Irmã
Francisca de Jesus Maria, infelizmente pouco conhecida mesmo nos ambientes
católicos do Brasil, é irmã da Madre Jacinta de São José, fundadora do Carmelo
Descalço no Brasil.
Nasceu Francisca no Rio de Janeiro, em 1719, sendo a última dos quatro filhos de José Rodrigues Ayres e Da. Maria Lemos Pereira, ambos pertencentes a famílias católicas e abastadas. O virtuoso casal proporcionou a seus filhos, dos quais três abraçaram o estado religioso, sólida formação.
Francisca, reconhecendo desde logo o modo extraordinário pelo qual a Providência divina dirigia sua irmã Jacinta, deixou-se docilmente guiar por ela, apesar da diferença de apenas quatro anos na idade. Obedecia-a como sua superiora e, desde a infância, empregavam ambas o tempo que lhes sobrava, após as ocupações domésticas, em leitura espiritual, meditação, silêncio, mortificação e penitências rigorosíssimas.
Cilícios como presentes
Um fato surpreendente para nossa época ocorreu nessa família: José Ayres, compreendendo que um desígnio especial pairava sobre suas filhas, não só não proibia, mas incentivava as santas inclinações de ambas, chegando a dar-lhes cilícios como presente de Natal, certo de agradá-las com este gesto, como também a Deus.
Francisca ainda não atingira os 12 anos de idade quando Jacinta expôs-lhe as vantagens do estado religioso, resolvendo ambas, então, abandonar o mundo para se encerrar no claustro.
Embora recebessem do pai todo apoio, encontraram por parte da mãe uma oposição peremptória. A morte repentina do pai submeteu-as por completo à vontade materna, sem contudo deixarem as duas irmãs de viver em casa como se estivessem num convento, ao mesmo tempo que cumpriam fielmente seus deveres filiais. As duas irmãs compraram uma chácara, em local deserto do Morro do Desterro, adaptando as toscas habitações nela existentes, onde as duas irmãs iniciaram a vida em comum.
O prêmio da obediência
Um dia, Jacinta, na qualidade de superiora, dirigiu-se a Francisca e mandou-lhe plantar alguns pedregulhos, por estarem precisando de coentro, planta medicinal da família das umbelíferas.
Francisca
obedeceu incontinenti, regando todos os dias o que plantara, como se se
tratasse de preciosas sementes. Deus Nosso Senhor abençoou aquele ato de
obediência operando o milagre: daqueles pedregulhos nasceram magníficos
coentros.
Obediência após a morte
Em consequência do excessivo
trabalho e das austeridades, Francisca foi atacada de congestão pulmonar.
Durante os grandes sofrimentos da última doença, guardou sempre o mesmo
semblante sereno e alegre. No dia 13 de julho de 1748, entregou a
alma a Deus, aos 30 anos de idade.
Quando
Madre Jacinta a foi amortalhar com algumas outras jovens, que a elas se tinham
associado na mesma vida de austeridade, era tal a flexibilidade do corpo de
Francisca, que sua irmã não conseguia colocar nele as meias. Disse-lhe, então,
Madre Jacinta: "Francisca, não estareis quieta com essas
pernas?" Imediatamente o cadáver suspendeu-as, de maneira a
facilitar o trabalho da irmã.
Entretanto, a notícia da morte da serva de Deus e do estado de seu corpo percorreu a cidade. Inúmeras autoridades vieram presenciar o milagre. O corpo foi depositado provisoriamente num sepulcro, mas o povo, acorrendo em massa para ver a "bem-aventurada" - como a chamavam - abriu a sepultura e o caixão. Uns moviam-lhe os braços, outros lhe abriam os olhos, admirados e louvando a Deus.
Dias depois, os Irmãos Terceiros Franciscanos, querendo para si aquele tesouro, apesar do desejo contrário da Madre Jacinta, que desejava ter o corpo junto a si - com insistência e quase com violência - começaram a transportar os santos despojos para sepultá-los em sua igreja. Jacinta, no entanto, ordenou ao cadáver: "Francisca, veste-te de corrupção!". Imediatamente desapareceram todos os vestígios gloriosos e o corpo se corrompeu. Os Irmãos Terceiros, admirados, retiraram-se. Apenas tinham eles se afastado, o corpo recuperou sua incorruptibilidade anterior, sendo em seguida revestido com o hábito do Carmo e sepultado na capela do convento, onde se encontra até hoje.
Fontes:
Notícias históricas pelas religiosas do Convento de Sta. Teresa, Rio de
Janeiro; Frei Nicolau de São José OCD, "Vida da Serva de Deus Madre
Jacinta de São José", Est de Artes Graf C Mendes Jr., Rio de Janeiro,
1933.
Nota: Para
conhecer a Madre Jacinta de São José e a história do Carmelo de Sta. Teresa
Madre Jacinta de São José, Carmelita – 2 de outubro
http://heroinasdacristandade.blogspot.com › 2016/10
Postado neste blog em 12
de julho de 2012
Nasceu Francisca no Rio de Janeiro, em 1719, sendo a última dos quatro filhos de José Rodrigues Ayres e Da. Maria Lemos Pereira, ambos pertencentes a famílias católicas e abastadas. O virtuoso casal proporcionou a seus filhos, dos quais três abraçaram o estado religioso, sólida formação.
Francisca, reconhecendo desde logo o modo extraordinário pelo qual a Providência divina dirigia sua irmã Jacinta, deixou-se docilmente guiar por ela, apesar da diferença de apenas quatro anos na idade. Obedecia-a como sua superiora e, desde a infância, empregavam ambas o tempo que lhes sobrava, após as ocupações domésticas, em leitura espiritual, meditação, silêncio, mortificação e penitências rigorosíssimas.
Cilícios como presentes
Um fato surpreendente para nossa época ocorreu nessa família: José Ayres, compreendendo que um desígnio especial pairava sobre suas filhas, não só não proibia, mas incentivava as santas inclinações de ambas, chegando a dar-lhes cilícios como presente de Natal, certo de agradá-las com este gesto, como também a Deus.
Francisca ainda não atingira os 12 anos de idade quando Jacinta expôs-lhe as vantagens do estado religioso, resolvendo ambas, então, abandonar o mundo para se encerrar no claustro.
Embora recebessem do pai todo apoio, encontraram por parte da mãe uma oposição peremptória. A morte repentina do pai submeteu-as por completo à vontade materna, sem contudo deixarem as duas irmãs de viver em casa como se estivessem num convento, ao mesmo tempo que cumpriam fielmente seus deveres filiais. As duas irmãs compraram uma chácara, em local deserto do Morro do Desterro, adaptando as toscas habitações nela existentes, onde as duas irmãs iniciaram a vida em comum.
O prêmio da obediência
Um dia, Jacinta, na qualidade de superiora, dirigiu-se a Francisca e mandou-lhe plantar alguns pedregulhos, por estarem precisando de coentro, planta medicinal da família das umbelíferas.
Obediência após a morte
Madre Jacinta de S José |
Entretanto, a notícia da morte da serva de Deus e do estado de seu corpo percorreu a cidade. Inúmeras autoridades vieram presenciar o milagre. O corpo foi depositado provisoriamente num sepulcro, mas o povo, acorrendo em massa para ver a "bem-aventurada" - como a chamavam - abriu a sepultura e o caixão. Uns moviam-lhe os braços, outros lhe abriam os olhos, admirados e louvando a Deus.
Dias depois, os Irmãos Terceiros Franciscanos, querendo para si aquele tesouro, apesar do desejo contrário da Madre Jacinta, que desejava ter o corpo junto a si - com insistência e quase com violência - começaram a transportar os santos despojos para sepultá-los em sua igreja. Jacinta, no entanto, ordenou ao cadáver: "Francisca, veste-te de corrupção!". Imediatamente desapareceram todos os vestígios gloriosos e o corpo se corrompeu. Os Irmãos Terceiros, admirados, retiraram-se. Apenas tinham eles se afastado, o corpo recuperou sua incorruptibilidade anterior, sendo em seguida revestido com o hábito do Carmo e sepultado na capela do convento, onde se encontra até hoje.
Madre Jacinta de São José, Carmelita – 2 de outubro
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