sábado, 19 de janeiro de 2013

Beata Maria Cristina da Imaculada Conceição, Fundadora - 20 de janeiro

     Adelaide Brando nasceu no dia 1º de maio de 1856, numa família com boa situação financeira. O pai, homem muito respeitado, ocupava um importante cargo num Banco da cidade. Aos doze anos, na noite de Natal, ajoelhada diante do Menino Jesus, ela se consagrou a Deus com um voto de perpétua virgindade. Quando desejou ser uma Sacramentina encontrou oposição do seu pai, que depois a abençoou e permitiu que se juntasse à sua irmã Maria Pia, uma Clarissa do mosteiro das Fiorentinas, em Nápoles.
     Mas uma grave doença a fez regressar para casa duas vezes. Uma vez curada, em 1875, ingressou na Congregação das Sacramentinas. Um ano depois tomou o hábito e tomou o nome de Maria Cristina da Imaculada Conceição. Porém tornou a adoecer e foi forçada a deixar o caminho que havia iniciado com tanto fervor.
     A esta altura pôde perceber que tinha chegado o momento de criar uma família religiosa. Assim, no ano de 1878, enquanto morava no pensionato junto às Teresianas de Torre del Greco, lançou os fundamentos da Congregação das Irmãs Vítimas Expiadoras de Jesus Sacramentado, que cresceu rapidamente apesar das escassas economias e das oposições, sem falar da precária saúde da Fundadora.
     Depois de ter passado por várias sedes, seguindo os conselhos dos seus diretores espirituais, Pe. Michelangelo de Marigliano e Beato Ludovico de Casoria, a comunidade se transferiu para Casoria, não muito distante de Nápoles.
     A nova Congregação encontrou muitas dificuldades, mas conseguiu se manter com a ajuda da Divina Providência e de muitos benfeitores e sacerdotes, dentre os quais se sobressai o Pe. Domenico Maglione. A Congregação se enriqueceu com novos membros e casas, sempre testemunhou uma grande devoção para com a Eucaristia e primou pelo constante empenho e cuidado na educação de meninos e meninas.
     No ano de 1897, Maria Cristina emitiu os votos temporários; no dia 20 de julho de 1903 a Congregação obteve a aprovação canônica da Santa Sé; e no dia 2 de novembro do mesmo ano a Fundadora, junto com muitas irmãs, emitiu a profissão perpétua.
     Ela viveu com generosidade, com perseverança e alegria espiritual a sua consagração e assumiu o encargo de superiora geral com humildade, prudência e amabilidade, dando exemplos contínuos de fidelidade a Deus e à vocação, trilhando o caminho da santidade.
     Madre Maria Cristina adoeceu gravemente em 14 de janeiro de 1906, entregando sua bela alma a Deus no dia 20 de janeiro, aos 50 anos de idade. Assim como viveu, morreu, sem prodígios, mas com um semblante sereno que significava a vontade de Jesus Cristo totalmente cumprida.
     A Congregação por ela fundada em Nápoles se espalhou pela Itália e muitos outros países, com suas filhas empenhadas hoje como ontem no árduo caminho da virtude, sendo guiadas pela luminosidade do seu exemplo.
     O papa João Paulo II a beatificou em 27 de abril de 2003, em Roma, indicando sua festa para o dia de sua morte.
     Entre os fragmentos que nos restam de sua autobiografia, escrita por obediência ao diretor espiritual, podemos ler: “A finalidade principal desta obra é a reparação dos ultrajes que recebe o S. Coração de Jesus no Santíssimo Sacramento, especialmente as irreverências e desprezo, as comunhões sacrílegas, os sacramentos recebidos sem preparação, as santas missas pessimamente escutadas e o que mais amargamente traspassa este coração santíssimo é que muitos dos seus ministros e muitas pessoas a Ele consagradas se reúnem a esses desconhecidos e mais ainda ferem o seu coração (...) às Perpétuas Adoradoras, o divino Coração de Jesus quis confiar o caro e sublime encargo de Vítimas de perpétua adoração e reparação ao Seu Divino Coração horrivelmente ofendido e ultrajado no Santíssimo Sacramento do amor (...) Às Perpétuas Adoradoras de vida mista (...) o Sagrado Coração de Jesus confia o caro encargo de Vítimas da Caridade e da reparação; da caridade porque nos vem confiado o cuidado das meninas”.
 

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