Os séculos foram passando e a capelinha de
São Bartolomeu foi esquecida, só sobraram suas ruínas, mas... A parede com a
imagem da Virgem e o Menino Jesus ficou inteira. Em torno da pintura a hera,
uma trepadeira, formou uma moldura verde.
Estamos agora no ano de 1946 e os camponeses que passam pelas ruínas da capela, a caminho do trabalho na roça, saúdam a “Nossa Senhora da Estrela”. Nesse mesmo ano Pio IX é eleito Papa.
Enquanto isso, desde 1859, começaram a circular boatos de canções suaves vindas das ruínas ao redor da capela de São Bartolomeu. Ninguém sabia dizer algo preciso, mas, criou-se um sentimento de medo do lugar... Será que são fantasminhas cantando? Diziam os camponeses.
Em 1860 uma mulher muito querida de todos que depois se tornou Santa, Dona Bonifazi, já muito doente, mandou dizer para o pároco que Nossa Senhora queria ser homenageada na igreja da Estela e, que por isso, deveria ser restaurada, mas esse padre não acreditou nela e disse que, se Nossa Senhora queria restaurar a capela, teria que fornecer os meios necessários.
Algum tempo depois uma pessoa que vendia antiguidades pediu a pintura para o Bispo. Foi lá nas ruínas com uns pedreiros para tentar tirá-la do lugar, mas uma grande serpente saiu dos escombros e todos saíram correndo…
A SENHORA DE VESTIDO VERMELHO
Não longe do local da igreja vivia a família de um pobre agricultor. Um dos seus filhos, de cinco anos, chamava-se Federico Cionchi, apelidado de “Righetto”. Ele costumava brincar com sua irmãzinha junto às ruínas da Igrejinha. Ele contou: “Eu tinha cerca de 5 anos. Um dia em torno da periferia da capela de São Bartolomeu, ouvi chamar-me: “Righetto”. Fui até a capela e vi que era uma senhora vestida de vermelho, muito bonita. Ela sorriu, veio até mim e, com a mão direita, pegou a minha mão. Disse-me coisas que eu não consigo dizer, apenas lembro: “Righetto, seja bom”.
Sua irmã Rosa não viu nada e em casa ninguém deu importância. Todas as manhãs, Righetto dizia: “Mãe, estou indo ver a Nossa Senhora”.
A notícia de que na Igreja de São Bartolomeu a Nossa Senhora foi vista foi espalhada imediatamente. As pessoas lembraram do que disse Santa Bonifazi e muitos acreditaram. Tudo isto aconteceu entre os últimos meses de 1861 e no início dos anos 1862.
Um dia, em meio a multidões sobre a colina de São Bartolomeu, Righetto entre peregrinos viu um sacerdote Passionista. A criança aproximou dele, e apontando para o local onde mais tarde surgiu o Santuário, disse: “Vocês devem ser os que ficarão aqui.”
Um dia, o Giovanni Estrelani jovem tuberculoso de 30 anos, doente terminal que lutava com a morte estava numa viagem de peregrinação a Spoleto, onde é venerada a Nossa Senhora. Mas passando pela aldeia de São Lucas, sentiu-se desmaiar. Uma boa mulher o levou para casa e sabendo o motivo da visita, disse: “Por que ir tão longe quando temos a Nossa Senhora a poucos passos?” E lhe falou da imagem nas ruínas de Bartolomeu. O jovem então foi levado até as ruínas. Ele contou: “Bastou colocar-me em pé ali e eu parecia estar no paraíso, me senti outro, em mim circulou um sangue novo para a vida, recuperei as forças e voltei sem ajuda, sozinho”. A notícia do milagre se espalhou.
O Arcebispo Arnaldi de Spoleto foi pessoalmente a São Bartolomeu. Ficou chocado com a visão de milhares de pessoas se reunindo em oração, e chorou de emoção. E no dia 25 de maio, voltou lá em solene procissão. No primeiro domingo de abril, o monte de São Bartolomeu estava repleto de peregrinos que vinham até mesmo de Foligno, Perugia, Spoleto e Terni.
As lágrimas do arcebispo tinham sua razão: a Igreja passava por muitos sofrimentos e perseguições. Foi a época da unificação da Itália, que ainda não tinha um governo só, era dividida em estados cada um independente do outro, um governado por um rei, outro era uma república e outro pelo Papa. O estado governado pelo papa era o mais próspero, porque as pessoas não tinham que pagar altos impostos como nos outros e tinham uma vida mais tranquila, por isso o povo que vivia no estado pontifício não queria a unificação. Pior, o papa bem tentou um acordo, mas ninguém queria ceder, começaram as revoluções. Nessa época, Dom Bosco colocou todos os seus meninos para orarem muito pelo Papa.
O governo piemontês, já desligado do domínio temporal da Santa Sé, permitiu a peregrinação porque não tinha como segurar o povo, mas colocou a polícia cercando o local. Fizeram de tudo para desacreditar a aparição em seus jornais: “fantasia, enfermidade, fanatismo”. E por fim prenderam o Arcebispo Arnaldi por 10 meses, dizendo que ele inventou essas aparições para apoiar o Papa.
E o povo? Não davam ouvidos às autoridades: começaram a construir uma nova Igreja ao redor da pintura, um santuário e, a pedido do Arcebispo, acrescentaram ao título da imagem milagrosa da Nossa Senhora da Estrela, o título litúrgico de “Auxilium Christianorum” (Auxílio dos Cristãos).
O Papa Pio IX ficou muito feliz em saber disso tudo, porque ele disse: “Nos momentos em que a Igreja passa por grandes sofrimentos, Nossa Senhora sempre vem em nosso auxílio”. E em 24 de maio, em Roma, o Papa Pio IX presidiu uma grandiosa celebração em honra de Maria Auxiliadora, na Igreja de Santa Maria. Dom Bosco, em Turim, em apoio ao Papa, consagrou a Igreja que estava construindo à Nossa Senhora Auxiliadora.
O Santuário de Nossa Senhora da Estrela “Auxílio dos Cristãos” é lindo. E aqueles que vão para vê-lo, dizem: “Aqui sentimos verdadeiramente a presença de Deus!”
http://www.madonnadellastella.eu/index.php
E Righetto?
Ele ficou órfão ainda menino e ganhou uma bolsa de estudos do Papa Pio IX para estudar em Roma. Em 1 de janeiro de 1870, aos 13 anos, fez sua primeira comunhão. Em 1878, entrou na Congregação dos Padres Somascos em Roma, como um irmão leigo, trabalhando num orfanato como assistente de carpintaria. Em 1883, o irmão Righetto foi chamado para fazer parte da comunidade religiosa de Santa Maria Maggiore (Santa Maria Maior), de Treviso, onde permaneceu por 40 anos, como um sacristão do Santuário. Todos diziam dele: “É Um homem de grande inocência e humildade, contínua oração e muito trabalhador. Sua aparência é reservada. Tem muita paciência com todos e sempre foi aberto às necessidades dos outros, sempre com seu sorriso”. Já velhinho, muito doente, nunca se queixou e a quem perguntava sobre sua doença, ele respondia com um sorriso. Morreu em 31 de maio de 1923. E está em processo de beatificação Ele fez o que Nossa Senhora lhe pediu: “Seja bom”.
Pietro Donadel, de Treviso, entre seis e 14 anos de idade, até 1920, conviveu com o irmão Righetto. Ele testemunhou: “Eu era menino e minha família era muito pobre. Minha mãe disse: ‘Hoje não há nada para comer’ e ela me deu um pote de barro e me enviou à Igreja de Santa Maria Maggiore pedir comida. Me acolheu o Irmão Righetto. Sempre sorrindo, foi dizendo: “Você está aqui” e eu encheu o pote com muita bondade, fazendo de tudo para diminuir a minha vergonha e gagueira, em pedir esmolas. Eu voltei lá muitas vezes com o pote e sua maneira de dar esmolas era para mim uma verdadeira satisfação e um bom incentivo. Voltava para casa com grande alegria e dizia à minha mãe: ‘Eu encontrei Don Federico e ele encheu bem o pote e olha quantos pães ele me deu!’ Para atender às necessidades da família, comecei a trabalhar aos dez anos, mas continuei a assistir à Missa na Igreja de Santa Maria Maggiore. ainda mantenho a memória do Irmão Righetto, sacristão muito ativo, sempre bom para todos, na perseverança, em oração ajoelhando-se na capela de Nossa Senhora”.
Estamos agora no ano de 1946 e os camponeses que passam pelas ruínas da capela, a caminho do trabalho na roça, saúdam a “Nossa Senhora da Estrela”. Nesse mesmo ano Pio IX é eleito Papa.
Enquanto isso, desde 1859, começaram a circular boatos de canções suaves vindas das ruínas ao redor da capela de São Bartolomeu. Ninguém sabia dizer algo preciso, mas, criou-se um sentimento de medo do lugar... Será que são fantasminhas cantando? Diziam os camponeses.
Em 1860 uma mulher muito querida de todos que depois se tornou Santa, Dona Bonifazi, já muito doente, mandou dizer para o pároco que Nossa Senhora queria ser homenageada na igreja da Estela e, que por isso, deveria ser restaurada, mas esse padre não acreditou nela e disse que, se Nossa Senhora queria restaurar a capela, teria que fornecer os meios necessários.
Algum tempo depois uma pessoa que vendia antiguidades pediu a pintura para o Bispo. Foi lá nas ruínas com uns pedreiros para tentar tirá-la do lugar, mas uma grande serpente saiu dos escombros e todos saíram correndo…
A SENHORA DE VESTIDO VERMELHO
Não longe do local da igreja vivia a família de um pobre agricultor. Um dos seus filhos, de cinco anos, chamava-se Federico Cionchi, apelidado de “Righetto”. Ele costumava brincar com sua irmãzinha junto às ruínas da Igrejinha. Ele contou: “Eu tinha cerca de 5 anos. Um dia em torno da periferia da capela de São Bartolomeu, ouvi chamar-me: “Righetto”. Fui até a capela e vi que era uma senhora vestida de vermelho, muito bonita. Ela sorriu, veio até mim e, com a mão direita, pegou a minha mão. Disse-me coisas que eu não consigo dizer, apenas lembro: “Righetto, seja bom”.
Sua irmã Rosa não viu nada e em casa ninguém deu importância. Todas as manhãs, Righetto dizia: “Mãe, estou indo ver a Nossa Senhora”.
A notícia de que na Igreja de São Bartolomeu a Nossa Senhora foi vista foi espalhada imediatamente. As pessoas lembraram do que disse Santa Bonifazi e muitos acreditaram. Tudo isto aconteceu entre os últimos meses de 1861 e no início dos anos 1862.
Um dia, em meio a multidões sobre a colina de São Bartolomeu, Righetto entre peregrinos viu um sacerdote Passionista. A criança aproximou dele, e apontando para o local onde mais tarde surgiu o Santuário, disse: “Vocês devem ser os que ficarão aqui.”
Um dia, o Giovanni Estrelani jovem tuberculoso de 30 anos, doente terminal que lutava com a morte estava numa viagem de peregrinação a Spoleto, onde é venerada a Nossa Senhora. Mas passando pela aldeia de São Lucas, sentiu-se desmaiar. Uma boa mulher o levou para casa e sabendo o motivo da visita, disse: “Por que ir tão longe quando temos a Nossa Senhora a poucos passos?” E lhe falou da imagem nas ruínas de Bartolomeu. O jovem então foi levado até as ruínas. Ele contou: “Bastou colocar-me em pé ali e eu parecia estar no paraíso, me senti outro, em mim circulou um sangue novo para a vida, recuperei as forças e voltei sem ajuda, sozinho”. A notícia do milagre se espalhou.
O Arcebispo Arnaldi de Spoleto foi pessoalmente a São Bartolomeu. Ficou chocado com a visão de milhares de pessoas se reunindo em oração, e chorou de emoção. E no dia 25 de maio, voltou lá em solene procissão. No primeiro domingo de abril, o monte de São Bartolomeu estava repleto de peregrinos que vinham até mesmo de Foligno, Perugia, Spoleto e Terni.
As lágrimas do arcebispo tinham sua razão: a Igreja passava por muitos sofrimentos e perseguições. Foi a época da unificação da Itália, que ainda não tinha um governo só, era dividida em estados cada um independente do outro, um governado por um rei, outro era uma república e outro pelo Papa. O estado governado pelo papa era o mais próspero, porque as pessoas não tinham que pagar altos impostos como nos outros e tinham uma vida mais tranquila, por isso o povo que vivia no estado pontifício não queria a unificação. Pior, o papa bem tentou um acordo, mas ninguém queria ceder, começaram as revoluções. Nessa época, Dom Bosco colocou todos os seus meninos para orarem muito pelo Papa.
O governo piemontês, já desligado do domínio temporal da Santa Sé, permitiu a peregrinação porque não tinha como segurar o povo, mas colocou a polícia cercando o local. Fizeram de tudo para desacreditar a aparição em seus jornais: “fantasia, enfermidade, fanatismo”. E por fim prenderam o Arcebispo Arnaldi por 10 meses, dizendo que ele inventou essas aparições para apoiar o Papa.
E o povo? Não davam ouvidos às autoridades: começaram a construir uma nova Igreja ao redor da pintura, um santuário e, a pedido do Arcebispo, acrescentaram ao título da imagem milagrosa da Nossa Senhora da Estrela, o título litúrgico de “Auxilium Christianorum” (Auxílio dos Cristãos).
O Papa Pio IX ficou muito feliz em saber disso tudo, porque ele disse: “Nos momentos em que a Igreja passa por grandes sofrimentos, Nossa Senhora sempre vem em nosso auxílio”. E em 24 de maio, em Roma, o Papa Pio IX presidiu uma grandiosa celebração em honra de Maria Auxiliadora, na Igreja de Santa Maria. Dom Bosco, em Turim, em apoio ao Papa, consagrou a Igreja que estava construindo à Nossa Senhora Auxiliadora.
O Santuário de Nossa Senhora da Estrela “Auxílio dos Cristãos” é lindo. E aqueles que vão para vê-lo, dizem: “Aqui sentimos verdadeiramente a presença de Deus!”
Ele ficou órfão ainda menino e ganhou uma bolsa de estudos do Papa Pio IX para estudar em Roma. Em 1 de janeiro de 1870, aos 13 anos, fez sua primeira comunhão. Em 1878, entrou na Congregação dos Padres Somascos em Roma, como um irmão leigo, trabalhando num orfanato como assistente de carpintaria. Em 1883, o irmão Righetto foi chamado para fazer parte da comunidade religiosa de Santa Maria Maggiore (Santa Maria Maior), de Treviso, onde permaneceu por 40 anos, como um sacristão do Santuário. Todos diziam dele: “É Um homem de grande inocência e humildade, contínua oração e muito trabalhador. Sua aparência é reservada. Tem muita paciência com todos e sempre foi aberto às necessidades dos outros, sempre com seu sorriso”. Já velhinho, muito doente, nunca se queixou e a quem perguntava sobre sua doença, ele respondia com um sorriso. Morreu em 31 de maio de 1923. E está em processo de beatificação Ele fez o que Nossa Senhora lhe pediu: “Seja bom”.
Pietro Donadel, de Treviso, entre seis e 14 anos de idade, até 1920, conviveu com o irmão Righetto. Ele testemunhou: “Eu era menino e minha família era muito pobre. Minha mãe disse: ‘Hoje não há nada para comer’ e ela me deu um pote de barro e me enviou à Igreja de Santa Maria Maggiore pedir comida. Me acolheu o Irmão Righetto. Sempre sorrindo, foi dizendo: “Você está aqui” e eu encheu o pote com muita bondade, fazendo de tudo para diminuir a minha vergonha e gagueira, em pedir esmolas. Eu voltei lá muitas vezes com o pote e sua maneira de dar esmolas era para mim uma verdadeira satisfação e um bom incentivo. Voltava para casa com grande alegria e dizia à minha mãe: ‘Eu encontrei Don Federico e ele encheu bem o pote e olha quantos pães ele me deu!’ Para atender às necessidades da família, comecei a trabalhar aos dez anos, mas continuei a assistir à Missa na Igreja de Santa Maria Maggiore. ainda mantenho a memória do Irmão Righetto, sacristão muito ativo, sempre bom para todos, na perseverança, em oração ajoelhando-se na capela de Nossa Senhora”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário