quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Santa Gioconda de Roma, Virgem e mártir - 15 de agosto

 
   
Com relação à história de Santa Gioconda temos muita documentação que nos permite reconstruir a história dela em detalhes.

     Foi uma jovem mártir romana que não temeu a morte e não renunciou ao seu amor à Cristo Jesus. Morreu em 107 e foi sepultada nas catacumbas de Ciriaco, em Verano. Suas relíquias foram destinadas à região de Rimella através dos bons ofícios de José Antônio Molino, que tomou posse delas por trâmites do Mons. José Maria Luini, bispo de Pesaro, pregador apostólico.
     Foi constatado o milagre de seu corpo mantido incorrupto apesar de muito judiado pelas torturas e pelo martírio. Suas relíquias vieram de Roma para Novara e foram levadas para a capela dos Frades Capuchinhos, onde o Pe. Illuminato de Novara cuidou da limpeza e do arranjo dos despojos dentro da urna, ao lado dos restos mortais de Agabio, segundo bispo da cidade.
     Em 29 de abril de 1789, por ocasião do casamento do Arquiduque d’ Este e Teresa Maria d’ Áustria, transportaram o corpo do santo bispo para colocá-lo no novo altar dedicado a ele na catedral. A urna utilizada exclusivamente para esta ocasião solene foi comprada por Michael Tesseri, de Rimella, e por ele destinada a guardar depois os restos mortais de Gioconda.
     A chegada da Santa à comunidade de Val Mastallone ocorreu no final de junho de 1790, com uma série de celebrações que duraram três dias, de 27 a 29, com a participação de todos os sacerdotes do vale, uma delegação do capítulo da catedral, os músicos da Basílica de San Gaudenzio e alguns pregadores famosos na época, incluindo a figura de Fra Filippo Royal, que fez as orações oficiais na conclusão das celebrações.
     O culto a Santa Gioconda logo se tornou muito vivo, principalmente entre os que migraram por causa do trabalho a outros lugares, especialmente em Novara e Vigevano. Eles confiavam tanto em sua proteção, que formaram uma associação: “O Consórcio de Santa Gioconda”, tendo como fim promover o seu culto. O estatuto foi aprovado pela diocese em 22 de março de 1902, assinado pelo então vigário geral, Callerio.
     Em 1º de setembro de 1842 a urna foi aberta para fazer a limpeza da roupa que revestia os ossos, mas só em 1903 o crânio foi levado para Milão para revesti-lo com cera e, assim prolongar a conservação. O altar de São Roque, já decorado pelo pintor Lorenzo Peracino de Celle, onde foi colocada a urna com os restos mortais de Santa Gioconda, foi completamente renovado em 1860 com as ofertas do Consórcio.
     A ampola que contém o seu sangue foi destinada ao Oratório da Visitação de Roncaccio Superiore, local de origem de José Antônio Molino, o doador das relíquias.
     Com relação à figura de Santa Gioconda de Roma, ela não está identificada com a santa de mesmo nome reverenciada em Reggio Emilia.
     O festival em homenagem a Santa Gioconda de Roma é celebrado todos os anos no primeiro domingo de agosto.
     Na procissão que ocorreu em agosto de 2001 participaram cerca de 800 pessoas, durante a qual quatro homens se revezaram no transporte da urna para a igreja da aldeia homônima de São Gotardo. Ao longo do percurso, arcos decorados com luzes e flores iluminavam o caminho até pelas pastagens próximas. Depois de uma vigília por toda a noite, as relíquias foram visitadas pelos fieis no dia seguinte, sendo em seguida levadas de volta à igreja paroquial e recolocadas, depois de alguns dias, na local onde fica habitualmente.
 
Etimologia: Gioconda, italiano: do latim Jucunda, Jucundus: "jucundo, alegre, aprazível".
 

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