Instituída pelo Papa Pio XII em 1955, celebramos hoje a Festa de Nossa
Senhora Rainha, que anteriormente ocorria no dia 31 de maio.
A liturgia sagrada já invoca a Mãe de Deus com os títulos de Rainha dos
Anjos, dos Patriarcas, dos Profetas, dos Apóstolos, dos Mártires, dos
Confessores, das Virgens, de todos os Santos, Rainha Imaculada, Rainha do
Santíssimo Rosário, Rainha da Paz e Rainha Assunta ao Céu.
Paralela ao reconhecimento de Cristo Rei, encontramos a realeza da
Virgem a qual foi Assunta ao Céu. Mãe da Cabeça, dos membros do Corpo místico e
Mãe da Igreja, Nossa Senhora é aquela que do Céu reina sobre as almas cristãs,
a fim de que haja a salvação: “É
impossível que se perca quem se dirige com confiança a Maria e a quem Ela
acolher” (Santo Anselmo).
Nossa Senhora Rainha, desde a Encarnação do Filho de Deus, buscou
participar dos Mistérios de sua vida como discípula, porém sem nunca renunciar
sua maternidade divina, por isso o evangelista São Lucas a identifica entre os
primeiros cristãos: “Maria, a mãe de
Jesus” (Atos 1,14).
Diante desta realidade de se ter uma Rainha no Céu que influencia a
Terra, podemos com toda a Igreja saudá-la: “Salve Rainha” e repetir com o Papa
Pio XII que instituiu e escreveu a Carta Encíclica Ad Caeli Reginam (à
Rainha do Céu): “A Jesus por Maria. Não
há outro caminho”.
A Encíclica do Papa Pio XII sobre
a Festa de Nossa Senhora Rainha
O Papa Pio XII, na encíclica dirigida aos membros do episcopado a
respeito da Realeza de Maria, recorda que o povo cristão sempre se dirigiu à
Rainha do céu nas circunstâncias felizes e sobretudo nos períodos graves da
história da Igreja.
Antes de anunciar a sua decisão de instituir a festa litúrgica da “Santa
Virgem Maria Rainha”, assinalou o Papa: “Não
queremos propor com isso ao povo cristão uma nova verdade a acreditar, porque o
próprio título e os argumentos que justificam a dignidade real de Maria já
foram abundantemente formulados em todos os tempos e encontram nos documentos
antigos da Igreja e nos livros litúrgicos. Tencionamos apenas chamá-lo com esta
encíclica a renovar os louvores à nossa Mãe do céu, para reanimar em todos os
espíritos uma devoção mais ardente e contribuir assim para o seu bem espiritual”.
Pio XII cita em seguida as palavras dos doutores e santos que desde a
origem do Novo Testamento até os nossos dias salientaram o caráter soberano,
real, da Mãe de Deus, corredentora: Santo Efrem, São Gregório de Nazianzo,
Orígenes, Epifânio, Bispo de Constantinopla, São Germano, São João Damasceno,
até Santo Afonso Maria de Ligório.
Acentua o Santo Padre que o povo cristão através das idades, tanto no Oriente
quanto no Ocidente, nas mais diversas liturgias, cantou os louvores de Maria,
Rainha dos Céus.
“A iconografia, disse o Papa, para
traduzir a dignidade real da Bem-aventurada Virgem Maria, enriqueceu-se em
todas as épocas com obras de arte do maior valor. Ela chegou mesmo a
representar o divino Redentor cingindo a fronte de sua Mãe com uma coroa
refulgente”.
Na última parte do documento, o Papa declara que tendo adquirido, após
longas e maduras reflexões, a convicção de que decorrerão para a Igreja grandes
vantagens dessa verdade solidamente demonstrada, “decreta e institui a festa de
Maria Rainha, e ordena que nesse dia se renove a consagração do gênero humano
do Coração Imaculado na Bem-Aventurada Virgem Maria ‘porque nessa consagração
repousa uma viva esperança de ver surgir uma era de felicidade que a paz cristã
e o triunfo da religião alegrarão’”.
* Referências bibliográficas:
- Na luz Perpétua, 5ª. ed., Pe. João
Batista Lehmann, Editora Lar Católico - Juiz de Fora - Minas Gerais, 1959. http://www.paginaoriente.com/titulos/nsrainha2208.htm
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