segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Santa Paula de S. José de Calazans, Fundadora - 26 de fevereiro

     A vida de Santa Paula de S. José de Calazans, fecunda e profética, quase centenária, decorreu em um amplo contexto histórico (1799-1889), um período de crises do agitado século XIX espanhol, que se debatia entre os postulados do Antigo Regime e as novas correntes liberais, com repercussões sócio-políticas, culturais e religiosas muito peculiares.
     Paula Montal Fornés nasceu na vila de Arenys de Mar, perto de Barcelona, Espanha, em 11 de outubro de 1799, e no mesmo dia recebeu o batismo. Passou a infância e a juventude em sua cidade natal, trabalhando desde os 10 anos de idade, quando seu pai morreu. O seu lazer era a vida espiritual da sua paróquia, onde se destacou por sua devoção à Virgem Maria.
     Durante este período, Paula constatou, por sua própria experiência, que para as mulheres as possibilidades de acesso à instrução e à educação eram quase nenhuma. Um dia, quando estava em profunda oração, se sentiu iluminada por Deus para desenvolver este dever. Decidiu deixar sua cidade natal para fundar um colégio inteiramente dedicado à formação e educação feminina. Junto com mais três amigas de espiritualidade mariana, especialmente sua fidelíssima amiga Inês Busquets, Paula se transferiu para a cidade de Figueras (Gerona), uma cidade de fronteira com a França e bastião militar com o seu famoso castelo de armas, e iniciou sua obra.
     Em 1829, ela abriu ali a primeira escola para meninas, com amplos programas educativos, que superavam o sistema pedagógico dos meninos. Era uma escola nova. Com o seu apostolado totalmente voltado à formação feminina, se tornou a fundadora de uma família religiosa, inspirada no lema de São José de Calazans: "piedade e letras".
     Sempre fiel a sua devoção à Virgem Maria, deu a sua obra o nome de Congregação das Filhas de Maria. A estas religiosas transmitiu seu ideal: "Salvar a família, educar as meninas no santo temor de Deus". E continuou se dedicando à promoção da mulher e da família.
     A partir de 1837, Paula se sentia identificada com São José de Calazans e desejava viver a espiritualidade e as regras do Instituto fundado por ele. Foi durante a fundação da escola de Arenys de Mar, em 1842, que ela entrou em contato direto com os Padres Escolápios de Mataró. Depois disto, abriu sua terceira escola em Sabadell (Barcelona) em 1846.
     Um ano após abrir sua terceira escola, Paula conseguiu a autorização canônica para, junto com suas três companheiras, se tornar religiosa escolápia. Em 2 de fevereiro de 1847, fez profissão de Filha de Maria Escolápia junto com suas três companheiras: Inés Busquets, Felicia Clavell e Francisca de Domingo. No Capítulo geral, ocorrido em Sabadell, no dia 14 de março de 1847, não foi eleita nem superiora geral, nem assistente geral.
     No período de 1829-1859, desenvolveu uma atividade intensa e fundou pessoalmente sete escolas. Inspirou e ajudou a fundação de outras quatro. Além disso, foi formadora das primeiras 130 escolápias da Congregação.
     Em 1859, deu a prova final da autenticidade, da coragem e da ternura do seu espírito modelado por Deus, no pequeno e pobre povoado de Olesa de Montserrat (Barcelona) fez sua última fundação pessoal. Foi a sua fundação predileta, onde permaneceu até a morte (15/12/1859 – 26/2/1889). Foram 30 anos de graças para as crianças e para as jovens da cidade, que puderam gozar de sua presença e de seu magistério fecundo.
     Santa Paula de S. José de Calazans morreu no dia 26 de fevereiro de 1889 e foi sepultada na capela da Igreja da Matriz de Olesa de Montserrat, Espanha.
     Por ocasião de sua morte, a Congregação das Filhas de Maria Religiosas das Escolas Pias, fundada por ela, era formada por 346 religiosas que continuavam sua obra educativa em 19 colégios. Hoje, 800 Religiosas Escolápias distribuídas em 112 comunidades educam cerca de 30.000 alunas em 19 nações dos quatro continentes, para a promoção da mulher.
     Foi solenemente beatificada em 1993 pelo Papa João Paulo II, que posteriormente a canonizou em Roma, no ano de 2001.

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