Gema Maria Humberta Pia Galgani, Gema
Galgani, como é mais conhecida, nasceu a 12 de março de 1878 em Borgo Nuovo, um
vilarejo situado perto de Lucca, Norte da Itália.
Seu pai era um próspero químico e descendente do Beato Giovanni Leonardi. A mãe de Gema era também de origem nobre. Henrique Galgani e Aurélia Landi proporcionaram um ambiente de virtude favorável para desabrochar uma grande santa dos tempos modernos. Os Galgani eram uma família católica tradicional que foi abençoada com oito filhos. Batizaram a filha como "Gemma" que, em italiano, significa joia.
Ela foi a quinta a nascer e a primeira menina da família, desenvolveu uma atração irresistível pela oração desde muito pequena. Essa atração pela oração lhe veio de sua piedosa mãe, que lhe ensinou a fé católica; foi ela também que infundiu em Gema o amor por Nosso Senhor Jesus Cristo Crucificado.
Já aos cinco anos lia o Ofício de Nossa Senhora e o dos defuntos. A piedade desenvolvera nela uma majestade de porte que não se costuma encontrar em idade infantil.
Em setembro de 1885, sua mãe morreu de tuberculose, deixando a filha instalada na casa da tia materna, Elena Landi. Algum tempo depois, Gema regressou para junto do pai e ingressou como externa no colégio das Irmãs de Santa Zita, fundado pela Beata Elena Guerra.
Embora fosse a mais jovem aluna de sua classe, inspirava tal respeito, que era tratada como a mais velha. Nada se fazia sem ela e todas as colegas a estimavam. Com fisionomia serena, mostrava-se sempre a mesma, fosse elogiada ou repreendida.
Aos nove anos, a menina desejava ardentemente receber a Sagrada Eucaristia e suplicou durante muito tempo ao confessor, Mons. Giovanni Volpi, ao pai e às mestras: “Dai-me Jesus e vereis que serei mais sábia, não cometerei mais pecados, não serei mais a mesma!”
O sacerdote acabou por autorizar sua 1ª. Comunhão,
contrariando os costumes da época, em tão tenra idade. O fato ocorreu na festa
do Sagrado Coração de Jesus de 1887. “O que se passou naquele momento entre
mim e Ele, não saberia exprimi-lo. Jesus fez-Se sentir em minha alma de uma
maneira muito forte. Compreendi, então, que as delícias do Céu não são como as
da Terra. Sentia-me tomada pelo desejo de tornar contínua aquela união entre
mim e Jesus”.
Desde muito cedo Gema experimentava fenômenos sobrenaturais como visões, êxtases, revelações, manifestações sobrenaturais miraculosas e estigmas periódicos.
Seu pai faleceu quando Gema tinha 18 anos e ela passou a residir na casa de Mateo Giannini como serviçal doméstica. Ela desejava entrar para o convento das Passionistas em Lucca, no qual o seu confessor era diretor espiritual, mas devido à sua fragilidade física, saúde precária, que incluía uma meningite espinhal, e por ter visões místicas, foi rejeitada. Mais tarde, Gema curou-se graças à intercessão de São Gabriel da Virgem Dolorosa.
Aos 21 anos era humilde, dócil, respeitosa, incapaz de uma leviandade ou de um capricho. Ouvia duas missas antes que os outros levantassem: uma em preparação para a comunhão e outra em ação de graças. Ao regressar da igreja, juntava-se imediatamente às criadas para cuidar dos mais novos, tirar água, arrumar os quartos, lavar a louça, auxiliar a cozinheira e atender aos enfermos da casa.
Mesmo depois de ter visto a face de Jesus Crucificado, sofrido com Ele e contemplado os grandes mistérios da Redenção, encontrava-se perfeitamente disposta a presidir os divertimentos das crianças.
O Sacerdote que frequentava a casa dos Giannini comentou que ela praticava as virtudes com tanto entusiasmo, constância e serenidade de espírito que pareciam ser naturais para ela. Estava acostumada a praticar com heroísmo a virtude da obediência. E, de modo especial, em relação à palavra do Pe. Germano de Santo Estanislau, C.S.S.R., seu diretor espiritual.
Entre 1899 e 1901 Gema sofreu por 18 meses os estigmas da Crucificação de Cristo (stigmata), além das marcas dos espinhos e dos açoites de Jesus. Experimentou visões de Cristo e da Virgem Maria e do seu Anjo da Guarda. Quando em êxtase, fenômenos sobrenaturais (supranormais) manifestavam-se nela, entre os quais a mudança do som de sua voz e o falar em linguagem usada na época de Cristo (aramaico), da qual não poderia ter conhecimento, visto que apenas poucos luminares em Roma foram capazes de decifrar suas visões e revelações (fenômeno conhecido como glossolalia religiosa).
Gema tinha uma imensa devoção à Sagrada Eucaristia. Ela escreveu ao seu diretor espiritual: "Se o Senhor pudesse ver, provar, e se dar conta das boas dádivas que Jesus me dá! Digo, Pai, que não há um minuto em que eu não sinta a Sua doce presença. Ele se revela cada vez mais amoroso. Hoje, na Comunhão, Ele estava quase brincalhão, Ele disse: 'Vê, Gema, tenho no meu Coração uma filhinha que eu amo muito, e por quem Eu sou muito amado, (ela) está sempre me pedindo amor e pureza, e Eu, que sou o próprio Amor e a própria Pureza, derramei sobre ela tanto desses tesouros quanto é possível a uma criatura humana possuir. Sempre preservei a pureza do coração dessa criança como o coração de alguém escolhido pelo próprio Divino Esposo, e eu a preservei como um lírio imaculado do Paraíso em meu puro amor'".
Gema não esquecia nenhum meio de defesa contra os ataques que sofria por parte do demônio: cruz, relíquias dos santos, escapulários, exorcismos e, acima de tudo, recurso filial a Deus, à Maria Santíssima, ao Anjo da Guarda e ao seu diretor espiritual.
Morreu placidamente, sem agonia, na data de uma importante festa litúrgica, como sempre desejou: era uma hora da tarde do Sábado Santo, dia 11 de abril de 1903. Tinha apenas 25 anos.
Sua popularidade aumentou em 1943, quando foram publicadas suas cartas para o Pe. Germano. Além das memórias, dela nos restaram os colóquios de 150 êxtases, anotados pelas piedosas senhoras que a cercavam. Durante sua vida, a santa costumava recitar as Três Ave-Marias em homenagem à Imaculada Conceição, colocando as mãos sob os joelhos.
Foi beatificada em 1933 e canonizada pelo Papa Pio XII em 2 de maio de 1940.
Esta jovem italiana, falecida no início do século e quase desconhecida no Brasil, é certamente um providencial modelo de serenidade, espírito de renúncia, pureza e radicalidade antidemoníaca para a juventude intemperante e agitada da época do rock.
Fonte:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gemma_Galgani
Postado
neste blog em 10 de abril de 2013
Seu pai era um próspero químico e descendente do Beato Giovanni Leonardi. A mãe de Gema era também de origem nobre. Henrique Galgani e Aurélia Landi proporcionaram um ambiente de virtude favorável para desabrochar uma grande santa dos tempos modernos. Os Galgani eram uma família católica tradicional que foi abençoada com oito filhos. Batizaram a filha como "Gemma" que, em italiano, significa joia.
Ela foi a quinta a nascer e a primeira menina da família, desenvolveu uma atração irresistível pela oração desde muito pequena. Essa atração pela oração lhe veio de sua piedosa mãe, que lhe ensinou a fé católica; foi ela também que infundiu em Gema o amor por Nosso Senhor Jesus Cristo Crucificado.
Já aos cinco anos lia o Ofício de Nossa Senhora e o dos defuntos. A piedade desenvolvera nela uma majestade de porte que não se costuma encontrar em idade infantil.
Em setembro de 1885, sua mãe morreu de tuberculose, deixando a filha instalada na casa da tia materna, Elena Landi. Algum tempo depois, Gema regressou para junto do pai e ingressou como externa no colégio das Irmãs de Santa Zita, fundado pela Beata Elena Guerra.
Embora fosse a mais jovem aluna de sua classe, inspirava tal respeito, que era tratada como a mais velha. Nada se fazia sem ela e todas as colegas a estimavam. Com fisionomia serena, mostrava-se sempre a mesma, fosse elogiada ou repreendida.
Aos nove anos, a menina desejava ardentemente receber a Sagrada Eucaristia e suplicou durante muito tempo ao confessor, Mons. Giovanni Volpi, ao pai e às mestras: “Dai-me Jesus e vereis que serei mais sábia, não cometerei mais pecados, não serei mais a mesma!”
Gema aos 7 anos |
Desde muito cedo Gema experimentava fenômenos sobrenaturais como visões, êxtases, revelações, manifestações sobrenaturais miraculosas e estigmas periódicos.
Seu pai faleceu quando Gema tinha 18 anos e ela passou a residir na casa de Mateo Giannini como serviçal doméstica. Ela desejava entrar para o convento das Passionistas em Lucca, no qual o seu confessor era diretor espiritual, mas devido à sua fragilidade física, saúde precária, que incluía uma meningite espinhal, e por ter visões místicas, foi rejeitada. Mais tarde, Gema curou-se graças à intercessão de São Gabriel da Virgem Dolorosa.
Aos 21 anos era humilde, dócil, respeitosa, incapaz de uma leviandade ou de um capricho. Ouvia duas missas antes que os outros levantassem: uma em preparação para a comunhão e outra em ação de graças. Ao regressar da igreja, juntava-se imediatamente às criadas para cuidar dos mais novos, tirar água, arrumar os quartos, lavar a louça, auxiliar a cozinheira e atender aos enfermos da casa.
Mesmo depois de ter visto a face de Jesus Crucificado, sofrido com Ele e contemplado os grandes mistérios da Redenção, encontrava-se perfeitamente disposta a presidir os divertimentos das crianças.
O Sacerdote que frequentava a casa dos Giannini comentou que ela praticava as virtudes com tanto entusiasmo, constância e serenidade de espírito que pareciam ser naturais para ela. Estava acostumada a praticar com heroísmo a virtude da obediência. E, de modo especial, em relação à palavra do Pe. Germano de Santo Estanislau, C.S.S.R., seu diretor espiritual.
Entre 1899 e 1901 Gema sofreu por 18 meses os estigmas da Crucificação de Cristo (stigmata), além das marcas dos espinhos e dos açoites de Jesus. Experimentou visões de Cristo e da Virgem Maria e do seu Anjo da Guarda. Quando em êxtase, fenômenos sobrenaturais (supranormais) manifestavam-se nela, entre os quais a mudança do som de sua voz e o falar em linguagem usada na época de Cristo (aramaico), da qual não poderia ter conhecimento, visto que apenas poucos luminares em Roma foram capazes de decifrar suas visões e revelações (fenômeno conhecido como glossolalia religiosa).
Gema tinha uma imensa devoção à Sagrada Eucaristia. Ela escreveu ao seu diretor espiritual: "Se o Senhor pudesse ver, provar, e se dar conta das boas dádivas que Jesus me dá! Digo, Pai, que não há um minuto em que eu não sinta a Sua doce presença. Ele se revela cada vez mais amoroso. Hoje, na Comunhão, Ele estava quase brincalhão, Ele disse: 'Vê, Gema, tenho no meu Coração uma filhinha que eu amo muito, e por quem Eu sou muito amado, (ela) está sempre me pedindo amor e pureza, e Eu, que sou o próprio Amor e a própria Pureza, derramei sobre ela tanto desses tesouros quanto é possível a uma criatura humana possuir. Sempre preservei a pureza do coração dessa criança como o coração de alguém escolhido pelo próprio Divino Esposo, e eu a preservei como um lírio imaculado do Paraíso em meu puro amor'".
Gema não esquecia nenhum meio de defesa contra os ataques que sofria por parte do demônio: cruz, relíquias dos santos, escapulários, exorcismos e, acima de tudo, recurso filial a Deus, à Maria Santíssima, ao Anjo da Guarda e ao seu diretor espiritual.
Morreu placidamente, sem agonia, na data de uma importante festa litúrgica, como sempre desejou: era uma hora da tarde do Sábado Santo, dia 11 de abril de 1903. Tinha apenas 25 anos.
Sua popularidade aumentou em 1943, quando foram publicadas suas cartas para o Pe. Germano. Além das memórias, dela nos restaram os colóquios de 150 êxtases, anotados pelas piedosas senhoras que a cercavam. Durante sua vida, a santa costumava recitar as Três Ave-Marias em homenagem à Imaculada Conceição, colocando as mãos sob os joelhos.
Foi beatificada em 1933 e canonizada pelo Papa Pio XII em 2 de maio de 1940.
Esta jovem italiana, falecida no início do século e quase desconhecida no Brasil, é certamente um providencial modelo de serenidade, espírito de renúncia, pureza e radicalidade antidemoníaca para a juventude intemperante e agitada da época do rock.
A Santa pouco tempo antes de sua morte |
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