Padroeira dos doentes incuráveis, dos patinadores e esquiadores
Liduina (ou Ludovina, Ludwina, Lidwina) nasceu no dia 18 de março de 1380, em uma família materialmente pobre, mas riquíssima na religiosidade e honestíssima.
Liduína herdou este modo de vida santo de seus pais. Desde criança, ela ajuntava roupas e alimentos para dá-los aos doentes abandonados e aos pobres. Seus pais apoiavam e incentivavam o amor demonstrado por ela. Sua vida corria de forma normal até ela completar quinze anos.
No dia 2 de fevereiro de 1395, festa de Nossa Senhora das Candeias, acedendo ao convite das companheiras, com elas dirigiu-se ao local de patinação, divertimento muito apreciado na região. Ali sofreu um acidente no gelo: quando desciam uma colina cheia de neve, um de seus amigos se chocou acidentalmente contra ela. O acidente a feriu violentamente. Fraturou sua coluna e lhe causou graves lesões internas. Levaram-na para casa e lá, ela recebeu todo o tratamento médico possível. Numa luta difícil pela vida, ela foi vencendo complicações e outras doenças resultantes do acidente.
O Pe. Pot pendurou um crucifixo diante do leito de Liduina e pediu que ela meditasse no sofrimento de Jesus. “Se Jesus sofreu tão terríveis sofrimentos, dizia ele, foi também para nos ensinar que o sofrimento nos leva à glória da vida eterna”. Ela se uniu à cruz gloriosa de Nosso Senhor e deixou-se instruir pela ciência da Cruz.
Para ter certeza de que estava no caminho espiritual correto, junto com Pe. Pot e outras testemunhas, ela pediu a Deus que desse um sinal de confirmação. E o Senhor deu: no mesmo instante apareceu uma hóstia brilhante sobre sua testa. Todos os presentes viram e testemunharam.
Em seu leito de sofrimentos, Santa Liduína recebeu dons em favor dos outros. Deus lhe deu o dom da profecia e o dom da cura. Ela rezava pelos enfermos e muito ficavam curados por sua oração. Deus também a usava para proferir palavras proféticas para pessoas, para a comunidade e para a Igreja. Assim, ela se tornou uma luz na vida de muitos fiéis. Entretanto, era incompreendida por muitos, foi acusada de mentirosa e de ser castigada por Deus. E não faltava quem atribuísse seu estado à influência diabólica. Liduina deu a mesma resposta que Jesus deu no alto da cruz: a do amor e do perdão.
Pela paciência angélica e heroica alcançou a conversão de não poucos pecadores que, impressionados pelos sofrimentos dela e por sua admirável conformidade, abandonaram o vício e voltaram à graça de Deus.
Depois de doze anos no leito, Santa Liduína passou a experimentar êxtases espirituais. Nesses momentos, ela recebia palavras do Senhor Jesus Cristo e de Nossa Senhora. Palavras de alertas, de conforto e de admoestações para os fiéis. Seu Anjo da Guarda com frequência a visitava e a confortava, mostrando-lhe as delícias do céu e os horrores do inferno. Jesus Cristo e Maria Santíssima também se dignaram aparecer para ela. Se pudesse ter terminado com seu sofrimento através de uma única oração, ela não o teria feito.
Sua casa era visitada por pessoas vindas das cidades vizinhas, atraídas pelas notícias dos milagres. Depois vieram de Rotterdam, das Flandres, da Alemanha e por fim, da Inglaterra. Todos vinham vê-la, porque ela era o milagre! Liduina a todos acolhia: escutava, falava, sofria, aconselhava e eles deixavam sua casa como que saindo de uma festa. E ela sem cessar oferecia a Deus suas dores para alcançar a conversão dos pecadores e o alívio das almas do purgatório.
Os últimos sete meses de sua vida foram de grande sofrimento. Seu corpo ficou reduzido a apenas um punhado de ossos e uma voz baixa e suave que rezava sem cessar. No dia 14 de abril de 1433, Santa Liduína entregou sua alma a Deus na serenidade e na paz. Antes de falecer, pediu que sua casa fosse transformada num hospital para os doentes incuráveis e os pobres. Seu pedido foi realizado. O corpo da Santa, tão maltratado e desfigurado pelas moléstias, depois da morte retomou a formosura juvenil.
Em 1616, por ordem do Arquiduque Alberto (na época a região pertencia aos Wittelsbach da Baviera) as suas relíquias foram transferidas para Bruxelas e guardadas no convento das carmelitas daquela cidade. Uma parte das relíquias foi devolvida para Schiedam em 1891, e são veneradas até o dia de hoje na Igreja de Nossa Senhora da Visitação.
Em 1890 o Papa Leão XIII aprovou o culto em sua honra, sendo fixado o dia da celebração em 14 de abril. Santa Liduina é a patrona dos patinadores, dos doentes, de muitas igrejas e hospitais.
Livro sobre a Santa escrito em 1498 |
Vendo a sociedade moderna imersa na corrupção e na decadência moral, nós desejaríamos descobrir se ainda existem vítimas expiatórias que com sua contínua mortificação retêm a mão de Deus que castiga e alcançam graças e bênçãos imerecidas para um mundo pecaminoso. Certamente nunca houve uma época que mais precisasse delas!
“Deus Pai de Bondade, perdoe-nos pela nossa fraqueza e desespero nos momentos da dor. Concedei-nos, pelas preces de Santa Liduina, que soube manter a serenidade durante sua enfermidade, a paciência para enfrentar com coragem e paz as dores e as tristezas. Por Cristo Nosso Senhor. Amém”
Santa Liduína, rogai por nós!
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