aparecem em dípticos e afrescos a partir do século V.
Ocidente
Os
termos em latim para a festa, "ascensio" e, ocasionalmente, "ascensa",
significam que Cristo ascendeu através de seus próprios poderes e é destes
termos que o dia santo derivou seu nome. Os três dias antes da quinta-feira da
Ascensão são, às vezes, chamados de “Dias de rogação" e o domingo
anterior, o sexto da Páscoa (ou quinto "depois" da Páscoa), “Domingo
de rogação". A Ascensão prevê uma vigília e, desde o século XV, uma oitava,
que já é uma novena preparatória para o Pentecostes conforme as instruções do
Papa Leão XIII.
No Cristianismo ocidental a data mais cedo
possível para a festa é 30 de abril e a mais tarde, 3 de junho.
Observância dominical
Como em diversos países não se observava a
festa como feriado público, foi conseguida uma permissão do Vaticano para mudar
a observância da Ascensão da
quinta-feira para o domingo seguinte, o domingo antes do Pentecostes. Este
relaxamento está de acordo com a tendência de mover os dias de obrigação de
dias da semana para os domingos para encorajar mais católicos a observar as
festas consideradas mais importantes. A decisão de mudar a data é tomada pelos
bispos de uma província eclesiástica, ou seja, um arcebispo e seus bispos.
A mudança para a observância dominical foi
realizada em 1992 pelos católicos da Austrália; antes de 1996 em partes da
Europa; em 1996 para os católicos da Irlanda; antes de 1998 para os do Canadá e
de partes do oeste dos Estados Unidos; para os católicos de muitas outras
partes dos Estados Unidos em 1999 e para os da Inglaterra e Gales a partir de
2007.
Ladainhas Maiores
Na antiga Igreja esses dias de orações
eram muitas vezes prescritos. Ora eram regulares e se celebravam anualmente,
ora eram extraordinários e prescritos em necessidades particulares como por
exemplo para afastar a peste. As Ladainhas maiores datam da época que precedeu
a S. Gregório I (cerca de 600). Este Papa fixou sua data em 25 de abril, dia em
que, segundo a tradição, S. Pedro chegara pela primeira vez a Roma. Ele
instituiu a igreja de S. Pedro como a igreja da estação.
A Roma pagã celebrava nesse dia a
“robigália”, procissão em honra de um deus pagão. As Ladainhas substituíram
estas festas. A festa de S. Marcos não tem relação com as Ladainhas maiores e só
foi marcada, muito depois, para 25 de abril. A procissão realiza-se por isso
neste dia, mesmo quando a festa de S. Marcos é transferida para outro dia.
A cerimônia consiste na procissão das
Ladainhas e o ofício da estação que se segue. Na procissão temos um último
vestígio das procissões de estação de que os Cristãos de outrora gostavam tanto
e que faziam quase cotidianamente durante a Quaresma e a semana de Páscoa. Eles
se reuniram em uma igreja chamada igreja da reunião (ecclesia
collecta) de onde vem o nome da oração camada Coleta. Dali se dirigiam em
procissão com o Bispo e o clero a uma outra igreja; no caminho os fiéis
recitavam as ladainhas dos Santos com o Kyrie eleison. A segunda igreja se
chamava: igreja da estação (statio). Celebrava-se nela a Santa Missa.
Os quatro dias das Ladainhas nos
conservaram esse uso venerando que nos é tão caro. Realmente não devemos
somente orar com perseverança, mas orar em comum. A essa
oração perseverante e em comum, Cristo prometeu a força e o
sucesso. Na procissão cantam-se as antigas Ladainhas dos Santos nas quais
imploramos para todas as nossas necessidades a intercessão de toda a Igreja
triunfante. As Orações finais das Ladainhas são belíssimas e muito edificantes.
(Dom Pius
Parsch, Testemunhas do Cristo, 1951)
https://pusillusgrex.org/2018/04/25/ladainhas-maiores/
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